Em fração de segundos fui do céu ao inferno. Em fração de segundos passei da mulher mais realizada e satisfeita para a mais estúpida e infeliz. O chão se abriu debaixo dos meus pés e um buraco negro me engoliu. Pena que eu não devo ter agradado o paladar, pois lá, no nada, seria um bom lugar para permanecer por um bom tempo, até isso tudo passar ou até eu acordar do pesadelo que estava sonhando. Sim, porque tudo não podia passar de um terrível e imenso engano! Assim eu esperava. Mas não era! E agora?
Problemas no paraíso! É assim que um certo amigo se refere, de uma forma engraçada mas não menos séria, quando tem problemas conjugais! Isso tudo para dizer que os problemas não avisam antes de chegar, alguns sim, mas a maioria não. E de uma hora pra outra o tempo fecha e lá vem a tempestade! E assim foi comigo. Num dia aparentemente comum, sem nada demais, mas aonde eu me sentia feliz e realizada além de sortuda por ter a vida que eu sempre quis ter, fui surpreendida por uma daquelas porradas que a vida dá bem na sua cara pra te situar de quem é que manda na situação. Não vou entrar em minuciosidades, mas resumindo, meu digníssimo disse umas coisas nada legais de se ver para quem não deveria. Além de não ser a pessoa mais apropriada para ele fazer isso, não gostei nada como como ele expôs a nossa vida de uma forma tão aberta e ainda por cima sem contar toda a verdade. Diz ele que, num momento de chateação falou demais e se arrependeu. Falou da boca pra fora inclusive o que não queria e o que não sentia só pelo prazer de falar. Diz ele que, sabe que falar já foi um erro e principalmente as coisas que disse foram um erro maior ainda só que isso, agora, não ajuda em nada a minha situação! O fato é que eu me senti traída e feita de boba tentando ser passada para trás e por mais que ele repita a ladainha de "desculpa, eu errei, me perdoa, eu te amo, você é a mulher da minha vida, eu não vou fazer mais isso, acredita em mim, me dá mais uma chance" não me convence, mais. Relacionamento é que nem uma louça de cristal, quando cai e quebra o cristal se estilhaça em mil fragmentos tão pequenos, que fica impossível colar e refazer o estrago. É assim que eu me sinto, despedaçada e incapaz de me refazer. Nem a dor visível nos olhos dele que deveria ao menos ser um ânimo para mim pela burrada que havia feito, não está adiantando! Eu simplesmente não consigo sair deste estado de dor e decepção!
Eu nunca tive a ilusão de que o meu relacionamento era perfeito! Mas eu sentia e até onde via era muito satisfatório para nós dois! Desde quando começamos a "ficar" nos reconhecemos no outro como tendo os mesmos objetivos e desejos e não demorou muito, resolvemos nos unir de fato, primeiro morando juntos, depois com o casamento e agora, pensando e planejando formar uma família de fato. Tá certo, nesse meio tempo houve muita confusão, brigas, desentendimentos, problemas. Muita coisa foi séria, outras nem tanto assim. Mas quando entra família no meio é foda. Por mais que a gente queira não se deixar levar pelas coisas que acham e que não acham, não adianta, são pessoas importantes e que nunca vamos conseguir afastar de vez, tornando a opinião deles e até mesmo posição deles em relação a união como uma condição imprescindível. Quando não há aprovação e as partes não se entendem, isso influencia diretamente na relação. Abala mais que terremoto. E para isso, sinceramente, eu não estava preparada. Sabia que poderia não ser fácil como é muito comum na maioria dos relacionamentos. Mas não sabia que seria uma missão impossível. Não, para ser rejeitada, mal vista, mal tratada e caluniada, além de indesejada, não, eu não estaca pronta e sinceramente, acho que nunca estarei! E sei que isso é um divisor de águas. Ou toca-se o foda-se e vive-se a vida como se quer ou passa-se a vida inteira presa aos achismos e vontades alheias, tentando agradar sempre para conseguir uma aceitação. E quanto mais os anos passam, pior fica! Quando achei que finalmente as coisas iam melhorar, pioraram de vez, e o melhor é que eu nem sei o porquê. E o de vez, quero dizer que é quase colocada uma condição "ou ela, ou nós". E apesar do meu marido reafirmar que é a nós que ele escolhe e que não vai ceder às chantagens emocionais familiar, vejo hoje, depois de algumas coisas que li, que ele não tem tanta certeza assim e que o peso que a família exerce na vida dele é mais significativo do que pensei a ponto de fazê-lo duvidar hoje, das escolhas que ele fez para a vida dele. Entre a gente achar que dá conta e dar de fato é um abismo de ilusões. E quanto mais negamos para nós mesmos a verdade, pior é depois para voltar atrás e admitirmos o que realmente queremos que aconteça.
Sempre tive muito receio de me juntar a ele definitivamente devido à fama que ele sempre teve de infiél! Mas, com o passar do tempo e ao meu lado, ele nunca me deu motivos para desconfiar e nem nunca tinha feito nada que me provasse o contrário do que ele sempre disse pra mim. E acho que essa porrada doeu mais. Porque meus medos vieram à tona. Como ele mesmo disse, não só estava se sentindo cansado com os problemas do casamento e se sentia sufocado nele, como não conseguia lidar com o fato da família dele e eu não nos entendermos, logo, ele não conseguia ligar mais com a gente. E isso fez com que ele procurasse uma outra pessoa que já esteve em sua vida para desabafar em algum momento soltar que deveria repensar suas escolhas e suas decisões. E que sentia arrependimento. E que era visível que certas escolhas não se podem voltar atrás, infelizmente. Essas palavras foram como uma faca me atravessando infinitas vezes. Eu podia esperar tudo, até mesmo que ele me dissesse que tinha me traído de fato. Até para isso eu estava preparada. Mas para lidar com ele falando de escolhas erradas e arrependimentos e depois ir deitar comigo aparentemente feliz e dizendo que me ama, não isso eu não estava preparada para enfrentar. Então, até agora era mentira, fingimento, comodismo, praticidade...? Juro que queria entender! Tentei não me deixar levar pelas palavras e olhar à minha volta e ver onde chegamos, nossos planos, tudo que conquistamos. Mas como se deixa pra lá, faz de conta que não aconteceu, agir como se nada tivesse acontecido? Eu não sei ser assim! Eu não sei ser superficial. Sou emocional demais, sou intensa, às vezes até insana tamanho é meu sentimento no momento, seja ele qual for. E apesar de ter lido confissões que já eram o suficiente para me deixar no chão encolhida de dor, o que mais me machucou foi ele não ter me contado, foi eu ter descoberto. E quando eu descobri, foi ele ter negado. O que ele achou que eu fosse? Alguma idiota pra cair na tentativa dele de me enrolar e me fazer acreditar que "não é bem assim"? Tarde demais e quando eu vi, lágrimas quentes e sofridas rolavam do meu rosto e ao mesmo tempo que eu queria bater, chutar, xingar, eu só conseguia imóvel repetir as mesmas frases de como eu me sentia idiota e como ele pode fazer aquilo comigo e porque. Tinha vontade de gritar mas a minha voz era baixa e com o tom cortante. Quis sair correndo daquele casa que me lembrava uma história imensa de nós dois e que agora, diante dos fatos, parecia piada bater no peito com orgulho do casamento e do marido que eu tinha, mas estava estática. Por algumas horas à frente ele e eu fomos um monte de repetidas e embaralhadas frases. Ele de desculpas e culpas e eu de perguntas e indignação. E daí não saímos. E sinceramente, não sei se algum dia sairemos.
Há alguns meses, antes do casamento, por algum problemas de saúde, ele foi submetido à uns exames de rotina e descobriu-se que ele não poderia ter filhos. Ele tem um problema genético que torna isso impossível. Ele ficou muito abalado e é totalmente compreensível, já que desde sempre eu soube que o seu maior sonho era ser pai. E receber uma notícia afirmando que isso nunca se realizaria, sem chances de tentativas, era um não de fato, deve ter sido uma das coisas mais dolorosas de se ouvir. Eu me ressenti por ele, mas naquela época eu não pensava no assunto, não estava nos meus planos, era muito nova e ainda tinha muito para conhecer e conquistar. Claro que já havíamos falado sobre planos futuros. Mas eu nem sabia se no futuro queria que esse plano fizesse parte dos meus. Ainda não estava segura e não conseguia me ver no papel da maternidade, como hoje. Aos 26 anos e com uma criação totalmente voltada para a realização pessoal e profissional, independência financeira e acúmulo de experiência de vida não me deixei abalar quando o conheci pelos seus sonhos completamente diferentes dos meus. Entendia nossos estilos completamente opostos de vida e nossos objetivos distintos. Mas com o passar do tempo e a relação se aprofundando sabia que em algum momento certos assuntos teriam que ser discutidos e passados à limpas, pois o passo seguinte não estava longe, já que concordávamos em viver juntos e compartilhar uma vida a dois já que víamos um no outro alguém que valesse a pena tentar, mas com relação à filhos, provavelmente a história seria bem diferente. Então o tempo passou, casamos e quando vimos já estávamos há quatro anos juntos. Já tínhamos feito um ano de casados. E incrivelmente, a minha resistência à maternidade, minha indecisão, meus medos, meus receios haviam passado e davam lugar a uma vontade grande de ter a minha família. Na verdade, acredito que eu tenha sido conquistada pelo "sonho americano" dele, e pouco a pouco quando eu vi, estava sonhando e imaginando como seria. E aí, foi a hora de pensar na notícia que recebemos lá atrás e que eu disse que iria me importar lá na frente quando fosse a hora. Eu meio que deixei isso quieto numa gaveta e vivi. Ele viveu carregando isso com ele e por mais que dissesse que tudo bem, poderíamos adotar ou fazer uma inseminação, aquele assunto nunca ficou bem resolvido para ele. Então, começamos a ver a possibilidade de inseminação, mas era todas muito caras e na saúde pública algo escasso. Nos restou a opção da adoção e nenhum de nós foi resistente a isso. Mas quando nos jogamos de verdade, mais ou menos uns seis meses atrás de fato no assunto vimos quanta burocracia é e que será uma verdadeira sorte conseguirmos. Com as possibilidades de estreitando, acho que a coisa toda mexeu dentro dele de uma forma completamente fora de controle. Isso passou a ser o carro-chefe da vida dele, ter um filho custe o que custar. E esqueceu que combinamos de nos planejar e nos preparar para isso. Porque filhos custa caro e não é brinquedo. E todas as vezes que eu disse "calma, vamos com calma para fazermos a coisa direito como tem que ser feita, pensada e certa" ele entendeu que eu estava dizendo não. Para ele o meu esperar significava desistência e toda vez que eu o confrontava perguntando se ele achava que já estávamos preparados de um modo geral para a chegada de um filho ele me dizia que eu não entendia a ansiedade e o medo dele porque não era eu que não podia ter filhos. Como não? Com quem me casei? O que ele passa é o que eu passo. E a decisão que é pra ele, é pra mim também. E eis o que vejo escrito no desabafo dele? Que eu não quero ter filhos porque não quero abrir mão da minha vida e que eu acho que ele não é o melhor pra mim, porque eu peço para ele melhorar. Ora, se eu peço é porque me importo. Com a gente mas principalmente com ele. Sei que ele tem competência e potencial, é esforçado e só precisa ser estimulado, motivado e apoiado. Tudo que eu fiz esse tempo todo. Mas às vezes você cansa de empurrar a pessoa pra frente e ela nem sequer sair do lugar. E quando se coloca filho no meio, a coisa toda meio que parece que muda de perspectiva. O que está bom agora tem que ficar melhor e não mais por mim e nem por ele, mas pelo filho. Por essa criança que vem ao mundo sem ter culpa de imprudência e da irresponsabilidade dos pais. E ele, mais do que ninguém, principalmente por ter sido privado de ter e ser muita coisa por várias dificuldades, deveria ser o primeiro a querer que o futuro do filho seja diferente. Eu não sei em que ponto ele passou a entender o que ele quis e não o que estava sendo falado de fato e não me comunicou. Mas o fato era que ele tinha aberto nossa vida e nossas intimidades para outra pessoa que não tem nada a ver com a história e não falou um ai sequer comigo. Isso sem falar que ele disse inverdades e não o que é de fato! Reclamou pelos motivos dele e não pelos motivos que de fato existem. Outra coisa que me magoou profundamente.
Tiveram outras falas ou melhor escritas que me magoaram mas que não chegam nem perto desses tópicos citados. E o que me consome agora é que eu simplesmente não sei o que fazer. Já se passaram alguns dias desde o ocorrido e desde então brigamos, conversamos, brigamos, conversamos, mas não chegamos a lugar nenhum. Já passei pela fase do choro de dor, pela fase introspectiva repassando tudo na cabeça e agora estou na fase da raiva onde tudo que remete a ele me atiça de uma tal maneira que eu poderia incendiar um quarteirão. Evito falar, evito contato de qualquer forma, evito pensar, mas nada surte efeito. E eu fico me perguntando, até quando? Sei que nunca mais vai ser a mesma coisa e eu não vou enxergar o nosso relacionamento como antes. Mas será que eu consigo lidar com esse relacionamento apresentado agora? Com esse presente? Não há um minuto de todos esses dias que se passaram que eu não feche os olhos e as frases não me venham na cabeça. Não sei como evitar esse martírio, só não consigo parar de pensar. Não consigo confiar mais que ele de fato está fazendo as escolhas condizentes com o que ele diz que sente e quer. Não consigo acreditar que ele não vá fazer isso de novo. E eu agora lho pra trás e me pergunto se a nossa história é de verdade mesmo ou tudo mentira. Mas eu não quero acreditar que não tenha sido verdade porque senão vou ficar com um vazio enorme, com a sensação de que tudo foi em vão. Dizem que os casais saem mais fortalecidos de crises, mas sinceramente, não vejo aonde possa existir força para unir nisso tudo, se eu vejo que a vida é feita de escolhas e ele fez as dele. Ninguém o persuadiu ou obrigou a dizer nada do que ele disse. Ele disse porque quis e se quis, em algum momento ele sentiu ou pensou essas coisas. Entendo que ele tivesse motivos mil para estar magoado e chateado comigo, mesmo não sendo nenhum dos motivos verdade, mas que me respeitasse, que fosse leal a mim, que agisse como um marido que honra a sua esposa agiria, sentando e conversando, não jogando o relacionamento no lixo numa das primeiras grandes dificuldades que temos. Se for assim, o que eu posso esperar nas dificuldades futuras? E eu que já passei poucas e boas, já aguentei de um tudo por ele, por nós, que tipo de consideração eu mereço? Tá, eu merecia algum reconhecimento por todas as vezes que eu fui a única pessoa que de fato esteve do lado dele para o que desse e viesse. Mas o reconhecimento não veio. Dói, mas consigo lidar com isso. Mas com essa pessoa que parece que eu não conheço falando de arrependimentos, escolhas erradas, sobre eu ser egoísta e mudando a forma como as coisas acontecem com a família dele, eu não sei quem é. E agora estou aqui, ao lado de um completo estranho pra mim sem saber como vou acordar amanhã e se vou conseguir um dia superar esse baque que ele me deu porque quis. O único consolo que eu tenho é que se ainda conheço bem com quem eu me casei, ele é ingênuo demais às vezes para arquitetar grandes planos e, se ele deixou ali, à mostra, podendo ser visto por mim ou por qualquer outra pessoa a qualquer momento, ele não pretendia nada a mais que apenas desabafar do jeito errado, com as palavras erradas e com a pessoa errada. É a única certeza que eu tenho. Apesar de não reconhecer nele agora o homem por quem me apaixonei e tinha sempre muito orgulho de ter como amigo, marido, companheiro, sinto uma certa verdade quando ele diz que nunca me trairia ou trocaria a nossa vida. Mas não consigo me entregar a isso. E logo voltam as frases na cabeça e logo está de volta meu confronto com o que ele diz e o que ele fez. Sei que preciso dar tempo ao tempo e ele se encarregará de ajeitar tudo. Mas às vezes parece uma eternidade. decepção não mata, ensina a viver! Li isso em algum lugar. Não mata mas dói. E às vezes é melhor que mate então. Eu não consigo entender: a pessoa leva quatro longos anos, passados debaixo de muita água calma e turbulenta, provando seu amor, sua fidelidade, sua felicidade, sua satisfação, sua completude até para do nada, da noite pro dia simplesmente acabar com toda a confiança depositada e conquistada com muito suor. Quando finalmente eu me convenci que ele era quem dizia ser e sentia o que dizia sentir, ele me vem com uma dessas? Estava lendo um livro que ganhei de presente da minha cunhada chamado Casamento Blindado, onde a proposta e colocar várias situações a que o casal pode ser exposto e ensinar a melhor maneira de passar por elas. Interessante, mas meio tendencioso religiosamente. Estranhamente, uma das parte que eu mais me indignei que foi quando dizem que as mídias atuais são responsáveis por um alto número de divórcios, principalmente o facebook, me vejo passando por isso. E mesmo assim, eu continuo discordando. Acho que as situações, as oportunidades sempre vão estar presentes. Cabe a pessoa escolher o que fazer, que decisão tomará para a sua vida. E ter consciência no que isso acarretará. A mídia não manipula ninguém e colocar o dedinho lá e escrever o que não quer. E se não tem facebook tem um celular. E se não tem um celular tem sempre algum conhecido ou situação que pode aproximar ex, pessoas interessantes... Alguém uma certa vez me disse que a confiança pode levar anos para ser conquistada e um segundo para ser destruída e eu percebi que é perfeitamente isso. Em fração de minutos, tudo que eu acreditava ruiu. Tudo pelo que eu vivia não existia mais. Tudo pelo que eu me orgulhava de ter e ser se foi. Simples assim... E não sei volta! A pessoa pode carregar um oceano de segredos e de emoções dentro do coração e nunca ninguém saberá até ela decidir falar. A decepção é visível em meus olhos e está acabando comigo. Ao menos, de repente, alguns quilos mais magra eu fico, pois quando estou triste perco a fome. Felicidade engorda, aumenta a gula.
E hoje eu ando pela casa tentando reencontrar os motivos, as razões pelas quais cheguei até aqui e não encontro. Entro no quarto antes vazio e agora já com os móveis encaixotados do bebê e fico me perguntando porque. Ando mais pela casa e fotos do casamento estão espalhadas por ela, sento no escritório e vejo na tela no computador o livro que decidi escrever falando sobre a nova fase da maternidade que eu estava disposta a entrar. Parece meio sem sentido agora continuar, já que a pessoa que me estimulou a isso agora é a que eu menos quero pensar e como falar sobre isso sem contar de nós dois e como chegamos até aqui? Não sei o que é mais difícil: lembrar de nós ou lidar com a gente agora! Igualmente doloroso, sofrido e cruel!
Um amigo em comum nos ligou hoje para nos convidar para sermos padrinhos de casamento dele. Ele foi nosso padrinho também e é amigo do meu marido há bastante tempo. A relação afetiva dele é meio conturbada, com idas e vindas, a família não aprova muito e ela não pode ter mais filhos. E enquanto eu o ouvia falar sobre o convite e tal não podia deixar de pensar na coincidência das situações e que se eu fosse perguntada a dar um conselho, eu aconselharia a pensar bem na decisão e a esgotar todas as conversas sobre todos os tópicos que envolvem o casal. Primeiro porque quando a gente casa a gente casa com a família do outro também. E quando a gente casa a gente casa com os sonhos, planos e desejos do outro também. Assim como as frustrações, os medos e os defeitos. Casamos com a bagagem toda. Mas muitas vezes a gente só se dá conta do peso dessa bagagem quando passamos a ter que carregá-la. Achar que conseguimos lidar com a situação não é saber lidar com ela de fato. E tem decisões que tomamos sem nem mesmo saber que tomamos. Amor só não basta para sustentar um casamento. Um monte de sentimentos e atitudes devem acompanhar o amor para construir os pilares bases do relacionamento. E junto com isso acrescente tudo o que pode influenciar direta e indiretamente o casal como família, trabalho, amigos, filhos, saúde, finanças. A partir do momento que forma-se um casal, mais que escovas de dentes serão unidas e compartilhadas. Uma vida inteira também vai ser unida e compartilhada com seus prós e contras. E não dá pra simplesmente ignorar ou deixar de fora o que não gosta. Não é um quebra-cabeças é um todo! E muita gente não está preparada. Não para isso tudo! Muita gente só está preparada para uma parte disso, outras apenas para as partes boas, outras não está preparada para nada disso. E essa preparação e individual, cada um no seu tempo, cada qual com seu aprendizado. E eu me perdi divagando sobre como uma escolha para mudar uma vida inteira. Como uma peça fora do lugar pode fazer desandar toda uma construção. E eu fico me perguntando, quantas peças mais terei que encaixar para equilibrar e tentar harmonizar a coisa toda...
Eu nunca tive a ilusão de que o meu relacionamento era perfeito! Mas eu sentia e até onde via era muito satisfatório para nós dois! Desde quando começamos a "ficar" nos reconhecemos no outro como tendo os mesmos objetivos e desejos e não demorou muito, resolvemos nos unir de fato, primeiro morando juntos, depois com o casamento e agora, pensando e planejando formar uma família de fato. Tá certo, nesse meio tempo houve muita confusão, brigas, desentendimentos, problemas. Muita coisa foi séria, outras nem tanto assim. Mas quando entra família no meio é foda. Por mais que a gente queira não se deixar levar pelas coisas que acham e que não acham, não adianta, são pessoas importantes e que nunca vamos conseguir afastar de vez, tornando a opinião deles e até mesmo posição deles em relação a união como uma condição imprescindível. Quando não há aprovação e as partes não se entendem, isso influencia diretamente na relação. Abala mais que terremoto. E para isso, sinceramente, eu não estava preparada. Sabia que poderia não ser fácil como é muito comum na maioria dos relacionamentos. Mas não sabia que seria uma missão impossível. Não, para ser rejeitada, mal vista, mal tratada e caluniada, além de indesejada, não, eu não estaca pronta e sinceramente, acho que nunca estarei! E sei que isso é um divisor de águas. Ou toca-se o foda-se e vive-se a vida como se quer ou passa-se a vida inteira presa aos achismos e vontades alheias, tentando agradar sempre para conseguir uma aceitação. E quanto mais os anos passam, pior fica! Quando achei que finalmente as coisas iam melhorar, pioraram de vez, e o melhor é que eu nem sei o porquê. E o de vez, quero dizer que é quase colocada uma condição "ou ela, ou nós". E apesar do meu marido reafirmar que é a nós que ele escolhe e que não vai ceder às chantagens emocionais familiar, vejo hoje, depois de algumas coisas que li, que ele não tem tanta certeza assim e que o peso que a família exerce na vida dele é mais significativo do que pensei a ponto de fazê-lo duvidar hoje, das escolhas que ele fez para a vida dele. Entre a gente achar que dá conta e dar de fato é um abismo de ilusões. E quanto mais negamos para nós mesmos a verdade, pior é depois para voltar atrás e admitirmos o que realmente queremos que aconteça.
Sempre tive muito receio de me juntar a ele definitivamente devido à fama que ele sempre teve de infiél! Mas, com o passar do tempo e ao meu lado, ele nunca me deu motivos para desconfiar e nem nunca tinha feito nada que me provasse o contrário do que ele sempre disse pra mim. E acho que essa porrada doeu mais. Porque meus medos vieram à tona. Como ele mesmo disse, não só estava se sentindo cansado com os problemas do casamento e se sentia sufocado nele, como não conseguia lidar com o fato da família dele e eu não nos entendermos, logo, ele não conseguia ligar mais com a gente. E isso fez com que ele procurasse uma outra pessoa que já esteve em sua vida para desabafar em algum momento soltar que deveria repensar suas escolhas e suas decisões. E que sentia arrependimento. E que era visível que certas escolhas não se podem voltar atrás, infelizmente. Essas palavras foram como uma faca me atravessando infinitas vezes. Eu podia esperar tudo, até mesmo que ele me dissesse que tinha me traído de fato. Até para isso eu estava preparada. Mas para lidar com ele falando de escolhas erradas e arrependimentos e depois ir deitar comigo aparentemente feliz e dizendo que me ama, não isso eu não estava preparada para enfrentar. Então, até agora era mentira, fingimento, comodismo, praticidade...? Juro que queria entender! Tentei não me deixar levar pelas palavras e olhar à minha volta e ver onde chegamos, nossos planos, tudo que conquistamos. Mas como se deixa pra lá, faz de conta que não aconteceu, agir como se nada tivesse acontecido? Eu não sei ser assim! Eu não sei ser superficial. Sou emocional demais, sou intensa, às vezes até insana tamanho é meu sentimento no momento, seja ele qual for. E apesar de ter lido confissões que já eram o suficiente para me deixar no chão encolhida de dor, o que mais me machucou foi ele não ter me contado, foi eu ter descoberto. E quando eu descobri, foi ele ter negado. O que ele achou que eu fosse? Alguma idiota pra cair na tentativa dele de me enrolar e me fazer acreditar que "não é bem assim"? Tarde demais e quando eu vi, lágrimas quentes e sofridas rolavam do meu rosto e ao mesmo tempo que eu queria bater, chutar, xingar, eu só conseguia imóvel repetir as mesmas frases de como eu me sentia idiota e como ele pode fazer aquilo comigo e porque. Tinha vontade de gritar mas a minha voz era baixa e com o tom cortante. Quis sair correndo daquele casa que me lembrava uma história imensa de nós dois e que agora, diante dos fatos, parecia piada bater no peito com orgulho do casamento e do marido que eu tinha, mas estava estática. Por algumas horas à frente ele e eu fomos um monte de repetidas e embaralhadas frases. Ele de desculpas e culpas e eu de perguntas e indignação. E daí não saímos. E sinceramente, não sei se algum dia sairemos.
Há alguns meses, antes do casamento, por algum problemas de saúde, ele foi submetido à uns exames de rotina e descobriu-se que ele não poderia ter filhos. Ele tem um problema genético que torna isso impossível. Ele ficou muito abalado e é totalmente compreensível, já que desde sempre eu soube que o seu maior sonho era ser pai. E receber uma notícia afirmando que isso nunca se realizaria, sem chances de tentativas, era um não de fato, deve ter sido uma das coisas mais dolorosas de se ouvir. Eu me ressenti por ele, mas naquela época eu não pensava no assunto, não estava nos meus planos, era muito nova e ainda tinha muito para conhecer e conquistar. Claro que já havíamos falado sobre planos futuros. Mas eu nem sabia se no futuro queria que esse plano fizesse parte dos meus. Ainda não estava segura e não conseguia me ver no papel da maternidade, como hoje. Aos 26 anos e com uma criação totalmente voltada para a realização pessoal e profissional, independência financeira e acúmulo de experiência de vida não me deixei abalar quando o conheci pelos seus sonhos completamente diferentes dos meus. Entendia nossos estilos completamente opostos de vida e nossos objetivos distintos. Mas com o passar do tempo e a relação se aprofundando sabia que em algum momento certos assuntos teriam que ser discutidos e passados à limpas, pois o passo seguinte não estava longe, já que concordávamos em viver juntos e compartilhar uma vida a dois já que víamos um no outro alguém que valesse a pena tentar, mas com relação à filhos, provavelmente a história seria bem diferente. Então o tempo passou, casamos e quando vimos já estávamos há quatro anos juntos. Já tínhamos feito um ano de casados. E incrivelmente, a minha resistência à maternidade, minha indecisão, meus medos, meus receios haviam passado e davam lugar a uma vontade grande de ter a minha família. Na verdade, acredito que eu tenha sido conquistada pelo "sonho americano" dele, e pouco a pouco quando eu vi, estava sonhando e imaginando como seria. E aí, foi a hora de pensar na notícia que recebemos lá atrás e que eu disse que iria me importar lá na frente quando fosse a hora. Eu meio que deixei isso quieto numa gaveta e vivi. Ele viveu carregando isso com ele e por mais que dissesse que tudo bem, poderíamos adotar ou fazer uma inseminação, aquele assunto nunca ficou bem resolvido para ele. Então, começamos a ver a possibilidade de inseminação, mas era todas muito caras e na saúde pública algo escasso. Nos restou a opção da adoção e nenhum de nós foi resistente a isso. Mas quando nos jogamos de verdade, mais ou menos uns seis meses atrás de fato no assunto vimos quanta burocracia é e que será uma verdadeira sorte conseguirmos. Com as possibilidades de estreitando, acho que a coisa toda mexeu dentro dele de uma forma completamente fora de controle. Isso passou a ser o carro-chefe da vida dele, ter um filho custe o que custar. E esqueceu que combinamos de nos planejar e nos preparar para isso. Porque filhos custa caro e não é brinquedo. E todas as vezes que eu disse "calma, vamos com calma para fazermos a coisa direito como tem que ser feita, pensada e certa" ele entendeu que eu estava dizendo não. Para ele o meu esperar significava desistência e toda vez que eu o confrontava perguntando se ele achava que já estávamos preparados de um modo geral para a chegada de um filho ele me dizia que eu não entendia a ansiedade e o medo dele porque não era eu que não podia ter filhos. Como não? Com quem me casei? O que ele passa é o que eu passo. E a decisão que é pra ele, é pra mim também. E eis o que vejo escrito no desabafo dele? Que eu não quero ter filhos porque não quero abrir mão da minha vida e que eu acho que ele não é o melhor pra mim, porque eu peço para ele melhorar. Ora, se eu peço é porque me importo. Com a gente mas principalmente com ele. Sei que ele tem competência e potencial, é esforçado e só precisa ser estimulado, motivado e apoiado. Tudo que eu fiz esse tempo todo. Mas às vezes você cansa de empurrar a pessoa pra frente e ela nem sequer sair do lugar. E quando se coloca filho no meio, a coisa toda meio que parece que muda de perspectiva. O que está bom agora tem que ficar melhor e não mais por mim e nem por ele, mas pelo filho. Por essa criança que vem ao mundo sem ter culpa de imprudência e da irresponsabilidade dos pais. E ele, mais do que ninguém, principalmente por ter sido privado de ter e ser muita coisa por várias dificuldades, deveria ser o primeiro a querer que o futuro do filho seja diferente. Eu não sei em que ponto ele passou a entender o que ele quis e não o que estava sendo falado de fato e não me comunicou. Mas o fato era que ele tinha aberto nossa vida e nossas intimidades para outra pessoa que não tem nada a ver com a história e não falou um ai sequer comigo. Isso sem falar que ele disse inverdades e não o que é de fato! Reclamou pelos motivos dele e não pelos motivos que de fato existem. Outra coisa que me magoou profundamente.
Tiveram outras falas ou melhor escritas que me magoaram mas que não chegam nem perto desses tópicos citados. E o que me consome agora é que eu simplesmente não sei o que fazer. Já se passaram alguns dias desde o ocorrido e desde então brigamos, conversamos, brigamos, conversamos, mas não chegamos a lugar nenhum. Já passei pela fase do choro de dor, pela fase introspectiva repassando tudo na cabeça e agora estou na fase da raiva onde tudo que remete a ele me atiça de uma tal maneira que eu poderia incendiar um quarteirão. Evito falar, evito contato de qualquer forma, evito pensar, mas nada surte efeito. E eu fico me perguntando, até quando? Sei que nunca mais vai ser a mesma coisa e eu não vou enxergar o nosso relacionamento como antes. Mas será que eu consigo lidar com esse relacionamento apresentado agora? Com esse presente? Não há um minuto de todos esses dias que se passaram que eu não feche os olhos e as frases não me venham na cabeça. Não sei como evitar esse martírio, só não consigo parar de pensar. Não consigo confiar mais que ele de fato está fazendo as escolhas condizentes com o que ele diz que sente e quer. Não consigo acreditar que ele não vá fazer isso de novo. E eu agora lho pra trás e me pergunto se a nossa história é de verdade mesmo ou tudo mentira. Mas eu não quero acreditar que não tenha sido verdade porque senão vou ficar com um vazio enorme, com a sensação de que tudo foi em vão. Dizem que os casais saem mais fortalecidos de crises, mas sinceramente, não vejo aonde possa existir força para unir nisso tudo, se eu vejo que a vida é feita de escolhas e ele fez as dele. Ninguém o persuadiu ou obrigou a dizer nada do que ele disse. Ele disse porque quis e se quis, em algum momento ele sentiu ou pensou essas coisas. Entendo que ele tivesse motivos mil para estar magoado e chateado comigo, mesmo não sendo nenhum dos motivos verdade, mas que me respeitasse, que fosse leal a mim, que agisse como um marido que honra a sua esposa agiria, sentando e conversando, não jogando o relacionamento no lixo numa das primeiras grandes dificuldades que temos. Se for assim, o que eu posso esperar nas dificuldades futuras? E eu que já passei poucas e boas, já aguentei de um tudo por ele, por nós, que tipo de consideração eu mereço? Tá, eu merecia algum reconhecimento por todas as vezes que eu fui a única pessoa que de fato esteve do lado dele para o que desse e viesse. Mas o reconhecimento não veio. Dói, mas consigo lidar com isso. Mas com essa pessoa que parece que eu não conheço falando de arrependimentos, escolhas erradas, sobre eu ser egoísta e mudando a forma como as coisas acontecem com a família dele, eu não sei quem é. E agora estou aqui, ao lado de um completo estranho pra mim sem saber como vou acordar amanhã e se vou conseguir um dia superar esse baque que ele me deu porque quis. O único consolo que eu tenho é que se ainda conheço bem com quem eu me casei, ele é ingênuo demais às vezes para arquitetar grandes planos e, se ele deixou ali, à mostra, podendo ser visto por mim ou por qualquer outra pessoa a qualquer momento, ele não pretendia nada a mais que apenas desabafar do jeito errado, com as palavras erradas e com a pessoa errada. É a única certeza que eu tenho. Apesar de não reconhecer nele agora o homem por quem me apaixonei e tinha sempre muito orgulho de ter como amigo, marido, companheiro, sinto uma certa verdade quando ele diz que nunca me trairia ou trocaria a nossa vida. Mas não consigo me entregar a isso. E logo voltam as frases na cabeça e logo está de volta meu confronto com o que ele diz e o que ele fez. Sei que preciso dar tempo ao tempo e ele se encarregará de ajeitar tudo. Mas às vezes parece uma eternidade. decepção não mata, ensina a viver! Li isso em algum lugar. Não mata mas dói. E às vezes é melhor que mate então. Eu não consigo entender: a pessoa leva quatro longos anos, passados debaixo de muita água calma e turbulenta, provando seu amor, sua fidelidade, sua felicidade, sua satisfação, sua completude até para do nada, da noite pro dia simplesmente acabar com toda a confiança depositada e conquistada com muito suor. Quando finalmente eu me convenci que ele era quem dizia ser e sentia o que dizia sentir, ele me vem com uma dessas? Estava lendo um livro que ganhei de presente da minha cunhada chamado Casamento Blindado, onde a proposta e colocar várias situações a que o casal pode ser exposto e ensinar a melhor maneira de passar por elas. Interessante, mas meio tendencioso religiosamente. Estranhamente, uma das parte que eu mais me indignei que foi quando dizem que as mídias atuais são responsáveis por um alto número de divórcios, principalmente o facebook, me vejo passando por isso. E mesmo assim, eu continuo discordando. Acho que as situações, as oportunidades sempre vão estar presentes. Cabe a pessoa escolher o que fazer, que decisão tomará para a sua vida. E ter consciência no que isso acarretará. A mídia não manipula ninguém e colocar o dedinho lá e escrever o que não quer. E se não tem facebook tem um celular. E se não tem um celular tem sempre algum conhecido ou situação que pode aproximar ex, pessoas interessantes... Alguém uma certa vez me disse que a confiança pode levar anos para ser conquistada e um segundo para ser destruída e eu percebi que é perfeitamente isso. Em fração de minutos, tudo que eu acreditava ruiu. Tudo pelo que eu vivia não existia mais. Tudo pelo que eu me orgulhava de ter e ser se foi. Simples assim... E não sei volta! A pessoa pode carregar um oceano de segredos e de emoções dentro do coração e nunca ninguém saberá até ela decidir falar. A decepção é visível em meus olhos e está acabando comigo. Ao menos, de repente, alguns quilos mais magra eu fico, pois quando estou triste perco a fome. Felicidade engorda, aumenta a gula.
E hoje eu ando pela casa tentando reencontrar os motivos, as razões pelas quais cheguei até aqui e não encontro. Entro no quarto antes vazio e agora já com os móveis encaixotados do bebê e fico me perguntando porque. Ando mais pela casa e fotos do casamento estão espalhadas por ela, sento no escritório e vejo na tela no computador o livro que decidi escrever falando sobre a nova fase da maternidade que eu estava disposta a entrar. Parece meio sem sentido agora continuar, já que a pessoa que me estimulou a isso agora é a que eu menos quero pensar e como falar sobre isso sem contar de nós dois e como chegamos até aqui? Não sei o que é mais difícil: lembrar de nós ou lidar com a gente agora! Igualmente doloroso, sofrido e cruel!
Um amigo em comum nos ligou hoje para nos convidar para sermos padrinhos de casamento dele. Ele foi nosso padrinho também e é amigo do meu marido há bastante tempo. A relação afetiva dele é meio conturbada, com idas e vindas, a família não aprova muito e ela não pode ter mais filhos. E enquanto eu o ouvia falar sobre o convite e tal não podia deixar de pensar na coincidência das situações e que se eu fosse perguntada a dar um conselho, eu aconselharia a pensar bem na decisão e a esgotar todas as conversas sobre todos os tópicos que envolvem o casal. Primeiro porque quando a gente casa a gente casa com a família do outro também. E quando a gente casa a gente casa com os sonhos, planos e desejos do outro também. Assim como as frustrações, os medos e os defeitos. Casamos com a bagagem toda. Mas muitas vezes a gente só se dá conta do peso dessa bagagem quando passamos a ter que carregá-la. Achar que conseguimos lidar com a situação não é saber lidar com ela de fato. E tem decisões que tomamos sem nem mesmo saber que tomamos. Amor só não basta para sustentar um casamento. Um monte de sentimentos e atitudes devem acompanhar o amor para construir os pilares bases do relacionamento. E junto com isso acrescente tudo o que pode influenciar direta e indiretamente o casal como família, trabalho, amigos, filhos, saúde, finanças. A partir do momento que forma-se um casal, mais que escovas de dentes serão unidas e compartilhadas. Uma vida inteira também vai ser unida e compartilhada com seus prós e contras. E não dá pra simplesmente ignorar ou deixar de fora o que não gosta. Não é um quebra-cabeças é um todo! E muita gente não está preparada. Não para isso tudo! Muita gente só está preparada para uma parte disso, outras apenas para as partes boas, outras não está preparada para nada disso. E essa preparação e individual, cada um no seu tempo, cada qual com seu aprendizado. E eu me perdi divagando sobre como uma escolha para mudar uma vida inteira. Como uma peça fora do lugar pode fazer desandar toda uma construção. E eu fico me perguntando, quantas peças mais terei que encaixar para equilibrar e tentar harmonizar a coisa toda...
Um comentário:
Estou ao seu lado hj e sempre.
Bjs
te amo!
Postar um comentário