Pois é. Não adianta colocar todo o peso e responsabilidade
nos "craques" dos times. Eles são um só e não fazem milagres. São 11
em campo e cada um deve desempenhar bem o seu papel para que consigam a
vitória. O Brasil não tem só Neymar e Thiago Silva como tenho visto muita gente
falando. Mesmo com eles em campo, acredito que a derrota poderia ter sido de
menos gols, mas seria! E nem o Júlio Cesar que fez o seu melhor enquanto pode,
mas dependia do bom desempenho coletivo! Como brasileira e torcedora acreditei
sim, torci sim, vibrei sim, rezei sim e não chorei, mas fiquei muito triste.
Mas estava óbvio que a Seleção Brasileira não era mais "a Seleção
Brasileira" do Brasil que conhecemos. Ganhamos até agora por sorte e pra
quem arrisca, uma ajudinha divina. Pegamos times medianos e sofremos para
ganhar. Fomos passando empurrados! Quando pegássemos uma grande seleção com seu
excelente futebol, com certeza não daria para nós! Mas isso nunca foi segredo! A
cada jogo, era um revezamento de quem jogava melhor ou pior com algumas raras
exceções como David Luiz que sempre deu sangue e raça pela camisa que vestia e
jogou muito bem e Fred, sempre invisível no jogo, que jogou muito mal e isso
nunca mudou. O problema não foi perder, me corrijam se eu estiver errada. O
problema foi como perdeu! O que doeu mais foi perder de lavada! O que doeu mais
foi perder em casa. E o que doeu mais, foi não ter uma explicação para isso a
não ser o choro de decepção e frustração. Volto hoje a dizer o que venho
repetindo em todos os jogos: o pior adversário do Brasil é ele mesmo! Sua
desestrutura emocional trai o pouco futebol confiante que arrisca ter. Algumas
jogadas brilhantes ficam apagadas após uma série de chutes a esmo, cada qual
fazendo o que lhe dá na cabeça, cada um achando que vai ser o super herói que
vai salvar a pátria, a defesa brinca de ‘toquinho’ na frente do gol. O
desespero emocional aliado com o despreparo técnico derrotaram o Brasil. E para
piorar, o centro de apoio, o refúgio dos jogadores perdidos em campo, o
técnico, também por sua vez sentou e foi assistir a Alemanha dar um show de
futebol. E nas transmissões, repórteres e comentaristas tentavam explicar o
inexplicável. Defender o indefensável! A Seleção Brasileira simplesmente parou
de jogar e isso muito me indignou. Que perdêssemos, não é vergonha. É um
esporte onde se perde e se ganha. Onde vence o melhor. E nós fomos os melhores por
5 vezes seguidas, mas não deu mais! Vergonha foi entregar o jogo, desistir!
Cadê a raça, a vontade, o correr atrás como das outras vezes, mesmo quando tudo
parecia perdido? Não vi isso. Vi um time apático, perdido, com vontade de
correr pro colo da mamãe e do papai. E não é uma atitude destas que se espera
de uma Seleção, tida como uma das melhores do mundo. Aqui na terra do futebol
precisamos apelas para a malandragem, cavar pênaltis, simular faltas. Mais uma
vergonha! Porque no futebol, não nos garantimos! E em contrapartida, vi uma
Alemanha ser maior ainda que seu futebol em campo, ao mostrar respeito apesar
da goleada. Vi uma Alemanha ser aplaudida merecidamente pelos nossos torcedores
arrasados e envergonhados com o vexame mundial. E isso foi a única coisa que me
orgulhou, o espírito esportivo apesar de tudo. A consciência de que o futebol é
como a vida, um dia a gente perde e no outro a gente ganha. Caiu? Levanta e
bola pra frente! A única coisa sensata que o Felipão conseguiu dizer em sua
coletiva. E que, a derrota e a vitória não vão mudar em nada as nossas vidas.
#fato! Claro que queríamos ter o gostinho de gritar Hexa, Campeão, na Copa do
Mundo, na nossa casa! Mas não deu, fazer o que? A vida acabou? Não! Ronaldo
disse num certo momento que o Brasil tem obrigação de conquistar o 3° lugar. O
Brasil tem obrigação é de jogar, e jogar muito! Independente se é para disputar
o 3° ou 10° lugar! Já passou da hora de aprender com os erros, amadurecer,
colocar a cabeça no lugar, ter calma, raciocinar. Desperdiçar menos chances por
nervosismo, de bobeira! Dar de graça a vitória para o adversário! E a torcida,
nós temos que estar junto, mais uma vez! Cantar o Hino com orgulho como sempre
fizemos. Gritar, vibrar, como sempre fizemos. Vaiar como vaiamos quando
necessário a bosta de um joguinho furreca, como fizemos. Nossa participação
também é essencial! Que tipo de torcedor somos nós dando as costas quando
perdemos? Tá certo, tá difícil de engolir, está! É muita coisa junta
humilhante! Mesmo essa derrota devastadora não vai me fazer deixar de amar a
minha camisa amarela, de continuar com a minha bandeira estendida na frente da
minha casa, de vibrar e cantar e enlouquecer como sempre fiz. Porque sou
brasileira e meu patriotismo vai além de uma vitória ou derrota no futebol! Eu
amo o Brasil e estou com ele até mesmo quando o barco afunda, no caso, com a
nossa saúde, educação, segurança, cidadania, infraestrutura caóticas. Eu ainda
acredito no meu país, fora dos gramados. E eu vou fazer a minha parte. Que pode
ser pouca, mas é participativa e conta! E no futebol, claro, a Seleção tem que
ajudar nisso também! E volto a dizer, se jogarem bem, podem perder com dignidade
que eu aceito! Só não vou aceitar ver um bando de meninos amedrontados que nem
baratas tontas por 90' no campo. Mesmo indignada com a atuação brasileira em
campo, ainda tenho orgulho de ser brasileira. Tenho orgulho porque apesar das
expectativas de que daria tudo errado no evento no país, como tudo indicava,
deu tudo certo! Claro que teve problemas, qual evento não teria? Mas teve bem
menos do que eu esperava. A mídia, as seleções, os turistas, todos estão
falando que é a Copa das Copas e não só pelos resultados surpreendentes de um
modo geral. O clima, as pessoas, tudo colaborou para que fosse um sucesso!
Ganhamos a simpatia de várias seleções tidas como "frias e
distantes". Conquistamos a maioria da imprensa internacional que nos
comparou com tantas outras Copas e nos colocaram na superioridade. Ganhamos um
show de futebol, futebol de verdade, não essa meia boca de campeonato brasileiro,
estadual, carioca ou sei lá mais o que. Fizemos uma bonita festa, nas ruas, nos
bares, na cidade. Todas as torcidas torciam praticamente juntas no mesmo
espaço. E aos poucos, quando as seleções foram saindo, ganhamos o apoio dos
demais torcedores. Ganhamos a simpatia de todos. Apesar da lavada, ainda temos que
nos orgulhar com a Copa como um todo. Acho que valeu a experiência, não
precisaria ser tão traumática assim, mas foi e não temos como mudar! Podem
aparecer um milhão de justificativas e pessoas apontando os erros, afinal hoje
em dia temos tantos técnicos fora de campo rs, inclusive eu mesma. Mas o fato é
que perdemos o Hexa e nos resta começar do zero para quem sabe em 2018
tentarmos com condições de fato de estarmos lá. As crianças de hoje, muitas são
muito pequenas e não terão o mesmo peso que nós de uma decepção como essa.
Ainda resta a elas a chance de no futuro ver o Brasil conquistar a 6ª estrela. Mas
tem que fazer por onde! O assunto ainda vai durar pelo menos um mês. Uma
goleada histórica não vai ser esquecida assim. Mas a nossa vida, depois de 13
de junho voltará ao normal. Acabaram-se os feriados, meio expedientes e todo um
clima de comemoração e festa nas ruas. Voltaremos para nossas vidinhas
mundanas, nossos trabalhos que são nossos sustentos e que nos engrandecem, olharemos
novamente para a problemática do país e voltaremos as nossas discussões
políticas. Disse discussões, não aquilo que estávamos tendo pelas ruas e que
ontem, infelizmente voltou a acontecer com torcedores inconformados com a derrota
do Brasil. Não acho que esse povo seja torcedor, nem trabalhador, arrisco até a
dizer que não são gente do bem, protestando por melhorias, justiça e dignidade.
Mas isso é assunto para outro post rs. Voltando a Copa e ao país, que dessa vez
essa derrota sirva como lição de como ser um país vencedor dentro e fora dos
gramados, de como fazermos a nossa parte mesmo com o país perdendo direto em
todos os quesitos. De correr atrás após saber que é possível tem um bom futebol
ou um outro esporte qualquer e um país de qualidade para seus cidadãos. Em 2016
vem as Olimpíadas. Outro evento criticado por muitos, inclusive eu, por ser
aqui pelos mesmos fatores da Copa. Mas já está decretado, será aqui. E que lá,
o Brasil se saia bem, e que a gente também saiba apoiar e reconhecer que o país
não tem só futebol. Temos muitos atletas que que também precisam de incentivo,
patrocínio e apoio e que trazem tantas ou mais medalhas que o futebol para nós.
Uma nova geração de atletas está surgindo, como todos os anos. Vamos mostrar
para eles que excelência e vitórias se consegue com esforço, com trabalho duro,
com determinação, com justiça. Vamos fazer do Brasil um país campeão sempre,
não só na Copa, Olimpíadas ou outro evento qualquer. Da mesma forma que se
forma uma equipe campeã, deve surgir um país, uma nação. Bom, essa é minha
humilde opinião de uma torcedora fã de futebol e com amor ao país! Minha
pequena análise da Copa do aprendizado! Um pensamento de uma cidadã esperançosa
de ver surgir um país melhor para todos. #todosjuntospeloBrasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário