30 de agosto de 2013

Justiça que atrasa!




Revolta e indignação! É tudo que eu tenho para expressar nesse momento! Você tenta entender a razão de certas coisas pela ótica do bom senso até você não precisar delas. Pois quando você precisa, meu bem, não faltam argumentos para você cuspir aos berros a lista das suas necessidades e incompreensões acerca de certos trâmites burocráticos que regem esse país. Sério, na boa, pobre do coitado que nem eu aqui que tem que ficar à mercê dos desmandos e da boa vontade da justiça de trabalhar. E ela, justamente ela que quer tentar conscientizar as pessoas a não burlarem as leis e agirem através da legalidade, acabam incentivando atos ilegais pela demora e até descaso com que são tratados os casos das pessoas. Explico melhor minha repulsa repentina:

Ontem fui a uma reunião organizada pela Vara da Infância e Juventude e do Idosos, situado na Praça Onze. Essa reunião é ministrada para os candidatos a adoção de crianças e tem por intenção explicar o passo a passo, a documentação, o que constitui uma adoção, a legalização da guarda provisória à definitiva e principalmente, enfatizar que a adoção é um gesto de amor mas de muita responsabilidade. Portanto é necessário que se pense e pese bastante essa decisão, pois uma vez tomada, impossível voltar atrás. Essa parte é legal, apesar de achar que a maioria das mais ou menos setenta pessoas que lotavam aquele auditório quente, minúsculo e pouco confortável já sabiam bem o que queriam, visto que grande parte das pessoas ali já aparentavam uma certa idade e a medida que as explicações "emocionais" sobre a adoção eram faladas, notava-se pelas feições que era a última alternativa, a única chance que restava para quem anseia ser pai ou mãe, independente de laços de sangue. Portanto, sim, as pessoas estavam cientes do que queriam e gostariam apenas de se informar como poderia ser feita a coisa. Não descarto a possibilidade de, após essa primeira reunião, muitas pessoas desistirem do ato. Algumas podem até cair em si e perceber que no momento não é isso que querem para suas vidas ou que simplesmente, não são capazes de fazê-lo. Porém, acredito que a maior parte das desistências se dá ao fato da lentidão com que as coisas se arrastam, a burocracia que se tem que enfrentar, as dificuldades processuais que por vezes podem se tornar exaustivas e tornado dessa forma uma coisa simples, visto que há infinitos abrigos abarrotados de crianças e adolescentes à espera de um lar, numa dificuldade enorme e sem previsão de término. Angustiados e ansiosos pela demora no andamento do processo, no meio do caminho muitos candidatos à adoção desistem pelo simples fato de não se ter uma posição de quando conseguirão e não têm mais nada que se possa fazer com relação a isso, está nas mãos deles.

A reunião estava marcada para às 13h. Assim que chegamos, meu marido e eu nos deparamos com uma fila gigantesca. Após alguns minutos de espera na fila e uma certa dificuldade para acomodar as pessoas no auditório, ouvimos uma das palestrantes falar: "nossa está cada vez mais cheio!". Pombas, se estão vendo que a procura está aumentando, por que raios não colocam mais reuniões no mês, em vez de ser somente na última quinta-feira? Dessa forma poderiam dividir em grupos menores e concentrar uma maior atenção até às dúvidas e questionamentos. Logo que conseguimos entrar no local, nos deram um envelope pardo que continham alguns dados de documentação necessária, uma planinha explicando as fases do processo e uma ficha cadastral onde você insere o perfil da criança desejada. Logo de cara já não gostei do que vi quando li os papéis! Primeiro, no site do próprio juizado que eu havia consultado dizia a documentação necessária para dar entrada no processo para "habilitação à adoção". Isso mesmo! Um processo para que a juizado nos conceda um "aptos" a sermos pais e só aí então, depois dessa aprovação, entrar na lista do Cadastro Nacional de Adoção, de fato. Bom, voltando a documentação, eles não informavam no site como estavam informando agora a necessidade de várias cópias autenticadas de cada documento meu e de meu marido. Além de uma série de declarações retiradas em cartórios que não são baratas. E isso porque no site constava que o processo era "isento de custos". Só se fossem na China!

Então, depois de explicarem e se certificarem de sanar todas as dúvidas, as assistentes sociais, psicólogas e advogas deram início a uma conversa para melhor informar como é o perfil das crianças colocadas para a adoção, como se dá a adoção dependendo da faixa etária preterida, os direitos e deveres dos pais assim que possuem a criança em seu poder, e o que constitui e as responsabilidades de uma adoção consciente. Já disse que, apesar de achar que a maioria dos candidatos presentes estava ciente do que iria fazer, acho válido enfatizar e explicar. Só não precisa gastar mais de quarenta minutos martelando nesse tema, visto que ainda haviam muitas outras coisas para falar. Não posso exigir que as pessoas pesquisem, se informem e corram atrás como eu, mas em todo e qualquer processo que queira dar início na vida, se não tiver o mínimo de esclarecimento sobre o assunto vai ficar complicado. Então, partindo desse ponto e mais uma vez levada a crer pelas expressões faciais e alguns ruídos emitidos, assim como cabeças balançando em concordância à algumas informações, percebi que as pessoas não estavam ali totalmente leigas. O que já era um indício de que podiam passar para o próximo tópico.

Passado para o próximo ponto, nova indignação: não é possível dar entrada na documentação que iniciará o processo pleiteando entrar no cadastro de adoção sem antes participar de no mínimo três palestras de grupos de apoio, tipo o AA. Só depois de participar delas e que, com o visto do monitor comprovando que eu estive presente é que conseguirei dar continuidade ao processo. Achei um tremendo absurdo. Não só pelos horários que não podiam ser piores (os candidatos a pais também trabalham e nem todo empregador é tão compreensivo com as necessidades de seus funcionários. E para se adotar uma criança é necessário ter como sustentar), mas pela obrigatoriedade de serem três. Uma já não estava bom? Legal ouvir pessoas falando de suas experiências após a adoção, de suas expectativas antes da adoção, mas salvo que cada caso é um caso e cada pessoa é uma pessoa. Não necessariamente o que um eu eu passei vai se repetir com terceiros e vice e versa. Isso não é garantia de que a adoção será um sucesso, que haverá uma boa convivência e aceitação, não haverá conflitos e se houverem que serão solucionados. As palestras não vão ensinar ninguém e ser bom ou mau pai e mãe. Podem ajudar a formar um cenário na cabeça e ter uma ideia da coisa, mas que não necessariamente vai ser a mesma quando for com a gente. Eles deveriam ministrar essas palestras para as mães prostitutas e viciadas que parem que nem chuchu na serra e jogam as crianças por aí pra morrer a darem para a adoção. Seria mais eficiente! Mas tudo bem, ainda estava engolindo com dificuldade essa história de palestras obrigatórias quando a assistente social pronunciou que, pela grande quantidade de candidatos e pelo fato de o grupo se encontrar apenas uma vez por mês, possivelmente só terá vaga para frequentar ano que vem. Que??? Gente, pra quê facilitar a vida né? Se pode atrapalhar pra quê ajudar? P..., se tem muita gente pra fazer o curso, abre mais dias. E se depende de fazer o curso para seguir com o processo de adoção, tá explicado porque muitos processos estão emperrados. Óbvio que é por conta da má organização e gestão da coisa. Quantos casais e pessoas não estão aguardando numa fila de espera para fazer um curso e seguir para outra fila que os coloca mais próximos (entre aspas) de seus objetivos? Milhares!

 #peloamordedeus

Juro que nessa hora minha vontade foi de levantar, gritar "palhaçada" bem alto, pois não posso xingar mas a vontade era essa, e dizer que pela incompetência deles é que na mesma proporção de gente que se animam para adotar também desanimam e procuram outros meios ilegais que eles condenam, mas ao mesmo tempo não dão nenhuma condição e facilidade para que seja feito tudo dentro da lei, da melhor maneira posível. Juro que quase saiu! Não sei que mão santa invisível foi aquela que me calou. De tamanha raiva eu acho que nem conseguiria articular as palavras direito. Sofro desse pequeno problema, as melhores respostas me ocorrem sempre cinco minutos depois de eu dar a mais idiota. Enfim, isso me desmotivou legal. Eu sabia que não seria fácil, nem rápido, mas não julguei que seria quase que uma missão impossível. A burocracia já é tamanha que você já sente vontade de desistir. Aí, em coisas que poderiam agilizar tudo, eles vão colocando "lombadas" como obstáculo te empurrando para mais longe do seu objetivo e tornando mais lenta a caminhada. Às vezes, creio que a verdadeira intenção da justiça não é simplesmente arrumar uma família para essas crianças. É fazer uma prova digna de reality show para ver quem resiste mais e chega no final perseverante. Prova de fogo! E fora que irrita as informações contraditórias. Cada um fala uma coisa e no final das contas o certo não é nada que todo mundo disse. É outra coisa que ninguém mencionou! O site deles diz que "adotar é fácil, rápido, longe de complicações e pode durar menos do que uma gestação"... Oi??? Aonde foi que nas quase três horas de palestra isso foi mencionado ou dado a entender? Em nenhum momento. Ou seja, são mentirosos, vendem uma informação que não é verídica para uma situação que não procede. Nitidamente estão comprando as pessoas a aceitarem a ideia da adoção e depois que elas estão todas entusiasmadas jogam um belo barril de água fria com tantos mas, porém, talvez, ainda não, mais pra frente. Tremenda injustiça!

E para finalizar o show de horrores, a psicóloga disse que após aprovados para entrar na fila para a adoção, ganha-se um documento que permite que se faça visitas aos abrigos para conhecer e ver de perto as crianças, coisa essa que mais uma vez estava escrita no site, "que os abrigos têm o maior prazer em receber visitas, desde que essas sejam agendadas previamente" (justo), mas ela, a psicóloga, não aconselha! Porque nos abrigos ficam todas as crianças, inclusive aquelas que já se encontram no meio de um processo de adoção, mas como nós e dependendo da idade da criança ela também não sabe, podemos nos decepcionar ao escolhermos uma criança, nos apegarmos a ela e ela não poder ser nossa. Por que deixá-las juntas então? Ou então, por que os funcionários do local não tem um controle, são informados das crianças que estão sendo visitadas já por famílias ou que já estão sendo colocadas à disposição para possíveis adoções através dos chamados da justiça ou até mesmo aquelas que ainda não estão prontas para adoção? Não entendo esses empecilhos todos! Que no fundo são simples de resolver. Eu posso ficar em casa esperando me ligarem dizendo que apareceu uma criança com o perfil desejado por mim ou posso ir pelos abrigos e encontrar uma, até mesmo diferente do perfil que eu escolhi. É um direito meu! Mas não é aconselhado? Como assim?

É tudo uma tremenda zona sabe? Uma monte de informações controversas. Um bando de mínimas coisas que dificultam e atrasam o processo. Em vez de haver incentivo e facilidades para que as pessoas se sintam estimuladas a fazer a coisa do modo certo, eles colocam obstáculos e mais obstáculos. Me senti no deserto vislumbrando uma miragem de Oasis. Não quero julgar o certo e o errado. Até porque, muitas vezes o errado vira certo e o certo vira errado. Dependendo das circunstâncias muita coisa é justificável. E eu vou ser bem sincera, se eu tivesse meios, conhecimento, se eu tivesse até mais coragem, talvez eu procurasse outros caminhos, do que ficar na incerteza do "quem sabe um dia" que pode nunca chegar. Eu sou adotada e desconfio que naquela época muita gente não seguia esse trâmite legal de adoção de hoje. E nem por isso as crianças são menos cuidadas e amadas e protegidas. Entendo o zelo e o cuidado da justiça para se certificar a quem estão entregando as crianças, em que lar e com que tipo de pessoas serão criadas. Mas de tanta dificuldade, acabam tirando e privando essas crianças que na sua grande maioria morará num abrigo até completar 18 anos e sair de lá dando espaço para outras crianças. Existe tantos corações maternos e paternos cheios de amor mais de braços vazios. Enquanto há muitas barrigas cheias e corações gelados. Antes fora da lei do que permitir que um bebê seja jogado à própria sorte sem nem saber se vai sobreviver! Que me recriminem os politicamente corretos, mas avaliem antes de julgar qual seria a decisão que tomariam diante de uma situação. Julgar é muito fácil! Mas o mundo gira e hoje quem acusa amanhã pode ser o acusado, justamente porque para ele, foi justificável o ato dele. Para mim, poderia não ter sido. É aquela velha história que se discute: é crime quem rouba comida? As opiniões de certo e errado são divididas entre as leis e os valores éticos e morais. Todo mundo concorda que roubo é pegar aquilo que não lhe pertence sem autorização do dono. Mas, mesmo por um motivo nobre, roubo se justifica? Depende! Se você for inflexível não, se for mais tolerante sim, se for comerciante não, se tiver uma família sim, se tiver de tudo não, se já tiver passado dificuldades sim, e por aí vai...

Mas, como infelizmente não me resta outra solução, tenho que me render aos desmandos e autoridades incompetentes desse país. Tenho que "a vossa vontade". Não sei o tempo que vai levar. Não sei muito bem como isso vai ser feito de fato. Tenho a impressão de que surpresas e imprevistos me aguardam pelo caminho. Vou tentar não desanimar e manter a confiança e a motivação lá em cima. É duro... mas vou tentar!

E essa foi a minha primeira luta nessa grande competição onde eu tenho certeza que os adversários podem e são maiores do que o tamanho que de fato tem. Mas enquanto não soa anunciando o final da luta, não há vencedores, mas também não há perdedores!

Boa noite e bom fim de semana



29 de agosto de 2013

Toda caminhada começa com um pequeno passo!


15 coisas que você precisa abandonar para ser feliz


Essa lista é uma tradução, o texto original e em inglês é do World Observer Online



1. Desista da sua necessidade de estar sempre certo
Há tantos de nós que não podem suportar a ideia de estarem errados – querem ter sempre razão – mesmo correndo o risco de acabar com grandes relacionamentos ou causar estresse e dor, para nós e para os outros. E não vale a pena, mesmo. Sempre que você sentir essa necessidade “urgente” de começar uma briga sobre quem está certo e quem está errado, pergunte a si mesmo: “Eu prefiro estar certo ou ser gentil?” (Wayne Dyer) Que diferença fará? Seu ego é mesmo tão grande assim? 
2. Desista da sua necessidade de controle
Estar disposto a abandonar a sua necessidade de estar sempre no controle de tudo o que acontece a você e ao seu redor – situações, eventos, pessoas, etc. Sendo eles entes queridos, colegas de trabalho ou apenas estranhos que você conheceu na rua – deixe que eles sejam. Deixe que tudo e todos sejam exatamente o que são e você verá como isso irá o fazer se sentir melhor.
“Ao abrir mão, tudo é feito. O mundo é ganho por quem se desapega, mas é necessário você tentar e tentar. O mundo está além da vitória.” Lao Tzu
3. Pare de culpar os outros
Desista desse desejo de culpar as outras pessoas pelo que você tem ou não, pelo que você sente ou deixa de sentir. Pare de abrir mão do seu poder e comece a se responsabilizar pela sua vida.
4. Abandone as conversinhas auto-destrutivas
Quantas pessoas estão se machucando por causa da sua mentalidade negativa, poluída e repetidamente derrotista? Não acredite em tudo o que a sua mente está te dizendo – especialmente, se é algo pessimista. Você é melhor do que isso.
“A mente é um instrumento soberbo, se usado corretamente. Usado de forma errada, contudo, torna-se muito destrutiva.” Eckhart Tolle
5. Deixe de lado as crenças limitadoras sobre quem você pode ou não ser, sobre o que é possível e o que é impossível. De agora em diante, não está mais permitido deixar que as suas crenças restritivas te deixem empacado no lugar errado. Abra as asas e voe!
“Uma crença não é uma ideia realizada pela mente, é uma ideia que segura a mente.” Elly Roselle
6. Pare de reclamar
Desista da sua necessidade constante de reclamar daquelas várias, várias, váaaarias coisas – pessoas, momentos, situações que te deixam infeliz ou depressivo. Ninguém pode te deixar infeliz, nenhuma situação pode te deixar triste ou na pior, a não ser que você permita. Não é a situação que libera esses sentimentos em você, mas como você escolhe encará-la. Nunca subestime o poder do pensamento positivo.
7. Esqueça o luxo de criticar
Desista do hábito de criticar coisas, eventos ou pessoas que são diferentes de você. Nós somos todos diferentes e, ainda assim, somos todos iguais. Todos nós queremos ser felizes, queremos amar e ser amados e ser sempre entendidos. Nós todos queremos algo e algo é desejado por todos nós.
8. Desista da sua necessidade de impressionar os outros
Pare de tentar tanto ser algo que você não é só para que os outros gostem de você. Não funciona dessa maneira. No momento em que você pára de tentar com tanto afinco ser algo que você não é, no instante em que você tira todas as máscaras e aceita quem realmente é, vai descobrir que as pessoas serão atraídas por você – sem esforço algum.
9. Abra mão da sua resistência à mudança
Mudar é bom. Mudar é o que vai te ajudar a ir de A a B. Mudar vai melhorar a sua vida e também as vidas de quem vive ao seu redor. Siga a sua felicidade, abrace a mudança – não resista a ela.
“Siga a sua felicidade e o mundo abrirá portas para você onde antes só havia paredes” Joseph Campbell
10. Esqueça os rótulos
Pare de rotular aquelas pessoas, coisas e situações que você não entende como se fossem esquisitas ou diferentes e tente abrir a sua mente, pouco a pouco. Mentes só funcionam quando abertas.
“A mais extrema forma da ignorância é quando você rejeita algo sobre o que você não sabe nada” Wayne Dyer
11. Abandone os seus medos
Medo é só uma ilusão, não existe – você que inventou. Está tudo em sua cabeça. Corrija o seu interior e, no exterior, as coisas vão se encaixar.
“A única coisa de que você deve ter medo é do próprio medo” Franklin D. Roosevelt
12. Desista de suas desculpas
Mande que arrumem as malas e diga que estão demitidas. Você não precisa mais delas. Muitas vezes nos limitamos por causa das muitas desculpas que usamos. Ao invés de crescer e trabalhar para melhorar a nós mesmos e nossas vidas, ficamos presos, mentindo para nós mesmos, usando todo tipo de desculpas – desculpas que, 99,9% das vezes, não são nem reais.
13. Deixe o passado no passado
Eu sei, eu sei. É difícil. Especialmente quando o passado parece bem melhor do que o presente e o futuro parece tão assustador, mas você tem que levar em consideração o fato de que o presente é tudo que você tem e tudo o que você vai ter. O passado que você está desejando – o passado com o qual você agora sonha – foi ignorado por você quando era presente. Pare de se iludir. Esteja presente em tudo que você faz e aproveite a vida. Afinal, a vida é uma viagem e não um destino. Enxergue o futuro com clareza, prepare-se, mas sempre esteja presente no agora.
14. Desapegue do apego
Este é um conceito que, para a maioria de nós é bem difícil de entender. E eu tenho que confessar que para mim também era – ainda é -, mas não é algo impossível. Você melhora a cada dia com tempo e prática. No momento em que você se desapegar de todas as coisas, (e isso não significa desistir do seu amor por elas – afinal, o amor e o apego não têm nada a ver um com o outro; o apego vem de um lugar de medo, enquanto o amor… bem, o verdadeiro amor é puro, gentil e altruísta, onde há amor não pode haver medo e, por causa disso, o apego e o amor não podem coexistir), você irá se acalmar e se virá a se tornar tolerante, amável e sereno… Você vai alcançar um estado que te permita compreender todas as coisas, sem sequer tentar. Um estado além das palavras.
15. Pare de viver a sua vida segundo as expectativas das outras pessoas
Pessoas demais estão vivendo uma vida que não é delas. Elas vivem suas vidas de acordo com o que outras pessoas pensam que é o melhor para elas, elas vivem as próprias vidas de acordo com o que os pais pensam que é o melhor para elas, ou o que seus amigos, inimigos, professores, o governo e até a mídia pensa que é o melhor para elas. Elas ignoram suas vozes interiores, suas intuições. Estão tão ocupadas agradando todo mundo, vivendo as suas expectativas, que perdem o controle das próprias vidas. Isso faz com que esqueçam o que as faz feliz, o que elas querem e o que precisam – e, um dia, esquecem também delas mesmas. Você tem a sua vida – essa vida agora – você deve vivê-la, dominá-la e, especialmente, não deixar que as opiniões dos outros te distraiam do seu caminho.

27 de agosto de 2013

A maternidade toma conta de mim!




Quem acompanha esse blog desde seu nascimento sabe que maternidade sempre foi aquele item totalmente dispensável na minha lista de prioridades. Nunca cogitei mesmo a hipótese, além de julgar que não tinha a menor vocação para ser mãe. Estava numa época egoísta, por assim dizer, querendo me pôr em primeiro lugar sempre, pensar nas minhas necessidades, batalhar pelos meus sonhos, trilhar objetivos de vida. E não me via, nem tão cedo, abrindo mão de mim por um serzinho que precisaria de meus cuidados e atenções em tempo integral. E então, esse foi meu discurso por anos sempre que perguntada sobre "quando viria o filhote". E colocava na lista estabilidade financeira, um emprego que me satisfizesse, a hora em que eu achasse que já tinha cansado de curtir a vida, quando já tivesse realizado alguns projetos e sonhos pessoais, incluindo cursos, viagens, passeios e afins. Por anos usei isso como razão para justificar a minha falta de vontade por ser mãe. Hoje vejo que dei desculpas. Não, não foi errado! De fato, naquela época e há um ano atrás eu verdadeiramente não estava preparada para assumir tamanha responsabilidade para o resto da vida. Achava injusto colocar uma criança no mundo e fazê-la pagar pelas minhas imprudências e pior, caso eu viesse a colocar a culpa nela pelas minhas não realizações e complexá-la. Por isso, esse assunto era sempre tabu pra mim e poucas pessoas aceitavam numa boa essa escolha. Sempre tinha alguém para argumentar que quando se é mãe a coisa se transforma, você muda seu jeito de agir e pensar, que compensa por isso e por aquilo. Fora os discursos de quem não entendia como uma mulher simplesmente não tinha vontade de ter filhos e proferia aquilo com tal naturalidade como quem diz que hoje não está afim de ir ao cinema. Em determinados momentos, tamanha era a cobrança e reivindicações por explicações que eu comecei a me sentir um E.T. Eu achava tão normal que hoje, a mulher moderna e independente, dona de seu corpo e de sua vida pudesse escolher que viga gostaria de ter que não acreditava quando ouvia essa ladainha feminina. 

Bom, o tempo passou, me relacionei algumas vezes, algumas sérias outras não. Estudei, viajei, fiz amigos, realizei alguns projetos. E um dia, sem mais nem menos, entra na minha vida, de maneira arrebatadora um homem que viria ser meu marido. No início, cansada de decepção e falsas promessas de amor e compromisso não levei muito à  sério. Mas com o tempo, fui vendo a verdade em suas palavras e ações. E eu, que também já me sentia numa fase pronta para, como diria, "sossegar" e encontrar alguém a fim de ter algo mais consistente não recusei o convite que partiu dele de morarmos juntos e construirmos uma vida a dois. Não levamos muito tempo entre as saídas, o namoro, o noivado, o morar junto e o casamento para oficializar a união que ele tanto fazia questão. Nos reconhecemos quando nos encontramos. Então, se duas pessoas possuíam um desejo comum, por quê adiar mais, né? Pronto, casamos, construímos a nossa casa e sempre estivemos muito felizes, tirando algumas brigas e desentendimentos que todo casal tem, normal. Mas, mesmo ele sendo compreensivo, me apoiando sempre e cabeça aberta o tema filhos sempre foi um assunto delicado entre nós. No início, ele não entendia a minha falta de vontade. Depois, acabou aceitando. Quer dizer, não sei até que ponto foi aceitação mesmo ou apenas deixou de insistir num assunto em que ele via que eu não mudaria de ideia e ele não conseguia concordar comigo simplesmente porque o grande sonho dele sempre foi ser pai. Depois de estabelecidas as opiniões sobre filhos, vez ou outra esse assunto surgia e aos poucos, fui me vendo considerar a questão falando as palavrinhas "se" e "quando". Às primeiras vezes que eu disse eu mesma nem me dei conta, quem me chamou a atenção para isso foi meu marido. Depois, eu mesma percebia que falava, mas sempre cogitando a hipótese para um futuro beeeeeemmmmmm lá na frente. 

O tempo passou mais um pouco e cada vez mais a vontade de ter um bebê surpreendentemente tomava conta de mim. Eu nem sabia explicar como uma coisa que até ontem eu tinha pavor de pensar hoje dominava a minha mente a ponto de me imaginar fazendo tudo que uma mãe faz. Aquele pezinho atrás não me abandonava. Sempre tinha uma voz que insistia em vir e ficar matutando na minha mente se realmente eu queria aquilo, se conseguiria lidar com a situação ou se apenas estava sendo tomada por uma vontade passageira visto que muitas amigas minhas entraram ou estavam entrando nessa coisa de maternidade e eu, por tabela, não estaria sendo contagiada pela vontade e alegria delas. Me perguntei isso por meses e meses até poder afirmar para mim mesma que não. As razões que eu alegava antes para não ter um bebê eu vi que já não existia mais, a não ser a preocupação financeira e a estabilidade profissional, que precisam ser cada vez melhores quando se imagina que terá mais uma pessoa para incluir no orçamento da família  que nos primeiros anos de vida gasta-se a rodo. Mas de resto, hoje em dia estava bem mais tranquila em casa, aliás, gostando cada vez mais de curtir a minha casa, feita com tanto esforço. E por falar nele, depois do casamento e da casa, vi que se a gente esperar demais o momento certo, esse pode nunca vir. Pois sempre terá alguma coisa que fará com que os planos sejam empurrados pra depois. Muitas vezes temos que forçar a barra mesmo, empurra daqui, empurra dali, priorizar coisas, cortar outras. Mas se quer mesmo alcançar um objetivo, as concessão são necessárias. Se não fosse isso, não teria chegado hoje aqui, tendo o que tenho. Não viajei e conheci todos os lugares de que gostaria, mas tinha ido a tantos e aproveitado tando a minha juventude, adolescência que o sentimento de ter que deixar de fazer alguma coisa já não fazia parte de mim. Já não tenho saído muito e as minhas saídas são mais lights, meu pique também não é mais o mesmo. Minha vida se assentou e posso não ter feito tudo que imaginei que faria, mas estou satisfeita com o rumo que as coisas tomaram. Claro, se algumas coisas pudessem mudar para melhores quem não iria gostar? Mas chega uma hora que a gente percebe que não leva a nada insistir em "chegar lá" e que é melhor se concentrar e valorizar o "aqui". Sim, eu de fato havia mudado, por dentro e por fora e agora, me sentia pronta em experiências e em tempo para ser mãe.

Alguns amigos brincaram falando do tal "relógio biológico", aquele que dizem que a mulher quando chega perto dos 30 começa a ter vontade louca de engravidar. Bem, estou justamente nessa casa então, pode ser que seja isso, rs. Ou pode pelo fato de eu perceber que apesar de algumas privações no começo quando uma criança nasce, aquilo não perdura para sempre. Vejo muitos casais saírem, viajarem, e terem uma vida normal com os filhos. Claro que isso é fruto de uma boa base familiar e uma boa cumplicidade do casal, já que a intimidade por vezes fica abalada momentaneamente, perde-se alguma liberdade e não pensa-se mais em dois. Decisões e planos são à três, à quatro... E a prioridade passe a não ser mais nós e sim eles, filhos. Mas, estou disposta a isso. Depois que eu vi que não precisaria perder nada e sim mudar um pouco a dinâmica da coisa parece que me senti ainda mais confortável e confiante perante uma decisão tão importante.

Então, depois de muito conversar, planejar, orçar, calcular daqui, dali, resolvemos que era chegada a hora. Bom, vocês leitores antigos também devem ter acompanhando alguns textos publicados logo em seguida após a descoberta de que meu marido, por conta de uma problema genético, não poderia ter filhos. Isso foi um baque para ele muito maior, claro, até porque ser pai sempre foi seu grande sonho e agora ele estava sendo cortado pela raiz. Já que os médicos disseram que mesmo com tratamento e remédios para melhorar o problema, gerar filhos era uma questão quase que certa, não poderia. Eu, por outro lado, levei um baque por ver que o que eu sempre disse que não queria, agora acontecia de fato. Comecei a me dar conta diante da impossibilidade de engravidar que naquela época eu disse que não, mas não era de fato uma vontade minha para o resto da vida. Eu não tinha mais opções, de voltar atrás, de mudar de ideia, de querer. Agora realmente, minha vontade primária de não ter filhos era concreta. Não achei que fosse me abalar com isso já que na minha cabeça estava certo que se isso algum dia acontecesse seria mais como uma coisa natural do que como uma grande vontade. E acho que a certeza disso de fato nunca acontecer acabou ajudando a aflorar a vontade que crescia dentro de mim dia após dia. Bom, com esse diagnóstico nas mãos, começamos uma busca por tratamento e opções e as duas mais certas como inseminação e adoção passaram a ser os temais mais procurados e estudados e investigados. A primeira opção é cara e no serviço público de saúde é sem previsão. Então, partimos para a adoção e aí, foi quando me vi numa expectativa que eu não me imaginava.

De repente, de uma mulher que pensava em si, me vi horas e horas na net e dentro de lojas de bebês vendo quartos, enxoval, me informando sobre produtos e cuidados. Vi que muitas vezes entrava no quarto vazio ao lado do meu e imaginava como ele ficaria cheio de vida, de choros e risadas, além dos brinquedos espalhados. Começava a me imaginar no lugar de mães que eu via na rua com seus filhotes, brincando, acariciando, embalando nos braços. Senti esse tal de amor incondicional começar a brotar em mim por alguém que eu nem sequer tenho. Eu já sinto que amo um bebê que nem tenho noção de quem é. E quando eu me vi, meu mundo começou a girar em torno de produtos e assuntos infantis. Era tarde demais, eu já estava tocada e totalmente comprometida com a maternidade. E agora, vivo a expectativa de encontrar esse alguém por quem eu já nutro um sentimento especial. Que sei que vai me dar muitas noites em claro de presente, trabalho, cansaço e preocupação. Mas sei também que terei para sempre o meu amor maior.

Fiquei impressionada com tal transformação. Se não fosse comigo, eu mesma não acreditaria. Sim, ainda existe medo, mas agora é diferente. Tenho medo de não ser boa mãe, de não saber cuidar direito, de não dar conta do recado, de não suportar as responsabilidades. Não são poucos os casos em que se imagina que é uma coisa e é outra. Não são poucos os casos em que depois do nascimento a mãe surta ou entra em depressão. Não são poucos os casos em que as mãe são sabem lidar bem com essa mudança de rotina que não é passageira, não é só uma fase,é para sempre. Esses medos acho que sempre existirão. Acho que toda mãe tem algum medo, lá no fundo, com relação a si e com relação ao filho. Há fases e acontecimentos comum a quase todos os bebês que muita gente desconhece, simplesmente porque não é falado.A gravidez e a maternidade são retratadas apenas em sua parte linda, feliz e plena. Mas "o lado negro" em que às vezes a mãe tem vontade de sumir, jogar tudo pro alto, está a ponto de enlouquecer, dorme pouco, come mal, vive numa correria danada, numa cobrança e pressão sem fim, tem que dar conta da casa, do marido, do trabalho e dela mesma, isso ninguém conta. Nunca vi um livro que contasse esses pormenores que parece que esqueceram de mencionar. Ou preferem não falar para não assustar mesmo! Mas existe e eu ainda tenho medo disso. Mas confesso que não sei nem de onde vem uma força que me diz que sou capaz. Que tudo vai ficar bem e que se não ficar para eu me acalmar que darei um jeito. Me anima ainda mais saber que poderei contar em tempo integral com o Ju, que ele vai me dar um suporte sempre. 

Ainda oscilo pensando se estou tomando a decisão certa visto que não tem mais volta, uma vez que dito sim ao juiz. Mas meu coração não duvida! Sim, é isso que eu quero! Não sei se estou pronta, mas sinceramente, alguém está? Não há receitas em como ser bom pai ou mãe, em como agir assim ou assado, não há um manual para casa situação. Tudo se aprende na prática. O conhecimento vem da vivência. Mães e pais, permitam-se errar. Permitam-se tentar. Permitam-se! Esqueçamos a cobrança de perfeição alheia, os conselhos que não pedimos e a intromissão que não é bem vinda. Cada um cuida e cria o filho da maneira que quiser. Não sei, mas me parece um saco aqueles que sempre vêm com um conselho como se fossem os donos da verdade. Pombas, o que funciona pra um pode não funcionar pra outro. Cada caso é um caso. Óbvio que toda ajuda é bem vinda, desde que venha com humildade. Não somos autossuficientes, não temos todas as respostas. Então, perdoemos nossas falhas. Pois se não faltar amor e boa vontade, tá tudo certo.

Não vejo a hora de começar de fato a colocar a mão na massa e ajeitar o quarto e as coisinhas e esperar o dia em que estarei com ele nos braços e amarei de todo coração como se tivesse sido gerado e saído de mim. E que torne nossas vidas mais completas e felizes.

Como a vida é surpreendente! 



"Ainda bem que sempre existe outro dia. 
E outros sonhos. 
E outros risos. 
E outras pessoas. 
E outras coisas..."

Clarice Lispector

25 de agosto de 2013

Pecados de um olhar





Olhei e cobicei. Sou uma pecadora! Mas não diz o velho e bom ditado que olhar não arranca pedaço? Ufa, então, estou absolvida! E no mais, nem sei se ele tem dona", se é de alguém. Então, pode ser que não tenha sido cobiça. Ahhhh, de fato estou livre de pecados!

Era um dia comum e aquela hora da tarde, voltando para casa do trabalho estava já desarrumada, sem nenhum encanto e me sentindo acabada. Pra variar, peguei o ônibus lutado. Tenho que concordar com a célebre frase que anda circulando pela internet com a cara de Félix de Amor à Vida, que está bombando com seu jargões sarcásticos: alegria de pobre é pegar ônibus vazio! Ôoooo... se é! Mas, como eu não ganhei na mega sena, não tinha tirado a sorte grande de abocanhar um lugarzinho. E, pra variar, só porque tinha vindo em pé, peguei engarrafamento. Não tenho mania de ficar olhando em volta ou encarando as pessoas perto de mim, como muitos fazem, a fim de tentar saber da conversa ou saborear um tico de suas leituras ou até mesmo, dependendo da altura dos fones, ouvir da mesma música que elas. Além de achar falta de educação não gosto quando cometo essas indelicadezas e sou pega com o olhar de censura dos "observados". Parece que estou sendo pega em um flagrante de delito. Péssimo!!!! Então, coloco meus próprios fones, deixo-me levar na música que escolhi e perco-me em meus pensamentos, esperando que dessa forma, quando eu me dê conta, esteja bem próxima os pontos onde a maioria dos passageiros desce e enfim, consigo meu lugar ao sol. Não, não estou me referindo a ter sucesso, mas literalmente sentar ao sol, que lá pelas 15h e tantas da tarde já está naquele ponto se preparando para se pôr, onde torna a visão de qualquer um impossível com tamanha luminosidade!

Até chegar esse bendito ponto, senti um par de olhos em mim, de cinco em cinco minutos e lutava contra a curiosidade de olhar e ver quem é. Mas não o fiz. Se você não quiser ou não tiver a intenção de retribuir olhares, evite-os. Caso contrário, saberá quem a está observando e terá que se manter longe do foco daquela direção. Pois senão, parecerá que está gostando. Portanto, aproveitei um certo momento eu que todos os passageiros se vivaram para ver algo que acontecia no trânsito ao lado oposto do meu e consegui olhar disfarçadamente, fazendo parecer casual. Não gostei muito do que vi. Vi um homem já de idade mediana, com um porte atlético mais para forte, com cabelos ralos lisos e de pele morena curtida de sol. Sua roupa, aparentemente de trabalho denunciava sua profissão. Muito provavelmente, a mesma do meu marido. Por fim, a palavra STAFF nas costas em uma blusa que na frente continha as palavras "Carnaval 2013 - Brahma" confirmavam minhas suspeitas. Sim, ele era um segurança e eu conhecia aquele rosto e par de olhos insistente. Ele trabalhava como segurança num laboratório de análises clínicas famoso, na rua onde eu trabalha, próximo ao meu prédio. Obrigatoriamente, todos os dias pela manhã passava por ele, e como já tinha percebido seus olhares que me causavam certo desconforto, procurava evitar. Olhava para o chão, para o nada, para o lado, tudo menos encará-lo. E olha que ele não fazia nada além de encarar. Um dia ou outro tentou ser mais atirado e lançou "bom dia". Mas, graças a deus estava com meus fones, companheiros inseparáveis de todas as horas e pude fingir que não ouvi. Não vejo nada demais em ser simpática e retribuir pequenos gestos de educação, mesmo que venham carregados de outras e subjetivas intenções, tão sutis que poderiam passar despercebidas. Mas é como falei lá em cima, se você não tem intenção de retribuir para não parecer que está dando corda, que está gostando, evite. Já arrumei encrencas demais por achar que não seria mal interpretada com meu simples gesto de responder um "bom dia". Então, como se não me bastasse fugir de seus olhares insistentes todas as manhãs, agora teria que suportar no ônibus também? PUTZ, azar! E lamentei pelo duplo azar quando me dei conta da "coincidência" desse encontro. Se ele pegou esse ônibus, logo morava "lá pros meus lados" e se ele morava "lá pros meus lados" indicava que outras vezes estava sujeita a pegar o ônibus com ele, de novo. Ahhhhhh nãaaaaaooooooo triplo! Já ficava feliz de saber que que só precisava passar por ele uma vez ao dia, pois para ir embora eu seguia para o ponto na outra esquina. Mas estando no mesmo ônibus que eu, provavelmente seu horário coincidia com o meu, ou pelo menos, largava próximo. Não me lembro de já ter acontecido outras vezes. Mas, não me lembro de muita coisa mesmo, a não ser aquelas em que verdadeiramente presto atenção. No mais, a grande maioria de coisas e pessoas passam despercebidas. Mas hoje, infelizmente, sua presença no mesmo lugar fechado que eu não passou despercebida. E eu não via a hora daquela viagem chegar ao fim. 

Por sorte, um homem de terno e gravata, com feição delicada, voz suave e um perfume pra lá de gostoso pediu para segurar a minha bolsa. Agradeci, pois em determinado momento acaba ficando incômodo e bem difícil se segurar e se manter em meio a bolsas e mochilas e uma ilha de gente te rodeando por todos os lados. Bom, entreguei minha bolsa e casaco e com isso, consegui chegar mais para perto dele, ficando mais longe do "par de olhos insistentes". Não longe completamente de seu alcance, mas sei lá, ali diante de outra pessoa que de certa forma detinha minha atenção, me senti mais segura de não precisar fingir desatenção. Vez ou outra o "moço cheiroso" puxava um assunto comigo sobre o tempo, o trânsito, a imprudência do motorista e coisas desse tipo que me mantinham ocupada. Esqueci um bom tempo da situação chata que estava vivendo. Como já era esperado, em determinados pontos, um grande n° de pessoas descia e um lugar ao lago do bem feitor que segurou a minha bolsa vagou. Ele chegou para o canto e me mostrou muito educadamente o assento que ele tinha vagado para mim. Olhei para o lugar e para o moço que estava de pé na frente dele, com ar cansado, mochila aparentemente pesadas nas costas e que não havia feito menção nem de sentar nem de não sentar. Percebendo a movimentação, o moço se adiantou em me dizer que iria "saltar" no próximo ponto e se espremeu um pouco mais para me dar passagem para me sentar. Agradeci a ele por isso e ao "moço cheiroso" pela gentileza. Não sei porque me senti lisonjeada com gestos tão banais e que eu mesma fazia sempre. Tinha o hábito de segurar os pertences de quem viajava de pé e ceder o lugar à alguém caso o meu destino estivesse próximo. Talvez pelo fato de dois homens terem tido esse gesto delicado tivesse me comovido. Afinal, o cavalheirismo está tão em baixa ultimamente que até nos assustamos com tamanha educação. 

Depois de me sentar confortavelmente e sentir que joguei um certo peso de cansaço no lugar, endireitei minhas coisas no colo e entreti-me com as pessoas que disputavam para descer primeiro umas com as outras. É engraçado isso: as pessoas querem entrar primeiro e descer primeiro. Nunca essas ações são simplesmente calmas. E vendo as poucas pessoas que ainda estavam em pé, porque não havia vagado lugar suficiente, desviar pra cá e pra lá com suas coisas para dar passagem a quem ia descer, eu o vi. E paralisei! Levou alguns segundos para eu recobrar o controle do meu corpo, da minha respiração que tinha prendido e de voltar a mim, depois de ir à lua e descer. NUNCA tinha me deparado com alguém que tivesse capturado minha atenção em fração de segundos. E por um misto de coisas: pela beleza, pelos olhos claros, pela curva da boca, pelo corpo atraente, pelas tatuagens nos braços e nas pernas e principalmente, porque seus olhos encontraram os meus e não desviaram.

Senti um calafrio percorrer todo o meu corpo apesar de estar um calor das arábias. Minha reação primária foi desviar o olhar e fingir que não notei. Impossível, mas tudo bem! Mexi no celular, olhei pela janela, mexi no cabelo, na aliança no meu dedo. Aliança... Deus, como eu poderia estar me sentindo atraída por outro homem que não fosse o meu marido, o qual eu amava demais e era um sonho de homem? Será que isso é normal? Eu estava sendo uma promiscua? Não era a minha intenção. Não procurei isso, simplesmente aconteceu! E ele notou. Quem dera que ele não tivesse percebido. Só eu saberia e poderia sufocar e repetir pra mim mesma que foi bobagem. Mas não foi, ele também me notou, e como! 

Tal foi o impacto com ele que me esqueci completamente da criatura ó de quem eu fugira a viagem toda. Acabou que quando me dei conta, ele estava sentado bem atrás de mim. Ufa, menos mal. Assim eu não precisava criar rotas de fuga para não encará-lo. Pensando em deixar bem mais claro a dimensão do meu desagrado pelas suas atitudes, resolvi prender o cabelo num coque improvisado e usei justamente a mão de minha aliança para fazer isso, demorando bastante, torcendo para que ele notasse o círculo de ouro na minha mão e resolvesse me deixar em paz. Acabei de prender o cabelo e me pus novamente a cruzar olhares com aquele ser tatuado que me causava falta de ar, de palavras e de raciocínio. Como, há pouco menos de um minuto, estava usando meu casamento, emoldurado pela minha aliança, para afastar admirador inconveniente e agora, nem me preocupava com o fato de estar olhando na cara de pau, desrespeitando a mesma aliança que fiz questão de ostentar? E o pior, e se ele visse a aliança na minha mão? Meu comportamento de mulher casada não condizia com o que estava acontecendo. Oscilei em fração de segundos entre a minha razão e a minha emoção. Eu não procurei o que estava acontecendo, aquela troca de olhares, aquele flerte sutil, mas também não recusei. Passei a me sentir incomodada comigo mesma, mas não conseguia evitar de olhar. Às vezes, ele mexia com os ombros, fazendo uma careta de desconforto ao ajeitar a mochila que pesava sobre eles. Veio na ponta da língua a vontade de pedir para segurá-la, mas travei quando me dei conta de que ele pudesse entender aquele gesto como um pretexto para puxar conversa, para uma proximidade e não era. Na verdade, eu não queria falar. Preferia continuar assim, mudos, como estávamos, apenas trocando olhares. Então, me segurei e deixei-o alternando o peso da mochila nos ombros afim de aliviar a dor. Aproveitei para fazer uma avaliação mais apurada já que ele se encontrava na minha frente, sem obstáculos e aparentemente distraído com a vida lá fora. 

De fato, ele não era NADA de se jogar fora. E ainda por cima, continha um ar misterioso. Ele parecia um gigantesco enigma, ansioso para ser desvendado. Mas era ao mesmo tempo tímido. Notei quando desviava o olhar quando olhava para ele. Nitidamente, ele tentava em vão disfarçar e parecia igualmente preocupado com o tipo de julgamento que eu pudesse fazer dele pela sua atitude. Em determinado momento a pessoa que estava sentado na frente dele se levantou e ele, pode se sentar, aliviando o cansaço de uma longa viagem em pé e com peso nas costas. Mas não sem antes, dar uma meia parada e um olhar mais demorado para mim, antes de me virar as costas para se sentar. Ao fazer isso, notei que sua pele à luz do sol tinha uma cor encantadora. Moreno da cor do pecado! Ao sentar-se, passou a mão pelos cabelos repetidas vezes e eu avaliei se seria nervosismo, uma mania ou uma atitude sem nenhum significado. Diferentemente da maioria das pessoas, não ouvia música, mas estava com o celular à mão. A combinação blusa, bermuda e tênis dava um visual despojado e ajudava a cobrir parte de suas tatuagens na perna esquerda e no antebraço direito. Por vezes, o perfume do "moço cheiroso" ao meu lado invadia meu ser e confundia minhas ideias. De repente, meu moreno se levantou. Meu coração apertou. Ele deu sinal para descer no próximo ponto. Parou perto da porta e esperou que o motorista a abrisse. Nem uma olhada para trás, nada. Fiquei meio desolada sabe? Quando iria voltar a vê-lo novamente? Possivelmente nunca mais! Quantas pessoas só cruzamos uma vez na vida? Um monte! E o fato de eu saber aonde ele iria descer não queria dizer nada. Ele podia morar ali, ou alguém da família, uma namorada talvez. Podia trabalhar ou estudar por ali. Podia estar indo resolver alguma coisa por ali... nunca vou saber.

Ele desceu e pôs uma mão no bolso e a outra segurava uma das alças da mochila que prendia em um de seus ombros. Andava com passos firmes porém lentos. O sinal fechou e pude avaliar seu andar, admirar sua beleza de longe sem medo de ser notada ao fazer isso. De fato, o conjunto da obra era perfeito. Deus tinha sido muito generoso com seu molde. E ele não parecia se dar conta disso ou deixar que isso dominasse suas relações. Não me parecia, ao menos de longe, alguém que usava da beleza para conseguir algo. Embora, inegavelmente, por causa dela, deveria atrair muitos olhares e mulheres. Ele parou numa rua paralela, esperando o sinal fechar para atravessar, mas não sem antes, dar uma última olhadinha pra trás. Meu coração sorriu. Ao menos, ele olhou! Já estava me sentindo meio que um nada por ele ter olhado tão efusivamente num minuto e no outro me descartar assim como se eu nada fosse, embora eu soubesse que era isso mesmo que eu era para ele, nada. Nada além de uma mulher e quem nem sei se achou bonita ou se sentiu atraído de alguma forma, que ele olhou algumas vezes num ônibus, sem nada em especial, assim como deveria olhar muitas pessoas. Mas o fato dele olhar para trás e me procurar fez com que eu me sentisse um pouco mais confiante. Não durou mais que segundos, pois o meu sinal abriu e meu ônibus seguiu seu destino. E logo, ele não era mais do que um pontinho cada vez menor até eu perder de vista de vez. Engraçado como certas pessoas podem causar reações inesperadas na gente. Quando que eu poderia supor me sentir atraída por um estranho qualquer, dentro de um ônibus, vindo do trabalho, acabada? A gente sabe que nunca se sabe quando alguma coisa vai acontecer. Mas, depois de um tempo, me senti meio que "fora do mercado". Não foi só pelo fato de ter me casado. Pelo fato de meu corpo não ser mais o mesmo e de não saber como me comportar mais em situações como essa. Apesar de ser notada, cantada e cobiçada algumas vezes, sempre atribui isso a estar arrumada e produzida. Uma boa produção era capaz de transformar qualquer mulher! E embora ultimamente eu estivesse me arrumando mais para ir trabalhar, tirando os dias sem disposição, não achava que isso fosse fazer grande diferença ou milagre. E de fato, não fez. Nem quis me olhar no espelho, mas sabia que estava completamente diferente de como me arrumei às 05h da manhã. Foi um ótimo chute na bunda na minha autoestima. E um bom tapa na cara de acorda para o meu ego. Sim, eu estava satisfeita. Estava feliz. Estava me sentindo renovada. Não pelo fato de, de repente (o que eu nem sei) estar sendo desejada por outro homem porque meu marido não deixa dúvidas do seu desejo por mim, pelo meu corpo e por quem sou. Mas porque eu me permiti acreditar e aceitar que pude chamar a atenção de alguém lindo, sendo apenas eu. Aquela altura já não me interessava mais nada a não ser o sorrisinho bobo que eu levava no canto da boca e a imagem daquele moreno que sabia que iria demorar a sair da minha mente. "É, pensei, às vezes, um olhar faz mais que bem". E tão longe eu estava que nem me lembrava mais do homem que me incomodava e que eu tentava ignorar. Só voltei a perceber sua existência quando esse levantou-se e foi descer perto da minha casa. Tal proximidade deveria me deixar amedrontada com a possibilidade de cruzar com ele pelas ruas, mas naquele momento pensamentos de chateação não tinham espaço para entrar na minha mente. Ele também não olhou quando desceu. Percebi apenas que se manteve parado no ponto quando desceu como se esperasse alguma coisa. Nem dei bola mais...

Mais ou menos cinco minutos depois cheguei ao meu destino. Coloquei a bolsa no ombro, o casaco no braço, o cel no bolso de trás da calça e me levantei me preparando para dar sinal. Uma voz suave e macia veio de encontro aos meus ouvidos e só então percebi que ainda estava ao lado do "moço cheiroso" e educado. Ele abriu um sorriso lindo, perfeito e brilhante para mim, acenou com a mão e disse "tchau linda, boa tarde". Meio que sem reação porque fui pega desprevenida e com pressa pois o ônibus já estava parando e abrindo as portas, sorri de volta, tentando passar toda minha simpatia e retribui com um "obrigada, pra você também. Tchau!". Desci do ônibus bem satisfeita com o meu desempenho e as reações que eu tinha provocado em três caras diferentes. Atravessei à rua rindo e segui pra casa pensando... "homens, vai entender?!"





21 de agosto de 2013

Gente que aprende as lições que a vida tem a ensinar



Visitando um blog que eu adoro Indiretas do Bem, me deparei com esse post que me chamou bastante atenção. Na verdade, eu venho refletindo sobre assunto há vários dias, como aprender com a vida, tirar proveitosas lições e aprender a ser feliz com o simples, sem esperar que algo magnífico aconteça para que fogos de artifício explodam no ar.

Uma das coisas que mais tem me chamado é que olhar o lado bom da vida é bom. Faz bem. Todos nós temos coisas simples que nos inspira a acordar feliz todos os dias e fazer o bem.

Talvez você, assim como eu, tenha seus preconceitos com clichês. Eles incomodam, não é mesmo? Não sei se é porque sempre tem alguém lá pra dizer um deles pra gente na hora errada. Mas, meus amigos, muitos são clichês por uma razão – são verdade. Por isso, quando trombei com essa lista no blog, tive que compartilhar na hora. Você provavelmente já viu por aí – não tem problema, mostre pra quem ainda não viu.

São 45 lições que a vida ensinou a Regina Brett e ela publicou no dia do seu aniversário de 45 anos (depois, foram se espalhando pela internet, com a idade dela alterada e por aí vai). Não são verdades absolutas. Com algumas, eu nem concordo. A questão é parar pra pensar, mesmo. E, mais ainda: mudar.

45 lições para a vida


1. A vida não é justa, mas ainda assim é boa.
2. Quando em dúvida, apenas dê o próximo pequeno passo
3. A vida é muito curta para não ser aproveitada.
4. Seu trabalho não vai tomar conta de você quando você estiver doente. Sua família e amigos sim.
5. Não compre o que você não precisa.
6. Você não precisa ganhar todas as discussões. Mantenha-se fiel a si mesmo.
7. Chore com alguém. Cura mais do que chorar sozinho.
8. Tudo bem ficar bravo com Deus. Ele consegue lidar com isso.
9. Economize para coisas que importam.
10. Quando o assunto é chocolate, resistir é bobagem.
11. Fique em paz com seu passado para que ele não destrua o presente.
12. Tudo bem deixar suas crianças verem você chorar.
13. Não compare sua vida com a dos outros. Você não faz ideia da jornada deles.
14. Se um relacionamento precisa ser secreto, você não deveria estar nele.
15. Tudo pode mudar num piscar de olhos… Mas não se preocupe: Deus nunca pisca.
16. Respire fundo. Isso acalma.
17. Livre-se de tudo que não for útil. Bagunça te coloca para baixo em vários aspectos.
18. O que não te mata realmente te fortalece.
19. Nunca é muito tarde para ser feliz. Mas tudo depende de você, ninguém mais.
20. No que diz respeito a buscar o que você ama na vida, nunca aceite um não como resposta.
21. Acenda as velas, use os lençóis bons, vista aquela lingerie incrível. Não guarde para uma ocasião especial. Hoje é especial.
22. Prepare-se bem, e então siga o fluxo.
23. Seja excêntrico agora. Não espere ficar velho pra vestir roxo.
24. O órgão sexual mais importante é o cérebro.
25. Ninguém além de você é responsável pela sua felicidade.
26. Enfrente todo suposto “desastre” com essas palavras: “em cinco anos, isso irá importar?”
27. Sempre escolha Vida.
28. Perdoe mas não esqueça.
29. O que os outros pensam de você não te interessa.
30. O tempo cura quase tudo. Dê tempo ao tempo.
31. Não importa quão boa ou ruim seja uma situação, ela vai mudar.
32. Não se leve tão a sério. Ninguém mais leva.
33. Acredite em milagres.
34. Deus te ama por quem Ele é, não por algo que você fez ou deixou de fazer.
35. Não examine a vida. Apareça e faça o melhor dela agora.
36. Envelhecer derruba a alternativa – morrer jovem.
37. Seus filhos só terão uma infância.
38. Tudo o que realmente importa no final é que você amou.
39. Saia todos os dias. Milagres esperam por toda parte.
40. Se jogássemos todos os nossos problemas numa pilha e víssemos todos os dos outros, pegaríamos os nossos de volta.
41. Inveja é um desperdício de tempo. Aceite o que você já tem, não o que você pensa que precisa.
42. O melhor está por vir.
43. Não importa como você se sente: levante, vista-se e apareça.
44. Entregue-se.
45. A vida não vem embrulhada e com um laço, mas ainda é um presente.


E então, valeu ou não valeu?
Eu já comecei e vc?

Bjs e boa semana!

13 de agosto de 2013

Aprendendo a me bastar!





Porque eu não quero mais, sabe?
Porque muita coisa mudou, e dizem que aos 30 as mulheres ficam com mais 'preguiça de tudo que não é incrível'.
Eu cansei de noites em claro com quem não muda o meu dia.
Cansei de minutos ao telefone, com quem não diz exatamente o que eu preciso ouvir.
Não sei mais desperdiçar carinhos.
Não é qualquer mensagenzinha no celular que acelera meu coração.
E entre meu sofá e um gostosão sem cérebro... deito e durmo tranquilamente.
Não troco facilmente meus livros por uma noite suando na balada e uma madrugada fedendo a cigarro.
Aliás, homens que fumam eu risquei da lista. Os que dirigem bêbados também. E dos que não tem muita intimidade com a gramática, tô fora! Eu sei que a lista diminuiu consideravelmente. E as possibilidades de "desencalhar" também. Mas eu não faço questão de nada agora, sabe? Lembro que aos vinte eu sentia uma carência enorme quando ficava algumas semanas sem alguém...
Se uns acham que fiquei mais fria perto dos 30, eu digo que fiquei é mais seletiva. E o amor-próprio? Vai muito bem, obrigada! E admito, um amor cairia muito bem! Mas amor de verdade, sabe? Daqueles que transmitem paz só de olhar. Alguém que me aceite com todo o meu histórico de amores mal sucedidos, e minhas teorias malucas sobre o verbo amar.
Alguém de quem eu não precise mais do que a minha própria vida, mas que precise de mim pra vida inteira. Alguém só meu. E que não sinta necessidade de ser de mais ninguém. Não quero o cara sarado da academia, quero o cara de coração bem resolvido.
Não quero o cara perfeito. Só quero o meu cara.
E por isso eu espero, sabe? Sem procurar, porque isso me cansa demais. E eu ainda sou meio à moda antiga. Ser conquistada, pra mim, tem muito mais valor.
Eu ando naquela fase de me amar, pra saber ser amada depois. Eu ando me redescobrindo e me apaixonando por mim mesma. Tirei do baú os velhos gostos que sempre fizeram de mim uma boa companhia pra mim mesma. E vou vivendo. Não seguindo o fluxo das coisas. Vou vivendo do meu jeito, com as minhas manias, os meus livros, as minhas poesias, minhas músicas e meu sonho secreto de encontrar meu príncipe, mesmo que não seja tão encantado assim, e de finalmente, viver o meu “felizes para sempre”.
Porque a felicidade que eu tanto procurava nos outros, eu encontrei dentro de mim

11 de agosto de 2013

Feliz dia do PÃE!



Muitas pessoas não tem pai, por motivos variados. E nessas datas a falta, saudade aperta feio! Mas há aqueles que tem, por excelência uma mãe que desempenhe os dois papéis! A minha é um exemplo disso. Meus pais se separaram quando eu tinha 10 anos e embora, apesar das coisas erradas que ele tenha feito com a minha mãe, ela nunca dificultou o nosso convívio e muito menos sequer falou mal dele para mim nenhuma vez. Até que eu atingi uma idade e maturidade de sobra para entender as coisas como de fato elas são. E isso me fez admirar ainda mais a minha mãe, que naquela época, já desempenhava dupla função para educar, cuidar, sustentar e por aí vai.

Desde que meu pai passou a só ter olhos para a nova família e me excluir de sua vida, fiquei um bom tempo ressentida e com uma sensação horrível de rejeição que me habitava sempre. Com o tempo, como tudo que acaba não fazendo falta por não estar em nossa vida, acabei me acostumando com a ideia e resolvi voltar meus olhos para exaltar o que havia de bom nessa história toda e reconhecer e valorizar todo o sacrifício e o empenho com que minha mãe vinha cuidando de mim, praticamente sozinha, e da casa e de tudo o resto. Desde então, comecei a comemorar o dia dos pais com a minha mãe. E inventei esse tal de pãe!

Anos mais tarde, assim como o mundo gira, eu e meu pai meio que nos entendemos e voltamos a nos falar. Não era uma coisa esplendorosa, por duas razão: porque ele continuava sem ser um pai presente e de não fazer questão mesmo disso, e porque não se recupera e se reconstrói o que já passou. Apesar de ficar feliz que tenhamos mais ou menos acertado os ponteiros, não desfaz o vínculo que foi construído entre eu e minha mãe. Tanto que nesse dois últimos anos que voltamos a nos falar eu até ligo para parabeniza-lo, nem sei bem porque, já que ele não desempenha nenhum papel do tipo, mas até ligo, até mesmo por pena. Mas não abro mão de passar com a minha mãe. Que foi realmente quem me fez.




Tim tim...








9 de agosto de 2013

7 de agosto de 2013

5 de agosto de 2013

Eu só dela, ela só minha, forever!



"A chuva batendo na janela, Boyce Avenue na vitrola e os gemidos dela. 
Essa foi a trilha sonora daquela noite que não deveria ter tido fim.
Ela tinha defeitos que me incomodavam tanto e ainda sim era tudo o que sonhei.
Às vezes ela parecia uma menina, e se irritava quando eu a chamava assim. 
Era cheia de manias e me deixava louco, ora de raiva, ora de vontade. 
E eu sinto tanta falta. 
Daquele sorriso frouxo, daquela cara emburrada de quem não sabe ser contrariada, e do ciúme por coisas banais. Ainda sinto o cheiro dela, e na minha cama a lembrança de nós dois e de tudo que eu chamei de amor.
Ela foi embora e levou o melhor de mim. 
Minha fé no tal 'felizes para sempre', os planos de casa, varanda com flores e cachorro esperando na porta. 
Sexo no sofá, no chão da sala, nas nuvens... 
Eu só dela, ela só minha, como combinamos que seria.
Eu quebrei minha promessa e parti o seu coração, e o preço do meu erro é a saudade e esse vazio que a ausência dela deixou. 
Ela não vai voltar, mas vai ficar pra sempre. Coração nunca esquece o que foi lindo."


Fernanda