"... Sempre acho estranho quando alguém defende a própria grossura argumentando que está sendo 'ele mesmo', como se ter uma postura elegante fosse falta de personalidade"... Martha Medeiros.
Esse texto, de onde eu tirei essa frase, caiu em minhas mãos numa excelente hora, justo quando estava me sentindo péssima por enfim, ter tido coragem de falar o que me incomodava, o que eu pensava. Até esperei passar um tempo considerável e a poeira abaixar para que eu não falasse um monte de besteiras, no calor da emoção. Para que, falasse com a razão e não com o coração. Para que não aumentasse e nem distorcesse os fatos a meu favor. O fato ocorreu com a minha cunhada e as alfinetadas que ela vivia me dando no modo que ela acha que eu trato o irmão dela e à mim como um todo. Na verdade, ela serviu como bode expiatório, na minha opinião. Apenas teve, como eu, a coragem de falar um pensamento coletivo, mas a infelicidade de não saber se expressar. A gente pode e deve dizer o que pensa e sente, mas sabendo usar as palavras. Falar a verdade não é sinônimo de xingar, ofender, desmerecer, caluniar e desrespeitar os outros... Viva a sábia Martha! E foi isso que eu fiz, mas não fui retribuída da mesma forma. Falei sim, o que me incomoda nas atitudes dela, nos comentários desnecessários e nas piadinhas infames de mau gosto. E, como eu disse o que pensava, era minha vez de ouvir o que viessem a me dizer. O problema é que no lugar de frases vieram xingamentos, ofensas e pensamentos que com certeza não nasceram da noite para o dia, apenas porque tivemos um desentendimento. Foram coisas que ela sempre pensou ao meu respeito. Coisas equivocadas, pois não sou hoje o que sou e nem cheguei aonde cheguei em berço de ouro. Ralei muito e muitos da minha família ralaram muito para me dar tudo do bom e do melhor, necessário para a minha vida. Mas, obviamente, só saberia disso quem fosse amigo, ou se dispusesse a enxergar o outro através das aparências. Queria saber desde quando ter oportunidade na vida é defeito? Infelizmente, sei que nem todos tiveram a mesma sorte que eu, mas não é por isso que o(a) não favorecido(a) vai viver vestindo a pele de coitadinho(a), tenham dó de mim ou usar disso para menosprezar os outros. O nome disso é autossuficiência e arrogância. E eu que sou falsa, sem noção, mimada, pedante, ridícula e muito mais coisas que prefiro poupar quem vai ler esse post. Tudo porque não aceito intromissão na minha vida! Tudo porque não vou me submeter aos capricho daqueles que acham que sabem mais de mim, da minha casa e da minha família do que eu. Tudo isso porque não vou aceitar críticas, nada construtivas, de quem não tem moral para criticar e não gosta de ser criticado também. Se me acusa de me calar e não ser sincera no que penso, o que foi feito por ela então? Já tem dois anos! E isso porque estava super empolgada em me ajudar com os preparativos do casório e ser minha madrinha. Minha ex-madrinha. Foras as saídas, as conversas, as festas... Chega, já fiz concessões demais por conta do amor. E até o amor, tem limites. Quando não se tem, quando tudo é permissivo, não é amor, é falta de amor. Pelo menos, na minha opinião.
O medo agora é que esse fuzuê todo repercuta no meu relacionamento com meu marido. Embora ele tenha ficado do meu lado pois certas atitudes sempre o incomodaram bastante também, sei que na prática as coisas não são tão simples quanto parecem ser. Todo desentendimento é um divisor de águas, além de pensamentos e de convivência. E querendo ou não são imposições do que será feito dali pra frente. Mesmo que, futuramente, venhamos a sentar e conversar - eu disse conversar - eu e ela, dificilmente, vamos voltar a ser como antes, e muito menos passar por cima de tudo que foi feito e dito em prol da família unida e feliz. Pelo gênio, de nos duas e principalmente dela de se achar sempre certa e a dona da razão, não vai baixar a cabeça e assumir uma parcela da culpa. E eu, sinceramente, não tô nem um pouquinho a fim de fazer isso tb.
Como já disse em outro post, tenho me descoberto não tão boazinha assim como achava ser. Não tão compreensiva, rancorosa sim e que mágoas e decepções que me acontecem eu não consigo esquecer com muita facilidade, não. Me orgulho de falar isso? Também não! Mas, sou humana, oras. E renegar meus sentimentos, só me frustra mais como pessoa. Melhor assumir de vez meus defeitos e quem gostar de mim, que goste com eles, com toda a transparência do meu ser. Não é intransigência... é renascimento! Comecei a crer que bonzinho só se fode! E eu cansei de não falar e não agir pensando no bem estar dos outros e não no meu. Voltar atrás até quando eu estou certa. Pedir desculpas na minha razão. Não, não sou tão legal assim... Não sou tão paciente, tão tolerante e pelo visto, não vou direto pro céu!!!!
Um comentário:
Meu Deus, que post, que achado!! Foi feito pra mim, só pode ser. Estou com minha cunhada entalada na minha garganta há 10 anos. Todo esse tempo me sentindo insegura porque ela é a rainha da bondade e da virtude e o resto é lixo. Mas cansei. Dessa vez ela me magoou até a alma e a minha resolução para 2012 é não engolir mais sapos dessa imbecil. Amei seu post, o jeito que pondera, o seu equilíbrio. Me fez ver que não estou sozinha e perceber que é melhor me acalmar primeiro e botar tudo pra fora . Obrigada
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