Esse final de semana, eu e meu namorido, participamos do curso de noivos. Condição imposta pela igreja para tornar os noivos aptos para o matrimônio. Assim que olhei a carga horária, pensei: "- mas que tanto eles tem para falar em 4 dias de curso?". E já fui meio com pé atrás e um tiquinho de má vontade, rs.
Chegando lá desmistifiquei toda o meu "achismo" em relação ao curso. Não, não é um curso que nos ensina a casar. Embora nos dê algumas boas dicas e noções de certos parâmetros da igreja. Mas, é um curso que nos mostra, através de palestras, dinâmicas, conversas e troca de experiências, muitas vezes de pessoas casadas há bastante tempo, de como se mantém um casamento. Que não é feito só de mar de rosas, diante de dificuldades, conflitos, divergências mil. Está sendo bem interessante. Pois, acima de todas as dicas, vejo que não há uma fórmula, uma receita d sucesso, uma lista ser seguida. Nada mais é do que tato, vivência e claro, amor, paciência e cumplicidade. É enfatizado o tempo todo que se é preciso tentar, de todas as formas, dar vida e fazer ter sucesso o casamento. E que ele é construído em cima de vários pilares importantes, e todos têm suma importância por igual: família, carreira, saúde, amigos, finanças, lazer, objetivos, sonhos, personalidades, experiências de vida, criação, pontos de vista... São coisas que se misturam, que se unem para formar um só: o casal! Mas, até chegar a esse maravilhoso entendimento, há o bate cabeça, o caminho das pedras, a adaptação a tolerância, a compreensão. E é nessa hora que o aprendizado do curso entra em prática.
Até agora tivemos palestras de convivência em casal, educação dos filhos, saúde sexual e matrimonial, legislações matrimoniais, cantos e música entre as palestras, um almoço dançante e uma dinâmica de grupo para troca de experiência de casais. E o tema dessa dinâmica foi o que fazer para que se consiga uma harmonia no casamento. Vários aspectos foram levantados como paciência, cuidado, perseverança, amor, lealdade, cumplicidade, companheirismo, sinceridade, amizade, e por aí tecemos a lista gigantesca. Depois, foi escolhido um casal para falar aos demais a conclusão que cada grupo da dinâmica chegou sobre o tema. Eu e Ju conseguimos fugir dessa que nos empurraram, rs.
O casal do grupo oposto fez, basicamente, o mesmo discursos que o nosso. Mas, houve um ponto tocado que, particularmente, me chamou a atenção. Não só a minha como a de meu noivo e de algumas pessoas próximas que pudemos ouvir as contestações ditas entre dentes, rs. O casal levantou a questão de que, após assumir a vida de casado, deve-se, o casal, se "desligar" da vida de solteiro e passar a fazer programas e andar com casais. Somente! Eu não concordo com o radicalismo!
Sim, a partir do momento que você está com alguém, seja sob qual circunstância for, tem que haver uma mudança de postura sim. Até porque, é uma escolha de livre arbítrio estar com alguém. Se eu já encontrei quem eu quero, sim, não tenho a mínima necessidade de sair para fazer programas de solteiras "à caça". nem tão pouco, gostaria que meu digníssimo fizesse. Mas, daí a achar que áo namorar, noivar, casar a vida acabou e agora é só vida à dois e à sós, NUNCA!
Eu prezo muito as minhas amizades. E, não acho que tenha nada demais me encontrar num fim de tarde com amigas num barzinho, para ir ao cinema, passear no shopping, coisas de meninas. Assim, como não vejo nada demais nos meninos jogarem seu futebol, vídeo game, beberem seu chopinho e afins. Tem que existir confiança e respeito mútuo. Se isso existir, não vejo mal algum nas duas parte manterem suas liberdades. Mas, que fique claro que sejam liberdades saudáveis, rs. O que me incomodou foi justamente o fato do casal ter dito, das meninas no salão de beleza e dos meninos com seu futebol e churrasquinho fds.
Ou, eu sou muito moderna, ou sou muito tapada porque justamente nisso, não vejo problema algum. É mais fácil você arrumar problema numa night acompanhado do que fazendo certos tipos de programas com família e amigos. Acho saudável, sabe? Depois, cada um ainda tem assunto para debater e comentar... E fora que, as mulheres necessitam de um momento só delas. Homens também! Ande há uma troca com seus amigos sobre algumas questões particulares. Imagina, nós mulheres falando de unha, TPM, roupa, a Saga Crepúsculo o tempo todo nos ouvidos dos meninos? Nada contra! Se tivermos que falar, vamos falar. Mas, não é a mesma coisa que na intimidade de homens e mulheres. A gente se sente mais a vontade! E imaginem se nós, fôssemos obrigadas a participar de assuntos de futebol, carro, chope, profissão...
Depois, achei essa colocação de uma profunda hipocrisia. Típica de pensamento de gente fanática! Não tô nem dizendo pela religião não. Porque ela mesma, até agora, não disse uma só linha que o comportamento com o mundo tem que ser abdicado para o casamento. Quantas vezes homens e mulheres, acompanhados de suas cias ficam cobiçando os alheios? Estar junto é garantia de que? Existem sim os cabeças fracas, mas sinceramente, não creio que ninguém convença outra pessoa a fazer algo se ela não quiser fazer. Então, não são os amigos que vão induzir a traição, o flerte, a paquera ou sei lá mais o que. nem o chopinho que eles bebem. Nem as roupas que ela usa, e nem o sorriso desprovido de culpa e poda que dá ao lado das amigas. Cada um é muito certo de si e de suas atitudes. Então, quando quer fazer, faz! Existe sim, amigo da onça, amigo fura olho, amigo fdp, amigo que é o cú, mas a pessoa tem que ter personalidade e certeza do que quer.
Não me agradou esse papinho de que ter tempo com amigos é coisa do passado, depois do casamento. Pra mim não´é, nunca foi e nunca será. os maridos, namôs e afins já estão ciente de que ao menos 1 vez por mês, 1 dia do fds é nosso, das meninas. Depois do nosso programa, voltamos felizes e contentes para casa, para os braços, para acama e para a vida deles, novamente. Eles, já nem ligam mais. Todos se conhecem, se entrosam bem e compartilham da mesma opinião de que não veem nada de ruim nisso. Aliás, eu acho que eles poderiam fazer o mesmo, no mesmo dia em que a gente fizer, rs. Ou que saiam para seu futebol com amigos, ver o jogo na esquina, bater uma peladinha na praia. Gente, que mal tem nisso??? Claro, seria ruim se fosse só isso. Se houvesse uma preferência sempre em optar pelos amigos ao marido, esposa. Tem que ter bom senso. Tem que saber conciliar, coisa que muita gente não sabe fazer. Tempo pra elas, tempo pra ele. E tempo pra sair todo mundo junto porque nossa bagunça é imbatível.
E, espero sinceramente, que esse casal aprenda da maneira menos dolorosa possível que tolir a liberdade do outro não é garantia de amor eterno e casamento perfeito. E também não é a solução para livrar o casamento das armadilhas da vida. Respeito, confiança e cumplicidade sim. E que ouçam mais, com ouvidos mais abertos e apurados as lições de vida que o curso está nos passando. Você pode magoar e perder uma pessoas muito mais facilmente no dia-a-dia, dentro de casa, à 4 paredes do que dividindo-a com o mundo...
#pensenisso!
PS: Aprendi a lição? Tô aprovada pra casar? rs...