15 de abril de 2015

Ainda há aquele que só entenderá o valor do outro quando a ausência dele for eterna....


Ainda há aquele que só entenderá o valor do outro quando a ausência dele for eterna....

É realmente, ninguém é obrigado. A nada, Nem eu! Mas eu tenho que entender e aceitar tudo de todo mundo. Com ou sem motivos e razões para tal comportamento. Mas engraçado, sou questionada por não entenderem sobre o porque das minhas atitudes posterior a dos outros. Jura???? Então, se você não consegue entender o meu silêncio de nada irá adiantar palavras, até porque é no silêncio das minhas palavras que estão todos os meus maiores sentimentos. Pois quem não compreende um olhar, tampouco compreenderá uma longa explicação. É como aquele velho ditado, se você não tem consciência do que fez, de nada então adiantariam as minhas explicações. Eu e essa minha mania de me decepcionar sempre com as mesmas coisas, esperando que os outros façam, sintam, hajam e sejam por mim como sou por ele. Mas mesmo estanco chateada por um monte de coisas, depois acaba passando, eu acabo deixando pra lá e seguindo. Mas ultimamente essas coisas estão se repetindo demais e eu comecei a me questionar se só eu estou fazendo questão, me importando e me doando, sozinha. Tô cansada de deixar pra lá, fazer de conta que não é nada. É sim! Eu me importo sim! Me magoa sim! E eu tô no direito de extravasar isso sim!

Não adianta: enquanto uns se importam demais, outros não ligam a mínima para o que acontece a sua volta. É fácil buscar no outro um alicerce que sustente todas as suas fragilidades, difícil mesmo é retribuir as boas ações que lhe foram destinadas. Uns tem tempo para olhar e enxergar de verdade quem está ao seu lado, outros vivem cercados pelo egoísmo e só conseguem pensar e agir se tudo fluir em benefício próprio. Ignoram os pedidos de socorro, dão com os ombros para a dor alheia sem pensar duas vezes. Há quem se importe em acolher e há também aqueles que se importam em beneficiar-se da boa fé do outro. Reciprocidade está quase extinta. O que conta mesmo é o interesse. Doar-se é para poucos. Colocar-se no lugar do outro é quase um ato imprudente de quem quer aparecer. Isso mesmo, ser solidário, ofertar esperanças e quem sabe fazer o outro caber dentro de um abraço quando suas aflições o dominam é coisa de gente que quer ser mais. Porque atualmente o de igual pra igual não existe mais. Ou você faz o outro se sentir pequeno diante de você ou o faz perceber o quão grande é o seu ego! Está tudo descarrilando e muitos fingem não perceber. Maldade se multiplica e os bons sentimentos andam cada dia mais extintos.

Já engoli a seco minhas verdades para não ter que me entristecer com certos comportamentos de quem realmente eu sempre tive respeito e admiração, mas também já me senti mal com tanta coisa ruim que desceu garganta abaixo com meus silêncios indevidos, com o meu cuidado tão absurdo de não magoar o outro, com a minha preocupação exagerada de achar que o outro não podia se ferir, mas eu sim. Já me calei tantas vezes por gostar, por amar, por respeitar, por querer bem, que eu estava me perdendo de mim. Há certos momentos que a gente tem que expor de maneira sábia e verdadeira o que pensamos e sentimos, mostrar ao outro que embora as dificuldades que ele tenha, nós também temos e que se ele sente dor, a gente também sente. As vezes precisamos deixar o nosso coração falar, ao invés de permitirmos com que o capricho e a negligência tão impiedosa do outro consiga nos sufocar. Jamais seja desleal aos seus sentimentos, jamais se maltrate para ter que poupar alguém de uma injustiça que cometeu com você. Temos que ser sensatos, temos que ter um coração perdoador, temos que ter sabedoria e pés no chão, isto é fato, mas também temos que ter coragem para tirar os pesos que se acumulam dentro da gente, não podemos deixa-los criar em nós raízes de amarguras que futuramente poderão se transformar em infecções da alma. Se dar um tempo pra pensar e colocar a cabeça no lugar é primordial, para não agirmos pelas impulsividades.  

É inútil nos estressarmos com os barulhos que surgem a nossa volta quando não conseguimos agradar alguns. É cansativo e por vezes nos tira a paz, a sensibilidade, a liberdade que nos é dada por Deus gratuitamente. Ninguém tem o direito de privar o outro, ninguém pode impor regras na vida de ninguém, nem tampouco exigir atenção, carinho, presença, cuidado, porque onde há liberdade as coisas fluem naturalmente, sem caprichos, tolices ou obrigações. Eu tenho um certo cuidado comigo, e não permito que o outro invada meu espaço, nem me roube o direito de ir e vir, de tomar decisões, de ser quem sou e fazer o que quero. Não gosto de nada que me sufoque, nem de estar ao lado de pessoas controladoras, sem equilíbrio, sem domínio, sem sentimentos sadios. Hoje necessariamente priorizo a minha paz, o meu bem estar e não me prendo ao que não me edifica, ao que não beneficia meu coração, ao que não muda nada em mim. Vivo de um jeito meu, no meu canto, quieta e tranquila. Vivo bem assim... e Deus é que cuida de mim a maneira dele. 

Não tenho admiração nenhuma por quem faz algo por mim e depois se coloca na posição de "super", achando que devo aceitar certas inconveniências porque em algum período da minha vida ela(e) me ajudou, porque eu devo levantar um pedestal em nome dela(e) porque algum dia ela(e) me prestou favores, porque eu devo aceitar qualquer prepotência, arrogância ou humilhação porque um dia ela(e) me serviu. Na verdade tenho repulsa e muitas vezes pena por pessoas que não tem a simplicidade no coração de apenas servir. Gratidão se dá quando alguém nos oferece o seu melhor e nem sequer se lembra, quando alguém planta uma semente na gente e nem se da conta, quando alguém faz algo por nós não esperando ser louvado, mas porque tem coração bonito e disposto a ajudar. Gratidão se dá, a quem não toma o lugar de Deus, a quem sabe que por várias vezes serviu como instrumento dele pra responder a um pedido de alguém feito em oração. O que a mão direita faz, a esquerda não precisa saber, isto é bíblico, e o que você faz por amor, Deus é quem vai te recompensar quando você menos esperar. Faça o bem sem esperar nada em troca, que o bem chega a você também sem fazer tanta força. Isto fortalece o coração e traz cura pra alma.

Confesso: não sou um poço de delicadezas. Sou grossa de vez em quando, desço do salto também, tenho os meus surtos às vezes e acredito que ninguém é 100% passível quando o negócio é se defender da arrogância alheia. Me privo o máximo que posso, me silencio até onde o meu limite aguenta, caio fora quando sinto que a ira quer tomar o meu lugar , mas afirmo a você , não me perco, não jogo indiretas, não toco em feridas e não me exponho ao ridículo. Conto até dez e até mil se for preciso, mas tento fazer valer a pena meu domínio próprio, porque não há nada melhor do que ter paz no coração e descanso na consciência, não há nada mais gratificante na vida de quem se domina do que ter leveza na alma. Na verdade a ira só nos deixa valentes, mas não se responsabiliza pelas consequências dos nossos atos, não alivia arrependimentos e nem nos faz melhores. O caráter da gente se define principalmente em sermos quem somos, e não sermos levados pelo que o outro é ou faz contra gente.

Eu já me afastei de muitas pessoas queridas por mim, que chamei de amigos, que carreguei no colo em dias difíceis, que estendi a mão quando a deles fraquejaram, que emprestei meu ombro pra chorarem, que chamei de irmão, que dificilmente pra eles eu dizia não. Eu já me distanciei de pessoas que eu jamais imaginei que um dia iriam me trair ou decepcionar, eu me desapeguei e nunca mais voltei a confiar. Algumas delas sabiam o quanto significavam pra mim, outras nem imaginavam a intensidade do meu gostar. O que quero dizer é que às vezes nos entregamos tanto a um sentimento que deixamos de lado o nosso coração, queremos tanto cuidar do outro que esquecemos de cuidar da gente, confiamos tanto nos tapinhas que recebemos e ignoramos o fato de que o ser humano é falho, e que muitas vezes tropeçam em suas fraquezas por não saber discernir o verdadeiro sentido de um afeto sincero. A vida um dia exigiu de mim crescimento, maturidade e amor próprio quando ela percebeu que eu arriscava demais meu coração naquilo que provavelmente me oprimia. Deixei muita coisa para trás e caminhei de um jeito novo, diferente, e sem me sentir tão obrigada a tantas coisas que não me valia coisa nenhuma. Ás vezes precisamos fazer algumas renuncias, deixarmos de lado certas situações e certas pessoas também, não por nos sentirmos "super demais", mas pra nos cuidarmos e fortalecermos o nosso coração sem nos ferirmos tanto sem razão. Não, não é tarefa fácil. Mas a prática leva a perfeição. Ajuda ainda mais quando nos damos conta que só existe uma pessoa que faz questão de alguma coisa, nós mesmos. Os outros não estão nem aí pra nós. Às vezes precisamos apenas nos afastar pra colocarmos o pensamento no lugar e a alma pra descansar. Eu decidi amar a Deus em primeiro lugar, em segundo a me priorizar, em terceiro para depois do outro eu cuidar.

Você sabe que precisa tomar uma atitude e que te fará bem sair do lugar. Na teoria tudo é lindo e dinâmico, na prática o desespero bate e o medo acorda. É natural. Mudança tem disso. Desperta na gente uma série de receios porque mexer em time que está ganhando é arriscado e permanecer na mesmice é sabotar toda e qualquer possibilidade de conquista. Estacionar na vida é perigoso. Ser adepto da rotina também. Acomoda demais e te torna mais resistente a novos saltos, porque abandonar a zona de conforto envolve uma disposição que nem sempre temos em mãos. Queremos garantias concretas que denunciem que todos os esforços serão válidos e eficazes no fim do percurso e (in)felizmente não temos. Precisar lutar com as próprias limitações faz com que o amadurecimento floresça. Você sabe aonde quer chegar, sabe o quanto que pode caminhar e se decidir ficar por aí mesmo está ciente das oportunidades que está abrindo mão. Você escolheu não seguir adiante porque está satisfeito com as coisas que conquistou, não tem ambição de ir além, de se redescobrir e redecorar. O morno não te assusta. Não te atrapalha. É dolorido mudar. Desacostumar dos caminhos que já estão gastos. O novo apavora mesmo, porque não vem com guia explicativo e não traz sinal claro de felicidade forjada. Pense nisso como uma folha de papel em branco que lhe é entregue com uma caixa de lápis de cor: você pode ou não mudar o rumo da sua história; pode ou não se colorir em outras paisagens, em outros sonhos e em outras aventuras. É você quem direciona a sua bússola e organiza a viagem. Só não se cobre demais e não espere soluções imediatas. As transações acontecem no seu fluxo natural, e :são determinadas pela nossa disposição em vivê-las. Se não quiser mudar, não mude. Mas também não lamente pelas experiências que vai deixar de experimentar. Você só cresce de verdade quando desprende dos moldes gastos.

Sim, a vida dói. Passar por ela também dói. Sonhos se desfazem, pessoas se desencontram, relacionamentos não dão certo, prazos são curtos demais para a demanda de trabalho. Existe trânsito, barulho, gente correndo de um lado pro outro, filas intermináveis nos supermercados, nos bancos, no açougue, para pegar o trem e o metrô. Existe também falta de educação, de bom senso, de paciência, de tolerância. Existe desamor, desafeto, descrença. Existe. Existe um mundo a parte de desgostos, lamentações e frustrações. Mas também existe esperança dentro de cada sorriso. Existem recomeços espalhados em cada término. Por trás de todos os tropeços, há também inúmeras chances de se refazer. Diante dos tumultos, sonhos ganham vida nova. Embora hajam tempestades e furacões devastando nossos desejos há também flores esparramadas em nosso caminhar que nos lembram continuamente que tudo pode ser diferente se a vontade de colocar a mão na massa for maior que o comodismo de quem espera a vida acontecer sem maiores esforços. A vida dói justamente para nos obrigar a andar. Para que nós não sejamos conformados com aquilo que nos faz mal por pura preguiça de voltar atrás e começar do zero. É preciso arriscar, se desafiar continuamente na busca daquilo que nos faz ser melhores. A vida dói para que o futuro seja um infinito de tudo que fomos capazes de buscar. Mas o que dói mais é só a gente ficar se consumindo por outros que não estão nem aí pra gente... 


 

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