Uma coisa é a gente ver nas reportagens pela televisão o caos que se transforma a cidade do Rio, atualmente, quando chove. Outra coisa bem diferente é você se ver dentro da situação sem muita coisa a fazer. Pois bem, domingão, sol a pino, 17h da tarde e eu saindo de casa para ir me encontrar com amigas no shopping da Tijuca. Do nada o tempo virou. Fechou e a tarde clara parecia mais 20h da noite. Ventava já bem forte e começaram a cair os primeiros pingos d’água. Mas eu, teimosa da p... resolvi ir assim mesmo. Neste caso, nem sei se é teimosia demasiada. Mas tenho em casa minha mãe que tem verdadeiro pavor de sair de casa, de carro ou de qualquer outro jeito na chuva. E eu já acho que apesar de difícil em certos momentos não podemos nos render a determinadas situações e nos deixar controlar por elas. E outra, com estas pancadas de chuva rápidas e as mudanças loucas de tempo muitas vezes a chuva anuncia que vem, mas não vem. Ou cai em uma parte da cidade e na outra não cai nem um pingo. Enfim, resolvi arriscar e ir.
Quando cheguei em Ramos já era o próprio dilúvio anunciado! Era muita água! Dava até medo. Para acalmar, coloquei meu inseparável fone de ouvido e fui curtindo minhas musiquinhas preferidas. Olhava pela janela e nada via. A não ser breu! Por onde o ônibus ia passando via os novos passageiros entrando com a roupa como se tivessem saído de um mergulho na piscina. E as poças de água ao redor das ruas aumentando. Já na linha amarela o trânsito era um nó só. Quando ele, o ônibus, desceu para pegar ali por dentro do Jacaré, na Democráticos, a rua era a própria piscina. Inundada! Impossível passar. Até mesmo o ônibus que era alto e encarava qualquer coisa, resolveu não arriscar. Já nesta altura eu havia me arrependido de sair de casa. Entrando aqui, saindo ali, cortando algumas ruas, conseguimos fazer uma boa parte do caminho original alagado por outro improvisado. Mas, chegou a um momento que não deu mais. Mesmo cortando por dentro fomos obrigados a parar em um ponto que não passava nada. A chuva não dava trégua e tornava-se quase impossível ver as calçadas, as pessoas que a esta altura andavam com a água nos joelhos, os carros em torno, nada. O ônibus se atreveu a passar e estávamos indo bem até que paramos. E não saímos do lugar por um bom tempo. A chuva era tão forte que a gente não conseguia abrir a janela para ver as reais condições da situação. Mas, na brecha que consegui vi que a água já passava das rodas do ônibus e estava quase na cintura de quem se aventurava a atravessar de qualquer modo aquela água. Quando de repente alguém de dentro do ônibus gritou que a água estava entrando. Tomei um susto, pois de certa forma, me sentia mais preservada dentro do ônibus pelo fato dele ser possante, imponente e enfrentar todas. A água estava na altura do primeiro degrau do ônibus à portas fechadas. Foi a hora de mais nervosismo, pois ali, estávamos todos vulneráveis e impotentes. A senhora que sentava ao meu lado, já muito nervosa com a situação, estava ficando mais ainda por ter que chegar atrasada ao trabalho. Tentava acalmá-la explicando que a cidade toda estava alaga e que todos chegariam atrasados, sejam lá aonde forem. Mas foi em vão! Eu abria e fechava a janela toda hora. Mas nos poucos momentos que conseguia eu só via um volume muito grande de água. Era como se fosse uma bolsa e estávamos dentro. Aos arredores, muito lixo. De todos os tipos, recicláveis e não recicláveis. Fiquei pasma. Quantas doenças não estavam sendo disseminadas ali? Que horror! A gente ouve falar que o motivo das enchentes que acontecem corriqueiramente no Rio são os bueiros entupidos por conta da grande quantidade de lixo acumulados neles. E o restante fica nos meios fios das ruas, nas calçadas, tornando difícil a água escoar. Fora o desnível das ruas que dificulta a passagem da água também. Impressionante: 30 minutos de chuva e a cidade estava totalmente debaixo d’ água! E a população abismada sem saber o que fazer. Para fechar o quadro, chuva de granizo.
Fiquei ainda um bom tempo dentro do ônibus para que este conseguisse subir calçada e meio fio e tirar a gente dali, Depois enfrentar o trânsito, congestionado em uma via única, cortar mais uma infinidade de caminhos e 2 horas depois chegar ao meu destino. Que perrengue. Encontrei com as minhas amigas, mais para passar o tempo e deixar a bagunça que ficou a cidade se acalmar mais um pouco, a água conseguir baixar mais e então, voltar para casa. Até que por um lado deu certo meu raciocínio. Mas a chuva ininterrupta, já estava enchendo novamente os lugares que haviam secado. Peguei mais alguns cortes de caminho para voltar para casa, mas cheguei sã e salva. Em algum momento lembro-me de ter sentido pânico também por ter ficado alagada em lugares sem proteção, segurança e com alto índice de assaltos, violência. A cidade estava propensa para um arrastão, já que ninguém conseguia sair do lugar. Acho que senti mais medo disto do que da água em si. E para completar era dia de jogo no Maraca, outro lugar que alaga. Flamengo e Vasco se enfrentavam debaixo da forte chuva. Ainda bem que passei lá antes do término do jogo, porque se não o que já era um caos ia ficar mais ainda com a bagunça das torcidas rivais e organizadas.
Cheguei em casa crente que ia tomar um banho quente e assistir TV para aliviar a tensão dos maus bocados, quando deparei-me com a rua, as casas e os arredores à escuras. PUTA QUE O PARIU, pensei! Só faltava esta agora. Pois é... já eram 22h da noite e desde às 18h estávamos sem luz aqui. E a dita cuja só chegou às 09h da manhã do dia seguinte. Resultado: uma noite infernal, de calor e com muitos mosquitos rondando os ouvidos. E, no decorrer do dia, ouvi no noticiário nacional de que a previsão do tempo era para mais chuvas fortes durante a semana. Pensei na hora que se a situação continuar precária deste jeito, logo o Brasil se tornará uma Veneza da vida: debaixo d’água. E o pior, as próprias pessoas que reclamam da situação aposto, são as mesmas causadoras delas. Por que se veem a centímetros de suas mãos uma lixeira, preferem fingir que elas não existem e despejar o lixo nas ruas. Consequência, uma situação incontrolável. Se cada um fizesse a sua parte nada disto acontecia neste grau. Fora as melhorias que a cidade precisa, obras, pavimentação, iluminação, a companhia de energia responsável a Light, também precisa se preparar melhor para estas quedas de energia decorrentes da chuva. No verão elas são constantes pela sobrecarga de energia. Com as chuvas interrompem o fornecimento por quedas de postes, ventos que soltam fios... uma bagunça. Levar mais de 24h para fazer reparos? Absurdo! As nossas contas que não são baratas têm que ser pagas em dia. Nós não podemos faltar com nossas obrigações. Engraçados!!!
Bom, segundona, o tempo ainda fechado e chuva anunciada para o final da tarde, início da noite. Espero hoje não ter que me deslocar para longe e ter que passar pelas situações novamente. À tardinha outro susto, o transformador estourou. Mas desta vez, acho que meio ressabiados com a quantidade de reclamações, os técnicos da Light não demoraram a fazer os reparos. Só resta saber até que próxima chuva vai durar, tanta a minha luz intacta, quanto a cidade às secas.
Beijos e, lembre-se de zelar pela cidade de vocês. É a saúde, bem estar e segurança de todos nós que está em risco.
Quando cheguei em Ramos já era o próprio dilúvio anunciado! Era muita água! Dava até medo. Para acalmar, coloquei meu inseparável fone de ouvido e fui curtindo minhas musiquinhas preferidas. Olhava pela janela e nada via. A não ser breu! Por onde o ônibus ia passando via os novos passageiros entrando com a roupa como se tivessem saído de um mergulho na piscina. E as poças de água ao redor das ruas aumentando. Já na linha amarela o trânsito era um nó só. Quando ele, o ônibus, desceu para pegar ali por dentro do Jacaré, na Democráticos, a rua era a própria piscina. Inundada! Impossível passar. Até mesmo o ônibus que era alto e encarava qualquer coisa, resolveu não arriscar. Já nesta altura eu havia me arrependido de sair de casa. Entrando aqui, saindo ali, cortando algumas ruas, conseguimos fazer uma boa parte do caminho original alagado por outro improvisado. Mas, chegou a um momento que não deu mais. Mesmo cortando por dentro fomos obrigados a parar em um ponto que não passava nada. A chuva não dava trégua e tornava-se quase impossível ver as calçadas, as pessoas que a esta altura andavam com a água nos joelhos, os carros em torno, nada. O ônibus se atreveu a passar e estávamos indo bem até que paramos. E não saímos do lugar por um bom tempo. A chuva era tão forte que a gente não conseguia abrir a janela para ver as reais condições da situação. Mas, na brecha que consegui vi que a água já passava das rodas do ônibus e estava quase na cintura de quem se aventurava a atravessar de qualquer modo aquela água. Quando de repente alguém de dentro do ônibus gritou que a água estava entrando. Tomei um susto, pois de certa forma, me sentia mais preservada dentro do ônibus pelo fato dele ser possante, imponente e enfrentar todas. A água estava na altura do primeiro degrau do ônibus à portas fechadas. Foi a hora de mais nervosismo, pois ali, estávamos todos vulneráveis e impotentes. A senhora que sentava ao meu lado, já muito nervosa com a situação, estava ficando mais ainda por ter que chegar atrasada ao trabalho. Tentava acalmá-la explicando que a cidade toda estava alaga e que todos chegariam atrasados, sejam lá aonde forem. Mas foi em vão! Eu abria e fechava a janela toda hora. Mas nos poucos momentos que conseguia eu só via um volume muito grande de água. Era como se fosse uma bolsa e estávamos dentro. Aos arredores, muito lixo. De todos os tipos, recicláveis e não recicláveis. Fiquei pasma. Quantas doenças não estavam sendo disseminadas ali? Que horror! A gente ouve falar que o motivo das enchentes que acontecem corriqueiramente no Rio são os bueiros entupidos por conta da grande quantidade de lixo acumulados neles. E o restante fica nos meios fios das ruas, nas calçadas, tornando difícil a água escoar. Fora o desnível das ruas que dificulta a passagem da água também. Impressionante: 30 minutos de chuva e a cidade estava totalmente debaixo d’ água! E a população abismada sem saber o que fazer. Para fechar o quadro, chuva de granizo.
Fiquei ainda um bom tempo dentro do ônibus para que este conseguisse subir calçada e meio fio e tirar a gente dali, Depois enfrentar o trânsito, congestionado em uma via única, cortar mais uma infinidade de caminhos e 2 horas depois chegar ao meu destino. Que perrengue. Encontrei com as minhas amigas, mais para passar o tempo e deixar a bagunça que ficou a cidade se acalmar mais um pouco, a água conseguir baixar mais e então, voltar para casa. Até que por um lado deu certo meu raciocínio. Mas a chuva ininterrupta, já estava enchendo novamente os lugares que haviam secado. Peguei mais alguns cortes de caminho para voltar para casa, mas cheguei sã e salva. Em algum momento lembro-me de ter sentido pânico também por ter ficado alagada em lugares sem proteção, segurança e com alto índice de assaltos, violência. A cidade estava propensa para um arrastão, já que ninguém conseguia sair do lugar. Acho que senti mais medo disto do que da água em si. E para completar era dia de jogo no Maraca, outro lugar que alaga. Flamengo e Vasco se enfrentavam debaixo da forte chuva. Ainda bem que passei lá antes do término do jogo, porque se não o que já era um caos ia ficar mais ainda com a bagunça das torcidas rivais e organizadas.
Cheguei em casa crente que ia tomar um banho quente e assistir TV para aliviar a tensão dos maus bocados, quando deparei-me com a rua, as casas e os arredores à escuras. PUTA QUE O PARIU, pensei! Só faltava esta agora. Pois é... já eram 22h da noite e desde às 18h estávamos sem luz aqui. E a dita cuja só chegou às 09h da manhã do dia seguinte. Resultado: uma noite infernal, de calor e com muitos mosquitos rondando os ouvidos. E, no decorrer do dia, ouvi no noticiário nacional de que a previsão do tempo era para mais chuvas fortes durante a semana. Pensei na hora que se a situação continuar precária deste jeito, logo o Brasil se tornará uma Veneza da vida: debaixo d’água. E o pior, as próprias pessoas que reclamam da situação aposto, são as mesmas causadoras delas. Por que se veem a centímetros de suas mãos uma lixeira, preferem fingir que elas não existem e despejar o lixo nas ruas. Consequência, uma situação incontrolável. Se cada um fizesse a sua parte nada disto acontecia neste grau. Fora as melhorias que a cidade precisa, obras, pavimentação, iluminação, a companhia de energia responsável a Light, também precisa se preparar melhor para estas quedas de energia decorrentes da chuva. No verão elas são constantes pela sobrecarga de energia. Com as chuvas interrompem o fornecimento por quedas de postes, ventos que soltam fios... uma bagunça. Levar mais de 24h para fazer reparos? Absurdo! As nossas contas que não são baratas têm que ser pagas em dia. Nós não podemos faltar com nossas obrigações. Engraçados!!!
Bom, segundona, o tempo ainda fechado e chuva anunciada para o final da tarde, início da noite. Espero hoje não ter que me deslocar para longe e ter que passar pelas situações novamente. À tardinha outro susto, o transformador estourou. Mas desta vez, acho que meio ressabiados com a quantidade de reclamações, os técnicos da Light não demoraram a fazer os reparos. Só resta saber até que próxima chuva vai durar, tanta a minha luz intacta, quanto a cidade às secas.
Beijos e, lembre-se de zelar pela cidade de vocês. É a saúde, bem estar e segurança de todos nós que está em risco.