22 de março de 2011

Pedestres sem noção.

Que o trânsito no Rio e nas grandes cidades anda caótico, todo mundo sabe. Que os motoristas andam cada vez mais imprudentes e nervosos ao volante, também. Que o tempo é um fator determinante para quem está na direção de um veículo e determina o tipo de conduta que o motorista vai ter, também. Mas o que anda tumultuando o trânsito também são os pedestres. Além da quantidade exagerada de sinais, das filas intermináveis de vans e Kombis e sua direção nada defensiva, dos engarrafamentos, da confusão de ônibus e táxis não obedecendo as vias destinadas à eles, os pedestres ajudam a tumultuar a situação quando não obedecem algumas regras básicas de trânsito.

Para quem não sabe o DENATRAN – Departamento Nacional de Trânsito estabelece normas e regras de conduta no trânsito para os motoristas habilitados, independente da categoria de sua carteira. O Detran – Departamento de Trânsito é responsável por fiscalizar e punir esses maus motoristas que não cumprem essas leis. Mas e para os pedestres que não se contentam como seu lugar nessa história? Há “pedestre escola” para eles? Sim, porque a quantidade de infrações, acidentes e até mortes no trânsito causadas pelos atos levianos dos transeuntes está demais.

Hoje, voltando do curso, mais ou menos na hora do almoço onde o caos está maior nas vias da cidade com a saída das escolas e os trabalhadores em polvorosa para almoçarem, presenciei um quase atropelamento e que a culpa, já ia recair sobre o motorista que nada tinha a ver com isso. Numa rua principal movimentada de Bonsucesso, com a demora dos sinais e o grande fluxo de automóveis, acaba por vezes o trânsito ficando lento. E é nessa hora que o cidadão cisma de praticar suas atrocidades. Atravessa correndo na frente dos carros, anda pelo meio da rua, param os transportes coletivos e alternativos em lugares indevidos. O “quase” de hoje foi que o sinal estava aberto, o trânsito lento e o pedestre impaciente resolveu atravessar calmamente, quase que desfilando na passarela. O trânsito fluiu e quando o carro fez sinal de andar o homem aos berros, insultou o motorista com um monte de palavrões, acusando de romper o sinal. “Que louco, falei!". O sinal estava aberto para os carros, ele que se apressou”. O sinal enfim, abriu para nós e atravessamos todos na faixa, como é o correto. Quando o sinal abriu para os carros, depois de ficar uns segundos ainda piscando, uma desavisada, atrasilda mesmo ou insana resolve correr e atravessar a rua. Porque a conversa que ela estava tendo no meio fio estava mais interessante e ela perdeu o tempo do sinal. Ninguém merece! A freada brusca que o motorista deu para não atropelá-la foi enorme. E a culpa foi de quem? Do dito cujo que resolveu pegar o carro e ousou passar pela via que ela irresponsavelmente, atravessou. Sorte dela que ele estava numa velocidade baixa, senão, ela já estava indo de encontro com os anjos.

Cinco minutos depois desta confusão, outra começou porque o pedestre encasquetou que a motorista parou em cima da faixa de pedestres. Sendo que o sinal estava aberto para os carros e ela não estava parada, apenas freou porque o trânsito não tinha andado por completo. Nessa, eu me meti né? Falei: “ô pessoa, só é infração se ela tivesse parado no sinal vermelho em cima da faixa. Ela esta andando com o carro e o sinal está aberto pra ela”. O cara não se contentou e seguiu dizendo desaforos como se ele estivesse certo querendo forçar sua travessia a todo custo numa hora errada. Ai, me meti de novo e disse: “falta vc conhecer o código de trânsito, que dita regras para os motoristas, mas para os pedestres também”. Nessa hora, me espantei com algumas pessoas a minha volta concordando comigo. Aí mesmo que eu me engrandeci e falei: “Até sei que têm motoristas fazendo um monte de besteiras por aí, mas tem pedestre que não fica atrás”.

E as próximas presepadas dos pedestres eu não vi porque meu ônibus veio e fui tomar meu rumo já com muitas histórias que presenciei para contar. Sou pedestre e seu que muitas vezes pela pressa, atravesso fora da faixa e do sinal, em cruzamentos, correndo na frente dos carros, fazendo zigue-zague no trânsito quando está lento, andando no meio da rua. Tenho plena consciência de que estou errada e não vou ficar arrumando encrenca por aí como se fosse a dona da verdade. Mas esta minha exposição, alguma hora pode me custar muito caro. E como dizia minha vó, “quer correr pra não chegar atrasada ao seu enterro?”, rsrs. Falta consciência, responsabilidade e educação, literalmente, de trânsito e de família para que neste caos, cada um ocupe seu devido lugar com segurança. Carro nas ruas e pessoas, nas calçadas!

 

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