28 de agosto de 2009

"Marley e Eu"

Finalmente, depois de me recusar a terminar de ler o livro por prever o que me reservava o final, ou seja, a morte do cãozinho bagunceiro, neste final de semana me rendi a ver o filme “Marley e Eu”.

É uma ótima dica, para quem não é manteiga derretida que nem eu e se debulha em lágrimas quando o animalzinho morre no final. Até porque, o filme tem ótimas cenas com as confusões do labrador, o que rende boas risadas. Mas o ponto tocante da história é a percepção de que o bichinho de estimação que possuímos em casa passa a fazer parte de nossas vidas, preenche um espaço vazio, adquire um significado único sem que a gente se dê conta.

Claro, quem não é amante de animais ou não possui nenhum tipo de contato com eles, seja em casa ou a partir de terceiros, não entende a ligação que se forma entre um ser humano e um animal, tido como irracional e submisso ao dono. Mas, fora a ficção dos filmes e a imaginação dos livros, muitos donos e adoradores de animais estão aí para provar que eles têm personalidade sim e contrariando o pensamento comum, são muito inteligentes e perceptíveis. Hoje em dia o mundo Pet está ganhando cada vez mais espaço. Não apenas para quem possui um e quer agradá-lo de todas as formas, mas para que a sociedade veja que não são meramente animais. Exageros a parte, são essenciais em muitos casos, como auxílio a cura de pacientes em hospitais, treinamento em centros de detenção e reabilitação, são usados em muitas profissões como guias, guardas e salva-vidas. Além de serem ótimas companhias em qualquer situação e por isto, esta expansão de utensílios, alimentos, brinquedos e cuidados com a saúde dos cães e gatos e demais animais são prova da sua importância e valor reconhecido.

Quando terminou o filme, ficou a moral da história de que o Marley apesar de toda a bagunça e quase enlouquecer os donos fez toda a diferença na vida da família, passou um filme foi na minha cabeça sobre meus “au aus” que possuo em casa. Tenho 4 Cocker Spaniel e desde que me lembro, ao adquiri-los, fazem parte da minha vida em todos os momentos, compartilhando comigo as mais diferentes fases e sensações. São companheiros. Se estou triste, sentem e se fazem presentes como se quisessem dar apoio. Se estou alegre, querem brincar indefinidamente. Mas independente de humor, dão carinho incondicional.

Claro, muitas vezes no filme, me identifique pelo fato das destruições em casa (risos). Quantas vezes eu tive chinelos mastigados, roupas comidas, comidas roubadas, e muito mais coisas que agora não me lembrarei. Hora do banho então, que diversão, depois que acaba né? Porque durante o ato, da uma raiva, RS, porque não param quietos e ainda te molham quando resolvem se balançar. Mas confesso, sinto que quando durmo fora de casa, sinto falta delas perto de mim. Do chorinho quando chego e não vou falar, e da zona que fazem quando solto no meu quarto, em cima da casa.

De tanto estarem lá, muitas vezes não nos damos conta ou pior, não damos valor ao que nos é fornecido gratuitamente e nos é cobrado muito pouco em troca: AMOR! Por vezes, me pego chegando cansada, sem querer dar atenção para brincadeiras e somente cuido da sua limpeza e alimentação e saio. Quando caio em mim, me culpo. Assim como eu, em muitos dias, eles também querem atenção. Não sabem conversar com palavras, mas em gestos, que meiguice!

E sei que quando chegar a hora de cada um, por mais que eu a prefira a vê-los sofrer, vou sentir demais! Pois sou muito apegada a todos e fazem toda a diferença em casa e para mim. E quero que saibam de algum modo, que são especiais. E que apesar de brigar e do pouco tempo disponibilizado muitas vezes, eu os amei, mais do que qualquer coisa. Tirando os mimos, acredito que sintam que fazem parte da família. E que deixa a todos em casa felizes!

É, não foi tão dolorido quanto pareceu ver o filme, apesar de deixar uma sensação de tristeza e por mim própria de dever não cumprido, de que posso fazer mais. Mas valeu a reflexão!

Bom, para quem tem algum animal em casa, aproveite para ter bons momentos com ele. Nunca sabemos a partir de que dia ele não estará mais lá. E assim como se sabe que somos especiais para eles, mostre também que são únicos e especiais para nós. Não tem preço!

Beijos e boa semaninha...

19 de agosto de 2009

Um domingo de sol!!!!

Não há nada na vida que eu goste mais do que curtir uma praia. Na cia. de amigos então, melhor ainda! Então, neste domingão, depois de amargar uma cor amarelada por meses e não ver praia desde a volta do carnaval, resolvi colocar minha cor em dia. Liguei para a amiga “topa todas” e lá fomos nós para nosso divertido e relaxante domingo.

Bom, tirando a vista, o sol e que no final das contas a gente sempre se diverte, comecei a perceber que praia pode se tornar uma grande Cilada, sem plágio ao programa do Bruno Mazzeo, do Multishow, do qual já era fanzoca e agora é exibido no Fantástico. Pois é, se você não estiver com a disposição em dia para agüentar o que te espera na praia, pode ter certeza que os planos de um dia legal, vão por água a baixo. Bom, para quem é Carioca e curte, já está mais que acostumado, mas de qualquer forma, tem situação que não são nada fáceis de aguentar.

Fez calor e parece que a diversão da galera é a praia. Única opção da cidade. Pois todas elas, Barra, Recreio, Copacabana, Arpoador, Ipanema, Leblon lotam. Você olha por cima e só vê aquela infinidade de quarda-sol e cabecinhas por todos os lados. Começa aí a guerra para obter um espacinho na areia. Mal você pisa nela e já é cercado por vendedores de 2 ou 3 barracas ao mesmo tempo querendo lhe oferecer aparatos para curtir sua praia. Indispensáveis cadeiras e guarda-sol, mas não é necessário ser atropelado por uma manada querendo carregar você cada qual para o seu lado. Enfim... depois de escolhido o local e a barraca aonde você vai se servir de bebidas e, de quebra do chuveirinho, monopolizado pelos donos delas, começasse a desfrutar o dia.

Engano seu! Se não for munido de celular ou MP3, 4 ou 5, vai ouvir o tempo todo os vendedores ambulantes do local. É um tal de “olha o Mate”, “... a empadinha”, “sanduíche natural, no capricho”, “biscoito globo”, “queijooo...”, “picolé”, e por aí vai. Sem contar as perturbações de brinquedinhos para a criançada. Tem hora que acaba comprando pela tentação das opções e por que a oferta é tanta em tão pouco tempo que acabamos por comprar para nos livramos.

Sol escaldante, pele bronzeada, mas já querendo arder... hora de dar aquela refrescada. Ou seja, traduzindo: disputar lugar com as crianças que acham que aquilo é uma lagoa, com os surfistas, com os nadadores e com a turma da bagunça. Eu, que prefiro chuveirinho, (risos), já não tenho muito estes problemas. Mas, em compensação, as filas...

Ah, esqueci de comentar: praia carioca sempre apresenta algum tipo de problema quando lotada. Neste fim de semana, especificamente, foi simulada uma tentativa de arrastão. Em pleno posto 8 da zona sul do Rio. Depois dizem que a parte rica da cidade não sofre com os problemas constantes dos demais locais. Vai pensando!!!

Ouro ponto curioso é que, na praia ninguém tem vergonha da exposição. Nem do tipo de roupa que usa, não importando se o corpo está preparado para usar ou não. Porque é cada figura, vou te contar! Mas o engraçado é que todos se suportam numa boa e nem ligam para olhares. Tem dos ridículos aos curiosos... de tudo! Parece um desfile de excentricidades! Dos corpos saradões, dos últimos modelitos de biquínis, dos sem noção (risos), dos gringos querendo ser “Carioca da Gema!”, aos esquisitos.

Mas também tem futevôlei, squeeze, rodinhas de samba, churrasquinho e tudo quanto é tipo de diversão, pessoas correndo com cachorros, crianças brincando e adultos voltando a ser crianças. Apesar do teste de resistência para saber se aguenta um dia como este, não troco uma prainha, com boa cia. e um solzinho gostoso por nada neste mundo. Meu lugar predileto. Onde entro em harmonia com meu espírito e renovo minhas energias. E nada me dá mais satisfação do que ver uma grande reunião de pessoas heterogêneas ligadas por um bem comum. E podem falar o que quiser do Rio, mas até hoje, nestes meus 26 anos de praia, nunca vi turista nenhum não arregalar os olhos e abrir a boca diante deste marzão sem fim. E ajoelhar na areia sem palavras e apenas admirar a maravilha que Deus fez.

É... sou Carioca, corpo, alma e coração!
E enfim, estou preta, preta, pretinha, rsrs

beijosssssssss

12 de agosto de 2009

Dêem a luz, por favor!!!!

Não consigo pensar em nada que dê mais irritação do que você trabalhar o dia todo e chegar em casa e estar ou sem água ou sem luz! Ainda não decidi qual dois é pior. Acho que ambos. E ontem foi exatamente o que aconteceu! Ventou e tchum: desta vez nem chegou a acabar. Mas estava à luz de velas! Bom, pelo menos eu moro em casa e não sou obrigada a subir não sei quantos lances de escada a pé (risos). Mas, de qualquer forma, desgastante.

Quando virei a esquina e me deparei com a penumbra da rua logo amarrei a cara porque já sabia o motivo. E nisso implicaria ir por água a baixo meus planos de uma noite relaxante à frente da TV vendo novela ou filminho, um banho quente, ouvir música para dormir... É impressionante a falta que alguma coisa te faz quando você não pode usufruir dela. É só estar restringida que quer porque quer. Ontem eu necessitava ver televisão. Por tudo que era mais sagrado. Não estava aguentando aquele silêncio agudo! Às vezes acho o silêncio pior que o barulho. Ele vai entrando e nos massacrando contra nós mesmos e não nos deixa livres daquilo que queremos esquecer. Precisava distrair a mente, mas a bendita falta de luz não estava colaborando.

Resolvi preparar alguma coisa para comer já que meu estômago anunciava uma fome. Nunca achei que fosse tão difícil preparar algo que estou cansada de fazer “vendo”, sem enxergar. Strogonoff, que sufoco! Não conseguia ver se tinha colocado pouco ou muito creme de leite. Não via a cor do dito cujo pra ver se tinha colocado molho de tomate na medida. Estava tendo um ataque de nervos. Bom, até que não ficou ruim de todo. E eu, com fome, comi tudinho.

Não estava nos meus dias para conversas. Aliás, o que eu menos queria era expressar minhas idéias e opiniões. Porém, a falta de luz não deixava muitas opções a não ser colocar todos juntos em um mesmo local conversando. Aquilo estava me consumindo... resolvi ir para o meu quarto e tomar um banho. A luz parecia um pouquinho mais forte e eu me animei. Pois apesar do calor que fazia, não me encorajo a tomar banho frio com facilidade (riso). Mas, enganei-me bonito! A luz não havia voltado de todo e o que estava não era suficiente para esquentar a água. Resultado: banho pulando e cantando trechos de músicas que nem eu sei de onde tirei. Porém, nem esta presepada toda estava conseguindo distrair meu espírito. Precisava desanuviar a mente e a única saída de entretenimento que eu via, era obrigada a se manter desligada por falta de energia suficiente. Urrrrrrrrr... ódio!

Nem o computador que poderia usar para matar a minha ansiedade em partes estava acessível. Quando a luz dava indícios de que iria voltar eu ficava com medo de ligar, ela cair de novo e acabar queimando meu filhinho. Também não tinha certeza se o melhor que eu deveria fazer aquela noite era ir dormir mais cedo. Isto é, caso meus pensamentos serenassem e me permitissem isto.

Tentativa 1: furada!!! Apesar do frescor da noite, com a casa trancada pela ventania, dentro se fez um calor insuportável. E não podia ligar o ventilador. Resultado: rolei pra cá, rolei pra lá e o sono que já era mínimo ficou nulo!

Tentativa 2: fracassada!!! Mosquitos... muitos. E o barulho insuportável!

Desisti de dormir cedo. Levantei e fui beber uma água. Aí, me dei conta de que com aquele ir e vir de luz, as minha coisas, no segundo andar da casa, não haviam sido desligadas. Depois de desligar tudo, voltei para a minha tentativa de dormir. Afinal, eu sabia que tinha que dormir cedo, pelo meu corpo, pelo meu ânimo, pelas minhas dores. Mas não havia santo que me fizesse dormir. Lembrei de quando eu era criança e minha vó me fazia dormir de qualquer jeito e sem sucesso falava: “- esta menina parece que tem bicho carpinteiro!”. Nunca soube muito bem o que esta expressão quis dizer, mas naquele momento ela me pareceu apropriada. Pois estranhava a cama, os lençóis, o quarto, o cheiro, a mim mesma. Coisa estranha!!!

A cada volta mais forte de luz uma comemoração. E uma tentativa de ligar a TV. Mas não durava mais do que 15 minutos e tudo despencava novamente e retornava a escuridão. Em outros tempos iria adorar aquele escurinho para viajar, lembrar, sonhar. Mas naquele dia, eu não queria escurinho, queria claridade, barulho, gente, movimento tudo que eu pudesse ficar ON o tempo todo.

Infelizmente a luz não veio esta noite. Minha vontade de ver TV teve que ser adiada para o dia seguinte. Minha curiosidade para ver o que acontecia no capítulo de Caminho das Índias foi deixada de lado, e eu, não distrai minha mente como gostaria de fazer. A contra gosto, esperei o sono vir entre crises de tosse. Enfim, uma hora ele veio, pois só acordei hoje, com o cel. despertando na hora de levantar para mais um dia, com luz!!!

10 de agosto de 2009

Tem limites!!!



Sou fã do programa No Limite do Zeca Camargo. Desde a primeira edição eu vi todos e sempre me imaginei no meio dos escolhidos, me aventurando por lugares desconhecidos, testando meus limites. A primeira ganhadora, indo contra todas as apostas foi a Elaine. Que hoje, diga-se de passagem, ninguém nem ouve mais falar dela. Era mulher, gordinha e sem aptidões físicas para as provas realizadas. Porém, com o seu psicológico em dia e mais a sua determinação, foi deixando um a um para trás e chegou à final. Faturou a bolada e disse, depois da experiência, ter se tornado uma pessoa mais resistente. Nas outras duas edições os vencedores foram homens, com mais chances de vitória já que se mostraram preparados para a competição. Nenhuma grande surpresa a não ser as viradas do jogo mesmo. A Elaine surpreendeu a todos e deixou sua marca.


Mas o que está em questão aqui não é quem tem mais ou menos tipo para vitória. Pois acredita-se que a partir do momento que alguém se inscreve em um programa deste porte, de resistência física e psicológica, é porque acredita ter capacidade para enfrentar os obstáculos. Mas, até que ponto se é capaz disto? Realmente todos nós temos limites? São provações tão difíceis de se passar realmente?

Nesta última edição, vi que duas participantes de uma mesma equipe desistiram ao mesmo tempo por terem que se privar da comida. Restringir a vontade e a quantidade que iriam comer. Não é ficar sem comida o tempo todo. Até porque a Rede Globo, não iria matar em rede nacional os participantes de inanição só pela audiência. Com certeza, não! Há ainda o desgaste físico, sol, frio, chuvas, vento que incomodam por serem constantes e não ter como fugir. Há ainda as adversidades com os participantes. Os males de saúde, que todos estão sujeitos... E as tão difíceis provas!

Confesso, adoro um conforto! Uma cama macia, lençóis limpos, edredom no frio, ar no calor. Comida e bebida regrada (risos), tô parecendo o Garfield! Mas algo neste tipo de programa me instiga. Não acho que nada seja de totalidade impossível de se resistir ali. A diferença é que quando se cansa, não se pode ir embora para casa. E muitos vão com o pensamento de que ali é um parque de diversão e não pensam que estão lutando pela sua sobrevivência. E o que é pior, sobrevivência e convivência em grupo. Onde tem que se pensar no outro a partir de você próprio! Ô coisa... como deve ser um confronto de você com você mesmo, você próprio se testar? Não saber o que esperar também é algo que desperta minha curiosidade.

Mas até agora não vi grandes fantasmas ou terrores para se lidar. No mundo real, quantas vezes somos testados e nossos limites são colocados à prova? Todos os dias meu irmão! A diferença é que não nos tornamos celebridades e nem ganhamos prêmio. Mas a briga pela sobrevivência aqui também não é mole. Lidamos com a fome, a violência, a pobreza, a escassez de valores do ser humano que lá no “No Limite Ceará” até dá para entender que aflore devido às circunstâncias impostas. Mas aqui dentro, estas atitudes degradantes existem por existir, simplesmente.

Ressalva para a fofocada que sempre rola nos programas de Reality. Impressionante como sempre tem aquele para falar da vida alheia, fazer panelinha e queimar o outro. Da própria equipe, ou seja, alguém que ele precisa. Pelo menos por enquanto. Na hora de correr tá com o pé doendo. Na hora de nadar morre afogado. Quando tem que cavar e dar tudo de si já não tem mais condições. Mas a língua, está a pleno vapor!

Ô gente... mais ânimo! Vocês estão muito devagar. Lutaram tanto para estar aí dentro e agora que chegaram, só reclamam, brigam... Fala sério! Vão inventar algo para passar o tempo. Vão aproveitar a cia um do outro que provavelmente nunca mais irão ver tão cedo. Aproveitem para obter autoconhecimento de suas capacidades em lugar onde se é testado a todo o momento. Mas parem de chorar pitangas!!! O programa já é muito tarde e faço um esforço imenso para assistir.

Pode até parecer muito fácil para mim aqui da minha linda casa falar da galera que está lá se matando, passando “mais um dia”. Mas ninguém os obrigou a estar lá. Eles sabiam o que os aguardava. Acho que eu só desistiria por motivos de saúde. Sérios! Isto é um fator que me faz pesar se realmente gostaria de estar lá. Mas tenho uma grande vontade de saber, se eu aguentaria... uahahahaahahahahahaha... embora tenha quase certeza de que NÃO! Rs... Se bem que, as pessoas surpreendem, né? Vai que eu consigo ser uma Elaine 2?!!!

Beijosssss e se liguem nos próximos capítulos. Quem sabe a coisa esquenta!

7 de agosto de 2009

Te conheço????

Gente, ontem passei por uma situação que ninguém merece. Tudo bem, tem gente que pode pensar que não é para tanto, mas eu pessoalmente acho que não necessita de um vexame desses, principalmente em público. A cena foi digna de filme de comédia...

Saí do trabalho ontem e fui com uma colega comprar um presente de aniversário para outro colega nosso. Não sei porque fomos as incumbidas da tarefa! Acho que é porque somos as mais “agitadinhas” do grupo. Enfim, cheias de disposição (risos), depois de um dia de “la buta” lá fomos nós bater pernas atrás do nosso objetivo: o presente do Joel!

Depois de muito pensar, optamos por uma blusa. Presente aparentemente comum, mas que é de fácil agrado. No início, fomos atentas olhando todas as lojas de roupas masculinas, comparando modelos e preços. De repente, algo desvia nossa atenção: uma loja de bijus. Para as mulheres, isto é uma verdadeira tentação: arebaba! E por falar na Índia, o que mais tinha lá, eram acessórios indianos inspirados na novela. E nem preciso dizer que esquecemos momentaneamente o objetivo da compra – que era o presente do amigo Joel – para focar nas pulseiras, nos cordões e brincos à nossa frente. Que perdição! Cada coisa mais linda que a outra! Nisto, tinha uma vendedora que passava toda hora de um lado para o outro atrás de mim, perguntando se eu queria alguma coisa. Como não suporto este tipo de comportamento dos vendedores, parecendo uns urubus, mesmo sabendo que são obrigados a agir assim (regras do treinamento), resolvi não dar muita atenção.

Mas a danada deu um outro jeito de se fazer notar. Resolveu elogiar todos os objetos que eu pegava para experimentar. Estava achando aquilo tudo muito esquisito. Definitivamente, não era normal! Bom, eu e Dani olhamos tudo e por fim, já resolvidas que não iríamos gastar mais nada, resolvemos pagar e ir em buscar do enfim, presente do Joel, já esquecido há séculos.

Na hora do caixa a tal da menina embrulhou minhas compras e disse: “- É tanto, Fernanda!”. Eu, estranhei saber meu nome, mas como minha amiga estava ao lado, pensei que pudesse ter dito e eu nem percebi. Perguntei novamente o valor e ele repetiu a resposta, me encarando. “É tanto, Fernanda!”. Parei e fiquei olhando para ela que aquela altura já olhava fixamente para mim, esboçando abrir um sorriso, pronta a me cumprimentar. Eu, do lado de cá do balcão, estatelada, tentando imaginar que criatura era aquela parada na minha frente e que sabia meu nome, e que ainda por cima estava sorridente para mim.

PUTZ! Começou aí o drama. Lembrar de onde conheço. Nestas horas, passa um filme na velocidade 5 do creu com as inúmeras possibilidades de nomes e locais que eu poderia conhecer a tal fulana. Mas eu não conseguia associar a nenhum! Logo arrisquei um “você deve estar me confundindo, acho que não nos conhecemos”. E ela, continuou certa, decidida e disparou: “- não ta lembrada de mim?” “- Bom, na verdade, não!”. Foi a minha resposta, totalmente sem graça, meio entre os dentes e já querendo sair de fininho para me livrar daquela situação.

Detalhe que eu não havia mencionado. Minha amiga havia feito um comentário sobre a maquiagem dela, algo do tipo exagerado demais para a hora e a idade dela. Coisa que fez acentuar ainda mais a minha não lembrança de conhecer aquela criatura.

Foi então que quando eu já de costas e rindo para a minha amiga, certa de que havia sido um mero engano, constrangedor, ela dispara novamente: “- E como vai a Sandra (minha tia).” Cassete! Depois deste disparo certeiro, as lamparinas do meu juízo ascenderam. Eu realmente conhecia a tal menina. Mas jamais iria me lembrar dela pelo que tinha se tornado. Era irmã da minha ex-cunhada. Primeira esposa do meu irmão. Não a via tinha séculos! E nem sei dizer como associei ela a tal da ex-cunhada, rs. Enfim... joguei a boa e velha frase: “cara, nem te reconheci, quanto tempo!” e respondi como estava minha tia e sai.

Mas cara, é uma daquelas situações que a gente fica sem saber o que fazer. Primeiro por que eu estava certa de que não conhecia o ser. Segundo por que na hora que ela demonstrou mesmo me conhecer me deu um branco total dela. Terceiro, depois de afirmar que não a conhecia, ter que admitir o engano e ainda dizer que não lembra é mico demais né?

Uahahahaha... pelo menos rendeu boas risadas na volta para casa. E dentro da loja de roupas onde finalmente compramos o presente do Joel. Mas gostaria de não passar por situações como estar nem tão cedo. É péssimo!

Beijos e mantenham a memória em dia!!! rsrs

4 de agosto de 2009

Vida e morte num confronto sem fim!

Não é um assunto muito agradável este que vou falar hoje. Tão pouco me sinto confortável pensando nele, mas por estes dias ele vem me rondando mais a mente do que o de costume e me senti na obrigação de refletir a respeito! Refletir porque a morte, coisa na qual me propus a pensar faz parte da vida de todos nós. E como costuma dizer minha querida vózinha Madá, ainda viva, graças a Deus, é a única certeza que nós temos nesta vida: que um dia, todos nós vamos morrer!

Não faço ideia de qual seja a sensação de perder um parente próximo, um ente querido. A dor da separação, a saudade, a certeza do nunca mais, a lembrança que é a única coisa que nos restará dali pra frente. Já estive em situações com amigos que perderam pais. Já perdi amigos, não tão próximos. Já perdi parentes, não tão chegados. Na hora do enterro, até chego a me emocionar, de fato! Pois o sentimento de tristeza e solidão que paira sobre o local toma conta de todos os presentes, até os corações mais enrijecidos, não tem jeito. Mas passar pela experiência do desapego, da perda propriamente, da dor dependendo do tipo de morte e aprender a lidar com o que fica... não, eu não passei.

Estes dias, conversando com uma amiga sobre isto, ouvindo-a falar sobre como vem lendo e se acostumando com a ideia da morte, cada vez mais próxima para um parente seu, me dei conta de que não faço a mínima ideia de como reagiria diante de uma situação destas. Nem mesmo sei se prefiro me preparar e me acostumar com o fato de que vou perder esta pessoa, ela vai me deixar ou se prefiro que seja de supetão, assim de uma hora para outra. Acredito que independente da morte, o sofrimento ligado à pessoa seja o mesmo. E custa a passar... acho que não passa nunca.

Tento pensar em várias justificativas para aliviar a tristeza, abrir o coração da dor e deixar o espírito livre para aceitar o que foi predestinado para nós. Como me identifico muito com a religião espírita, sei que nela prega-se o desprendimento da alma e do corpo. E a morte é vista como apenas uma longa jornada após a vida na terra. Não acabou, continua. Mas, não sei se isto me bastará. Tento pensar que, dependendo da pessoa e da idade que ela tenha, que já viveu muito, aproveitou o máximo da vida e que chegou a hora dela. Mas ao mesmo tempo em que tento ser otimista e pensar que temos que deixar a pessoa ir e seguir o caminho dela, começo a pensar no “e agora, como vai ser?” Na verdade, no meio do turbilhão de emoções, do impacto da notícia até cair a ficha de verdade de que “se foi”, a gente não deve conseguir assimilar nada. Tenho a impressão que vou perder o chão, sair fora da realidade e quando voltar vai ser pior ainda.

Fui embora pensando na conversa que tive de manhã porque este assunto nunca me saiu da cabeça. Vira e mexe, ele está lá. E eu me indagando como reagirei, como sentirei. Sentada na estação de trem, por incrível que pareça hoje, sozinha, saio da bolha habitual momentânea que me obriguei a andar para não ser atingida somente por notícias ruins o tempo todo e me dou conta que a morte, nos dias de hoje, está mais presente que a vida. Demora-se muito a nascer, 9 meses, mais ou menos. Mas para morrer, milésimos de segundos: uma bala, uma facada, um acidente, um infarto, um suspiro, um último olhar. Adeus!!! Muitas vezes nem chegamos a dar. E o que fazemos com todas as coisas que gostaríamos de ter dito e não dissemos. Com todos os momentos que gostaríamos de ter vivido e não vivemos? Com um abraço, com um beijo, com a certeza de que sempre estaria ali e hoje só resta a lembrança que cada vez fica mais clara, fraca, pequena. Mas a saudade, ah, esta não morre nunca! E nos segue dia após dia, em cada canto que a gente vá. Primeiro nas lágrimas, depois no silêncio, ai ficam as fotos, os presentes dados, os pertences guardados... A vida segue e a gente segue com ela, com pessoa amada no coração!

Agora, começo a rezar que se eu tiver que ser acometida por uma morte no seio de meu convívio familiar ou de amigos, que seja de causas naturais, não dolorosas para a pessoa. Não gosto de sofrimentos. Mas nada de crimes brutais, hediondos de 1°, 2° grau e daí por diante. Não é justo, com quem morre nem com quem fica. Se for natural a gente não se contenta com a perda, mas se é uma morte provocada a gente não se conforma por aquela pessoa ser arrancada de nós. Ontem mesmo, vi no noticiário que um menino de 12 anos foi enterrado como herói em sua cidade por ter salvado a vida de outro colega de 6 anos, em um incidente na rua onde brincavam. Morto e enterrado como herói? De que? De uma matança deliberada e sem propósito? O justo seria ninguém ter morrido! E uma criança, com uma vida inteira pela frente.

Morte: medo ou ódio? Entendimento ou revolta? Inconformismo ou aceitação? Perguntas estas que eu não tenho resposta, ainda. E espero não ter por um bom tempo. Mas percebi que ela está mais perto de mim do que pensava. E que não deixo de sentir mais ou menos se nem sequer conheço a pessoa que partiu desta para uma melhor, como dizem. Eu lamento do mesmo jeito que tenha que ter acabado...

Beijosssssss