Espera-se que desde o ventre ela já seja aquela verdadeira mulher maravilha. Depois que o baby vem ao mundo então, aí espera-se que o tal do instinto maternal venha à tona e como num passe de mágica, solucione tudo. Só que na prática, não é assim...
Mãe não sabe tudo, não tem todas as respostas, não é autossuficiente, não tem o dom de evitar que algo aconteça com os filhos.
Mãe tem medo, insegurança, cansa, chora, surta, não é forte o tempo todo e nem dá conta de tudo, sozinha muitas vezes.
Mãe erra, tentando acertar, mas erra. Comete equívocos achando que está fazendo o melhor. É um aprendizado diário o desse papel onde são colocadas à prova de resistência nas mais diversas situações. E nem sempre se saem bem com excelência, mas fazem o melhor que podem, da maneira que podem, sempre.
Mãe que é mãe já vem com uma culpa natural de ser relapsa, de ter que trabalhar fora, de ter que abdicar de si em prol dos filhos. E nos dias de hoje, ainda tem que lidar com o julgamento e achismos de uma sociedade que cria regras e parâmetros para ser 'boa' ou 'má' mãe. E isso tudo já é duro o suficiente e às vezes ainda tem os problemas financeiros e emocionais que a assombram. Mas, muitas vezes nem transparecem isso para os filhos.
Ela se vira, dá um jeito, o seu jeito e segue. Nem sempre como planejava, mas segue a vida.
Espera-se que o amor incondicional seja o solucionador de todos os problemas. Amenize todas as angústias. Compense todas as dificuldades. Mas infelizmente, não é. E a mãe tem que se reinventar para lidar com todas as adversidades. E lidar bem consigo perante todas as escolhas e decisões que tem que tomar.
Mãe custa a aceitar que às vezes não tem jeito mesmo, que é impotente perante algumas situações da vida. Justo ela que já deu tanto jeito, mesmo que torto, pra fazer as coisas darem certo (mesmo quando não dão), mas de braços cruzados ela não fica.
Mãe quer ser mil e uma, curar doença e dor, ser porto seguro e norteador, quer ser tudo o que um filho precisa que ela seja, superando até suas próprias capacidades de ser.
Talvez porque seja mãe!
Solteira, casada, divorciada, viúva, adotiva, in memorian, presente...
Mãe é mãe!
Sem receita certa para fazer dar certo. Sem garantias de que vai ser bem sucedido. Ser mãe é aprender todos os dias, com os mais variados acontecimentos, a ser mãe.
Então mães, se absolvam, se relevem, se tolerem, sejam menos críticas, perfeccionistas e peguem mais leve consigo. Nós, seus filhos amamos vocês por tudo e por nada, por apenas existirem em nossas vida. Por seu perfume, seu jeito, seu olhar, seu abraço, seu carinho, seu sorriso e até suas broncas. Mas sabemos que suas maiores alegrias e satisfações, na verdade, é verem um(a) filho(a) se tornar uma pessoa íntegra, com caráter e valores, vivendo dignamente, trabalhando honestamente, crescendo na vida com os princípios ensinados, fazendo valer a educação de casa que lhe foi dada, sendo feliz, prosperando, sendo bem sucedido e seguro com suas escolhas, tendo saúde, construindo sua vida da melhor forma possível. Pois ali, está seu dedo, sua dedicação, seu zelo, suas noites em claro, suas prioridades, seus cuidados, sua educação, suas broncas e puxões de orelha, suas lágrimas e risos. O seu sucesso como mãe pode ser visto na formação de um filho. Mesmo aqueles que descambam do caminho certo que lhes foi ensinado, ainda sim, na grande maioria das vezes, foram educados e criados para serem do bem.
E por mais anos que se passe, nunca conseguirão traduzir em palavras a essência e complexidade de ser mãe. A amplitude desta palavra só não é maior que o tal amor incondicional que ela emana.
Embora pareça que mãe faz curso 'tudo' na mesma escola de atos e falas, cada uma é singular no mundo e para seus filhos. E escreve a cada nascimento uma história com a sua assinatura no final.
Não sou mãe, não tenho filho (só se contarem os de quatro patas rs). Sou filha e tenho uma baita mãe!
Nenhum comentário:
Postar um comentário