4 de outubro de 2010

Na terra do 'se'...

Por isto que eu gosto da Marta Medeiros... das coisas mais simples saem textos maravilhosos, cheios de emoção e que nos levam a refletir sobre nós mesmos e nossa ações. A bola da vez é o 'se', que pode ser substituído por 'mas', 'porém', 'talvez'. Djavan, escreveu uma música com o mesmo nome para transpor as avessas de uma relação, onde um quer uma coisa, o outra quer outra e no meio fica a dúvida do 'se'. Bom, o texto é uma delícia e, apreciando ou não a autora, espero que alguma destas passagens aponte de uma forma particular para você, leitor.

" Se quem luta por um mundo melhor soubesse que toda revolução começa por revolucionar antes a si próprio.
Se aqueles que vivem intoxicando suas famílias e seus amigos com reclamações fechassem um pouco a boca e abrissem suas cabeças, reconhecendo que são responsáveis por tudo o que lhes acontece.
Se as diferenças fossem aceitas naturalmente e só nos defendêssemos contra quem nos faz mal.
Se todas as religiões fossem fiéis a seus preceitos, enaltecendo apenas o amor e a paz, sem se envolver com as escolhas particulares de seus devotos.
Se a gente percebesse que tudo que é feito em nome do amor (e isso não inclui ciúme e a posse) tem 100% de chance de gerar boas reações e resultados positivos.
Se as pessoas fossem seguras o suficiente para tolerar opiniões contrárias às suas sem precisar agredir ou despejar sua raiva.
Se fôssemos mais divertidos para nos vestir e mobiliar nossa casa, e menos reféns de convencionalismos.
Se não tivéssemos tanto medo da solidão e não fizéssemos tantas besteiras para evitá-la.
Se todos lessem bons livros.
Se as pessoas soubessem que quase sempre vale mais a pena gastar dinheiro com coisas que não vão para dentro do armário, como viagens, filmes e festas, para celebrar a vida.
Se valorizássemos o cachorro-quente tanto quanto o caviar.
Se mudássemos o foco e concluíssemos que a felicidade não existe, o que existe são apenas momentos infelizes.
Se percebêssemos que a diferença entre ter uma vida sensacional e uma vida sensacionalista.
Se acreditássemos que uma pessoa é sempre mais valiosa do que uma instituição: é a instituição que deve servir a ela, e não o contrário.
Se quem não tem bom humor reconhecesse sua falta e fizesse dessa busca a mais importante de sua vida.
Se as pessoas não se manifestassem agressivamente contra tudo só para tentar provar que são inteligentes.
Se em vez de lutar para não envelhecer, lutássemos para não emburrecer.
Se."


Sem mais a dizer...

Beijos!