Enfim, depois de tanto adiar, conseguimos colocar o pé na estrada! E a nossa parada foi o lugar romântico e encantador, chamado Búzios! Depois de enfrentar uma "filinha" básica para compras as passagens, fizemos um lanche para aguardar as horas passarem, demos uma passadinha numa livraria na qual acabei levando 2 livros, rs e seguimos para a plataforma de embarque uns 15 min antes do previsto. Um aglomerado de pessoas já se amontoavam no n° de embarque como de costume. Aguardamos no que se considerava uma fila. Já dava a hora do nosso embarque e o ônibus não chegava. Logo, já percebemos que não ia sair tudo certinho como o planejado. 40 min depois, enfim, chegou o ônibus e o motorista, muito educado por sinal, infelizmente nos recebeu com um "boa viagem' desmotivador. Assim que desceu do ônibus para iniciar o processo de embarque já foi soltando: "- tá tudo parado na estrada, um engarrafamento mega". Não que fôssemos desistir de ir, mas já foi metade de um balde de água fria na empolgação. De qualquer forma, preparamos o espírito e decidimos não nos deixar esmaecer. O que importava era que enfim estávamos viajando e teríamos tempo para curtir só a gente. Bom, ao menos esse era o pensamento inicial!
Logo que embarcamos, depois da notícias desmotivadora do trânsito na estrada, percebemos que aquela viagem não ia ser normal. Estranhamos quando olhamos em volta e nos demos conta de que eramos os únicos brasileiros no ônibus. Todos os demais eram de origens espânicas, americanas, alemãs e italianas. Bom, ao menos língua falada por eles eram essas. Bom, eles eram engraçados e descontraídos, o que nos rendiam altas risadas. Até uma dupla deles, que me parecia mais amigos do que namorados, ficantes ou afins, colocar uma música de sua origem no cel para tocar. Aquele lamento grunhido já estava me tirando a paciência e eu tentava avaliar que tipo de "música" se é que se pode chamar assim era aquilo. Tudo bem que aqui obtemos certas "musicalidades culturais" que também não podem ser chamadas exatamente de música. Mas aquela ali ganhou disparado! Até minha gata acho que mia melhor! Mas, enfim, descontraiu o ambiente irritado já por estarmos mais de 40 min parados no mesmo lugar. Bom, pelo andamento, ou melhor, pela falta dele, não foi difícil adivinhar que a viagem de 3h de duração levou o dobro ou mais um pouco. Eu já tinha dormido, acordado, ouvido música, por fim, resolvi ler um dos livros que havia comprado. O Junior, nem conto o grau de impaciência que estava, rs. A noite já caía quando ainda estávamos na estrada em algum lugar que não sabíamos dizer aonde, mas com certeza ainda longe do nosso destino. Finalmente, fizemos tão esperada parada. Todos, TODOS mesmo estavam reclamando já de fome, sede, com as pernas doendo, a coluna incomodando e querendo ir num banheiro decente. Depois que nos desapertamos, eu e Ju fomos comprar algo para preencher o espaço vazio de nossas barrigas que roncavam a todo vapor. Não nos demoramos e já estávamos de volta ao ônibus. Poucos minutos depois o motorista deu a partida e voltamos ao nosso trajeto rumo a Búzios sem previsão de chegada já aquela altura da vida. Já passavam das 19:30 quando o ônibus parou e o motorista se encaminhou para a parte traseira do ônibus com o celular em punho, falando espantado com alguém que fazia algumas perguntas do outro lado da linha. Depois de verificar os lugares, constatou que 3 passageiros não haviam retornado ao transporte depois da parada no meio do caminho. As malas deles constavam lá, mas eles não. Provavelmente, eles entraram em contato com a empresa e deveriam estar seguindo a viagem no ônibus de trás. Mas, para cumprir o protocolo, o motorista foi obrigado a recolher os pertences e colocá-los no bagageiro na falta dos donos para zelar por eles. O interessante é que ninguém deu por falta deles. Ninguém sabia dizer ao menos se eram estrangeiros. Mais um contratempo que ajudou a retardar a chegada. Já estava rindo da situação, pois estávamos há umas 5h viajando e cada hora era uma coisa. Por fim, lá pelas 21h entramos em Búzios. Daí até a rodoviária foi um tal de pára aqui, desce ali para quem conhecia a cidade. Caso chegássemos cedo, daria para nos arriscar, mas à noite, cansado e sem conhecer a região, achamos mais prudente descer num lugar conhecido. Algumas, muitas para ser sincera, paradas depois, chegamos na rodoviária. E me atrevo a dizer que os gritos de exaltação e comemoração teriam sido maiores do que Fla x Flu.
Descemos, pegamos a nossa bagagem e fomos nos situar. Pegamos um táxi para nos levar até a pousada. Chegamos lá em menos de 5 min e aí, parecia que em fim os contratempos tinha cessado e iríamos dar início a parte divertida e descontraída da viagem. A pousada é simples, mas aconchegante. Arriamos as malas ao lado da cama e desabamos nela. Tomamos um banho, descansamos um pouco e fomos para a rua, Queríamos conhecer a noite da região e também jantar, decentemente algo que não fosse biscoito, rs. Pegamos uma van, já que lá tem aos montes. Não sabíamos a distância correta até o centro, resolvemos não arriscar. Veio uma e pegamos. Que diferença de civilização! rs. Primeiro, ñ existem várias cooperativas como aqui e sim vários carros da mesma cooperativa o que evita a concorrência desenfreada. Segundo, não há superlotação como no Rio, passageiro em pé nunca. A não ser que saiba que vai em pé de um ponto a outro, numa distância curta porque passageiros vão saltar e vagar o lugar. Terceiro, não se pode levantar com a van em movimento. :0 . Isso mesmo, essa foi a minha cara depois que levei "pito" do trocado quando me levantei para descer próximo de onde queríamos. O tom dele seco, mas educado foi tudo: "- senhora, pode aguardar sentada a té o veículo parar?" kkkkkkkkkkkk... ri interiormente, claro, não ousaria levar outra bronca. Quando paramos para atravessar a rua, procuramos um sinal, e não vimos nenhum. Então, como de costume, esperávamos os carros passarem e dar uma brecha para atravessarmos. Eis que uma senhora, ou era moradora ou frequentava muito o local nos disse: "-meus filhos, pra que se arriscar? É só ficar na faixa de pedestres!". Ju e eu olhamos incrédulos de que isso fosse surtir algum efeito, visto que aqui a gente pode dormir e acordar em pé na faixa que se o sinal não fechar ng para. Mas, fomos fazer a experiência e todos os carros pararam como que imediatamente. Fiquei boba! Um primeiro mundo dentro de um terceiro, rs.
A cidade estava cheia, as ruas lotadas. Um turbilhão de cores e sons tomava conta do ambiente. Lojas a plenos vapores às 00:00 vendendo que nem se fosse dia. Todos os bares e restaurantes lotados. Tivemos que rodar mais de 2x para achar lugar. Por fim, paramos numa pizzaria que tinha toda a pinta de uma cantina tipicamente italiana. Pedimos uma pizza que nos pareceu ser o mais rápido. Estava deliciosa. Depois que enfim estávamos satisfeitos, ficamos ali, curtindo o clima de um jantar meio romântico porque a cidade inspira isso, a cia um do outro apesar de nos vermos todos os dias e a liberdade de compromissos e correria. Desfrutamos um do outro sem pensar em mais nada! Depois de jantar fomos bater penas na cidade e ficamos apreciando a vista sentados no cais. Depois, na volta para a casa, paramos numa pracinha perto da pousada e como não tinha ninguém olhando até porque já era de madrugada, pronto, fiz a festa kkkkkkkkk. Comecei a brincar que nem criança! E que me importa os anos que tenho em vida? Importa os anos que tenho no coração! Estava feliz e leve.
No dia seguinte acordamos cedo e partimos para a rua. Como tínhamos apenas um fds, queríamos aproveitar ao máximo! Aproveitamos para dar uma olhada melhor na cidade a luz do dia, as lojas. Queríamos trazer algo para a nossa casa. Depois, paramos para almoçar num aconchegante restaurante de comida mineira. Depois, seguimos para fazer um passeio de escunas pelas praias e ilhas da região. Achamos uma boa opção, já que o tempo era curto e não conseguiríamos passar por muitos lugares. Eu já fiz passeios de escuna, saveiros, mais de uma vez em Arraial, imagino que seja similar. Mas, valia a pena de qualquer jeito. E o Ju ainda não tinha feito. Então era questão de unir o útil ao agradável! Até a primeira parada para mergulho. Ai, começou o vexame, rs.
Eu sabia que ele não era muito chegado a mar e essas coisas! Sabia que tinha alguma relação com algo que aconteceu no quartel. Mas, quis incentivá-lo a tentar vencer essa barreira, já que ali ele tinha a chance de ir de acordo com os limites dele. O barco parou, deram todas as informações de emergência, falaram do tempo, distribuíram os macarrões - aqueles rolos que servem como bóias que não nos deixam afundar - e homens e mulheres ao mar, rs. Ele ainda me perguntou umas 3 vezes se eu de fato iria fazer aquilo. Como eu já tinha feito, fiz que sim com a cabeça. Ele, sempre receoso, mas se mostrou disposto a me acompanhar. Eu desci pela escada, não gosto de pular, cai na água e fui nadando para me afastar um pouco do barco. Quando olhei ao meu redor, cadê Junior? Estava agarrado que nem gato com unhas e dentes no pé da escada. Eu chamava e ele fazia em negativa com a cabeça. Vi que ele estava prestes a entrar em pânico. Tentei conversar, mostrar o que ele podia fazer, convencê-lo de que ñ iria afundar, mas até ele sentir segurança na coisa, ficou lá tenso, duro e agarrado na parada. Quando ele finalmente, depois das minhas inúmeras chamadas começou a se soltar um pouco mais, eu mostrei alguns movimentos para que ele pudesse fazer e se sentir mais confiante de que não iria se afogar. Foi pior a emenda que o soneto! Ele começou a se agitar desproporcionalmente, mais e mais de acordo com o seu tamanho. Tanto era a coisa que ouvi alguém perguntar se ele estava se afogando. Cai na gargalhada! Ri até eu mesma beber água. Depois fiquei com peninha. Mas cá pra nós, a cena foi imperdível, pena que ñ foi filmada. Ele enfim conseguiu se soltar mais, confiou em mim, em si e nos aparatos e começou a relaxar curtir. Tiramos um monte de fotos q eu acho que nenhuma ficou boa debaixo d'água, rs. O sal era tanto que eu ñ conseguia manter os olhos abertos. A fotógrafa era uma graça, super divertida e descontraída e acabamos sem perceber, envolvidos por ela q conseguiu tirar nosso melhores cliques, segundo ela. O que não quer dizer que tenham ficado ótimos, rs. Depois, ficamos ali namorando dentro d'água e eu sentindo a maravilhosa sensação dele estar feliz por ter conseguido ultrapassar um medo que o bloqueava mesmo. Ouvimos um apito e era a hora de retornar ao barco. Seguimos com o passeio, mais risos, mais fotos, mais diversão. Por fim, retornamos à cidade. Já era 16h quando voltamos. Nossa, nunca tinha me divertido tanto. Paramos para tomar um sorvete, ainda demos mais umas voltas pela cidade e enfim, fomos para a pousada, descansar, mortos, mas felizes. E foi então que percebemos, só quando chegamos em casa, que a nossa cia só nos bastava, que nos divertíamos muito um com o outro. Tínhamos os mesmos gostos. As mesmas ideias, concordávamos em tudo. Claro, que amamos estar com nosso amigos, sair com eles. É sempre muito bom! Mas já ouvi vários casais dizerem que saída ou até mesmo viagens a 2 às vezes se tornam monótonas O que, definitivamente não aconteceu conosco. Sempre tinha assunto, estávamos sempre pertinho um do outro, ouvindo as histórias e experiências do outro. Foi um dia inteiro que passou voando e só nos restava mais uma noite para estar junto isolados em nossa bolha romântica, eu e ele, ele e eu. Antes de voltar para a nossa corrida realidade.
Como de costume, dormimos um pouco e saímos mais pra noite mesmo, já que parecia que a cidade girava em torno da vida noturna. Estranhamente, para um sábado, a cidade estava um pouco mais vazia, mas mesmo assim linda e agitada. Olhamos algumas opções de lugares para comer já que não estávamos propriamente a fim de refeição. Achamos um restaurante gracinha e ficamos por lá. Eu me sentei e vi o Ju se afastar para falar com o garçom. Pouco tempo depois, estava em nossa mesa velas e vinho branco, meu preferido! Olhei espantada, encantada e feliz com a surpresa. Ele, por sua vez me olhava daquele jeito admirador e apaixonado que só ele sabe fazer. E por alguns minutos, dentre frases bonitas e declarações de como é feliz, de como ama a vida dele agora, de como eu faço bem, de como eu o mudei vi uma lágrima rolar de seus olhos. Foi o que bastou para eu terminar de me derreter. Às vezes com as dificuldades, os problemas, a correria, trabalho, família, amigos, acabamos por nos distanciar um do outro, sem perceber. E perde-se um beijo, um carinho, um olhar, uma conversa. Mas percebi que para nós, nada disso foi perdido. É como se o tempo não tivesse passado e caso fosse afirmativa a resposta, que ficássemos igual a vinho: quanto mais velho melhor. Nosso entrosamento e afinidade estavam tinindo. Nossa cumplicidade a mil. E via em seus olhos emu reflexo abismada em como ele é especialista em me fazer sentir especial com o simples. Acho que nesses 3 quase 4 anos, não houve nenhum dia sequer que eu não ouvisse dele um eu te amo, você é meu tudo, a minha vida, mesmo que fosse por telefone. Nunca vi ele ñ se esforçar, mesmo morto de cansado para ficar comigo ou para satisfazer alguma vontade minha. Nunca o vi me renegar, mesmo na raiva e na chateação. Nunca o vi virar as costas pra mim, mesmo ñ concordando, nunca o vi dizer uma única vez que tinha se arrependido de alguma coisa, nessas horas que a gente fala de cabeça quente sem pensar. Nunca o ouvi reclamar, lamentar, se queixar, nada... Apenas o vejo feliz, carinhoso atencioso, amigo e amante todos os dias, desde o primeiro até aquela noite maravilhosa que estava sendo um desfecho incrível para um final de semana que foi além das expectativas. palavras me faltaram e a única coisa que consegui fazer foi dar-lhe um beijo um abraço mega apertado para que ele pudesse sentir através dele que depois disso tudo, sem ele eu ñ existo! Ele me completa, ele me dá sentido...
Depois de cessar as emoções, terminamos o jantar e fomos olhar a night. Fomos indicados a ir para o outro lado da praia e na hora senti um choque cultural. De uma parte da praia a galera era mais velha, querendo mais cultura e entretenimento, com bares e restaurantes aconchegantes. Havia uma diferença na vestimenta tb. "Do lado de cá" as pessoas se vestiam mais informal, mais casual, despojado, tipo como um litoral praiano pede: shorts ou vestidos jeans, sandálias ou sapatilhas, cabelos presos e poucos adereços. Do lado de lá eram as patricinhas de Búzios emperequetadas para night no Rio. Elite, da roupa, ao comportamento, passando pelas músicas e até por algumas conversas via-se claramente o abismo entre duas culturas dentro de um mesmo quase metro quadrado. Estávamos mais arrumados nesse dia, mas também não nos importamos muito não. Entramos em um barzinho com música ao vivo onde tinha lugar para dançar. Dançamos, muito, abraçados, rindo, brincando um com o outro, que os demais casais e amigos ou turistas vinham tirar fotos com a gente e se juntar a nós. recebemos alguns elogios e algumas reclamações do tipo: "- ah se ele (a) fosse igual a vcs...! rs. Sim, estamos no caminho certo! E fechamos nossa noite com chave de ouro, suados, cansados, mas felizes, com a aura reluzindo! Chegando na pousada, depois de um tempo, nosso sono maior já tinha passado e olhamos para a piscina e para a cara um do outro. Instantâneo: corremos e pulamos dentro dela na calada da noite para curtir uma piscininha ao luar. Depois que me toquei, falei para sairmos, pois os donos poderiam não gostar. Foi aí que ele lançou: "-não tem problema, tenho o aval deles!". E então, ficamos abraçados, olhando a luz num céu estrelado. E depois... depois tivemos nossos momentos de 30 Tons, (50 é muita coisa) rs.
No dia seguinte, curtimos ainda uma piscina, arrumamos as coisas e fomos para a cidade. Estava acabando o conto de fadas. O fds perfeito! Almoçamos. ficamos sentados num banquinho de uma praça curtindo mais um ao outro até que chegou a hora de irmos pra casa. Voltamos, mas voltamos renovados e renovados também nossos votos. Agora, mal podemos esperar pelo próximo destino! E que na verdade ñ importa aonde é e sim com quem é! Essa é a diferença!
Até a próxima...
Nenhum comentário:
Postar um comentário