27 de maio de 2013

5 FRASES FEMININAS QUE IRRITAM OS HOMENS!


Aparentemente, as mulheres não são as únicas a se irritarem com as frases ditas pelo sexo oposto. Responda rápido: existe alguma frase tipicamente masculina que te deixa para lá de irritada com seu parceiro? Se você, como muitas mulheres, disse que sim, é porque sabe que determinadas manias do sexo oposto nunca poderão ser completamente entendidas por nós. Agora inverta a situação: você acha que alguma frase que você usa com frequência tem o poder de tirar seu companheiro do sério? Não? Então dê uma olhada nas frases femininas que mais irritam os homens, de acordo com nossos entrevistados.





1 – “Estou quase pronta, só falta a maquiagem”

Essa frase possui algumas variações, como “só falta escolher o sapato”, “só falta colocar os brincos” ou “só falta passar o vestido”. Rafael, 23 anos, assume ficar muito irritado quando sua namorada usa uma delas, porque sabe que, na verdade, ela não está quase pronta, está apenas começando a se arrumar. Ele também afirma que seria menos irritante se ela simplesmente admitisse que está atrasada, ao invés de dar “falsos relatórios”.

2 – “Precisamos conversar, não acha?”

Acredite, ele não acha. Discutir a relação é um hábito, em geral, defendido pelas mulheres e odiado pelos homens. Para nós, é importante falar sobre um problema ou desentendimento e resolver as coisas de uma vez por todas mas, para eles, essa pergunta desencadeia uma longa conversa desnecessária, que poderia ser substituída por um porre juntos ou por uma noite de amor, para fazer as pazes. É o que afirma Matheus, de 25 anos.

3 – “Nada”

Quase toda mulher já usou essa. Trata-se de uma saída (mentirosa) pela tangente, para não ter que admitir que algo está terrivelmente errado. Seu parceiro te pergunta: “o que aconteceu?” – e você, sem pensar duas vezes, responde: “nada”. Pronto. Não é necessário nada mais para que ele saia do sério. Isso porque você responde imaginando que o motivo que te deixou magoada ou nervosa é tão óbvio que ele deveria, obrigatoriamente, saber o que é. Mas, na maioria das vezes, ele está perguntando porque, realmente, não sabe o que houve, diz Afonso, 20 anos.

4 – “Você não acha que eu estou gorda?”

Meninas, parem de torturar seus parceiros. Quando uma mulher faz essa pergunta, muitas vezes ela quer apenas ouvir um elogio. Acontece que homens são práticos – e sinceros -, e há uma grande chance de que o rapaz te responda o que realmente pensa a respeito do seu peso. Portanto, se você não está disposta a encarar a opinião do seu amado sobre aquela barriguinha que tanto te irrita, não faça essa pergunta, apela Rafael.

5 – “Faça o que você quiser”

Outro método de tortura amplamente utilizado por nós, essa afirmação quase generosa na verdade esconde perigos incalculáveis para os homens. Eles sabem, ao ouvir isso, que não devem fazer o que querem, de fato, ou sua integridade poderá estar seriamente comprometida. Essa pressão psicológica já está manjada e poderia ser saudavelmente evitada, caso você se dispusesse a realmente dividir com seu parceiro sua opinião sobre as atitudes dele. “Explique o que te incomoda e o porquê”, diz Matheus, “ao invés de simplesmente jogar sobre nós a responsabilidade sobre algo que, fatalmente, vai te magoar”.




Confesso que uso sempre as alternativas 1, 3 e 5, variando nas situações e nas intenções. rs. Mas tenho certeza que tem muito mais coisas que devem irritar meu amado quando eu falo rs.  

24 de maio de 2013

A religião está dentro de nós!


Sou católica de batismo. Até atingir uma certa idade e optar por escolhas próprias era somente essa religião que eu conhecia, porque foi essa que me foi apresentada. Sempre soube das demais existentes, mas nunca tive muita vontade de conhecer. Nem a minha mesma. Eu nunca fui daquelas praticantes. Acho até que, por ter sido batizada no catolicismo, era muito mais fácil dizer "sou católica" quando perguntavam a minha religião do que ser propriamente, de coração. Também nunca tive outras influências na minha família, portanto, além de não ter curiosidade, não tinha opções.

A medida que fui crescendo e conhecendo outras religiões, além de respeitar, senti curiosidade de "experimentar", se assim posso dizer. Na adolescência, todos nós somos curiosos de natureza e então, fui buscar conhecer outras. Foi então, que nem me lembro quando, nem onde ou porque, resolvi conhecer mais de perto e a fundo o espiritismo. Lembro de algumas amigas serem e, até mesmo pelas amizades, comecei a frequentar os chamados centros. Desmistifiquei muita coisa. Vi que outras tantas eram lendas. E que muitas era puro preconceito. Mas não vou entrar nesse mérito de qual a melhor religião e quem tem razão sobre o que. Não é essa minha intenção. Na minha cabeça, a religião está mais ligada a algo implícito do que explícito. Vai além de você levantar uma bandeira de ser isso, aquilo ou aquilo outro. Vai além de você gritar para os quatro cantos o que você faz em nome da sua religião e o que você acha que é certo dentro de suas crenças. Pra mim, a religião é o que menos importa! E você, que já leu esses dois parágrafos deve estar perguntando: "- então,  por que raios ela está falando desse assunto?".Simplesmente para dizer que a minha grande constatação foi de que fé e crença estão acima de qualquer religião. Essa foi a minha conclusão e que óbvio, que muitos religiosos, independente de religião, não vão concordar. Mas é isso que venho sentindo, ultimamente. No espiritismo permaneci um pouco, mas também nunca me considerei da religião. captei alguns ensinamentos que na época pareciam se ajustar à algumas questões de vida minha e até hoje, gostos de livros desse ramos, que expandam os horizontes e nos coloquem a ver a partir de nós mesmo! Que nós dão uma compreensão maior de nossa existência, de nosso tempo de vida, da vida em si. E, com percorrendo entre uma e outra religião, assim vim até hoje, praticamente.

Venho percebendo uma grande mudança em mim com a questão da religião. Tenho ido e frequentado mais  a igreja e prestado mais atenção as palavras lidas nelas, nas músicas cantadas, na intenção e desejo de todos ali presentes reunidos. Agora acho que tenho noção do que é a religiosidade para muitos. Vai além do compromisso com a igreja. É o compromisso na verdade entre você e a sua fé que faz com que você se sinta bem. Percebi que até hoje, quase  todas as vezes que eu estive nas igrejas, apesar de admirar as missas e as músicas, confesso que não conseguia alcançar aquele estado de graça e de bem estar que muitos ali manifestavam. Na verdade eu não sentia nada. Adotava certas posturas por uma questão de respeito, mas pra ser sincera, pra mim era apenas uma missa, apenas alguns ensinamentos e reflexões passados e ponto. Por isso eu olhava, olhava e olhava e via que ali eu não me encaixava. Nem ali e nem em outro lugar de outra religião, pois eu não conseguia sentir o que eu achava que deveria sentir. Principalmente a vontade de estar ali.

Bom, como eu já disse lá em cima, conhecendo aqui e ali as religiões, comecei a ver certos pontos que eu não aceitava e não concordava. Pontos esses que alguns, ainda hoje, mesmo que meu pensamento tenha mudado um pouco, ainda permanecem os mesmos. Não sei se nesse caminho de fé que estou começando a entender e a trilhar se lá na frente isso mudará de alguma forma. Mas, por enquanto, continuo achando que  crer no poder divino somente não vai mudar as coisas. As atitudes sim, mudam. Não adianta ficarmos de braços cruzados orando, achando que as coisas vão acontecer ou não. Mesmo que muitas religiões digam que tudo acontece perante a vontade de Deus por alguma razão que muitos de nós simplesmente não entendemos, acho ainda que nós, enquanto seres humanos na Terra, temos que fazer a nossa parte. Por mais que milagres aconteçam, nós temos que dar uma forcinha. Nem tudo é verdade absoluta e incontestável. É preciso sabedoria para enxergar isso. Deus é um só, mas pode ser amado de diversas maneiras diferentes. Continuo abominando as pessoas, independente de religião, que se dizem fervorosas, vivem de domingo a domingo dentro das igrejas, templos, centros e afins e quando é necessário demonstrar os ensinamentos religiosos condizentes com a sua prática, eles parecem evaporar no ar. Não adianta você praticar tudo isso dentro dos seus locais de oração só, as boas coisas devem permanecer no dia-a-dia, em cada situação. E continuo crendo que não é necessário especificamente estar num lugar religioso para que elevemos nossos corações e conversemos com Deus. Ele está em todas as coisas. Em toda a parte. Ele sempre nos ouvirá. Nunca acreditei que fui mais ou menos confortada, amparada, orientada, protegida e guiada porque orei em casa e não na igreja. Porque conversei mentalmente com ele dentro do ônibus e não num confessionário. Acho que esse ponto sempre vai martelar na minha cabeça, rs. Existem ainda outras coisas com as quais eu não concordo, mas que não convém entrar em detalhes porque não vão fazer diferença para um todo.

Então, alguns anos mais tarde, meu irmão de criação conheceu, namorou e casou-se com minha cunhada que é de família evangélica. Ele sempre foi católico e essa diferença de religião e logo de temperamento, de visões, de atitudes, de gostos não atrapalhou em nada a relação deles que já dura 10 anos. Muito pelo contrário: acho que eles praticam mais o respeito um pelo outro do que muitos casais que compartilham das mesmas coisas. Aprendi a admirar isso e por causa disso também me chegar mais para a religião. Bom, com a proximidade da minha cunhada e da família dela/nossa, acabei vivenciando mais de perto algumas experiências evangélicas e não posso dizer que não gostei! Tinha uma ideia engessada a respeito dessa religião específica que sempre achei muito radical. Não gosto da ideia da proibição. E nem da ideia de fazer você pensar que se "sair da linha por descuido" sofrerá um "castigo" divino. Até porque eu acho que Deus não castiga, diferente do ditado popular. Ele mostra às vezes de formas nada sutis o porque estamos "pagando". Não sei se estou me dando bem e me expressando legal com as palavras, mas até nisso é uma novidade para mim rs. Enfim, acho que a pessoa deve acatar certas posturar porque ela, por convicção de que quer fazer isso, seja em prol da sua religião, da sua crença ou do seu bem-estar. Mas é uma decisão que tem que vir de dentro e não imposta. E acho que tanto me falavam que as pessoas dessa religião também tentavam coagir você a seguir o caminho delas e por isso eu sempre fiquei meio assim, com a ideia de que são chatas rs. Tenho que falar francamente! Fora que me irritava e continua me irritando profundamente esse zé povinho que vem bater na sua porta em plena madrugada de domingo, querendo te entregar folhetos de religião e conversar sobre. Na boa, respeito que cada um faça o que bem entender da sua vida, mas pôxa, respeitem a minha vontade também de não ser incomodada na santa paz da minha casa. Se eu quisesse ir à igreja, teria ido, por livre e espontânea vontade e não porque alguém está me aporrinhando para ir. Mais um ponto que me fez ter uma ideia deturpada da religião. Confesso que tirei um como o todo. nem todos os fiéis das igrejas da mesma religião agem igual. Cada qual tem sua própria política de vivência. E, com a minha cunhada fui vendo que a igreja dela não é tão intransigente assim e ela, assim como as demais pessoas praticantes não são tão inflexíveis com outras coisas, ideias e religiões que não são a delas. Assim, fui me sentindo mais a vontade para conhecer, e ir algumas vezes  em eventos organizados por ela na igreja dela. Espantosamente, eu gostei. Não vou afirmar que mudaria radicalmente para seguir essa religião, até porque, como disse antes, essa história de obrigatoriedade acaba comigo. O compromisso está dentro de cada um de nós. A necessidade de estar em lugares religiosos depende de cada um. 

Então, contudo, conheci gente que tem fé, que crê, que ora e que faz a sua parte como ser humano independente de ensinamentos religiosos e é feliz! Talvez porque essa pessoa não concorde com certas políticas religiosas. Ou, talvez até, porque essa pessoa já chegou ao entendimento que só agora eu cheguei: é de dentro pra fora que as coisas acontecem e não ao contrário! Talvez porque essa pessoa acredite, assim como eu, que tudo que é necessário para se ser uma boa pessoa está dentro de cada um de nós. E isso, não faz dela melhor e nem pior, ela não está indiferente mas também não está obcecada. Existem ainda os ateus e que não os fazem pessoas ruins por não acreditarem em Deus, não terem fé nem nenhuma religião. Eles vivem a vida deles da melhor maneira possível com certezas e convicções próprias. Obedecem às suas próprias leis e regras. E são felizes!

Bom, no meu caso como eu já disse: continuarei não concordando com certas ideias e conceitos, mas tenho me sentido bem em participar de missas, reuniões e eventos afins. É como se agora fizesse sentido e esse sentido estivesse sendo importante nesse momento da minha vida, onde eu quero muito alcançar alguns objetivos e alguns deles são quase impossíveis. Não, não quero dizer que agora que eu quero/preciso de um milagre rogo à Deus por todos os anos que "reneguei" ou não agi como deveria. Mas sim, me faz bem ter um pouco de fé e esperança e forças para continuar a tentar. E não pra isso que serve a religião? Tenho ido também na igreja que casei. Casei na igreja mas na época sem fazer muita questão. A tal da benção divina não era tão importante pra mim, mas como para meu marido era, acabei cedendo. E depois, acabamos sendo convidados para reuniões, jantares e eventos de recém-casados. E gostamos! Além de interagirmos com outros casais jovens e rolar aquela troca de experiências, ouvimos muitas coisas que são importantes e boas de se ouvir e que nos fazem bem. Tudo tem que ter um filtro e adaptar e interpretar para a nossa vida. Eu simplesmente não acato e concordo com tudo que ouço, apesar de muita coisa fazer sentido. Todos temos que ter nossos critérios e avaliações. Até porque, muita coisa é dita de um modo geral, mas nem tudo de aplica a todos. E acho legal também essa coisa de parecer que está sendo falado pra você, mas sem estar falando diretamente com você. É como se nos obrigasse a ter uma consciência, a fazer um autoreflexão caso a carapuça nos sirva, rs.

Enfim, não sei até quando me sentirei assim e se vai continuar a me fazer bem frequentar e ser mais assídua na questão da religiosidade. Também não consigo ainda me encaixar numa religião específica. Acho que no fundo, no fundo, sou um misto, um pouquinho de todas as experiência que peguei e trouxe aqui pra dentro de mim os valores, a crença e a fé de que precisava. Hoje, quando me sinto cansada emocionalmente, em vez de tentar distrair a mente com algum filme ou livro (embora eu sempre recorra a esses meios) já ligo o rádio e coloco às vezes um louvor, parece que regenera a alma. Depois de um tempo, já me sinto revigorada! Acho também que o principal é estarmos em paz! De coração, de consciência e de espírito! E de alguma forma, nos tornar uma pessoa melhor! 



Um excelente fim de semana abençoado a todos, com muita paz, saúde e amor!




23 de maio de 2013

Somos mesmo tão necessários assim?


Posso dizer que sou uma pessoa que me magoo fácil. Eu me magoo fácil do mesmo jeito que fico feliz com pequenas coisas. Ou seja, em outras palavras, pouca coisa é capaz de me agradar e o contrário também. Antigamente, talvez pela falta de maturidade e de experiências, muitas vezes me calava diante de algo que me magoava. Por puro medo. Medo de que, ao discordar ou falar o que eu pensava e sentia, as pessoas não gostassem mais de mim, ou se decepcionassem e me largassem de mão. Sempre tive muito medo da rejeição também. Então, algumas vezes, ou muitas vezes, para não criar um situação chata ou discórdia  eu fingia que deixava de mão, que não me incomodava, que não me machucava. Não era o tempo todo que eu agia assim também. Não era tão introspectiva, tão medrosa e tão indiferente. Só com casos que eu percebia que poderiam ser um divisor de águas. Mas o simples fato de parecer ser não quer dizer que é. Portanto, mesmo aparentando não ligar, por dentro eu ligava e sim, muito. E, como para adolescente e jovem fazer parte de um grupo, ter inclusão e aceitação é quase tudo, eu agia de maneira que sabia que me colocaria numa zona de conforto para que eu sempre me desse bem. 

Confesso que por um certo tempo isso deu certo. Só, que chegou uma hora que eu não conseguia mais guardar mágoas, raiva, insatisfação, chateação, tristeza e decepção e não expor, não colocar para fora. Com o termino de um relacionamento difícil e alguns períodos críticos em minha vida que coincidiram, houve um ebulição sentimental, de modo que, fiquei depressiva e com uma terrível enxaqueca que me gerou crises de dias de dor. Orientada por um profissional, fui indicada a procurar um terapeuta, já que muitas vezes a causa da cefaleia aguda crônica como é conhecida no meio médico, a tradicional enxaqueca para nós, pode ser causada por fundos emocionais. Batata! A minha era. Não só emocional, mas boa parte dela. Definida como enxaqueca tensional, tudo que o meu corpo entendia como stress reagia sob a forma da dor de cabeça. Uma dor aguda como de dente, de garganta, fome, sono, cansaço e chateação emocional poderiam detonar as crises. Controlar o lado físico foi mais ou menos fácil. Então, parti para "dar um jeito" no lado emocional e ver se conseguia serenar as coisas aqui dentro de mim. 

Na terapia foi trabalhada muito a questão da valorização do eu. Mas não a supervalorização. O amor próprio, reconhecer as qualidades, lidar com a autoestima, reacender os pontos fortes, resgatar o que ficou pelo caminho e me fazer perceber que apesar dos defeitos e dos erros, que todos mundo tem, não deveria ter medo de me aceitar e de me assumir, já que todos a minha volta reconheciam prontamente ponto a ponto meu e, mesmo assim, não deixaram de gostar mais ou menos de mim. Com essa percepção do meu valor na vida e para as pessoas, foi ficando mais fácil ter confiança para me firmar, ou melhor, me reafirmar como pessoa, como mulher, como profissional, como filha, como amiga. Caso eu tivesse falado num tom baixo e alguém não tivesse entendido o recado, eu falava um pouco mais alto e daí por diante. Passei a não ter medo de me expor. E com a exposição, também passei a não ter medo das críticas negativas que pudessem vir a surgir. Com o tempo, a coragem foi crescendo, eu fui me conhecendo melhor e me permitindo cada vez mais, ser mais eu, como dizem por aí!

Só que nesse processo, ganha-se muita coisa como também perde-se outras tantas. Ao mesmo tempo em que me despi de certos receios e medos, acho que fiquei muito dura e intolerante para outras coisas. Hoje não consigo simplesmente apenas guardar o que sinto. Tenho que colocar para fora. Nem sempre as palavras saem da melhor maneira possível e os argumentos como ensaiado. Na hora da tormenta, eu simplesmente cuspo as coisas, sem medir esforços muitas vezes. Sei que não pode ser nem 8 e nem 8.000. Estou ainda no processo de dosar o que eu falo, agora que eu já aprendi a falar. E recentemente eu me vi nessa situação. Falar é fácil, mas o como falar é que as vezes "pega". Mas como tudo é um processo, vou aprendendo.

Relatei isso tudo para chegar ao ponto crucial: fato que eu não consigo mais fingir que não liga e não demonstrar isso em forma de palavras. Recentemente eu me vi num cenário que me doeu um pouco! E eu simplesmente não sabia como lidar. Não sabia se falava que me sentia chateada por achar ter sido excluída de uma coisa importante, ou se me mantinha em silêncio, onde muitas vezes é uma bênção estar nessa zona. Ah, também esqueci de dizer que junto com todo esse aprendizado, eu aprendi a selecionar com o que e porque eu vou me chatear, me importar. Que tipos de batalhas valem a pena serem travadas. Aprendi na pele que tem coisas que simplesmente não valem a pena. Não é nem questão de fugir de falar e se expor, simplesmente, por mais que fale ou que faça, o cenário não mudará. dei muita cabeçada falando, gritando, discutindo, argumentando, tentando mostrar em vão. Ou as pessoas não dão o braço a torcer, ou não querem ver ou não abrem mão da sua razão. E aí, você se indispôs à toa! Então, em certos casos, calar-se é uma grande sabedoria. Só que mesmo calada, dói. Mesmo não comentando, machuca. Me incomoda muitas vezes parecer que a coisa toda aconteceu pelas minhas costas e eu fui a última a saber, não só isso como também não fui incluída. É uma sensação de rejeição, parece que as pessoas não querem que você faça parte de algo e aí, essa sensação que eu conheço muito bem traz à tona alguns sentimentos que eu achava que já tinha superado.

Não tô me fazendo de coitadinha e injustiçada, de fato eu fico magoada com certas atitudes de quem e de onde eu espero o mínimo de consideração. Aonde eu acho que há uma grande ligação suficientemente forte para eu fazer parte das coisas e de repente, me vejo colocada de lado. Posso "neurotizar", acabei de inventar essa palavra rs, pode não ser bem assim e nem a intenção das pessoas, mas uma vez que eu me sinto meio que "traída" e eu nem sei se é bem essa palavra que emprega o que sinto, não consigo me sentir diferente. Automaticamente, começo a buscar em mim razões pelas quais fui mantida de lado. Começo a questionar minhas capacidades e competências.

Fico mais chateada ainda quando pessoas que são de minha confiança, assim as julgo, onde sou literalmente um livro aberto para elas não agem da mesma forma comigo. Sei que pelo tempo já deveria ter aprendido a não esperar nada em troca de ninguém, muito menos que ajam na mesma proporção do que eu ajo com elas e que não façam comigo o que não gostaria que fizessem com elas. Mas enfim, isso não acontece. E não acontece nem 1, 2 ou 3 vezes. Acontece sempre. Chato essa coisa de decepção corriqueira! Mas chato ainda é não poder fazer nada além de não gostar e não se conformar. Posso expor meus sentimentos, mas isso não fará com que as pessoas mudem as atitudes delas simplesmente porque me incomodam e me convém.

Chega a um ponto que nem sei dizer o que sinto e porque me sinto assim. Eu só sinto e dói! E fico me perguntando quando vai parar de doer. Quando eu parar de me importar? Pode ser! Juro que muitas vezes tento apenas seguir a minha vidinha tentando não ligar pra mais nada e nem ninguém, sem dar satisfação, sem esperar satisfação, viver pra mim, não esperar nada de ninguém nem incluir ninguém. Mas, dali a pouco, me pego fazendo o oposto disso e esperando que os outros façam o mesmo por mim. Então, será que de fato eu aprendi alguma coisa? Será que pelo fato de eu gostar das pessoas e tê-las como importantes isso me prende nesses sentimentos chatos? Sei lá!

Fico tentando me convencer muitas vezes de que não é pra tanto drama e que estou fazendo tempestade em copo d'água. Mas fico pensando: e se eu agisse como agem comigo, como as pessoas se sentiriam, qual seria a reação delas, o que pensariam? Pra ver se há alguma coerência no que eu sinto, no que eu acho como deveria ser. E acho que o normal seria ligar, mas não sei porque, me vem a cabeça que elas não estariam nem aí para o que eu faço ou deixo de fazer, Cada um estaria tão focado em sua vida, seus projetos, seus problemas que acho que eu e minhas tudo (que acho, que faço, que sinto, que penso) passaríamos despercebidos. E eu lamento. Sinceramente. Não só me sentir assim por ver que chegou nesse ponto de indiferença, tanto fez como tanto faz.

Não questiono que gostem, não questiono que sou importante e que se importam comigo. Questiono até que ponto. Questiono o quanto. Talvez, eu questione o inquestionável. Talvez não há razões para as pessoas agirem do jeito que agem. Nem tudo tem uma lógica. Isso eu aprendi bem na pele. E a razão, cada um tem a sua e é muito singular, muito particular. Aliás, quanto mais eu vivo, menos eu sei! Quanto mais eu acho que entendo das coisas, mais eu percebo que não entendo nada. Ou sou uma tola! A sensação é essa mesmo: de boba. Pois faço de tudo pensando e me importando com todos e quando chega a minha vez de ter isso em troca ninguém nem tchum! Nem aí pra hora do Brasil, não é assim que dizem? E no meu acesso de raiva e inconformismo, juro que vou agir assim também dali por diante. Mas cadê que levo isso à sério? O tempo passa, a cabeça e o coração esfriam e se assentam, consigo passar por cima repetindo pra mim mesma que fiz estardalhaço até acontecer algo que eu me sinta assim novamente.

Fico me questionando a minha importância então para os demais. Se realmente, de fato se importassem comigo, acho que se importariam com o fato de como eu me sinto com as atitudes deles. Me sinto meio que descartável, sendo incluída e excluída de acordo com a vontade e conveniência dos outros. tem gente que mostra claramente, muitas vezes que não fazem a mínima questão. Que outras coisas e outras pessoas são mais importantes. tento minimizar esse caos aqui dentro, mas não consigo. Não sei se estou certa ou errada por pensar e me sentir assim. Só sei que além de ser uma situação chata, dói!

Que isso passe logo e eu aprenda a resolver de uma vez por todas a não ligar mais para todo o sempre ou chutar o balde, literalmente de muita coisa e muita gente e ir viver a minha vida que deve ser o melhor que eu faço! Quero me libertar desse baixo-astral de achar que sou um zero a esquerda. Nunca quis tanto fazer de conta e acreditar nisso, como uma mentira que contada muitas vezes acaba virando verdade. Quem sabe um dia eu aprenda...

21 de maio de 2013

Quase...


Hoje eu acordei com esse pensamento. E, na reflexão das quase coisas e escolhas que eu fiz, das quase vitórias e sucesso que eu tive, dos quase fracassos e perdas ou dos "quase" todos que deixei para trás:


"Quase

Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono. 

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. 

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu."




16 de maio de 2013

Atravessando a rua


Pra variar ela acordou a atrasada. Pra variar ela saiu descompensada pela rua a fim de não perder a hora do último ônibus que não saia tão lotado pela manhã. E pra variar, com essa correria toda, ela esqueceu várias coisas em casa, uma delas seu inseparável celular com o qual ia ouvindo música para o trabalho e aproveitando o momento "bolha" para pensar na vida. Sendo assim, ela se viu obrigada a observar a paisagem, as pessoas, o comércio abrindo e a vida aos poucos despertando. Percebeu o quanto deixava de perceber quando estava com seus fones nos ouvidos e cochilando pela manhã. As coisas aconteciam debaixo do seu nariz e ela não era capaz de notar.



Ela percebeu o quão o céu é bonito em rajados de rosa e alaranjado enquanto o sol vai tomando conta devagarinho até ganhar a cor azul celeste. Ela viu que as pessoas não estão nada bem humoradas pela manhã e poucos são os que se atrevem a puxar conversa. Viu também que a tolerância não é nada extensiva  com os demais e que já aquela hora da manhã a maioria está com as ânimos à flor da pele. Percebeu os pontos do trânsito que congestionam sem ter motivo algum e outros por muitos motivos. Viu mães, avós, empregadas arrastarem as crianças praticamente dormindo para as escolas, os donos de cachorros levarem os bichanos para se desapertarem nas árvores alheias da cidade. E nesse foi vendo, foi vendo, foi vendo, o tempo passou, a viagem chegou ao fim e quando ela menos esperava estava lá, esperando o sinal abrir para ela atravessar e seguir seu caminho para o trabalho. E foi nessa fração de segundos que aconteceu...

O vento gelado bateu e esvoaçou todos o seu cabelo, levando uma mecha ao rosto, foi então que quando ela se virou um pouco para tirá-lo da cara quando, os olhos deles se cruzaram.  Foi aquele olhar que prende. Aquele olhar devastador. Não era de malícia, não era de desejo, era um olhar diferente. Aquele que explora, aquele convidativo, aquele que não quer parar de olhar e se pudesse passava o dia inteiro olhando para ver o que há dentro e por detrás daquele par de olhos.  Um olhar penetrante, um olhar marcante. Nesse momento ela desejou estar com seu cel para poder escolher uma trilha sonora para a ocasião. Algo como "Maybe" ou "Laserlight". E foi como naquele comercial do dia das mães: automaticamente ela pensou: não estou com a melhor roupa, nem meu cabelo arrumado, make só um batom simples, nada de saltos, algumas poucas bijus. Não, ela não veio preparada achando que seria impactada por um par de olhos mel espreitando e absorvendo cada gesto, cada detalhe seu. Deveria ser um simples dia de trabalho. E ela ainda estava com cara de sono.



Entre as olhadas para o sinal verde e os olhos um do outro, poucos pensamentos, meio desnorteados passavam pela cabeça dela. Seria coincidência esse encontro? Ela nunca tinha reparado se já cruzara com ele antes. Seu segundo pensamento foi tentar saber para onde estava indo. Estavam em lados postos da rua, portanto não seguiriam juntos pelo menos caminho. E se nunca mais voltasse a vê-lo? E se tivesse sido uma peça que o destino pregou para atiçar nela uma vontade, uma curiosidade e depois nunca mais voltar a esbarrar com ele? E se, fosse o contrário? Começaria ali alguma coisa, a partir de uma simples troca de olha? E por fim, ela achou por bem parar com esse interrogatório para ela mesma e achar a resposta para tantos "se". Olhou novamente para o sinal e a cor amarelo surgiu. E ela gelou! Não sabia se ia e cruzava com ele. Não sabia se ficava e esperava ver no que dava quando ele chegasse de encontro a ela. Um mar de gente se aglomerava em torno deles, ansiosos pela luz vermelha do sinal para os carros, enquanto ela em seu íntimo pedia para demorar horas mais. 

Desde que seus olhares se cruzaram, em nenhum momento ele desviou. Ela, por sua vez sem graça e desacostumada a esse tipo de "investida" não sabia pra onde olhar sem retribuir incessantemente os olhares, o que fazer com as mãos, se ajeitava o cabelo ou a roupa. Ela sofria desse tipo de nervosismo quando se sentia constrangida. Essas ações que a gente tenta controlar, não consegue e depois tem vontade de morrer por parecer coisa idiota. Finalmente o sinal fechou e a massa avançou para os lados opostos da calçada. Ele e ela no entanto, permaneceram imóveis. É bem verdade que quase foram arrastados pela multidão apressada, corrida e impaciente. Alguns olhavam torto, outros soltavam algumas palavras nada gentis, tantos outros ainda passavam com esbarrões e caras de interrogação como se perguntassem o que aquelas duas mulas estavam fazendo atravancando o caminho. E o vendo, não parava. E através dele, ela jurava que podia captar o perfume dele. Não era doce, mas também não era seco,  não era suave e nem era forte. A dose certa. Tipo carne de churrasco quando você pede "ao ponto". É isso, sem exageros! Avaliando um pouco mais, a barba meio por fazer porém rasa. O cabelo era um misto de desarrumado com estilo. E a roupa, jeans, tênis, camisa polo, caia super bem num corpo nem magro e nem musculoso. Aliás, tudo nele parecia ter sido feito sob medida, bem caprichado. E, quando voltou dos seus devaneios analíticos, ela se deu conta de que ele também não deu um passo se quer. Continuava inerte, no mesmo lugar. Talvez, pensasse a mesmo coisa que ela, indeciso no que ia fazer, talvez, pela certeza de nunca mais se verem, resolveu aproveitar um pouco mais daquele saboroso momento. Ou talvez, por nenhuma razão, apenas por pura vontade, ele quisesse ter ficado ali, preso no olhar dela, simplesmente porque o que estava acontecendo, não tinha explicação.



O n° do tempo em verde piscando apontando quantos segundos ainda faltam para o sinal abrir começou a contagem regressiva e eles perceberam que não dava mais para adiar. E esperando um ir, pro outro ir depois, nesse jogo de fazer depois que outro fizer, deram os dois o primeiro passo e foram pisando firme mas devagar olhando sempre nos olhos em direção um do outro. De repente, a rua ficou vazia e a faixa de pedestres era só deles.  Eles literalmente se rodearam, se fitaram, se testaram. Na cabeça dela, toques, beijos e abraços. Quem sabe não estaria passando isso pela cabeça dele? De fato mesmo, eles apenas pararam um do lado do outro, geraram um leve toque nos ombros (o que provocou um calor imenso) sentiram o perfume um do outro levados pela brisa e ele sentiu o toque macio dos cabelos dela que ficaram presos em sua barba por fazer. A respiração mais forte fez-se sentir pois estavam praticamente frente a frente, bem próximos, bem perto, bem colados. E quando parecia que o inesperado porém desejado iria acontecer, não dava mais tempo. O sinal abriu e os veículos impacientes buzinavam querendo andar enquanto eles vagarosamente seguindo para lados opostos da calçada, na virada de corpo, um leve toque de mãos. até chegarem à calçada, seguiram sem olhar pra trás. Quando chegaram, cada qual no seu lado, se viraram e permaneceram ainda por alguns segundos se olhando, como que se despedindo, como que se lamentando, como que se não acreditando que do improvável pode surgir um fato que muda tudo. É isso, nitidamente, para os dois, isso mudou tudo. Mudou o rumo da direção, do pensamento, dia dia... E assim permaneceriam imaginando quando aconteceria e se aconteceria o próximo encontro ou se foi só uma brincadeira do acaso com duas pessoas distraída e levianas que querias apenas cumprir suas tarefas diárias, sem nenhum grande expectativa, sem nenhum grande desejo. E, enquanto o dia seguinte não chegava e enquanto a ansiedade não se tornava insuportável,eles seguiram a passos lentos e tristes, olhando algumas vezes para trás, até se tornarem pequenos e inatingíveis e olhos nus. 




Andando de cabeça baixa pela rua, atormentada, mexida e outras tantas coisas mais que ela não consegui a descrever, sabe-se lá por que, ela olhou para o relógio e concluiu: definitivamente, agora, estava mega atrasada! Só não sabia ao certo se para o trabalho ou para a vida...


13 de maio de 2013

A raiz do preconceito está mais funda do que parece...


Por que eu digo isso? Porque para uma sociedade que se diz moderna, libertária, de opiniões próprias, ainda está muito ligada a raízes de tradição familiar e valores culturais que não quer abrir mão. E, para mim, em pleno século XXI, no ano 2013, o que não mudou, não mudará. Poderá ficar embutido, escondido, omitido. Pode até mesmo ser mascarado por uma coisa chamada falso moralismo, onde as pessoas pregam uma coisa e fazem outra. Ou ainda, dizem certas coisas para parecer legal e não ficar mal com ninguém diante de uma situação. Mas lá no seu íntimo, a verdade grita em chamas.

Para os seguidores dessa página, não é novidade como relatado em desabafos anteriores que meu marido, por um problema genético não poderia gerar filhos. Na hora foi um baque até porque o grande sonho da vida dele é ser pai. E uma profunda tristeza por saber que não poderia gerar o seu próprio filho, sangue do seu sangue, para puxar suas características físicas e até mesmo alguns traços de personalidades. Na época, isso faz quase uns 2 anos, eu em meu melhor momento "eu e mais ninguém", já em dúvida sobre a vontade da maternidade, lógico triste por ele, mas não muito abalada, pois não cogitava filhos tão cedo e nem sabia se algum dia cogitaria. Bom, fato é que o tempo passou e alguma coisa mudou. Não sei explicar o que. Não sei dizer de onde surgiu essa vontade, nem tão pouco explicar como ela se tornou necessária como se fosse um pedaço que faltasse para me completar. Nunca fui dessas mulheres que contemplavam a maternidade e almejavam para formar o quadro de família feliz. Sempre busquei minhas próprias satisfações. Sempre quis viver em função minha. Realizar os meus sonhos. Não abrir mão das minhas vontades. Me colocar em primeiro lugar. Não ter preocupações, não ser presa a obrigações e responsabilidades por terceiros. definitivamente, queria viver para mim e é claro, marido família, amigos, trabalho, dança e afins. Na minha cabeça naquela época a ideia da maternidade estava muito ligada a uma entrega, devoção e até mesmo uma subserviência em prol de filhos em que eu não me vida encaixada nesse quadro. E ainda tinha grandes aspirações de realizações na vida como uma estabilidade financeira melhor, uma boa colocação profissional,  realizações pessoais e por aí vai.

Mas foi assim, da noite por dia, da água por vinho que tudo mudou! Não sei se é a tal história que dizem dos hormônios gritando após os 30 correndo contra o relógio biológico. Não sei se pelo fato da certeza de falta de possibilidades. Porque você dizer que não quer algo é uma coisa. Mas você ver se concretizar de fato que essa coisa NUNCA vai acontecer é bem diferente. Não sei dizer se é normal, se acontece com a maioria das mulheres essa mudança brusca de sentimentos e de vontades. Mas enfim, comigo aconteceu! E quando me vi, estava eu olhando vitrines de bebês, imaginando a casa e a vida com um serzinho e tudo que segue e aflora naturalmente com a maternidade. Sendo assim, resolvemos nos informar e correr atrás de informações de métodos e meios para sermos pais, meio biológicos ou de coração.

Lógico que eu não me iludi achando que seria fácil. Mas também não achei que encontraria tantas dificuldades assim. De fato, é uma prova de resistência para medir o quanto se quer uma coisa! Tivemos duas escolhas: optar pela inseminação ou pela adoção. Com a vontade da maternidade, veio a vontade da gravidez. Então, optamos pela primeira opção. A inseminação particular é caríssima. O preço de um apê de cobertura na Vieira Souto. E olhe lá! Podendo ser mais! Tornou-se então, inviável. Resolvemos, através de médico, saber sobre e se tinha inseminação no SUS. Soubemos que sim, embora raro, e a fila de espera para o tratamento é longa e mais, não é sempre que é realizado. Você pode se inscrever hoje e ser chamado daqui há 5 anos, por exemplo. Pelo sim, pelo não, me inscrevi. Mas, conversando com uma das responsáveis por essa parte ainda no SUS, soubemos que as variáveis são mais. Além de todo o processo demorado também pela bateria de consultas e exames realizados antes de fertilização, no meu caso que é a infertilidade do meu marido, com o passar do tempo, a idade avançada, pode ser que eu também tenha que implantar óvulos para serem fecundados e, segundo ela, aí o processo já é outro e invalida o primeiro. Serão feitos então,. novos exames, consultas, remédios e tratamento. E levando em consideração que tudo isso demora muito tempo, com 40 anos talvez eu chegue lá! E ainda tem o agravante mor: tudo isso pode não resultar em nada. Não dar certo e ter que começar tudo de novo! Já cansei e  me desestimulei só com todos esses "pode ser".

Então, resolvemos nos informar e nos inteirar sobre a adoção. Se fosse um processo mais simples, adotaríamos então. Mas, embora os trâmites sejam outros, há também certa dificuldade e alguns "poréns". O que pode tornar o processo demorado e bem complicado! Como seria nosso primeiro filho, gostaríamos que fosse uma bebê, pois queríamos passar por todo o processo de cuidar de um pequenino, vê-lo crescer, acompanhar os passos, os primeiros tudo. Mas isso, para adoção, é como caçar um agulha no palheiro. Não é impossível, mas é um em 1.000.000. Os meus médicos já haviam me dito que os lares adotivos quase não colocam bebê para adoção. Primeiro porque todo mundo quer e não dá chance das crianças maiores serem adotadas. Olhando por esse ponto de vista ou acho certo. Mas a vontade de cuidar de um bebezinho ainda fala mais alto. Segundo, porque 90% dos casos de abandono ou rejeição de bebês acontece nos hospitais. E, como a maioria deles possui um sistema de assistência social que já atua junto com a Vara da Infância e Juventude nesses casos, acontece de funcionários, parentes de funcionários ou até mesmo conhecidos de funcionários ficarem. Todos os trâmites de lei são feitos através mesmo do hospital com o juizado. E rapidamente, as crianças, em sua grande maioria bebês recém-nascidos conseguem ser adotados mais facilmente. Como na época não tínhamos nenhum conhecido na área hospitalar, ficaria inviável desse jeito e então,  só nos restou entrarmos no Cadastro Nacional de Adoção. O sistema pode ser feito todo pelo site. Mas recorri ao telefone para tirar algumas dúvidas eventuais. E, segundo o que foi me passado foi o seguinte: primeiro passamos por várias visitas de assistentes sociais para avaliar nosso lar e nosso perfil para pais. Segundo, nossas preferências para adoção serão avaliadas e assim que tiverem candidatos entrariam em contato conosco. Teríamos que passar um tempo com a criança ainda no lar sob a supervisão dessas pessoas, assistentes,psicólogos, pediatras e afins. Assim que constatado que seremos "possíveis" bons pais (essa frase dita pela telefonista) ganhamos o direito a guarda provisória da criança o que não nos torna pais, ainda. Esse processo continua incluindo visitas à casa da família, acompanhamento permanente de perto e algumas idas ao juiz para dar andamento a questão da papelada. Nisso, pode acontecer de no meio do caminho, alguém bater o pé e todo o processo brecar. Mas, se caso isso não ocorrer, a coisa segue e, depois de algum tempo, enfim vem a guarda definitiva. Mas, tem ainda alguns adendos: se acriança tiver irmãos, eles não são separados, ou seja, todos deverão ser adotados. Se a criança dada para adoção tiver o processo contestado por algum dos pais biológicos, avós ou parentes mais próximos pode ser que o juiz queira rever o caso e aí começa aquela incerteza toda. A adoção é sigilosa, os pais biológicos não terão acesso a endereço e nenhuma informação dos adotantes. Mas a própria funcionária me informou que mesmo sendo contra a lei, às vezes a mãe ou a família de uma dos pais resolve voltar atrás na adoção e começa um processo novo de visitas de assistentes, etc e tal. No fim das contas, o que pra mim ficou subentendido é que nunca haverá paz de espírito! Estaremos sempre sendo assombrados com a possibilidade de ser revogado por algum motivo. No mais, eu concordo com essa política de supervisão e tudo o mais, só acho que atrasa muito o processo.

Enfim, sem nos resta muito, nos inscrevemos em um e no outro e sabíamos que poderíamos esperar muito! Eis que um grande milagre aconteceu. Minha cunhada tem uma irmã que tem duas conhecidas que trabalham no hospital e que podem ver essa questão da adoção dos bebês largados pela família, já que elas dizem que o n° é grande. Então, nos animamos mais com a possibilidade mas, resolvemos nos programar esse ano já que os gastos e custos com alimentação, vestuário, enxoval, fraldas, remédios e afins é grande. E,como nos foi dito, não teremos muito tempo tipo 9 meses para ver as coisas com calma. Assim que dermos o aval a qualquer momento podem nos ligar dizendo que apareceu um bebê e, não tem como o bebê chegar e não ter nada, pois as coisas também não se ajeitam da noite para o dia. E, como ainda estamos com algumas prestações a serem pagas e tal, resolvemos esse ano ajeitar com calma alguma coisa, a própria casa também para ano que vem aguardar quando chegará o momento. Mas, basta surgir a informação de uma possível chegada de bebê na família para o frisson ser incontrolável. os avós então, sempre são os mais animados, rs.  E nós, na empolgação, acabamos nos deixando levar também e tiramos um dia para ir no shopping dar uma olhada em móveis e nas demais coisinhas, muitas das quais não faço ideia para que servem e nem como se usa. Totalmente out nessa área, rs. Entramos em uma loja e começamos a olhar quartos de menino e de menina, visto que não sabemos o que vai vir. E vendedora começou a nos dar algumas informações para que nós ainda continuavam um bicho de 7 cabeças. Foi então que dado momento el perguntou de quantos meses eu estava e eu disse que de nenhum, que ia adotar. Ela ficou meio paralisada, petrificada, sem fala como se o que eu tivesse falando fosse uma coisa de outro mundo. Ela tentou disfarçar, mas estava na cara que ela achava estranhíssimo isso. E assim como ela, vejo muita gente reagir mal a isso. Nunca ninguém falou diretamente comigo à respeito, mas fica nítido a resistência a esse tipo de maternidade.

Ainda existe a cultura de que com a adoção a criança pode nascer com algumas características emocionais e ter atitudes iguais aos pais. E se esse forem de índoles ruins, viciados e etc que as crianças vão ser predispostas e seguirem pelo mesmo caminho. Outros ainda acham que não se é possível amar igualmente uma criança que não tenha sido gerada no próprio ventre. Há ainda quem tenha a péssima ideia de achar que adoção é para crianças pobres, em situação de miséria, com necessidades. Em alguns casos sim, na maioria deles até, mas nem sempre. Então, no geral, olha-se com aquele olhar de estranhamento ou de pena quando os pais dizem que vão adotar. Isso quando não vem seguido de um olhar de reprovação. Pura idiotice. pensamento de gente limitada.

Posso assegurar totalmente que o amor é o mesmo! Que o cuidado e a preocupação é a mesma. O zelo, o carinho e todo o tempo desprendido e investido é o mesmo! Falo isso não porque sei que sentirei a mesma coisa quando pegar o bebê nos braços. Sei porque sou adotada e porque dessa mãe adotiva eu sempre tive tudo demais. Nunca me faltou nada e nunca tive nenhuma diferenciação de tratamento na minha criação ou educação. Não tenho irmãos de mãe, mas acredito que mesmo que tivesse e caso esses fossem de sangue, ainda sim, o amor seria o mesmo. Não houve o que minha mãe não fizesse por mim nesses 30 anos e ainda faça. Não há limites para a maternidade dela. Acho que ela é muito mais para mim do que muita mãe biológica é para seu filhos de sangue que ao espancar, colocar no trabalho infantil, na exploração sexual, jogar no lixo. Que não cuidam, não dão amor, não dão atenção. Então, pra que ter um filho assim, me diz? Não há nada de anormal em uma adoção, em amar um serzinho que não nasceu do seu ventre mas nasceu do seu coração. E eu. não poderia ser mais grata, pra dizer no mínimo, porque a adoção foi o melhor que me aconteceu. E eu nem estou falando da vida boa e das excelentes oportunidades que ela me proporcionou e nem do amor incondicional e amizade sempre. Mas, sabe Deus o que poderia ter sido de mim se tivesse continuado com a minha mãe de sangue, que já havia demonstrado que ñ tinha o menor interesse de ficar comigo. Foi no hospital mesmo que se deu a minha adoção. A minha mãe biológica me deixou lá sem nem olhar pra trás. A amiga da irmã do meu pai, sabendo da vontade da minha mãe, entrou em contato e deu-se então início a minha família, a minha chegada a um lar e para o seio de pessoas que me amavam de verdade! E eu ñ sou complexada por isso. Não sou revoltada por isso. Não fico chateada por ter sido dada. Não sinto nada! Nem ruim e nem bom. Pois a minha história começou a partir do momento em que fui para a minha família. A única que conheci até hoje e com todos os erros e defeitos, foi a que me amou, me criou, me educou e me acolheu em todos os sentidos. Não lembro que não sou fruto biológico da minha mãe. A não seu quando tenho problemas de saúde e os médicos perguntam meu histórico familiar. Fora isso, pra mim não existe. Não porque não quero lembrar ou não quero ter pra mim a verdade, e sim porque não faz a menor diferença. Eu tenho a melhor mãe do mundo, a mais amorosa, carinhosa, amiga, presente, sincera, leal que existe. brigamos, nos desentendemos, mas pelo fato de sermos também muito parecidas. Eu fiquei tão a minha mãe em certas coisas que é impossível pra alguém dizer que não somos verdadeiramente mãe e filha. E quem disse que jeito não se pega? Sim, pega. Eu não vim com nenhum gene ou nada da outra família. Adquiri tudo a partir do momento que eu vim pra essa família.

E quando eu vejo as cenas da novela das 21h, da corrida desembestada da Aisha atrás da sua família biológica, não condeno, só não entendo. Porque pra mim não há essa necessidade de saber minha origem. A minha origem é essa que eu conheço. Não mudará em nada na minha vida saber ou não saber. O que me revoltou sim, foram as cenas que ela quase menosprezou ou renegou aos pais em prol de se aproximar e ajudar uma mulher que nem a mãe dela era de fato. Que necessidade é essa a ponto dela querer fazer mais por um estranho do que por quem fez por ela a vida toda? Não é bem ingratidão e nem falta de consideração, mas é algo que não faz parte de mim e como disse, não entendo porque não sinto!

E é assim! Mesmo sabendo que enfrentaremos alguns tabus pela frente, vamos seguindo com a nossa ideia de adoção. Queremos um filho(a) para amar, cuidar, educar, brincar e viver conosco como se fosse nosso, porque ele É NOSSO!  O amor de mãe é o que chega mais perto da pureza e e da falta de limites. É o que de mais nobre o ser humano pode oferecer sem em troca, nada esperar! Então, que passe o tempo e que venho o nosso pequerrucho (a) pra trazer mais alegria para as nossas vidas já tão cheia de felicidade!





8 de maio de 2013

O que é a coisa certa?


A vida nos coloca em cada sinuca de bico que vou te contar. A gente deveria ser proibida de tomar decisões que nos coloquem entre a cruz e a espada. Porque, por mais que saibamos que estamos fazendo o correto, no fundo sempre fica aquela sensação de dúvida de que "será que é isso mesmo?" Por mais convictos que e estejamos, parece que nunca estamos 100% certos de uma decisão difícil e que vai mudar drasticamente a vida de algumas pessoas.

Recentemente, há mais ou menos um mês eu perdi a minha amada cachorrinha com um sério quadro de degeneração na bacia o que provocou uma grande inflamação levando-a a óbito, por mais que a gente tivesse feito de tudo que estava ao nosso alcance para, mesmo que não revertesse o quadro, proporcionasse o mínimo de conforto e bem estar em seus últimos momentos de vida. Não importava o gasto financeiro, o trabalho, o cansaço ou as tentativas frustradas. Tudo valia a pena ser feito e tentado em prol de uma, mesmo que pequena melhora. Os esforços foram em vão. A doença estava avançada demais e, o coração dela não resistiu ao grande esforço feito para suportar a dor. Já não bastava a dor e a tristeza da perda, no dia seguinte a minha outra cachorrinha, muito ligada a que morreu, adoeceu. Em primeiro lugar, caiu numa tristeza profunda. E embora não se comunicasse com palavras, o simples fato de vagar pela casa à esmo a procura de algo que nunca achava associado ao seu olhar distante caído já dizia tudo: falta, saudade, tristeza! Dois dias depois fomos com ela ao veterinário e foi constatado que ela tinha uma doença nos rins. Ao que tudo indicava, a doença tinha se mantido silenciosa e só estourou quando já estava avançada demais. Coincidência demais. Uma adoece justamente quando perde a outra que era profundamente ligada. Coisa de Deus, do destino, coisas do acaso, chamem do que quiser. Pra mim, não foi apenas uma coincidência. Existem doenças do corpo que são produzidas pela alma. E, vendo como era a relação delas durante 13 anos, unidas sempre, agarradas para tudo, é bem provável que tenha sido isso. Fora que pode ter havido uma somatização de alguns sintomas. Enfim, fato é que em menos de 1 mês, estava eu às voltas com a minha cachorrinha doente e vendo o quadro se encaminhar para a mesma coisa: sem muito tempo de vida. Novamente, fizemos de tudo, medicações, tratamento, cuidados, mas a nada ela responde e, para contribuir, quase parou de comer, se alimenta minimamente. E, pra quem tem bichos, sabe que isso é um péssimo sinal. Ela não só reage ao tratamento como acredito eu, não quer reagir. É como se ela tivesse se entregado, estivesse desistindo a cada dia. O tratamento de nada adiantou. Então, tentamos mais uma semana para ver se ela reagia.Mas, ela só está caindo  Então, diante do quadro que se agrava e não tem cura, o veterinário me deu três alternativas: 1) fazer medicações em casa para abaixar o custo gasto ; 2) Ela vai definhar até morrer, já que não come; 3) eutanásia. As alternativas 1 e 2 tem sido tentadas exaustivamente,sem nenhum sucesso, restando apenas a escolha da opção 3. E, por mais que eu saiba que estarei fazendo o certo para ela, me sinto muito mal com a escolha. Na minha mente, tudo que se faça de agora em diante só vai mantê-la do jeito que está. Cura e melhora ela não terá. Então, porque continuar fazendo-a sofrer? Não sei nem bem se chega a ser um sofrimento em sim, já que dor ela não sente. Mas ela está entregue, sem forças, sem ânimo, sem mais nada. Totalmente largada. E sem comer... quem aguenta ver seu animalzinho, seu bem mais precioso assim? Isso está me matando. Não quero ser egoísta a ponto de tentar mantê-la viva com muito sacrifício. Mas também não quero me sentir cruel por tomar uma decisão dessas e ficar pensando se talvez, um milagre acontecesse e ela melhorasse. Sinceramente, é o tal do confronto entre a razão e a emoção. E como se sai dessas? Como tomar uma decisão que julga a mais certa num caso desses? Eu não sei! Não sei nem o que me dói mais: se é vê-la nesse estado destrutivo ou se é ter que entregá-la à morte. 

Eu sei, tento repetir para mim 1.000 vezes que eu não estou levando ela para matar jovem e saudável, ou porque está me dando muitos gastos e trabalhos com a doença. E sim porque essa doença vai avançar rapidamente e não tem cura e nem mediações. Quero me forçar a pensar que estarei proporcionando o descanso que ela merece, poupando-a de mais sofrimento, já que em vida, tirando as merdas que fez e me deixava morrendo de raiva, só me deu alegria, amor e carinho. Mas então, porque será que me sinto como se estivesse virando as costas para ela justo no momento que ela mais precisa?

Deus... como é penoso! Como é difícil! Como é doloroso!

Só peço forças, para fazer o que seja certo fazer e na hora que tiver que ser feito! E que depois meu coração acalme e não fique se martirizando e se culpando.

Que Deus me ajude...!!!!!!