E mais uma vez estou eu aqui dando pitacos em assunto que eu não tenho a menor noção rs. Estou de abusada tentando desvendar esse campo, desconhecido para quem faz parte da paternidade e maternidade, que dirá eu, que apesar de aspirante, de fato não posso ter ideia de muita coisa já que não vivo essa realidade nos meus dias.
Por querer, mais à frente, entrar "nessa", venho lendo matérias e artigos relacionados ao assunto, além é claro de interagir com pessoas experientes nesse assunto. E só na semana passada, três assuntos me chamaram a atenção: a ideologia de ser ter um filho x realidade de ter um filho; a idolatria às crianças pelos pais nos dias de hoje; falta de limites contribuindo para uma educação prejudicial aos filhos.
Claro, que antes de tudo, tenho em mente de que cada pessoa é uma pessoa e cada casal vai criar/educar à sua maneira, influenciados pela própria criação, pelo meio em que vivem, pelas experiências particulares que vivem dia após dia, pelos exemplos que tiveram na vida, por suas ideologias, concepções e valores. O que pode ser bom ou ruim pra um, não necessariamente vai ser a mesma coisa para outro. Enquanto uns podem tirar de letra, outros podem ter a maior dificuldades.
Bom, acho que vou por tópicos que é mais fácil, rs. Mais uma vez lembro: não tenho experiência de causa nenhuma nestes assuntos, rs. Apesar de ter participado e ainda participar ativamente da criação/educação de três dos meus quatro afilhados. Então, se eu falar alguma asneira me corrijam e me desculpem rs.
Vamos começar com o primeiro cujo o título é "ter filhos traz mesmo felicidade?", publicado pela Época. Ora, essa pergunta pode gerar mil comentários e vertentes, sim, não e depende, de muitas coisas. Fato que nos dias de hoje (e quando digo hoje me refiro aos anos 2000) não existe mais aquela obrigatoriedade como no tempo de nossa avó ou mãe de que a mulher era criada para casar, ter filhos, cuidar da casa e da família. Sim os tempos mudaram. Sim as opções hoje são inúmeras para as mulheres que conseguiram arduamente, ao longo dos anos, cada vez mais igualdade de trabalho e liberdade de escolha e espaço no mundo. Portanto hoje é uma opção, casar, morar junto, seja lá o que for e ter filhos. Mas se optar por ter esse combo família, deverá saber que implicam em vir com certas coisas. Coisas essas como priorizar, se cansar, abrir mãos de certas coisas, dormir pouco, ver a rotina da casa e do casal mudar um pouco. Aliás, mudanças serão constantes. E cada nova fase do baby serão novas adaptações. lembrando mais uma vez que cada caso é um caso. O que tudo isso pode ser problema para uns, outros tiram de letra. Passam claro por um tumulto inicial, porque ninguém nasce sabendo ser pai e mãe e a gente já sabe que os babys não vem com manual de instruções. Que por sinal facilitaria e muito a vida dos pais. Portanto, no primeiro mês, pelo menos, é tudo um conhecimento, o choro, a fome, as cólicas, o sono, os gestos. Até conseguir interpretar e reconhecer cada coisa e se adaptar a isso leva um tempinho. Aliás, como tudo na vida. Não é um bicho de sete cabeças. Mas acontecem que alguns pais tem maior paciência, tolerância e desprendimento quanto a isso que outros. O que não quer dizer que todos não vão se sair bem, vão, mas cada qual aos seu modo. Mas outro grande problema são aos comparações e os julgamentos. De nada isso vai adiantar! Legal que o filho da sua melhor amiga não deu trabalho, nunca teve nenhum problema e é isso ou aquilo outro. Mas só porque o seu não é assim, não quer dizer que seja menos ou pior ou sei lá o que. Todo mundo conhece alguém que tirou de letra a gestação, a amamentação, os primeiro dias, os segundos, terceiros e quartos dias e meses e tudo que pela frente vier. Legal, que bom, pra eles! Mas cada casal, pais, vai descobrir sua própria maneira de lidar com seu filho que por sua vez é único e incomparável ao filho dos outros. Outra coisa que vejo muito é: todo mundo sabe que acha que pode cuidar do seu filho melhor do que você! Gente, que péssima coisa pra se falar né? Não, não é a mesma coisa que aconselhar, que dar opinião, que tentar ajudar, Isso, principalmente as mamães e papais de primeira viagem agradecem. Só eles sabem o sufoco que passam, às vezes. Mas tem gente soberba mesmo, que já chega na censura, falando num tom como se você não soubesse fazer direito. Isso não é positivo e pode deixar muitas vezes pais mais inseguros e receosos do que já são. Alguns tópicos levantados pela matéria e que são reclamações frequentes dos pais que acharam que a paternidade seria um mar de rosas total que nem comercial de higiene infantil são: cansaço, estresse, isolamento social, carreira, dinheiro, relacionamento e culpa. Não vou entrar no mérito de comentar um por um, vou colocar o link no pé do post para quem estiver interessado e ler na íntegra. Claro que eu acredito que os tópicos levantados por esses pais são os que mais atormentam e que acontecem de fato, longe de mim duvidar. E acredito que tudo são fases. Conforme vão crescendo, os pequenos vão dando outros trabalhos e novas preocupações e situações e se adaptar. Mas eu acho também que pode ser muito cômodo também para alguns pais ficarem naquele mundinho que eles criaram lá atrás, quando tudo começou. Porque mudar, em qualquer âmbito da vida e sob qualquer circunstância dá trabalho. E eu, mais do que ninguém sei que muitas vezes a vontade de deixar como está é melhor do que pensar em tudo que vai ter que passar para fazer diferente. Mas vamos lá, tem que se obrigar. Vai se bom para os dois lados. Acho também que se não for um querer mútuo do casal e este estiver entrosado, em sintonia, com cumplicidade e companheirismo, compreendendo os momentos, realmente, vai dar ruim. Porque vai se esperar certas atitudes e compreensão do outro que não vai vir. Vão vir cobranças, fora as que já tem. Porque no início, não são poucos os relatos de que o namoro, o sexo e até mesmo o carinho ficam em segundo plano, por cansaço, pela rotina. No início, conciliar um monte de coisas deve ser mesmo difícil. Mas os bebês entram numa rotina, por mais difícil que seja estipular uma. Então, uma boa seria o casal tentar criar uma para si também. Mesmo que esporadicamente, criar meios de conseguir um momento à dois, à sós, nem que seja apenas para relaxar e perceber que ainda têm um ao outro. Sei lá, pode parecer que eu falando é mais fácil do que de fato fazer, já que não passo por isso. E não sei quando passar, se agirei de acordo com o que tô falando agora. Mas tomara que eu consiga e meu marido também lidarmos da melhor maneira possível com todas essas situações que são teste de casamento, de família, de tudo! Portanto, a coisa que eu consegui tirar de tudo que li (claro que tirei bem mais aprendizado) é que se não for uma decisão de consenso, se o casal não estiver bem estruturado de sentimento e até financeiramente, se não tiverem objetivos em comum, a coisa vai degringolar. E se cada um não estiver muito bem preparado em sua decisão, vontade e disposição a isso, vai dar ruim. Senão, pra tudo tem um jeito na vida e sem desespero, mesmo sabendo que muitas vezes dá vontade de chutar o balde, jogar tudo pro alto, gritar e etc, as coisas vão se ajeitar e tudo se estabiliza e a paz volta a reinar no lar. (ok, não existe paz no sentido literal da palavra num lar com criança kkkkk). Mas eu acho que o principal é cada um ter muito bem estipulado pra si o conceito de felicidade, suas expectativas, seus sonhos e desejos.
Segundo tópico "infantolatria: as consequências de deixar a criança ser o centro da família" e terceiro tópico "falta de limites contribuindo para uma educação prejudicial aos filhos" meio que se misturam. Uma amiga postou semana passada essa matéria que achei muito interessante. De fato, estamos sofrendo desse mal. Se reclamamos que o mundo não é mais o mesmo, consequentemente os pais também não, e muito menos as crianças, frutos da superexposição nas mídias, da grande compensação pela culpa dos pais por estar afastado mais do que gostaria da criação e do dia a dia deles, por não saberem lidar ao certo com o misto de emoção e amor e dosar a maneira como isso vai influenciar na criação. Mas, por mais doído que possa ser colocar limites, se faz necessário. Geralmente o primeiro filho do casal é o centro das atenções e segue assim até uma determinada idade, uns 3 anos, onde já não passa a ter tanta graça tudo mais que ele faz, que quase sempre vem acompanhado de birras, pirraça e vontades. Quando se tem o segundo filho, a coisa tende a piorar drasticamente. E fora que isso poderá repercutir negativamente na formação da criança, gerando insegurança e falta de sociabilização, já que uma criança manhosa e mal-educada não é bem vista e nem aceita. Fato que a criança muda a rotina da casa e de uma família. Mas o que não se pode deixar é que elas comandem como se fossem reis soberanos. Ditar regras, horários, até onde vai seus direitos, saber diferenciar o seu mundo do mundo dos adultos. E que nos dois, quem manda são os adultos. Mas criança é voluntariosa e chantagista. Faz de tudo pra ter o que quer, até mesmo infernizar a vida dos pais, que acabam cedendo pra ter paz, muitas vezes. é mais fácil, mas não é o mais certo. Além do mais, a criança precisa de uma figura paterna e materna de autoridade, não pode ela se mandar e ditar suas regras com 2, 3 anos de idade, até menos. E mais uma vez, a sensação de culpa dos pais pode atrapalhar drasticamente. Engana-se quem acha que deixar a criança fazer o que bem entender, dar-lhe tudo, ñ lhe impor limites é uma recompensa pela falta de atenção, de paciência, de tempo e de amor até. Cria-se também uma criança frustrada, que quando se depara que o Fantástico Mundo não existe é um choque, pois existem problemas, dificuldades, do simples ao mais complicado. E se desde cedo a criança não for educada para entender isso, fazendo valer apenas as suas vontades no domínio da casa, a queda vai ser maior. Porque lá fora, o mundo não vai girar em torno dela e pessoas egocêntricas e autossuficientes geralmente, não tem vez. Então, por mais que doa, pisar no freio e trazer o criança para vivenciar experiências mais próximas da realidade, ensinado-lhes até o caminho para começar a se virar sozinho, pode ser o maior bem que os pais podem fazer aos filhos, sem nem sequer se dar conta. A incompreensão de hoje é o agradecimento e reconhecimento amanhã por se tornarem homens e mulheres de princípios, valores, conscientes e de bom senso, que sabem que tudo na vida tem limites e que se deve respeito ao mundo. Fácil não é. Mas é um trabalho a longo prazo, cada dia um pouquinho, cada hora uma coisa. Devagar e sempre chega-se lá. Mas hoje tem aquela né, tudo traumatiza. Tudo deixa a criança complexada. As pessoas não sabem mais diferenciar castigo de maus tratos, palmadinha de agressão. Ai virou bagunça e uma vez que a criança domina a situação e sabe que controla os adultos, já era. Tchau e bênção! Presenciei outro dia na rua duas cenas, diferentes em si, mas que mostram a total falta de autoridade e respeito aos adultos.
1) uma avó num pet shop com o neto, depois de chama-lhe atenção 1000 vezes por ele mexer em tudo e estar causando a maior bagunça, disse a ele que ia embora e o menino nem sombra de se mexer do lugar. A senhora continuou ameaçando que ia deixá-lo lá, falar com a mãe e blá blá blá do mesmo discurso que não muda. Que não sei quem ia lá pegá-lo, que provavelmente alguém que ele tinha medo 9tipo homem do saco) ia ficar com ele. E nada! O garoto não só não ia embora como ainda duvidava da avó, desafiando-a a deixá-lo lá que ele queria ver o que ia acontecer. A mulher saiu andando, mas a cada dois passos, berrava o nome do menino e repetia a lenga lenga tudo de novo. Eu já estava a ponto de pegar a criança pelo braço e levá-la de qq jeito. Quem manda sou eu! Ou no caso, a vó! Mas nada aconteceu... ela seguiu falando a mesma ladainha e o moleque de uns 4 anos atrás fazendo corpo mole, duvidando da avó.
2) Um grupo de familiares sentados à beira da calçada conversando enquanto crianças brincavam no meio fio, na rua. De repente, sabe-se lá porque, um menino de uns 7 ou 8 anos, não mais que isso, parrudinho, atravessou correndo na frente do carro. Por sorte, o motorista não estava em alta velocidade e conseguiu parar, mas ao ver que o garoto fazia parte do grupo que estava sentado na calçada, comeu no esporro a mãe que deixa o garoto solto se ele não tem condições de se virar sozinho. Ela sem graça, nada disse! O garoto, errado até a alma, já xingava de tudo quanto era nome o motorista. Depois que o motorista foi embora. A mãe foi repreendê-lo e quem disse q ele abaixou a crista? Enfrentou-a de igual para igual! Disse em alto e bom som: "se vc não calar a porra da sua boca, sua vaca eu vou mandar meu pai te enfiar a porrada de novo, sua fds do caralho, quero ver você tentar abrir a boca pra falar comigo sem os dentes!".
Fiquei perplexa, claro, óbvio, um nítido caso de violência doméstica presenciada pelo filho, por anos. Esse, infelizmente, será um futuro agressor. Mas se fosse meu filho, mesmo que eu não tivesse forçar contra o marido (embora eu ache que quando não se quer se arruma jeito de se mandar dessa vida), tinha enfiado a mão na cara dele, pra uma vez só. Quem chamasse polícia, conselho tutelar. Mandassem me prender. Tudo bem que com violência não resolve nada. Só piora. Mas, daqui a pouco vai ser em defesa própria. Se ela não bater, quem vai apanhar é ela. E do filho de apenas 8 anos de idade! Guardadas as devidas proporções, ambos se perderam dentro de casa. Soltaram as rédeas quando deveriam puxá-las. deram liberdade enquanto tinham que impor limites e deu no que deu!
É, na verdade da coisa, não é fácil educar. Não tem receita de sucesso. Não tem certeza do que se está fazendo, se vai ser bom ou ruim lá na frente. Tem que tentar agir com bom senso e passar valores para que seja um cidadão honrado, de bem. Nem sempre é fácil cortar as asas, seja com o coração, seja pela falta de autoridade, seja por pena. Nem sempre é fácil não se deixar ceder ás chantagens dos pequenos, cada vez mais ardilosos. Nem sempre é fácil levar tudo que rodeia a paternidade numa boa sem surtar ou sem se questionar se está fazendo mesmo o melhor e o certo. Infelizmente, isso só vai saber depois que fizer. E aí já tá feito! Não é nada fácil, eu entendo, eu reconheço. Mas os pais tem aquilo que chamamos de extinto de pai e mãe, que é algo que nos diz pra seguirmos naquele caminho confiando que dará certo, mas sem nenhuma garantia. É muita pressão, responsabilidade, trabalho. Uma profissão que não acaba nunca, e quanto mais eles crescem aumentam os problemas, já dizia a minha mãe. Apenas mudam-se as preocupações. Mas, tenho pra mim, que os pais precisam ter apenas uma certeza: que são pais e que através do amor, darão o melhor de si para cuidar, proteger, amar e educar esse serzinho que vai tê-los como espelhos para o resto de suas vidas. Errando pra acertar. tendo medo para se encorajar. Caindo para se levantar. É assim mesmo! Já que não existe manual, aprende-se na prática, na raça, com amor.
Boa sorte futuros papai e mamãe, os de primeira viagem, os de segunda e terceira e quarta porque cada filho é diferente do outro, aos papais antigos... E quem se interessar, os links abaixo são dos textos que comentei que li, em ordem consecutiva.
Boa semaninha...
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