Chega um dia em que você se perdoa. Pelos
erros cometidos, pelas chances desperdiçadas e pelas escolhas mal
feitas. E isso não por acomodação ou fraqueza, mas porque a maturidade
te ajuda a reconhecer e respeitar suas razões e seus limites.
Então você para de se cobrar por aquele sonho incompleto ou por aquele
relacionamento que chegou ao fim. Entende que cada um só pode dar aquilo
que tem e que nem sempre o seu melhor é suficiente. Aceita também que a
vida é um ir e vir infinito e que certas coisas e pessoas realmente
chegam com o propósito de partir, de deixar saudade ou de deixar um
aprendizado. Compreende que em muitas situações passadas você foi
obrigado a tomar decisões as quais ainda não estava preparado, e aí cria
forças para reescrever o que foi mal escrito. Aceita que as pessoas que
você ama também tem o direito de errar, que a distância não destrói
amizades verdadeiras, que as opiniões adversas são as que mais te fazem
crescer, que o medo é um combustível poderoso, que a saudade é uma
cicatriz que vale a pena carregar e que a culpa é uma cela onde o
carcereiro e o prisioneiro são a mesma pessoa. E então depois que
percebe tudo isso você faz as pazes consigo mesmo e encara a vida com
mais serenidade. Porque você entende afinal que precisa ser sempre o
primeiro a se perdoar, já que é o único que conhece verdadeiramente seus
motivos.
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