Lamentável tragédia que se abateu sobre a Cidade do Samba, nesta segunda-feira. Um incêndio, ainda de causas desconhecidas destruiu os barracões da Grande Rio, União da Ilha do Governador e Portela. Não é o primeiro acidente desse tipo que acontece com as escolas. Por causa da grande concentração de produtos inflamáveis no local o fogo poderia ter se alastrado facilmente. O que começou o incêndio ainda é desconhecido, agora o fato é que, de acordo com os grandes riscos apresentados no local, deveria haver alguém que fizesse uma inspeção dos equipamentos quanto aos riscos apresentados, a manutenção deles, se os funcionários sabiam usar os equipamentos corretamente e, principalmente, bombeiros civis e seguranças do trabalho no local. Em se tratando
de um prédio público produzindo uma festividade pública deveria haver uma preocupação tanto por parte da LIESA - Liga Independente das Escolas se Samba e da Prefeitura do Rio. Total leviandade e displicência! Sorte que o fato não foi mais grave e ninguém saiu ferido.
A única coisa que saiu ferida de fato, dessa situação toda foi o sentimento de alegria, satisfação e contentamento por todo o trabalho realizado ao longo de 11 meses, praticamente. Funcionários que vararam à noite e já tinha dado o serviço quase que por completo terminado se debulhavam em lágrimas que nem criança quando via o que havia sobrado no meio das chamas. Para algumas escolas, restava um esperança: retomar o trabalho e seguir em frente. Como todo grande artista, dizia Chico Buarque, "o show tem que continuar". Para outras, esperar por um milagre, pois tudo ou quase tudo havia sido queimado. Mas a vontade de dar a volta por cima, fazer um belíssimo carnaval e mostrar que tudo valeu a pena apesar das circunstâncias é o que pulsava nas veias de todos os participantes, dirigentes, torcedores ou apenas aqueles que vinham sem predileção, apenas para ajudar.
Comovente ver a solidariedade das outras escolas participantes do desfile, até então rivais na disputa do título de campeã do carnaval 2011 disponibilizarem mão-de-obra para o que as "necessitadas" precisassem. Alguém, não me lembro agora quem, disse: diferente do futebol, a nossa rixa é só na avenida. Fora da passarela somos muito solidárias e companheiras umas com as outras. Grande lição de vida, e uma excelente moral da história. Sei que ando me fazendo valer de muita frase feita, mas, só para finalizar e fechar com o tema, não dizem que não tem graça disputar se não for com o vencedor de verdade? Se for assim, mesmo não havendo julgamento este ano e de acordo com isso nenhuma escola será rebaixada, será um brio a mais, desfilar ao lago de escolas que tinham tudo para se fazer de vítimas e estão dando lição de vida como grandes vencedoras.
Na vida a gente sempre dá a volta por cima independente da situação.
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