O assunto de hoje é mio polêmico, por isso resolvi pensar bastante antes de escrever, pois muita gente distorce o que se fala e o que é vírgula vira ponto final.
Tenho visto muitas campanhas contra a homofobia nas mídias. Apoio e acredito que só com campanhas em massa é que se pode "tentar" conscientizar a população da importância de não se ter discriminação por ninguém. O que importa é o interior da pessoa e a conduta dela perante os demais na vida. O que é dela por direito que dê ou faça aquilo que bem entender... Mas, esperar que uma sociedade medíocre e moralista que nem a nossa entenda isso, já tô querendo demais. O povo quer modernidade em aparelhos de celular, computadores e televisão. Na mente mesmo, fica a velha história de sempre.
Enfim... não vou entrar no mérito aqui do porque a não aceitação da sociedade a partir de seus aspectos socioculturais das escolhas sexuais de cada um. Vou apenas alertar para um erro que vem sido cometido, mas acho que nem as próprias pessoas que levantam a bandeira em defesa dos homossexuais se deram conta: ao tentar priorizar uma causa, acabaram meio que excluído outras. Na boa intenção de fazer força frente a uma violência exacerbada acabaram que eles mesmo, defendendo ferozmente o NÃO contra a homofobia, outros tipos de preconceitos que ainda são cometidos, que ainda são graves mas não tem o mesmo espaço na mídia.
Ao meu ver, posso estar enganada, mas é preconceito privilegiar uma classe e outras não. Vejam bem, não sou contra a campanha para que deixem gays, lésbicas e simpatizantes viverem suas vidas do modo como bem entenderem. Mas também sou a favor para que se acabe com a essa história de cotas para negros nas faculdades públicas, com a violência contra a mulher, com a discriminação religiosa, com a diferenciação econômica, com a desigualdade salarial de cargos entre homens e mulheres, com a denominação das pessoas por classes sociais, pelos apelidos a partir da roupas, das músicas, da comida, do cabelo. São "n" tipos de preconceitos existentes hoje no Brasil e no mundo. Desde os mais leves até os mais pesados. E acho que o maior preconceito que existe é o estereótipo. As pessoas são muito mais do que aparentam ser, o modo como se vestem, como se comportam, seus gostos. E a sociedade tem uma mania feia de ficar classificando os outros por isso. Todo negro é favelado. Toda mulher que trabalha pesado é sapata. Todo homem que cuida da aparência é gay, mulher que usa roupa justa é periguete, homem que pega todas é o fodão. Todo religioso é crente e todo crente é safado! E por aí, criam-se preconceitos nas mentes alheias e dissemina-se a desigualdade na sociedade com esses discursos desde o tempo de Cabral. Crianças crescem achando que homem não chora, que sua cor quer dizer quem você é, que status é a melhor coisa que existe, que o que você veste vai demonizar seus amigos, que mulher tem que fazer jogo duro, homem que é homem é bronco e gosta de esportes. Mulher que é mulher tem que andar que nem Barbie. Loura não namora negros e ricos não namoram pobres. E por aí vai o catatau de asneiras. É uma guerra sem fim entre o ter e ser e que nós apoiamos, quando nos calamos, consentimos quando deixamos de protestar, e levamos para frente essa ideia quando damos margem para elas surgirem.
Assim como está nas novelas a questão do relacionamento e da violência e discriminação contra os homossexuais, poderia existir mais apelo social e campanhas e afins para outros tipos de discriminação. Vejo em algumas novelas da Globo alguns núcleos televisivos ligados a temas polêmicos. E que tem gerado uma reflexão até que boa para o público noveleiro. Aprovando ou reprovando, dependendo das crenças, dos valores, das criações, pelo menos muita gente se dispõe a pensar no assunto. O que já é muita coisa! A mais recente campanha que vi é na novelinha muita falada por todos pelas mudanças radicais de sua origem, Malhação. Esse ano ela abordou o tema se é que se pode chamar assim, da popularização das comunidades por jovens de classe média, classe média-alta. Porque gente com dinheiro, educação e muitas opções de diversão iriam querer conhecer o submundo, a não ser para se envolver com drogas e violência? Porque por detrás das casa caindo aos pedaços e becos pouco iluminados, existem pessoas batalhadoras, do bem, existe o samba e o funk, existe a diversidade cultural, existe a miscigenação, existe um jeito particular de ver a vida além da visão da orla da Vieira Souto e do calçadão de Copacabana. Achei legal fazer essa interação, mas sem o alarde de sempre: cuidado, riquinho, se você se meter na favela, vai "perder". Ou, quem vai lá e não é morador é viciado, tá devendo e outras coisas mais.
As classes sociais hoje não estão mais tão distintas assim. Riqueza e pobreza se misturam num infinito mar de gente. Não há muros nem placas para denominar o que é bom ou o que é mau. Esse, acho que o maior preconceito que existe. Além é claro do preconceito que a própria pessoa se impõe, com medo de se assumir, de se mostrar, de encarar o mundo batendo no peito quem você é. Contra isso, chamado medo, covardia, receio, não tem campanha que dê jeito. Talvez, um dia, quando a sociedade se mostrar menos armada para aceitar e não julgar, pode ser que as pessoas se encorajem a se mostrar mais e mais.
Por enquanto, é isso que nos restam: pessoas encubadas! E um estardalhaço em prol de um só tipo de preconceito, fazendo com que se esqueçam dos outros, como eles, já não tivessem mais jeito! Injustiça sempre será injustiça pra mim e contra ela, lutarei até o fim. Mesmo que sozinha! Com as minhas ideias e as minhas atitudes...
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