E às vezes, os menos desfavorecidos têm mais
valores do que os estudados, financeira e socialmente aparados. Esse é o
Bob, que sabe-se lá porque veio parar nos meus pés rs. Logo atrás veio
seu dono, se mostrando preocupado com o sumiço do companheiro. Ficamos
conversando um pouco e ele me contou sua história e de Bob. Disse que
trabalhava como vendedor de bala na Pedra da Gávea, onde há mais ou
menos um ano e meio atrás ganhou Bob, de um cara que ia deixar o
Brasil e não tinha como levar o cão. Sempre andando por ali, Bob se
dava bem com ele e seu ex-dono, vendo que ele saria bem tratado,
resolveu doá-lo ao vendedor de balas. Ele que reside nas ruas e vendia
suas balas em São Conrado, logo teve que arrumar um outro local, pois
não poderia deixar Bob em qualquer lugar ou entrar com ele nas "caronas"
dos ônibus. Então, resolveu habitar no Leme. Perto de um ponto final,
onde era conhecido. Há tantos anos nos mesmos lugares vendendo suas
balas, gente boa e do bem como é, ele fez alguns amigos que,assim que
souberam da existência de Bob, se prontiveram a ajudar. Bob ganhou
banhos em Pet Shop. Consultas regulares ao veterinário. Ganhou coleira,
brinquedinhos e casinha dos que simpatizavam por Bob, moradores das
redondezas e de como era bem cuidado por seu dono, morador de rua e
vendedor de balas. Mas a ração, seu dono faz questão de comprar e
ressalta: "é R$ 16 o kg da Golden! Mas ele merece o melhor! Mas confessa
que ele gosta mesmo é de filar sua carne do almoço e janta da quentinha
que compra. E quando vai pro Centro comprar ou vender suas mercadorias,
deixa Bob, água e comida aos cuidados dos despachantes no ponto final
do ônibus ou de moradores que habitam Bob em nos pátios nos prédios.
Contou ainda que nas suas andanças com Bob, já recebeu uma proposta de
5.000 pelo cachorro e mesmo sabendo que Bob poderia ter uma vida melhor,
disse que ama seu cachorro e melhor amigo e que infelizmente não
poderia vendê-lo. Alguns risos e chamegos depois com Bob na areia, ele
se despediu e disse que ia voltar à ativa. Enquanto arrumava seu
carrinho de balas e suas coisas, Bob permaneceu ao meu lado, sempre de
olho no dono. Mas ao menor sinal de "levantar acampamento", Bob levantou
e prontamente se prostrou ao lado do dono para seguirem sua jornada. O
nome do dono do Bob, eu não sei. Engajamos na conversa e ele foi embora
sem me dizer. Mas me deixou uma grande lição de vida, obrigada!
Ps: o dono do Bob ñ quis tirar foto porque disse que é muito feio kkk o Bob é mais bonito!
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