Detesto algumas atitudes e postura nas pessoas. Não quero dizer que com isso sou superior a ponto de me sentir melhor. Nem melhor e nem pior. Na verdade, se trata de fazer o certo. Mas, existem pessoas que são egoístas a ponto de só pensar em si e não se colocar no lugar do outro. Medrosas, por não assumirem de fato o que querem. Mesquinhas por pensar apenas no prazer e felicidade próprias. Falta de consideração e bom senso passam longe de serem assim. Sim, hoje em dia isso não é mais nenhuma novidade. E nem sei se algum dia chegou a ser, visto que o ser humano possui índoles ruins não é de hoje. Atitudes de reprovação total. Mas, hoje eu não consigo apenas 'engolir' e aceitar como inevitável o que faz parte de cada um. Falta de caráter eu não consigo aceitar! Se uma pessoa não é boa com outras, não haverá de ser com ninguém. Pra mim, é sem esperanças de redenção. Mas, ainda assim, a vida, seja por vontade divina ou não, se encarrega de dar uma segunda, terceira ou quarta chance para essas pessoas resolverem acertar na vida. E isso não acontece. Culpa dos fatos, das pessoas, da vida? Creio que não! Não adianta procurar culpados exteriores para uma culpa interior. As pessoas, na sua grande maioria são o que são e não vão mudar, independente do nº de oportunidades que a vida e as pessoas resolvam dar ao indivíduo.
"Confiança, algo que se ganha em anos, e se perde com segundos."
O erro estar em achar que as atitudes às vezes se tornam inevitáveis. Não, elas não são. São escolhas. Assim como que roupa vestir, o que comer, no que trabalhar, aonde morar, o grupo de amigos, os filmes que vê, as músicas que gosta, se quer namorar e casar ou não, ter filhos ou não, adotar um animal ou não. Tá certo, algumas escolhas ão mais fáceis de serem tomadas do que outras. Mas são escolhas. Ninguém obriga alguém a nada que esse alguém não queira. A única coisa que nós, seres humanos esperamos uns dos outros é sinceridade, verdade, transparência e o mínimo de dignidade. Sim, sempre podemos mudar de opinião. Não é porque nunca comemos jiló que um dia não possamos querer experimentar. Não é porque sempre dissemos sim que um dia não poderemos dizer não. A vida muda, nós mudamos. Mas o que há de errado em assumir que aconteceu uma mudança e ser honesta com os demais que esperam certas posturas condizentes com o que se fala? Não é aquele velho ditado 'pau que nasce torto morre torto'. Eu concordo em partes. Acho que ninguém é capaz de mudar radicalmente sua essência. É capaz sim, de fazer algumas concessões e pequenas transformações em prol do que se quer, quando quer. Mas também não creio que ninguém fique a mesma pessoa, com os mesmos gostos, com os mesmos hábitos, levando a mesma vidinha sempre. As mudanças são bem vindas, são bem vistas, quando é pra melhor. O que não dá é simplesmente acordar um dia e decidir 'hoje é um novo dia, de um novo tempo que começou' e simplesmente achar que as novas atitudes, posturas e ações não envolvem mais ninguém. Sim, envolvem! Porque não se vive sozinho. Vivemos em grupos o tempo todo, desde que nascemos, em família, até crescermos e adquirirmos outros grupos de amizade. E inevitavelmente vai repercutir em todos que estão em volta.
"Eu vou gostando, eu vou cuidando, eu vou desculpando,
eu vou superando, eu vou compreendendo, eu vou relevando.
eu vou...
E continuo indo, assim, desse jeito,
sem virar páginas, sem colocar pontos finais.
E vou dando muito de mim,
E aceitando o pouquinho que os outros
têm para me dar".
Caio Fernando Abreu
Já ficou mais que provado que ninguém é autossuficiente para viver sozinho, sem precisar de ninguém. Só que pedir, precisar e contar com o outro parece cada vez mais uma via de mão única. na hora de oferecer em troca, o que se dá? Menos que o esperado ou nada! Não adianta ficar repetindo como vitrola arranhada tentando se convencer de que 'não devemos esperar que os outros façam por nós aquilo que fazemos por eles'. Podemos não esperar na mesma proporção, mas como seres humanos e falhos, esperamos sim uma certa reciprocidade. Pois é uma dos indícios de que somos aceitos, amados e valorizados. Atitudes muitas vezes são mais importantes que palavras, onde existem momentos que parecem que foram levadas com o vento para bem longe. Lealdade deveria ser que nem votos matrimoniais, contrato de prestação de serviço. cada um fazendo a sua parte, bem estipulada perante a lei. Mas as relações não são construídas em cima de contratos e sim em cima de confiança e respeito! Duas palavrinhas que fazem total diferença. Como podemos confiar numa pessoa que não nos passa credulidade? Como respeitar pessoas que não respeitam os demais? É uma eterna balança essa coisa de 'vai e vem' e nunca vai estar equivalente entre as duas partes. Justamente porque sempre, em uma relação, seja ela qual for, alguém vai dar mais, fazer mais, sentir mais e ser mais do que o outro. O que não dá é para ser uma diferença disparada.
"Eu acredito em segunda chance, só não acredito que todo mundo as mereça"
E sim, volto a bater na mesma tecla: existem coisas que são feitas e não é obrigação fazer. Fazemos porque queremos. Mas enquanto o que fazemos é útil para alguém somos bem vistos, mas depois que não fazemos mais, seja porque não é mais preciso ou por qualquer outro motivo, cadê a consideração? As pessoas são descartáveis? Aí perdem seu valor? Dá pra pegar anos de ajuda, de cuidados, de preocupação, de cumplicidade, de lealdade, de respeito, de admiração, de amizade, de consideração e jogar pela janela? Não, ao menos para mim. Aí, me questiono, se é tão fácil, será que algum dia chegou a ter tudo isso de fato ou aparentou ser. Pois não acredito em gostar e desgostar da noite pro dia. Assim como já disse antes que não acredito em mudanças radicais repentinas. É aos poucos que as coisas acontecem. Muitas vezes tão sutil e lentamente que nem nos damos conta. Mas, quando se percebe o rumo que as coisas estão tomando, sejamos francos e sinceros. Não vamos ganhar nada não sendo. Mas existem outras pessoas que sairão perdendo se não formos.
Felicidade é a combinação de sorte com escolhas bem feitas.
Enfim, mesmo depois de muita coisa vivida, ainda continuo me decepcionando com a capacidade de ação de algumas pessoas. Desprovidas de sentimentos no mínimo, humano! Jogar na loteria e acertar é sorte. Relacionamentos não têm a ver com sorte. Tem a ver com construção em cima de algumas pilares básicos. E tem a ver com escolhas: ficar ou ir. Dizer sim ou dizer não. Gostar e não gostar. caminhar junto ou seguir sozinho. O que não dá é pra dar a entender que quer seguir junto, mas anda a passos largos que nem criança pirracenta na frente ou de mansinho atrás. O quanto se anda é o que menos vai contar e sim o COMO se anda. É a tala história: melhor qualidade do que quantidade! Mas infelizmente, muita gente não se liga nisso.
“Quando as pessoas se importam umas com as outras,
sempre dão um jeito de fazer as coisas darem certo.”
[Nicholas Sparks]
Que eu não perca a fé nas pessoas, que eu não desista de acreditar sempre que é possível. Que eu não me torne uma pessoa amargurada, decepcionada, frustrante de tanto ficar frustrada. E que não me sinta impotente por ver ruir diante de meus olhos e nada poder fazer, pois não depende de mim. Basta apenas esperar um novo dia nascer... É muito ruim não poder fazer nada. Mas ruim mesmo a saber que mesmo fazendo alguma coisa, de nada vai adiantar!
Eu tenho medos bobos e coragens absurdas.
Clarice Lispector
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