8 de dezembro de 2013

Dias de paz...


Vivemos em tempos de guerra.Vivemos em tempos da 3ª Grande Guerra Mundial. As batalhas travadas somos nós quem criamos. O inimigo somos nós mesmos. Impera a intolerância e a vontade de resolver tudo no tapa. Vale mais a pena morrer do que resolver. E as causas das lutas não são as mais nobres. Pelo contrário, são as mais pobres e idiotas e insignificantes e sem propósito!

Recentemente presenciei uma verdadeira matança pela tv, no jogo entre Vasco e Atlético-PR. Os dois times pareciam correr que nem búfalos sedentos de sangue uns para cima dos outros. Foram chutes, pontapés, socos e mais socos. Uma bateção interminável. Depois de alguns minutos de um verdadeiro horror, a polícia militar conseguiu intervir com a ajuda da segurança privada do estádio e conteve a cena de lutas medievais! Ao final do confronto mútuo, pessoas, feridas, pessoas desacordadas, especulações de óbitos. Famílias desesperadas, jogadores apavorados, dirigentes e comissão técnica dos clubes sem palavras. O jogo obviamente parado. E todos, dentro e fora dos gramados, de lá ou de cá, estupefatos com tamanha violência gratuita. Uma raiva generalizada. Uma vontade de brigar em massa.

Eu queria entender que tipo de paixão é essa em nome de um emblema, de uma camisa que motiva pessoas a se matarem por uma colocação melhor, por um gol, por um bom desempenho de seus times? Até onde eu saiba, futebol é sinônimo de lazer, diversão, amor e alegria. Mas as cenas televisionadas em rede nacional e que parou o país neste domingo, nada tem a ver com amor. É doença, é fanatismo e um perigo para a sociedade! Cadê o espírito esportivo que tanto se prega em todos os lugares? Cadê a consciência de que a vida é muito mais que a vitória ou a derrota de um mero time de futebol e que os resultados obtidos dentro de campo em nada afetam a nossa vida pessoal e mudam algo realmente significante para nós. A violência deliberada nos estádios está passando dos limites. Autoridades e clubes unem forçar para tentar achar um plano de segurança que garanta a ida das famílias,  pais e filhos, namorados, idosos e crianças e pessoas que só querer torcer de modo saudável e se divertir.

Lamento o acontecido. Lamento pelas vítimas que estão inconscientes no hospital entre a vida e a morte. Mas eu não tenho pena não! Foi uma vontade das duas parte saírem para o ataque. E quem se sujeita a estar no meio de uma briga destas, tem que saber muito bem os riscos que corre e assumi-los. Não houve uma torcida que atacou e outra que se defendeu. As duas correram para cima uma da outra com a mesma intenção: ferir, matar!

Para mim, duas coisas fazem com que as pessoas cada vez mais ajam assim, deliberadamente, sem culpa e sem remorso e sem pesar o real sentido desses atos insanos: a falta de leis eficientes com punições severas que não possam ser burladas ou maleáveis. E a falta de valores, o que faz com que o indivíduo cada vez mais perca a consciência do que é certo e errado, arriscando tudo para defender suas razões, pontos de vista e crenças. Essas duas vertentes - valores e leis punitivas - se andassem juntas de maneira eficaz, tenho certeza que ajudariam a mudar o cenário de devastação que não só os gramados passaram a sofrer, mas o país como um todo, sendo alvo de atos de vandalismos inconsequentes e desmedidos, onde seus autores se isentam de suas culpas e deitam a cabeça em seus travesseiros sem nenhum tipo de remorso. Isso, depois de supostamente poder ter tirado a vida de alguém, possivelmente um pai de família, um filho, marido, avó de alguém. Definitivamente, isso não pode ser normal!

Tudo leva-se a ferro e fogo, tudo age-se com truculência, tudo é motivo para desarmonia. Lamentável ver um domingo terminar assim!

Que não mude apenas a postura dos torcedores, mas a consciência das pessoas de limites e razão. E ficamos com uma boa situação para pensar: que tipo de mundo queremos construir?

Uma boa noite de paz e luz!

Um comentário:

PAULO TAMBURRO. disse...

Você também acredita em milagres, não é?

Eu também!

Quer que eu minta?

Um abração carioca.