"Minha família não soube me educar. Meus pais me ensinaram valores que estão em desuso.
Me ensinaram que amor vale mais do que dinheiro, que amizade vale mais do que interesse, que um gesto vale mais do que mil palavras. Que gente de verdade vale mais do que carro, viagem, emprego.
Me ensinaram que eu não devo fazer com o outro aquilo que eu não gostaria que fizessem comigo. Que tudo que a gente faz volta - às vezes em dobro - pra gente. Que nada nessa vida é de graça, a não ser os sentimentos sinceros. Que ninguém morre devendo (se você faz mal pra alguém, você paga antes de morrer). Que vingança é pra gente pequena e que o desprezo é a melhor forma de "se vingar". Que uma relação desigual - dois pesos e duas medidas - não é uma relação de verdade. Que tudo que é de verdade, eu devo levar comigo pro resto da vida. Que pessoas que gostam de crianças e animais são pessoas do bem. Que animais são seres do bem. Que tem muito bicho melhor que muita gente. Que um bom coração vale mais do que uma carteira gorda. Que não se julga alguém pela aparência. Que todos nós vamos morrer mesmo, então o que vale é o que a gente faz aqui e não o que a gente tem.
Meus pais me ensinaram tudo isso e é assim que eu vejo o mundo ainda. Ou, pelo menos, é assim que eu gostaria que ele fosse."
Esse texto foi escrito ou utilizado por Brena Braz. Que ela é boa escritora, muitos blogueiros que conhecem o Até onde vai (http://www.ateondevai.com/) devem saber. Mas, muitas vezes ela consegue, impressionantemente, traduzir com palavras aquilo que muitos de nós pensamos ou sentimos mas não conseguimos expressar. E nos últimos dias venho me questionando sobre essa questão dos valores humanos passado pelas famílias, onde muitas vezes você parece ser um E.T. no meio de tanta gente, de tanta deturpação, de tanta coisa que não faz sentido. Aonde tudo isso foi parar? Mesmo me sentindo uma estranha no ninho, continuarei a agir integramente, de acordo com minhas crenças e valores, com o que me foi ensinado, com o que aprendi na vida. Ser de boa índole e íntegro não faz de ninguém "bobo". Talvez, essa seja a diferença necessária para tornar colorido aquele que é mais um tom de cinza no meio da multidão.
Todo mundo um dia já fez na escola aquela árvore da vida, aonde nas folhas, brotam frutos de sentimentos e ações para consigo, com o próximo, com o mundo. Por que esquecer dela? Por que não a carregamos conosco para o resto da vida?
Um comentário:
Acho que a sociedade sempre teve os valores invertidos. Por muitos anos minha frase de efeito era que sou uma pessoa que contesta os valores invertidos da sociedade. Enfim, acho que nada mudou, nem sei se piorou ou melhorou.
Beijocas
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