22 de março de 2013

Estar certo custe o que custar... a que preço?


Sempre que uma polêmica é lançada ao ar, pipocam as discussões nas mídias sociais. Basta uma postagem com a opinião da pessoa (e é claro que ela vai se posicionar contra, a favor ou isenta) para ser bombardeada com milhões de comentários diversos, sob os mais diferentes ângulos e pontos de vista. Às vezes, a pessoa que postou mal tem tempo de se justificar e explicar melhor o que ela quis dizer ou não se explicar já que a página é dela e ela pode colocar o que quiser, e já é julgada como um todo apenas por um parâmetro exposto. 

Vou pegar um tema atual para exemplificar o que eu quero dizer: a desocupação do Museu do Índio entorno do Maracanã. Indígenas e representantes do governo não chegaram a um acordo sobre para onde seriam levados os índios que lá viviam e então, a lei deu um prazo para a desocupação do local. Terminou esse prazo e os índios, sem ter para onde ir - já que recusaram todas as formas de acordo e de entendimento - começaram a fazer uma manifestação no local. Só que a coisa ganhou proporções maiores que o esperado, já estava acontecendo confronto com a polícia, a coisa virou uma grande baderna e o que era para ser pacífico, democrático e social virou um caos. Aí, como todo tema quente, a partir de uma postagem começaram vários comentários se era certo os índios agirem assim, se era errado agirem assim. E começou esse cabo de guerra que cada vez ganhava novos ares com outras questões vindo à tona das discussões. A parada enredou para os desmandos de Eike Batista, cambaleou para os interesses do governo, voltou para as autoridades que não tinha o direito de fazer isso, voltou para a ideia central de que os índios têm direitos a serem respeitados e estão sendo destratados e ficou nessa de direitos, direitos e mais direitos... direito de que, afinal?

Todo mundo tem direitos, pra início de conversa. E também tem deveres! Que muita gente esquece dessa parte da moeda. Mas enfim... Se a pessoa tem direitos e deveres é porque vive dentro de uma sociedade com leis que garantem o cumprimento disso, mesmo que deturpadamente. Então, se eles se disponibilizaram a viver nessa sociedade com características, costumes e normas diferentes das deles, terão que se adaptar. Não é deixar de ser o que são e se enquadrar em padrões. Mas aderir à determinadas formas de conduta! Ponto 1, encerrado. Ponto 2: a maneira como escolheram para reivindicar seus direitos perante ao local dominado por eles à anos não foi a mais adequada. Sou a favor de protestos e manifestações. Ficar insatisfeito calado não adianta nada. Tiveram opções de relocamento, tiveram a chance de negociação pacífica, tiveram a chance de uma reivindicação de melhorias até mesmo para eles. Mas, com essa atitude, colocaram tudo a perder. A questão não é contestar e nem se a contestação é certa. É a maneira como se contesta e pelas coisas que se contesta. Ponto 3: tudo bem que eles tenham apego pelo local e que tenha algum significado maior para eles dentro da cultura deles. Mas o local estava abandonado. Não era mais visitado. Não era sequer lembrado. Mas, bastou dizer que ia ao chão para aparecer um monte de gente, fora os índios, sendo contra isso. Isso eu já não concordo. Por que quando ele estava lá mal sendo notado a sua existência pela sociedade como um todo não foram às ruas berrar por reformas, cuidados, infraestrutura, melhorias até nas condições de vidas dos moradores de lá? Isso só foi conveniente de ser feito quando a coisa foi acertada. 

Bom, tal ponto da tal calorosa discussão nos comentários no famoso Facebook, chegou uma hora que alguns contestavam que os índios queriam aparecer. Outros apoiavam dizendo que "nós" chegamos aqui expulsando-os de suas terras, à força, violentando-os e denegrindo-os. Não posso deixar de concordar com isso. Bom, mas ai, veio uma terceira pessoa falando que os índios não tinham educação, que são selvagens, que deveriam morar nas matas que estão sobrando (nem tanto assim) no Brasil e lá formar sua aldeia com suas normas e leis de acordo com suas convicções e cultura. Discordo da parte que índio não tem educação. Sim, tem! Cada povo tem educação ao seu modo de acordo com a sua cultural. O problema não é educação, definitivamente! E nisso, já começou o ataque pessoal a opiniões pessoal e o tema quase que se perdeu. Um ou outro dava uma opinião sensata, mas aquela altura, todos estava interessados em defender seus pontos de vista e a discussão do que foi proposto inicialmente, que era se a atitude dos índios em fazerem essa balburdia estava certa ou não. E o porque de toda essa confusão. Em algum momento da conversa calorosa foi levantada a questão de que, dentro da nossa sociedade, algumas leis e normas são arbitrárias e mesmo assim, mesmo nos opondo, mesmo insatisfeitos, mesmo não tolerando somos obrigados a nos dobrar. Isso foi dito por mim. Usei o caso das obras mil espalhadas pela cidade para as TRANS da vida. Casas, terrenos, empreendimentos foram ao chão assim como as histórias e lembranças de seus donos. Muros, tijolos e cimentos ao chão junto com a tristeza de muitos moradores ou donos de negócios. Muitos tentaram ao máximo que puderam não deixar que seus bens fossem destruídos. Mas de nada adiantou. Foram enredados por uma explicação de que a construção dessas vias traria melhorias para todo mundo. Então, aquela máxima de "um mal menos para um bem maior" levou, literalmente a melhor. Também receberam uma indenização "generosa" como "desculpas" pelo ocorrido. Então, uma vez feito isso, estava sacramentado. Concordando ou não, não houve outra saída a não ser ceder. E por que agora, no caso dos índios seria diferente? O sentimento é o mesmo. De perda de suas posses!

Aí, nesse ponto, alguns saíram da discussão, e os poucos que continuavam batiam na tecla da diferença cultural, da sua cadeia de respeito e prioridade dentro da sociedade, de que era sem propósito aquele circo armado e tal... Eu fiquei quieta por um tempo porque a coisa estava ficando feia. Depois inconformada com o que estava sendo dito, resolvi me pronunciar. Meu ponto de partida até agora estava sendo que a maneira como eles estavam fazendo a coisa era errada e não a coisa em si que era um erro. E que, o lugar estava entregue as baratas e que então, só depois de anunciada sua demolição é que resolveram reivindicar sua permanência. E que nem usado como Museu era mais. Mas, diante de tanta baboseira que começou a sair nos comentários e para onde a coisa degringolou e a partir de comentário meu também, me senti no obrigação de tentar apaziguar a coisa me explicando melhor. Bom, meu comentário final foi isso:


"Acho que a questão proposta não é o valor moral dos direitos de índios, escravos e afins na nossa sociedade. Isso é indiscutível que foi mais do que injusto a diminuição da importância deles para a nossa historia. A questão consiste em eles fazerem essa manifestação que dizem ser de cunho cultural, justamente quando um lugar abandonado é dito que vai ao chão. Eles, assim como outras pessoas que em outras situações foram obrigadas a abrir mão de parte (ou todo) do seu lar, tiveram opções de relocamento, tiveram a chance de negociação pacífica, tiveram a chance de uma reivindicação de melhorias até mesmo para eles. Mas, com essa atitude, colocaram tudo a perder. E outras pessoas que se sentem inconformadas com leis arbitrárias? Fazem a mesma coisa? A questão ñ é contestar e nem se a contestação é certa. É a maneira como se contesta e pelas coisas que se contesta. Bom, pelo menos esse é o meu ponto de vista, rs. Índios tem educação sim. cada povo tem educação ao seu modo de acordo com a sua cultural. O problema ñ é educação, definitivamente!. Mas esse é o ponto: manifestações sadias. Acho que de certo modo, ali eles já estavam esquecidos mesmo! Mas a força do povo é sua voz e temos sempre que cobrar o que nos é "prometido". Tb ñ concordo com os que se calam, inconformados. Mas tem que saber "falar" também! Já dizia uma antiga professora de português minha: "rebelde sem 'calsa' não ganha a 'causa'", rs. Acho que é bem por isso aí..."


Bom, enfim... fica aqui o link para quer tiver curiosidade em ver como tudo começou e os pensamentos diversos sobre um tema polêmico, sério, que deve ser tratado com respeito, nem engrandecer e nem minimizar. E a moral da história de que às vezes, ou muitas vezes, estar certo é mais importante que chega a deixar para trás o real motivo da discussão e das divergências de opinião. Nem sempre se estar certo é a certeza de fazer a coisa certa. Mas é necessário bom senso e acima de tudo cabeça aberta para lidar com questões diferentes das nossas. Temos que tentar obter a compreensão de uma situação para depois opinar. E não é proibido ter várias opiniões ou concordar com as duas partes. Na maioria das vezes, nenhuma verdade é absoluta e nenhuma certeza é 100%, mas é segredo, poucos entendem isso, rs.


https://www.facebook.com/rodrigo.mandarini/posts/323407651096256?comment_id=1528340&notif_t=share_reply


E lembre-se: 

"rebelde sem 'calsa' não ganha a 'causa".







21 de março de 2013

Nada mais certo!


Diante de tantos acontecimentos que nos invadem inesperadamente, li ontem esse textinho que muito me tocou. É simples, bem objetivo e verdadeiro. Só que infelizmente  muitos de nós só nos damos conta das coisas quando elas já são tarde demais! Então, com carinho, deixo essa linda msg pra vcs e espero que de alguma maneira ela possa ajudar ou servir de algum modo como inspiração em alguma situação na vida.



Compreensão da vida:


Um dia você descobre que tudo que você acha ou achava que era importante, na verdade, nunca foi.
Um dia você percebe que por mais inteligência que você possua, não serve de nada para algumas situações e que você ainda não sabe nada, foi uma mera ilusão da vida para te ensinar a caminhar.
Um dia você aprende que tudo na vida acontece por vontade de Deus e que você nunca vai poder fazer nada para modificar essa vontade.
Um dia você acorda e não vê mais o sol, o céu, as nuvens da mesma maneira, mas com um brilho mais intenso.
Um dia você descobre que, não importa quanto tempo ou quilômetros você tenha percorrido, não é o suficiente.
Um dia você percebe que aquela pessoa que achava que menos se importava com você foi a que mais te ajudou a levantar nos momentos de queda.
Um dia você presencia aquela pessoa que dizia ser sue amigo, te virar as costas, então você compreende que você não significava nada e talvez nunca signifique.
Um dia os seus olhos, os seus ouvidos e a sua boca passam a compreender de forma significativa a verdade sobre a vida.
Um dia você pode dormir planejando grandes projetos e acordar sem realizá-los.
Um dia você aprende que não se pode pular os obstáculos que a vida coloca em seu caminho, mas descobre que pode superá-los.
Um dia a lágrima mais inesperada surge e a lágrima mais esperada não.
Um dia você percebe que ninguém é igual a ninguém e que você não possui o poder de mudar as pessoas.
Um dia seu olhar pode se deparar com alguém que você jamais esperava e esse alguém pode ser seu destino.
Um dia você passa a encarar as derrotas com a cabeça erguida e os olhos adiante, compreendendo que é daí que surgem as forças para continuar seguindo em frente.
Um dia você descobre que sempre foi capaz de fazer certas coisas, bastava apenas vontade e ousadia.
Um dia as palavras que te afetavam no passado não representam nada no presente e não representará nada no futuro.
Um dia aquilo que você deixou passar despercebido ou por falta de determinação, pode voltar de novo para você. Basta você querer.
Um dia a luz que você achava importante e fundamental na sua existência se apaga, e então você descobre que não era a luz que te guiava, mas as escolhas que você fazia.
Um dia a vida termina....E você percebe que ainda havia mais a se fazer no mundo....


Deborah Garcia








20 de março de 2013

Outono d'alma



"Repara que o outono é mais a estação da alma do que da natureza"
Nietzsche




Engraçado, é bem assim mesmo que me sinto nessa estação: bem introspectiva. Como se o clima intimasse para isso. E não digo clima no sentido da estação e sim no sentimento que paira no ar... 

18 de março de 2013

"Vê se aprende a me ouvir... só um tico, pra variar"




E é bem isso mesmo, viu? Ô desgraça! 

Você finge que não se importa, que não liga, finge que não é bem assim, que não é tão grave, que é óbvio que tem uma explicação, finge, finge, finge... E nessa de fingir que sua intuição está enganada você se mete nas maiores roubadas, que se tivesse escutado aquela vozinha lá no fundo que é bem igual a de mãe quando avisa "cuidado", não tinha dado com os burros n'água. É bem aquela máxima mesmo: a gente sempre sabe a verdade. Mas prefere se enganar! 

Em relacionamentos, você idealiza uma pessoa que muitas vezes só existe na sua imaginação e não passa apenas da sua vontade de acreditar que seja verdade tudo que ela fala e faz. Nas amizades, sempre encontramos desculpas e explicações esdrúxulas para o injustificável. No trabalho, a gente e fuça de "quando chegar a hora" e fica esperando deitado a tal da promoção, do reconhecimento, da valorização e no fim das constas vem o salário mínimo e olhe lá. Em família, a gente sempre acha que inevitavelmente, temos que aguentar, você vê que aquilo não vai dar em boa coisa, sabe que aquela figura ñ é flor que se cheire, mas releva, afinal "sangue do seu sangue". E por aí vai a lista infindável de desculpas esfarrapada que criamos para nós mesmos. E aonde isso nos leva? Te digo, com toda propriedade: para a PQP da frustração! 

Ai, como se já não bastasse frustrados, ainda nos chibatamos por termos sido idiotas! Custava dar ouvidos a nossa intuição, 6° sentido, seja lá que nome tiver? Com certeza iremos nos culpar, nos consumir de tantos nos detestar e jurar imperdoável esse erro que nunca mais se repetirá. E fatalmente, vai se repetir. Gostamos de sofrer? Não! Somos humanos! E isso inclui sermos falhos. Sermos frágeis. Sermos suscetíveis e sermos enganados por de boa índole acreditar de boa fé. Mesmo que estejamos sendo enganados por nós mesmos.  Nós somos suficientemente competente para nos derrubar, nos auto boicotar. Depois nos debulhamos num mar de lágrimas, clamando piedade ou xingamos todos os palavrões existentes na face da terra. Como se isso, àquela altura do campeonato, fosse adiantar alguma coisa! 

Somos carentes de natureza e bons de nascença. O mundo e suas deturpações é que nos fazem criar o lado negro. Mas, por alguma razão, ainda desconhecida por mim, em meio a tanto caos, baixamos a guarda e desejamos acreditar que é possível algo ou alguém muito bom e que não nos vá machucar. Nem enganar, nem se aproveitar. Queremos acreditar a todo custo que aquela é a pessoa, a chance, o momento, enfim, o que quer que a gente esteja precisando que seja. Mas não é. E a gente sabe que não é. Isso que é ilógico e incompreensível por mim. Mesmo com olhos, ouvidos e bocas serrados para a verdade, em algum momento somos inclinados a nos questionar que a coisa não é bem assim. Algo detona o gatilho do desconfiômetro e gente levanta as orelhas em sinal de alerta. Mas também não sei, porque cargas d'água  a gente não dá crédito para isso. Ahhhhhhh... tantos lamentos teriam sido evitados, assim como corações partidos! E o pior, é que a gente não aprende! Tá bom, tá certo, não vou generalizar. Alguns aprendem sim. Mas outros, não aprendem não. Aprendem momentaneamente. Passado pouco tempo, repete a mesma coisa. E cai na asneira de acreditar no que lhe é contado e ignora completamente a sua voz interior, os fatos e tudo que está gritando na sua cara. 

E sinceramente, eu não sei até que ponto é ingenuidade, burrice, ou turra mesmo. Seja lá qual for, nenhuma delas dá em nada quando a gente se depara com a verdade que estava lá o tempo todo. Todo mundo viu, só a gente que não. E ainda por cima nos sentimos enganados depois. Nos fazemos vítimas da situação que nós próprios criamos, rs. Essa é boa! Tudo bem, a gente não inventa sozinho. Temos a total conivência de outro ser para nos ajudar a acreditar num fantástico mundo, mas ninguém finge e mente o tempo todo. Uma hora a máscara cai e é nessa hora que a gente podia "meter o pé" como se diz. Mas não, a gente prefere achar desculpas. tapar o sol com a peneira, na verdade né? Porque aquela caraminhola nunca mais vai sair da cabeça depois que somos despertados para ver, ouvir, entender o que não queremos. 

E vamos combinar também que tem horas que a coisa é de fato tão perfeita que nem dá pra desconfiar. Somos enredados, literalmente. Vamos de bom grado, sem contestar. E é aí, que mora o perigo. Pois quando nos sentimos em território firme, levamos uma rasteira do destino. Caímos de bunda no chão com aquela cara de cú querendo questionar o porquê! Por favor... vamos ao menos ter o mínimo de decência e aceitar que se estamos jogados no chão foi porque nos lançamos ao alto imaginando uma rede embaixo. E depois disso "mermão" é que nem naquela verso daquela música "levanta, sacode a poeira, dá a volta por cima". E feito isso, aos trancos e barrancos, tchum, eis que caímos na mesma armadilha novamente. Pode não ser tão logo, pode não demorar muito. Fato é que quem vê cara não vê coração. E acreditamos ser todos inocentes até que se prove o contrário. E de nada adianta a idade, a maturidade a experiência e a ladainha inventada por nós de segurança, autoestima e esperteza. Nessa hora nada conta. Ficamos cegos, surdos e mudos de uma tal maneira que chega a ser irritante. Podemos ser esbofeteados que seremos incapazes de reagir. E a gente quebra a cara, o coração, a cabeça e se remói pra dali a pouco, passar por isso novamente.

Eita vidinha miserável essa hein? Vou te contar. Em vez de ter só gente do bem... nos empurra um monte de Carminha, Lívia, Wanda e Russo, tudo junto e misturado. 

#misericórdia

17 de março de 2013

Só um pouquinho...






De vez em quando, cairia super bem...



15 de março de 2013

E nesse vem e vai...


 
 
 
"Pessoas vão embora de todas as formas: 
vão embora da nossa vida, do nosso coração, do nosso abraço, 
da nossa amizade, da nossa admiração, do nosso país. 
E, muitas a quem dedicamos um profundo amor, morrem. 
E continuam imortais dentro da gente. 
A vida segue: doendo, rasgando, enchendo de saudade... 
Depois nos dá aceitação, ameniza a falta trazendo apenas a lembrança que não machuca mais: 
uma frase engraçada, uma filosofia de vida, um jeito tão característico, aquela peculiaridade da pessoa. 
Mas pessoas vão embora. As coisas acabam. 
Relações se esvaem, paixonites escorrem pelo ralo, os adeus começam a fazer sentido. 
E se a gente sente com estas idas e também vindas, é porque estamos vivos. 
Cuidemos deste agora. 
Muitos já se foram para nos ensinar que a vida é só um bocado de momento
 que pode durar cem anos ou cinco minutos. 
E não importa quanto tempo você teve para amar alguém, 
mas o amor que você investiu durante aquele tempo. 
Segundos podem ser eternidades... ou não. 
Depende da ocasião."

[Marla de Queiroz]



Posto esse texto hoje porque de fato venho pensando muito nisso. Sim, é inevitável. Todos nós sofremos perdas. Sejam aquelas de morte, sejam aquelas onde simplesmente coisas e pessoas se perdem sozinhas, vão embora, nos deixam, passam. E passa muita coisa pela vida: pessoas, lugares, momentos. E fica uma grande saudade. Do que foi vivido e do que poderia ter sido vivido! E fica ainda a certeza de que as coisas acontecem independente da nossa vontade e que por isso, os minutos são preciosos. A cia das pessoas são uma dádiva. Os momentos devem ser aproveitados ao máximo. Nunca sabemos se eles poderão se repetir. Estamos sempre nos despedindo de alguma forma. Só não nos damos conta disso! Não podemos viver no passado, mas também não podemos viver querendo prever o futuro. Vivemos no agora e nesse agora temos de dar o nosso melhor. Ser uma pessoa melhor. Fazer alguma diferença. Nos doar! Nos perdoar! Nos permitir! Não teremos chance de fazer de novo. A vida não permite ensaios. Viver intensamente seria o aconselhável. Mas caso não dê, vivamos apenas pelo simples prazer de viver! Um dia de cada vez, uma passo depois do outro. Sem pressa. Saboreando, curtindo... E é isso que fica: a saudade, as lembranças, os dias vividos, os lugares visitados, algumas fotos e recordações. De resto, tudo se vai, menos o que está dentro de nós. E assim construímos, sem perceber nossas memórias, nossa passagem pela vida, nosso legado, nossas memórias póstumas posteriormente, nossa maior riqueza: nossos feitos!



Pessoas vêm e vão da nossa vida. Algumas anunciam a partida, outras dão sinais de que estão indo embora, mas há ainda aquelas que muitas vezes mal percebemos que se foram. E não são somente pessoas que passam. São também momentos, coisas que já não fazem parte da nossa existência, situações vividas que deixam saudade. Muitas vezes me pego pensando nesses momentos significativos que passaram e em outros que hoje vejo quão importantes foram para mim e no entanto só agora me dou conta da sua relevância. É. A vida é mesmo efêmera. Tudo passa, mas a lembrança fica. Lembrar é gostoso. Só não vale fica preso a lembranças. Enfim, a vida segue."



É isso aí... vivendo e aprendendo, caindo e levantando, seguindo em frente!










10 de março de 2013

Mais atual do que nunca




Essa semana acabou a novela das 18h da Globo, Lado a Lado. É uma novela de época, que se passa no ano de 1904, aonde após a abolição da escravatura, ex-escravos, negros tentam se inserir na sociedade dos brancos, no mercado de trabalho, buscando reconhecimento e igualdade social, aceitação para suas artes e crenças e uma liberdade que nunca fora obtida: a de viver livremente, longe das amarras do preconceito! Aí, me pergunto: realmente é novela de época? Sei não... Pra mim parece mais atual do que nunca!

O problema é que vivemos numa sociedade falsa moralista, aonde ditamos regras liberais, agimos como modernos, mas vivemos presos ao submundo do preconceito e do julgamento. Não vejo grandes mudanças de lá para cá. Muita coisa que era censurada, desmerecida e proibida continuam sendo vistos com rabo de olho como condenáveis. A única diferença é que se esconde atrás de falsos sorrisos. 

A capoeira, por exemplo: hoje temos orgulho de levantar a bandeira dessa arte que é um misto de luta e de dança, acompanhada por batuques e berimbaus. Hoje temos isso como parte de nossa cultura. Reconhece-se que é uma grande herança deixada para nos pelos escravos como forma de liberdade de expressão. Hoje, podemos ver rodas de capoeira pelas ruas do Brasil tal como casais dançando tango em Buenos Aires. Mesmo assim, há uma certa resistência em torná-la de fato um esporte e tratá-la de igual para igual como o golfe, o futebol, o tênis, a equitação... modalidades tradicionalmente dominada pelos brancos e ricos, assim como tantas outras introduzidas pelos nobres da sociedade. Essas cultuamos, mas outras que são originais, do nosso sangue, ainda não passam de pequenas manifestações vista e praticada por um seleto grupo que ñ tem voz ativa.

A religião é outro exemplo. O Candomblé e a Umbanda são tidas como religiões promiscuas, que cultuam o mal, são motivo de piadas infames, seguidores são perseguidos por intolerantes religiosos. Muitas centros praticantes dessa religião não são expostos por medo de represálias. E nós (sociedade) que nos dita tão compreensivos para aceitar as diferenças, condena-se quem não faz parte. Visto que, no nosso calendário, muitos dias santos são considerados feriados. Um deles foi colocado até como padroeiro da cidade. Mas e os demais santos de outras religiões? São menos e insignificantes? Fora que, em muitas escolas, passa-se batido pela parte da religião onde se insere na nossa cultura o Candomblé e a Umbanda. E conta-se a história do Catolicismo. Desde a chegada dos jesuítas aqui até a catequese dos indígenas. Mas e quanto as rezas e crenças nas senzalas, que fazem tão parte da nossa história quanto qualquer outra religião? Rituais satânicos são associados à essas religiões e denigrem a imagem dela perante a sociedade por anos. E mesmo tendo uma grande força de vários praticantes, ainda é tida como uma "ceita macabra" e quem não conhece o assunto trata com total desrespeito. Ainda espero ver igualmente à igrejas sejam de que religião for, centros umbandistas para práticas dessa religião e não mais em pequenos quintas nos fundos de casas, quase que em segredo. Ainda quero ver um seguidos dessa religião bater no peito com orgulho e não se esconder ou ocultar sua crença e sua fé por medo de ser condenado, de ser destratado, de ser humilhado!

As mulheres daquela época lutavam por uma libertação, lutavam para terem voz ativa quanto a política e as decisões na sociedade. Queriam deixar de serem bibelôs e meras acompanhantes em jantares e reuniões formais para fazerem parte com voz ativa, com seus pensamentos, com suas ações de um país aonde ela vivia e que sofreria as consequências do que fosse decidido. Queriam respeito, acima de tudo. Queriam ser vistas como cidadãs. Queria inclusão no mercado de trabalho. Queriam o direito a decidirem o futuro da nação. Queria ter direito a decidirem por elas mesmas seus próprios futuros. Muitos vão dizer: mas hoje às mulheres ocupam os mais altos cargos de chefia do pais. Assumiram profissões masculinas e realizam as tarefas igual ou melhor. Conseguiram direitos trabalhistas exclusivos para elas. Conseguiram votar. Conseguiram assumir uma tripla jornada de trabalho: ser profissional, esposa e mãe. Mas ainda há a diferença salarial. Ainda há quem se recuse a ser chefiado por uma mulher. Ainda há assédio moral e sexual contra mulher no ambiente de trabalho. Ainda há a violência contra a mulher que cresce a cada ano em vez de diminuir, visto que agora a mulher é parte da sociedade, que tem direitos, leis que a protegem, tem voz ativa, são alguém. Mas a independência pela qual tanto lutaram ainda não é completa e custa caro. Ninguém cobra de um homem que ele seja sempre excelente em tudo e não ão de questionar se falhar. Mas a mulher, "já que ela quis essa tal igualdade, tem que dar conta". Ainda tem muita gente que "atura" as conquistas femininas, que fingem que aceitaram as mudanças. 

Os negros são sempre marginalizados, sempre discriminados, sempre apontados. Negro e pobre só pode ser bandido. Esse conceito mudou? Não! Existem cargos importantes ocupados por negros que conseguiram, com dificuldades e tabus, chegar lá. Mas são poucos. Quantos negros e mulatos temos em nosso país? Quantos se sobressaíram? Quem nunca se referiu a um "negro" como "preto"? Quem nunca achou que seria assaltado por um negro mal vestido? Quem nunca olhou para um negro e não deu nada por ele. Confesso que eu já e não me orgulho disso, apesar de não me considerar preconceituosa e possuir pessoas mestiças e negras na minha família. Mas é a imagem que foi criada ao longo de anos, massificadas na cabeça das pessoas. Negro é pobre e marginal. O pacote completo. O normal é ser inocente até que se prove o contrário, mas nesse quesito, são sempre culpados até que se prove o contrário. É injusto! É injusto até pela grande contribuição que nos foi dada por eles, durante anos, nos campos, nas cozinhas, nas grandes construções da cidade. Toda e qualquer parte da nossa história tem mãos e pés negros por trás. Mas parece vergonhoso enaltecer essa parte. vexatório é a petulância de quem se acha soberano e melhor por conta de uma merda de uma cor. Quem vê cor não vê coração. De que adianta pela branca, cabelos loiros e olhos claros, se a alma e o coração são pretos? E os maiores bandidos mesmo, vestem paleto e gravata, tem as melhores instruções, a melhor educação, a melhor casa o melhor carro, dinheiro pra dar e vender. São eles que se sentam nas cadeiras lá no Planalto, aonde nós os colocamos lá, esperando que sejam melhores e que façam por nós escolhas melhores para dias melhores. É uma maracutaia sem fim, mas essa nós aceitamos, porque afinal de contas, mesmo com tudo que se possa condenar, eles não possuem um passado de miséria, de medo, de vergonha para pesar.

O preconceito não foi extinto. Ele apenas foi camuflado. Está mais presente do que se pensa. Em cada esquina, em casa emprego, em cada casa, no íntimo de cada um. Preconceito de raça, de credo, de sexo. É uma falsa liberdade! É uma falsa aceitação. É um sorriso falso e um tapinha falso nas costas de quem, pelas costas apunhala com pensamentos e palavras grosseiras e diminutivas, com brincadeiras sem nenhum senso de humor. E porque a conquista dos negros é tido como milagre? "O primeiro homem negro"... "a primeira mulher negra" passou a ser condição para o sucesso. Pra que cota para negros nas universidades? Isso é racismo! Entra quem tem competência! Por que vagão especial para as mulheres? Isso é preconceito. tem que ter respeito! Nós aumentamos essa realidade. Ajudamos a endossar uma situação que ano após ano continua no erro. E cada dia que não lutarmos para mudar uma injustiça, uma palavra indevida, um pensamento errôneo, negros vão continuar a se esconder que dá no mesmo que entrar pela porta dos fundos. Sonho com o dia que os negros, não apenas alguns, mas todos, batam no peito com orgulho, da sua raça, da sua história, da sua crença. Que as mulheres não sejam menosprezadas. Que haja liberdade! Que os nossos morros possam contar histórias em vez de tragédias. Que as belas paisagens vistas de lá possam ser lugares onde todos os pés possam caminhar. Que as vozes do morro, do samba, do axé tenham força e que emanem aos 4 ventos que morro não é só violência, não é só erro, não é só pessoas, roupas, hábitos, fala e moradia. São rostos, são gente, são vida!

E as suas cenas que mais me comoveram foi, dois adultos, já de cabelos grisalhos, pedirem para estudar, na única escola que existe no morro. Mostrando que nunca se é tarde para mudar, para ter uma nova chance, para tentar melhorar. Afinal de contas, educação é para todos e quem tem estudo, conhecimento, tem o mundo em suas mãos. E a outra foi das atrizes principais Laura e Isabel, branca e negra, rica e pobre, da sociedade e do morro, vivendo em harmonia lado a lado, tentando juntas reescrever uma história de tolerância, respeito, dignidade, liberdade e paz.

Sou branca de cor mas negra de alma! Sou da capoeira, da umbanda, do morro e do samba. Sou gente que sonha em um dia ver a vida da gente ser classificada por valores, ética, condutas e moral e não pela cor, pelo sexo, pelo credo. Caminho lado a lado com a esperança de que a "liberdade abra as asas sobre nós e que a voz da igualdade seja sempre a nossa voz!"




6 de março de 2013

Inacreditável!





Eu fico pasma com a capacidade que o povo tem de super elevar uma notícia que em nada nos acrescenta para não dar importância ao que de fato nos prejudica. Chove na mídia há uma semana matéria sobre o julgamento de Bruno e junto aquela famosa lenga lenga, do disse me disse, do certo e do errado, a história toda recontada que todos já sabemos de trás pra frente. Não tô desmerecendo a morte da Eliza, longe de mim. Mas quantas pessoas já morreram, e as mortes foram iguais ou piores e apenas uma nota, uma matéria e nunca mais se falou nisso? MILHARES! Vejo isso todos os dias.

De ontem pra hoje, um massacre sobre a morte do ditador Hugo Chávez. Morte essa que já era previsível, devido a sua doença. Nos afeta indiretamente por conta dos acordos políticos e de toda a diplomacia que nos cerca. As relações econômicas, políticas e sociais interpessoais entre os dois países fica abalada e abre-se um caminho escuro e instável. Ok, eu concordo! Mas, daí a fazer todos os telejornais de todas as emissoras noticiarem isso o tempo todo? Como se lá fora dessem esse tanto de crédito que damos para eles aqui.

Tudo bem, vamos em frente.

E como se não bastasse, mais notícias estendida na mídia. O cantor Chorão, vocalista do Charlie Brown Jr. foi encontrado morto em casa. A causa da morte ainda não foi comprovada , mas especula-se que tenha sido de overdose. #pelamordedeus. E isso vira um caos. A mídia ñ fala em outra coisa, e as redes sociais bombam com mensagens de todos os lados de lamento por sua morte. Na moral... não vou atacar quem curte, gosta e é fã dele e de sua banda. Até aqueles que simpatizavam com suas músicas, como eu. Mas daí a fazer disso uma comoção nacional como se ele fosse "o cantor"? Tem gente no facebook compartilhando post e na mínima se conhece uma música deles é muito. De preferência a de abertura de malhação! As músicas eram legais, tinham boas letras e uma harmonia alto astral. Mas ele era um lixo de pessoa. Bom, até aí tudo bem, tem outros seres que são mais lixo e ainda continuam vivos tratados como se fossem jóias... o mal consiste em dar valor a pessoa depois que ela morre. Aí, vira um Deus, ninguém mais tem defeito. Eu estava escrevendo isso ontem, até parece mentira. E hoje comprovei, mais uma vez, que é a mais pura verdade. E como se não bastasse isso, parece que morrer super eleva a pessoa, independente de quem seja.

Agora, as pessoas mortas pelas constantes enchentes no Rio por conta das fortes chuvas não são mais que uma ou duas notícias. O caos que fica o trânsito. Transportes precários e sem condições de uso. Crise na saúde. Péssimas condições de educação. Segurança zero. Obras de infraestrutura para nada.  Superlotação em tudo quanto é unidade pública: hospital, escola, presídio. Isso ninguém aguenta mais ouvir. Se é manchete o dia todo é uma reclamação sem fim. Mas noticias a morte de um cantor, de um presidente que não é o nosso, e esse enrolado do caso do Bruno pode! Isso não vai influenciar as nossas vidas. Mas os desabamentos e deslizamentos vão. As vítimas das enchentes na serra que continuam sem casa. Os moradores de comunidades que não têm condições de vida. Falta de remédios e médicos nos hospitais. Falta de professores nas escolas. A greve de ônibus que parou a cidade. O aumento das passagens de barcas, trens e metrô sem ter porque. As infinitas obras na cidade para nada, porque continua caindo um pingo d'água e alaga tudo. Vamos atentar para os padres que abusam de fiéis, a violência contra a mulher, estupros, assassinatos e sequestros. Crueldade contra animais. Negligência contra idosos e crianças. Fraudes, corrupção e maracutaias sem fim. Isso sim é lastimável de fato e vale manchetes e mais manchetes, compartilhamentos mil na internet e muita reclamação e bafafá pra ver se alguma coisa muda. Mas não, isso que nos é fundamental, a gente trata como banal. Não damos mais importância de tanto que acontece. É como se já fizesse parte. Parte do que cara pálida? Desse caos em que vivemos? Vamos morrer soterrados no lixo (a cada dia produzimos toneladas a mais de lixo), mas pior que isso é morrermos soterrados pela nossa própria ignorância. Falar de sustentabilidade é chato, mas ficar falando repetidamente coitadinho do Chorão que morreu de overdose não? Ahhhhhh, façam-me o favor! Amy, Michael, Chorão, Cássia, Elis, Whitney, Elvis, Raul... todos excelentes cantores com belíssimas músicas. Mas escolheram como morrer! Então, problema deles! Se tivessem sido assassinados... mas não, buscaram ter o estilo de vida que levasse a isso, mesmo que num momento de desespero, há muitas saídas, mas escolheram essa, então, paciência! E o povo aí lamentando uma escolha enquanto convivemos obrigados com uma realidade que não nos agrada, diariamente.

Sinceramente, dá vontade de desistir.

E a imprensa que já não é nem um pouco sensacionalista, quando não explora demais a dor e o sofrimento alheios como no caso do incêndio na boate Kiss, deixa de mão e nunca mais se toca no assunto. raros são os casos noticiados de homicídios e afins que foram investigados até o fim e que deu em alguma coisa. Tá difícil de achar um meio termo. E a população por si também não ajuda. Tá certo que muita gente quer se manter informada de todas as formas. Mas enquanto houver gente para se ter um jornalismo desse cunho, interesseiro, manipulador e grosseiro, nunca vamos ter qualidade. Porque a desculpa é sempre a mesma: o povo quer saber! Mas será que quer mesmo? Ou melhor, será que quer saber dessa forma? Acho que a justiça, mesmo que em forma de notícia deveria vir para todos e não para apenas alguns. Isso não é imparcialidade nem aqui e nem na China. Mas o que eu posso fazer apenas é não ajudar a endossar a lista dos fofoqueiros e curiosos de plantão que fazem questão de "urubuzar" o sofrimento alheio e estender assuntos que já deram. Bruno, Chávez e Chorão não são os primeiros e nem serão os últimos. Cada qual com seu problema, cada qual com a sua notícia. Mas, e os demais?

Fico na esperança de um dia, se fazer um jornalismo de qualidade que seja usado para beneficiar a todos e não somente a uma pequena parcela que deve ser interesse de alguém!





5 de março de 2013

Ânimo... mudar é preciso!




Algumas vezes as coisas vão bem. Muito bem, obrigada! Parece que depois de toda tempestade vem a tal bonança que todos falam. Os pontos altos depois dos baixos. Os dias ensolarados depois das noites sombrias. É ótimo a sensação de bem estar: com você, com o mundo. Mas, parece que ter essa sensação de calmaria por muito tempo enjoa. Me sinto como aquelas pessoas que quando perguntamos "como vai?", respondem "vai tudo bem, mas...". É exatamente isso! É esse "mas" que nos falta e na maioria das vezes nem sabemos explicar exatamente o que ele é. É injusto até. Lutamos muito para estarmos assim, serenos, tranquilos, satisfeitos, realizados. E ao mesmo tempo em que atingimos o estágio que tanto almejamos, nos sentimos incomodados. Somos muito controversos, não? 

Sinto que preciso me movimentar. Andar é preciso para não ser levado pela correnteza. A maré pode estar boa um dia e no outro, não mais. E preciso de motivação. Preciso de desafios. Preciso ser cutucada com vara curta mesmo. Preciso ser estimulada constantemente e dar mais, ser mais. Não podemos nos acostumar com o que já conquistamos e achar que já está bom. Não! Sempre podemos ter mais. Sinto que ainda tenho alguns sonhos e objetivos não realizados na gaveta e que vale a pena tentar colocar em prática. Outros não, ou eu desisti ou mudei o foco. A gente aprende na vida no que devemos insistir e o que devemos abrir mão. Mas ainda tem coisa que gostaria de realizar. Podem ser coisas bobas, pequenas e até mesmo insignificantes para terceiros. Mas para mim, fazem diferença. 

Mudei também, bastante. Algumas pessoas, próximas ou não podem até não notar essa diferença. Mas eu sinto e vejo, todos os dias quando me olho no espelho. Cresci, amadureci, ganhei novas neuras e outras preocupações. Novas prioridades, outros planos, novos erros e acertos. Tô mais paciente e tolerante com o que e quem de fato preciso. Tô mais segura dos meus passos, certos ou errados. Se caio, levanto logo. Não perco tempo no chão. Se não deu certo, não esmoreço, parto para outra, o plano B. Não perco mais tempo com o que não vale a pena, ou quem em nada vai me acrescentar. Só invisto naquilo que vejo prosperidade ou alguma razão. A fase do "deixa a vida me levar" passou. E ela de fato me levou. Para alguns caminhos certos e outros errados. Já quebrei a cara, já dei pra bater, eu mesma já bati nela. Agora é foco! Nem sempre foco é sinônimo de certeza. Mas ter direcionamento há uma certa altura é importante. Não dá pra fazer "unêdunêtê". Arriscar é bom, mas desde que hoje em dia seja com cautela e prudência. Há muito em jogo para se perder. Prefiro então inovar. Não será uma mudança radical. Aliás, nem sei se chegará a ser uma mudança propriamente. Prefiro dizer que será um ajuste de metas. Retomar alguns projetos antigos, adquirir novos, estar em constante movimentação. É essencial para mim. A mesmice, a pasmaceira me cansa. Mesmo que seja boa. E tem de fato sido. Me surpreendo de ter conseguido tanto, ter ido tão longe. Mas não dá pra se acomodar e acostumar com o que já tem e achar que já tá bom!

Então, me dei novas metas e novos prazos. Me desafiei em alguns quesitos e vou até o fim!

Antes de surpreender a qualquer pessoa, quero me surpreender com a minha própria capacidade de vencer. Seja no mínimo ou no máximo volume!






4 de março de 2013

Para Sempre




Domingo em casa é sinal de assistir filmes. Sou amante inveterada da 7ª arte. Gosto de vários gêneros, mas principalmente, de filmes que nos acrescentem, que nos mostre uma moral da história, que nos ponha a refletir. Não, não sou intelectual e não curto a penas filmes "cult". Vez ou outra adoro um besteirol, rir por rir, sabe? Mas no geral, gosto de assistir a filmes que no final você saia com aquela sensação de identificação.

Vou fazer um breve resumo da história:

Após um acidente de carro, Leo ( Channing Tatum) se vê com um grande problema. Sua mulher Page (Raquel McAdams), a pessoa que ele ama e pela qual é loucamente apaixonado perde parcialmente a memória após um traumatismo craniano. A parte que ele não se lembra é exatamente desde quando se conheceram até o dia do acidente. Desesperado por Page não fazer a mínima ideia de quem ele seja senão um completo estranho, Leo começa uma corrida contra o tempo na tentativa de fazê-la relembrar da história deles e de sua vida. Mas, não vai ser apenas contra o "esquecimento" que ele terá que lutar, mas contra a família, amigos e o ex-noivo que fizeram parte do passado dela e que vêem nessa amnésia a chance de fazê-la reescrever a história mudando todas as decisões tomadas até então. E para isso, Leo, pacientemente tenta recriar todos os momentos desde que se conheceram a fim de tentar que ela se lembre de algo. E nessa tentativa de fazê-la se lembrar, Leo faz com que Page acabe se apaixonando por ele uma segunda vez. De maneira diferente, é bem verdade, mas a pessoa que ele é consegue encantar a nova pessoa que ela é, que aos poucos, vai se redescobrindo como profissional, como pessoa. 

Isso, depois de me render algumas lágrimas me pôs a pensar. Quando tem que ser, definitivamente é! O lugar era outro, a situação era outra, as pessoas eram outras e ela própria era outra, mas o sentimento, por mais que não fosse mais o mesmo, estava lá. E bastou algumas saídas espontâneas e de forma leve para que despertasse o interesse novamente. Ou seja, quando é verdadeiro, quando se gosta, não morre, não se perde. Uma hora vem à tona. Igualmente com a vocação, que cada um tem a sua. No filme Page desistiu da faculdade de direito para seguir artes plásticas, sua real vocação. Na tentativa de reconstruir sua vida, tendo como última lembrança a faculdade de direito, ela investe novamente nisso, até seu amor pela arte berrar mais forte e ela, novamente, desistir da faculdade e trocá-la pela de artes. Então, mais uma vez: o que está escrito, está. O que é reservado para nós acaba acontecendo. Creio que somos predestinados a viver e a passar por determinadas coisas e que independente do caminho que se trilhe, nunca conseguiremos evitar que aconteça. Assim como Page, existem 1.000 maneiras da pessoa se descobrir ou se redescobrir. Mas a verdade, a essência sempre estará lá escondida em algum cantinho do coração e da memória esperando uma porta ser aberta. Não adianta nos empurrar ou tentar nos convencer a sermos quem não somos. Isso pode colar por um tempo, mas não funcionará para a vida toda.




E, voltando ao campo do relacionamento, em seu casamento "forjado" mas com um fundo de verdade, os dois fazem os votos matrimoniais mais lindos da história do cinema. Poucos me emocionaram e me carregaram de verdade que nem esse. Vou reproduzir aqui pra vocês:


"Eu me comprometo a ajudá-lo a amar a vida, a sempre abraçá-lo com ternura, e ter a paciência que o amor exige. Para falar quando palavras forem necessárias, e compartilhar o silêncio quando não forem. E viver no calor do seu coração, e sempre chamar de lar."

"Eu me comprometo a amá-la seriamente, em todas suas formas. Agora e para sempre. Prometo que nunca vou esquecer que esse é um amor para toda a vida. E sempre sabendo na parte mais profunda da minha alma, que não importa que desafios venham a nos separar, sempre encontraremos um caminho de volta para o outro".


Galera do lencinho, fiquem à vontade!

Também, foi dita uma outra frase que ficou na minha cabeça. E é verdade! Às vezes abrimos mão, desistirmos, julgamos, brigamos por um erro, um equívoco, um deslize. E esquecemos que apesar dele, por mais grave que seja, até imperdoável e inexplicável, a pessoa também fez algumas coisas certas. Do contrário, não estaríamos ao lado dele. Nem tudo é justificável e nem tudo é perdoável. Mas, não seria o caso de antes de apontarmos como desvio de conduta, falta de caráter e de valores, apesar de feridos e magoados, tentar ver o contexto todo? Muitas vezes já me vi a um passo de jogar a toalha por diversas vezes, com diversas pessoas. E, passado a raiva, o momento de confusão, vi tudo que aquela pessoa, por mais que tenha errado, fez de certo. E o apesar de, algumas vezes prevaleceu, tenho que confessar. Quando coloquei tudo na balança, pesou mais o lado bom que o lado ruim, mais as coisas certas que as erradas, mas as boas tentativas do que as tentativas frustradas. Nem sempre dá pra agir assim, Tem gente que temos que chutar mesmo porque não vale a pena. Mas temos que fazer uma avaliação para saber quem ou o que vale a pena dar uma segunda chance. Na verdade, acho que todos nós sabemos lá no fundo a resposta... e deixo aqui mais uma brilhante frase do filme: "escolhi ficar por todas as coisas certas que ele fez e não deixá-lo pela única coisa errada".

Esse filme foi baseado em fatos reais. E me deixou completamente sensibilizada e emocionada. E eu, que sou super fã do ator e dos filmes que ele faz, com certeza acrescentarei esse à listinha dos preferidos! Super recomendo... pra quem gosta do gênero, boa sessão!


"O fato é... Cada um de nós é a soma dos momentos que já tivemos.
 E de todas as pessoas que já conhecemos. E são esses momentos que se tornam nossa história."


Para Sempre