13 de setembro de 2010

Hospital público, quero nunca precisar...

Quem diz que sabe o que é o caos da saúde pública do nosso país, está mentindo! Se a pessoa se compadece com as notícias que saem nas mídias sobre descaso dos médicos, instalações lotadas, falta de equipamentos, remédios e leitos até pode imaginar como deve ser. Mas saber, saber mesmo, só quem precisa de um e não tem.

Este fds passei um perrengue com o meu sogro, passando mal, com diagnóstico de prioridade no atendimento emergencial c/ internação e nada acontecia. Os médicos – alguns – não conseguiam trabalhar em meio a tanto tumulto formado pela população que desamparada de hospitais com recursos e vagas já não sabiam mais para onde ir. Os enfermeiros, estressados, destratavam pacientes, davam remédios que nem eles sabiam dizer para que servia ao certo e nem tinham certeza de que estavam atendendo o paciente certo. Os atendentes das emergências estavam entre a cruz e a espada: se mandavam entrar os pacientes necessitando de cuidados, os médicos já enlouquecidos brigavam e mandavam os mesmos de volta à recepção. Se mandava o paciente aguardar pelo atendimento na recepção para ver se esvaziava a unidade, era quase linchado. Um horror!!!

E não parava de chegar gente! Para cada 10 que chegava, saia 1. Grande...

Tudo bem, a situação da saúde está precária e agora em época de campanha é a promessa de muitos candidatos: fazer alguma coisa para melhorar a situação. Mas, qual seria a solução? A construção das UPAs foi pensada como uma saída para “desafogar” os hospitais, mas mesmo assim, eles continuam lotados. Construir mais hospitais? Melhorar os salários dos funcionários da saúde? Contratar mais médicos? Colocar mais equipamentos em estado de uso? Ampliar as instalações? Adequar os serviços prestados de acordo com as necessidades de cada unidade? O que fazer????

A resposta é que não dá mais para fazer vistas grossas. E nem tentar “maquiar” uma calamidade desta. Quem não ganha o suficiente para pagar um plano de saúde que custa os olhos da cara, morre? Pois é o que parece. Ou então, entra na fila - mais uma - para ver se é escolhido para ser atendido. Por que, só assim mesmo!

Tudo bem que se não há condições suficientes para trabalho, não podemos obrigar que seja feito um serviço de qualidade, mas ao menos cobrar de médicos, enfermeiros e afins que façam valer da ética e tenham profissionalismo, fazendo um trabalho sério e de responsabilidade. Não sendo negligentes, largando ao acaso e “lavando as mãos”, como eles mesmos gostam de dizer o tempo todo. Nunca fiz medicina, nem irei fazer. Não tenho vocação. Mas acredito, que em qualquer profissão, o juramento na hora da formatura seja fazer todo o possível, dar o melhor de si. Quem trabalha com vidas então, é responsabilidade dupla, tripla. Pois há mais gente por detrás daquele paciente deitado na maca, sem medicação, no corredor do hospital, jogado pra lá e para cá como uma sacola sem utilidade.

Se não dá pra cobrar mais... infelizmente, quero cobrar apenas respeito e dignidade para com os que necessitam de pelo menos atenção. Você médico, de repente não vai ganhar mais que seu salário, seu turno não vai diminuir e as cobranças não vão desaparecer. Mas se tiver consciência que um gesto ou ação pode mudar uma vida... com certeza em você, doutor, alguma coisa mudará.


Boa noite!!!

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