12 de agosto de 2009

Dêem a luz, por favor!!!!

Não consigo pensar em nada que dê mais irritação do que você trabalhar o dia todo e chegar em casa e estar ou sem água ou sem luz! Ainda não decidi qual dois é pior. Acho que ambos. E ontem foi exatamente o que aconteceu! Ventou e tchum: desta vez nem chegou a acabar. Mas estava à luz de velas! Bom, pelo menos eu moro em casa e não sou obrigada a subir não sei quantos lances de escada a pé (risos). Mas, de qualquer forma, desgastante.

Quando virei a esquina e me deparei com a penumbra da rua logo amarrei a cara porque já sabia o motivo. E nisso implicaria ir por água a baixo meus planos de uma noite relaxante à frente da TV vendo novela ou filminho, um banho quente, ouvir música para dormir... É impressionante a falta que alguma coisa te faz quando você não pode usufruir dela. É só estar restringida que quer porque quer. Ontem eu necessitava ver televisão. Por tudo que era mais sagrado. Não estava aguentando aquele silêncio agudo! Às vezes acho o silêncio pior que o barulho. Ele vai entrando e nos massacrando contra nós mesmos e não nos deixa livres daquilo que queremos esquecer. Precisava distrair a mente, mas a bendita falta de luz não estava colaborando.

Resolvi preparar alguma coisa para comer já que meu estômago anunciava uma fome. Nunca achei que fosse tão difícil preparar algo que estou cansada de fazer “vendo”, sem enxergar. Strogonoff, que sufoco! Não conseguia ver se tinha colocado pouco ou muito creme de leite. Não via a cor do dito cujo pra ver se tinha colocado molho de tomate na medida. Estava tendo um ataque de nervos. Bom, até que não ficou ruim de todo. E eu, com fome, comi tudinho.

Não estava nos meus dias para conversas. Aliás, o que eu menos queria era expressar minhas idéias e opiniões. Porém, a falta de luz não deixava muitas opções a não ser colocar todos juntos em um mesmo local conversando. Aquilo estava me consumindo... resolvi ir para o meu quarto e tomar um banho. A luz parecia um pouquinho mais forte e eu me animei. Pois apesar do calor que fazia, não me encorajo a tomar banho frio com facilidade (riso). Mas, enganei-me bonito! A luz não havia voltado de todo e o que estava não era suficiente para esquentar a água. Resultado: banho pulando e cantando trechos de músicas que nem eu sei de onde tirei. Porém, nem esta presepada toda estava conseguindo distrair meu espírito. Precisava desanuviar a mente e a única saída de entretenimento que eu via, era obrigada a se manter desligada por falta de energia suficiente. Urrrrrrrrr... ódio!

Nem o computador que poderia usar para matar a minha ansiedade em partes estava acessível. Quando a luz dava indícios de que iria voltar eu ficava com medo de ligar, ela cair de novo e acabar queimando meu filhinho. Também não tinha certeza se o melhor que eu deveria fazer aquela noite era ir dormir mais cedo. Isto é, caso meus pensamentos serenassem e me permitissem isto.

Tentativa 1: furada!!! Apesar do frescor da noite, com a casa trancada pela ventania, dentro se fez um calor insuportável. E não podia ligar o ventilador. Resultado: rolei pra cá, rolei pra lá e o sono que já era mínimo ficou nulo!

Tentativa 2: fracassada!!! Mosquitos... muitos. E o barulho insuportável!

Desisti de dormir cedo. Levantei e fui beber uma água. Aí, me dei conta de que com aquele ir e vir de luz, as minha coisas, no segundo andar da casa, não haviam sido desligadas. Depois de desligar tudo, voltei para a minha tentativa de dormir. Afinal, eu sabia que tinha que dormir cedo, pelo meu corpo, pelo meu ânimo, pelas minhas dores. Mas não havia santo que me fizesse dormir. Lembrei de quando eu era criança e minha vó me fazia dormir de qualquer jeito e sem sucesso falava: “- esta menina parece que tem bicho carpinteiro!”. Nunca soube muito bem o que esta expressão quis dizer, mas naquele momento ela me pareceu apropriada. Pois estranhava a cama, os lençóis, o quarto, o cheiro, a mim mesma. Coisa estranha!!!

A cada volta mais forte de luz uma comemoração. E uma tentativa de ligar a TV. Mas não durava mais do que 15 minutos e tudo despencava novamente e retornava a escuridão. Em outros tempos iria adorar aquele escurinho para viajar, lembrar, sonhar. Mas naquele dia, eu não queria escurinho, queria claridade, barulho, gente, movimento tudo que eu pudesse ficar ON o tempo todo.

Infelizmente a luz não veio esta noite. Minha vontade de ver TV teve que ser adiada para o dia seguinte. Minha curiosidade para ver o que acontecia no capítulo de Caminho das Índias foi deixada de lado, e eu, não distrai minha mente como gostaria de fazer. A contra gosto, esperei o sono vir entre crises de tosse. Enfim, uma hora ele veio, pois só acordei hoje, com o cel. despertando na hora de levantar para mais um dia, com luz!!!

3 comentários:

Cris Medeiros disse...

Não é bom que falte nada, mas se eu tiver que preferir entre a luz e a água, certamente não vou querer de jeito nenhum que falte luz! Eu moro sozinha, e quando falta luz acendo uma vela e fico olhando pra ela e rezando pra que a vida retorne a minha casa... É triste demais... Ainda bem que aqui nessa área onde moro tem hospital, corpo de bombeiro, delegacia o que faz com que tenha poucos episódios de falta de luz prolongada...

Beijocas

Rosi disse...

Ai que horror, e o pior é que a gente só reconhece que é importante quando falta.
Bjs

Van disse...

Que noite longa menina!! rss

A gente nunca para pra pensar nessas coisas cotidianos e fáceis da vida...que tanto nos fazem falta... e vc descreveu tudo direitinho...rs Adorei o texto!

bjsss