"Os moradores, comerciantes e trabalhadores não param de compartilhar essa imagem, sabe porque? Não aguentamos mais!"
Andamos
num mundo de violência, de intolerância, de agressões e de raiva.
Vivemos tempos de ódio no corpo, na alma e no coração. Vivemos as
consequências de um mundo evoluído tecnologicamente e arcaico em
condutas humanas. Vivemos a era dos "desvalores". Vivemos
reféns do medo, vivemos sobressaltados com a possibilidade do último suspiro antecipado. Não sabemos se ao sairmos de casa,
retornaremos à noite. Não podemos olhar pro lado, abrir a boca. "Não
gostou? Vai encarar?". Todos os dias somos agredidos! Todos os dias
sofremos múltiplas violências. Todos os dias somos sujeitos que a nossa
vida se acabe antes do final. Manchetes
de jornais, conhecidos que relatam casos, ações que presenciamos. Não
são poucas as violências que nos ameaçam diariamente. E não nos resta
outra alternativa a não ser nos cercarmos até os dentes de grades, muros
e portões. Vivermos numa prisão domiciliar. E nem isso é garantia de
segurança. Vivemos do trabalho pra casa e da casa para o trabalho. Já
não saímos mais como gostaríamos. Nosso lazer é tudo que envolve o nosso
lar ou perto dele. Estamos perdendo o gosto de viver, na pseudo Cidade Maravilhosa, no Brasil, em qualquer lugar do mundo pois a violência é generalizada.
E nesse mundo de barbárie e violência gratuita em que estamos vivendo,
onde acordamos e dormimos com notícias de mortes, almoçamos e jantamos
assassinatos, na nossa vontade de nos informar só vemos crimes e
atitudes de falta de escrúpulos, presenciamos a decadência humana, onde a falta de esperança e
fé na humanidade nos acompanha diariamente junto com o medo. Ao mesmo tempo em que há uma certa banalização
deste cotidiano assustador, me vem à cabeça apenas uma das sábias
frases do eterno pensador e idealista Renato Russo: "é preciso amar as
pessoas como se não houvesse amanhã. Porque se você parar pra pensar, na
verdade não há..."
Rotas culturais atrativas da cidade, programas genuinamente cariocas, momentos simples vão perdendo seus
frequentadores, vão deixando de existir. A questão é: até
quando viraremos reféns do medo e da violência? Passamos a viver sobressaltados. E pior do que o medo que nos assola é
ver a impunidade desses atos bater na nossa cara. São menores de idade e maiores também. Tem de tudo! Vários bairros do Rio sofrem em
larga escala com a violência, falta de policiamento e de ações de
segurança pública em conjunto com ações sociais.
De um modo geral quando todos começarem a
pagar pelos seus crimes e nossas leis forem sérias e irrefutáveis, de
repente a coisa começa a mudar. Porque com a certeza da impunidade, de
uma fiança, de uma internação de alguns meses em locais de onde há fugas, medidas
socioeducativas que viram piadas, "a polícia prende e a justiça solta", é tudo em vão. Não existe hoje mais
lado A e lado B. Não existe mais morro e asfalto
#mermão.
A violência chegou para todos. "A criminalidade toma conta da cidade, a sociedade põe a culpa nas autoridades", como diz a letra de uma música atemporal de Gabriel Pensador, mas a verdade é que fugiu do
controle de todos e nos sentimos numa total impotência como se estivéssemos de pés e mãos atados. Quem vê cara,
não vê coração. E bandido não tem endereço certo mais hoje em dia, não. Tem
os bandidinhos das favelas, mas também tem os de condomínio de luxo e
que tiveram de tudo na vida e que os pais pagam caro psicólogos para
saber onde foi que erraram. Não é pouco o n° de criminosos de classe
média, média-alta. Quais seriam os motivos destes estarem nesta vida? Se
a desculpa é pobreza, falta de estudos e oportunidades? Nenhuma! Mais
uma vez a pessoa vai porque quer. E hoje, tem de tudo na vida do crime! E
tenha a educação que tiver, a condição financeira que tiver, a condição
social que tiver, a condição familiar que tiver, oportunidades ou não
na vida, somos todos reféns do medo, da impunidade, da indignação. A
gente entrega tudo o que tem e eles ainda com requintes de crueldade no
mínimo nos agridem, no máximo tiram nossa vida. E riem, e drogados e
alcoolizados ou de "zueira", seguem livremente em busca de outro
"otário" pra dizer "perdeu".
Esses projetos de bandidos não são mais os
tadinhos da sociedade, não são mais os coitados projetados seja por isso
ou aquilo outro, filhos dos "sem nada". São os monstros que assombram
os piores pesadelos de todos nós que rezamos ao sair de casa para
voltar à noite sãos e salvos. Ao mesmo tempo em que quero crer que a
coisa terá um jeito, irá melhorar, as coisas vão ter um meio eficiente e
um fim, por outro lado permaneço incrédula quanto a essência humana. E
infelizmente, tão natural quanto a luz do dia, vai ser abrir o jornal
amanhã e ler outras manchetes, outras matérias, lamentar por outras
vítimas e ver crescer a cada dia e ganhar mais força e raiz essa
violência desenfreada e que por mais que nos assustemos, já faz tão
parte da rotina que muitos a banalizam e a tratam como normal.
Esse
é
apenas o meu desabafo enquanto cidadã, carioca, moradora do subúrbio e
que trabalha na zona sul, utiliza transporte público e vive todos os
dias com a sensação de insegurança. Não tenho intenção de ofender e
criticar os
que pensam diferente e nem polemizar com os que não compactuam com a
minha visão. Mas acredito que independente disso, essa realidade que
estamos vivendo, de comum acordo, precisamos que dê um basta! Estamos
todos cansados de tanta violência, de tanta impunidade, de tantas vidas
destroçadas. Deus olhe por nós!
Meu Deus, olhai por nós, porque estamos largados a própria sorte.
Na
zona sul, zona norte, baixada, rico, pobre, negro, branco, religiosos
ou não, no asfalto ou na favela, estamos todos sofrendo com a total
insegurança e vivendo reféns de nossas casas e do medo. Nós, cidadãos de
bem, trabalhadores, não só queremos justiça para todas essas vítimas,
até as que não são noticiadas pela mídia (e olha que violência é o tema
que mais rende, são casos e mais casos, diariamente, diversos, pela
cidade), como também queremos poder viver, em liberdade, exercendo nosso
direito de ir e vir. Queremos viver!
A violência está descontrolada. Mata-se por tão
pouco. Pra quê? Por puro prazer! Não aguentamos
mais isso. PAZ, pelo amor de Deus! Quantas vidas mais serão perdidas e
famílias destroçadas? Quando as leis ão de serem cumpridas? Quando a
polícia vai ser mais enérgica com relação ao policiamento e
patrulhamento ostensivo? Quando a justiça vai entender o perigo eminente
que esses criminosos representam de fato para a sociedade? Quando o
poder público vai resolver fazer de fato alguma coisa em vez de dar
declarações de ações falhas que são feitas e blá blá blá? Quando medidas
emergenciais começarão a vigorar?
Tenho medo! Vivo com medo! Não só pela violência que "já faz parte", como
também ando abismada como uma vida perdeu completamente seu valor. Nossa
guerra urbana está alcançando comparações das guerras no Oriente Médio.
Não aguentamos mais! Queremos justiça! Queremos segurança! Queremos ser resguardados de alguma forma. Sério, não dá mais! Lamentável que crianças que mal aprenderam a engatinhar já reconheçam o som de tiros. E outras maiores ao ouvirem, dizerem com naturalidade "ah, é tiro lá no... normal!" Pra quem? Pra mim não é nada normal essa socialização com a violência. E eu que estava toda
zen hoje, numa total paz de espírito ao ser tocada por uma mensagem
linda de um filme que vi de madrugada, vejo todos os meus bons
sentimentos se esvaírem ao me deparar, logo pela manhã, com mais matérias de violência, assalto, arrastão, morte, estupro, sequestro, etc. Mais umas pra coleção! E aí me invade um sentimento
de decepção e frustração de que por mais que façamos a nossa parte da
melhor maneira para um mundo melhor, cada vez mais estamos indo pro
ralo.
Não vai demorar muito voltaremos a época do "olho por olho e
dente por dente". Porque também quem deveria nos proteger, a polícia,
está em total desamparo. Não sei se vai ser bom ou ruim. Se os cidadãos
também tem esse tipo de preparo. Mas o medo e a insegurança está
tomando conta...Tá brabo cara! Não temos nada à nosso favor. Só Deus mesmo!
O Rio, o Brasil e o mundo pedem paz! Depois de tantas coisas ruins que
sabemos e ou até presenciamos todos os dias, que todos possam voltar em
segurança para suas casas ao final do dia, com a bênçãos de Deus, sempre
a olhar por nós. Porque, tá brabo! #PAZ