20 de março de 2011

O Ministério da Saúde adverte: textos da Martha Medeiros fazem bem pro corpo e pra alma...

Tenho andado um pouco saturada. Não, não é a rotina. É a responsabilidade! De tudo um pouco. De ter que estudar, trabalhar, das pessoas que dependem de mim, das minhas decisões, das minhas atitudes diplomáticas, dos amigos e familiares que se apoiam em mim emocionalmente, das pressões da vida, das imposições, do jogo de cintura. Isso tudo sufoca! Chega uma hora que dá vontade de jogar tudo pro alto e cair nos braços desse mundão de Deus! Sair por aí, sem lenço e sem documento, como dizem, sem me importar com nada. Ter um tempo só para mim. E que ele eu possa usar do jeito que eu quiser. Gastá-lo só comigo se assim for necessário. E não falo apenas das horas no salão de beleza, quando estou praticando meus esportes ou nos meus encontros com amigos. Meu momento! Um encontro comigo mesma, e que não tenha pressa e nem hora para começar nem acabar. Uma viagem, seria ideal, pena que falta grana no momento. Mas, não almejo um retiro espiritual. Não tô querendo me encontrar como pessoa no mundo, me encontrar sentimentalmente, profissionalmente, fazer reavaliações da vida ou coisas do tipo como no livro Comer, Rezar e Amar. Não é virada radical que preciso e sim de um pouco mais de espaço nessa mesma vida que eu levo. Traduzindo para o português claro, em alto e bom som: chutar o pau da barraca.

Eis que nesse momento de reflexão, folheando as páginas do jornal, me deparo com um texto da minha adorada Martha Medeiros e que o título dizia assim: Pau da barraca! Coincidência???? Não pode ser, pensei! Mas era, e se não fosse, por um acaso, era algum tipo de aviso. O texto, muito melhor escrito, interpretado e demonstrado do que o meu acima, trazia com a  riqueza de palavras diferentes, mas com mesmo sentido exatamente, o que eu acabei de relatar. Eureca, pensei! Alguém me entende. E mais do que me entender, me apoia. Não vai me achar maluca caso amanhã ou depois eu decida "chutar o pau da barraca".

E o mais curioso da história é que, lendo o texto, a gente percebe que  nós não somos tão essenciais e vitais como achamos, como a situação parece indicar ou até mesmo como nos colocamos nessa posição. Ela diz claramente que às vezes precisamos chutar o pau da barraca, mesmo que o pau da barraca seja a gente mesmo. Ou seja, mesmo que de nós dependa toda a vida que gira ao nosso redor. E, caso nós fizermos isso, vamos perceber que tudo vai continuar caminhando exatamente ou quase exatamente como antes, sem mortos e feridos.

De fato, muitas vezes nos preocupamos tanto com terceiros ou nos cobramos por uma responsabilidade que nos foi atribuída que esquecemos de nossas necessidades. Nos colocamos em segundo plano pelo bem estar de quem amamos. E que ocorre também de nos colocarmos como o tal "pau da barraca" e nem somos de fato. Apenas, nos tornamos as "babás", tão requisitadas hoje em dia. Assumindo o papel de mãe quando essa não pode e que passa a se achar a mãe de fato. E toma conta da criança, da casa, do marido, da comida, da roupa na lavanderia, do banho do cachorro, da reclamação do vizinho, do conserto do carro ou seja, da vida toda daquela família que nem a dela é sequer. Apenas, porque a responsabilidade lhe foi atribuída.

É complicado delimitar a barreira entre "seu espaço" e o "seu momento", levando em consideração sua individualidade, sua independência e não falo aqui de financeira, sua autonomia ou seja, você mesma. Sei que posso estar super elevando a situação, afinal de contas, em muitos momentos sou lisongeada por ter pessoas que me entendem e sabem entender meus momentos. Mas tem horas... aquele dia que você levanta de mau humor, alguma coisa que não sai como o esperado, uma desilusão, uma frustração e pronto, vai tudo pro beleléu e o pouco que foi feito cai por terra e dá espaço para o nada que foi feito ou a sua insatisfação perante um fato ou alguém.

Depois desse pequeno divã de 5 minutos de leitura, quem quiser fazer o almoço que faça, levem o cachorro para passear, arrumem os armários e fiquem com essas e outras tarefas e decisões no dia de hoje. Não vou fazer os trabalhos do curso e nem pensar em relatório para segunda no trabalho. Já que a minha viagem não rola, pelo menos meu fone no ouvido, um bom livro para ler, filme + pipoca e um soneca bem gostosa vai muito bem, obrigada. Nem que seja só por hoje, eu vou chutar o meu pau da barraca!

E você, vai chutar o seu?
Bjs


Nenhum comentário: