Ainda há aquele que só entenderá o valor do outro quando a ausência dele for eterna....
É realmente, ninguém é obrigado. A nada, Nem eu! Mas eu tenho que entender e aceitar tudo de todo mundo. Com ou sem motivos e razões para tal comportamento. Mas engraçado, sou questionada por não entenderem sobre o porque das minhas atitudes posterior a dos outros. Jura???? Então, se você não consegue entender o meu silêncio de nada irá adiantar palavras, até porque é no silêncio das minhas palavras que estão todos os meus
maiores sentimentos. Pois quem não compreende um olhar, tampouco compreenderá uma longa explicação. É como aquele velho ditado, se você não tem consciência do que fez, de nada então adiantariam as minhas explicações. Eu e essa minha mania de me decepcionar sempre com as mesmas coisas, esperando que os outros façam, sintam, hajam e sejam por mim como sou por ele. Mas mesmo estanco chateada por um monte de coisas, depois acaba passando, eu acabo deixando pra lá e seguindo. Mas ultimamente essas coisas estão se repetindo demais e eu comecei a me questionar se só eu estou fazendo questão, me importando e me doando, sozinha. Tô cansada de deixar pra lá, fazer de conta que não é nada. É sim! Eu me importo sim! Me magoa sim! E eu tô no direito de extravasar isso sim!
Não adianta: enquanto uns se importam demais, outros não ligam a mínima
para o que acontece a sua volta. É fácil buscar no outro um alicerce que
sustente todas as suas fragilidades, difícil mesmo é retribuir as boas
ações que lhe foram destinadas. Uns tem tempo para olhar e enxergar de
verdade quem está ao seu lado, outros vivem cercados pelo egoísmo e só
conseguem pensar e agir se tudo fluir em benefício próprio. Ignoram os
pedidos de socorro, dão com os ombros para a dor alheia
sem pensar duas vezes. Há quem se importe em acolher e há também
aqueles que se importam em beneficiar-se da boa fé do outro.
Reciprocidade está quase extinta. O que conta mesmo é o interesse.
Doar-se é para poucos. Colocar-se no lugar do outro é quase um ato
imprudente de quem quer aparecer. Isso mesmo, ser solidário, ofertar
esperanças e quem sabe fazer o outro caber dentro de um abraço quando
suas aflições o dominam é coisa de gente que quer ser mais. Porque
atualmente o de igual pra igual não existe mais. Ou você faz o outro se
sentir pequeno diante de você ou o faz perceber o quão grande é o seu
ego! Está tudo descarrilando e muitos fingem não perceber. Maldade se
multiplica e os bons sentimentos andam cada dia mais extintos.
Já engoli a seco minhas verdades para não ter que me entristecer com
certos comportamentos de quem realmente eu sempre tive respeito e
admiração, mas também já me senti mal com tanta coisa ruim que desceu
garganta abaixo com meus silêncios indevidos, com o meu cuidado tão
absurdo de não magoar o outro, com a minha preocupação exagerada de
achar que o outro não podia se ferir, mas eu sim. Já me calei tantas
vezes por gostar, por amar, por respeitar, por querer bem, que eu
estava me perdendo de mim. Há certos momentos que a gente tem que
expor de maneira sábia e verdadeira o que pensamos e sentimos, mostrar
ao outro que embora as dificuldades que ele tenha, nós também temos e
que se ele sente dor, a gente também sente. As vezes precisamos deixar o
nosso coração falar, ao invés de permitirmos com que o capricho e a
negligência tão impiedosa do outro consiga nos sufocar. Jamais seja desleal aos seus sentimentos, jamais se maltrate para ter
que poupar alguém de uma injustiça que cometeu com você. Temos que ser
sensatos, temos que ter um coração perdoador, temos que ter sabedoria e
pés no chão, isto é fato, mas também temos que ter coragem para tirar
os pesos que se acumulam dentro da gente, não podemos deixa-los criar em
nós raízes de amarguras que futuramente poderão se transformar em
infecções da alma. Se dar um tempo pra pensar e colocar a cabeça no
lugar é primordial, para não agirmos pelas impulsividades.
É inútil nos estressarmos com os barulhos que surgem a nossa volta
quando não conseguimos agradar alguns. É cansativo e por vezes nos
tira a paz, a sensibilidade, a liberdade que nos é dada por Deus
gratuitamente. Ninguém tem o direito de privar o outro, ninguém pode
impor regras na vida de ninguém, nem tampouco exigir atenção, carinho,
presença, cuidado, porque onde há liberdade as coisas fluem naturalmente, sem caprichos, tolices ou obrigações. Eu tenho um certo cuidado
comigo, e não permito que o outro invada meu espaço, nem me roube o
direito de ir e vir, de tomar decisões, de ser quem sou e fazer o que
quero. Não gosto de nada que me sufoque, nem de estar ao lado de pessoas
controladoras, sem equilíbrio, sem domínio, sem sentimentos sadios.
Hoje necessariamente priorizo a minha paz, o meu bem estar e não me
prendo ao que não me edifica, ao que não beneficia meu coração, ao que
não muda nada em mim. Vivo de um jeito meu, no meu canto, quieta e
tranquila. Vivo bem assim... e Deus é que cuida de mim a maneira
dele.
Não tenho admiração nenhuma por quem faz algo por mim e depois se coloca
na posição de "super", achando que devo aceitar certas inconveniências
porque em algum período da minha vida ela(e) me ajudou, porque eu devo
levantar um pedestal em nome dela(e) porque algum dia ela(e) me prestou
favores, porque eu devo aceitar qualquer prepotência, arrogância ou
humilhação porque um dia ela(e) me serviu. Na verdade tenho repulsa e
muitas vezes pena por pessoas que não tem a simplicidade
no coração de apenas servir. Gratidão se dá quando alguém nos oferece o
seu melhor e nem sequer se lembra, quando alguém planta uma semente na
gente e nem se da conta, quando alguém faz algo por nós não esperando
ser louvado, mas porque tem coração bonito e disposto a ajudar. Gratidão
se dá, a quem não toma o lugar de Deus, a quem sabe que por várias
vezes serviu como instrumento dele pra responder a um pedido de alguém
feito em oração. O que a mão direita faz, a esquerda não precisa saber,
isto é bíblico, e o que você faz por amor, Deus é quem vai te
recompensar quando você menos esperar. Faça o bem sem esperar
nada em troca, que o bem chega a você também sem fazer tanta força. Isto fortalece o coração e traz cura pra alma.
Confesso: não sou um poço de delicadezas. Sou grossa de vez em quando,
desço do salto também, tenho os meus surtos às vezes e acredito que
ninguém é 100% passível quando o negócio é se defender da arrogância alheia. Me
privo o máximo que posso, me silencio até onde o meu limite aguenta,
caio fora quando sinto que a ira quer tomar o meu lugar , mas afirmo a
você , não me perco, não jogo indiretas, não toco em feridas e não me
exponho ao ridículo. Conto até dez e até mil se for preciso, mas tento fazer valer a pena meu domínio próprio, porque não há nada
melhor do que ter paz no coração e descanso na consciência, não há nada
mais gratificante na vida de quem se domina do que ter leveza na alma.
Na verdade a ira só nos deixa valentes, mas não se responsabiliza
pelas consequências dos nossos atos, não alivia arrependimentos e nem
nos faz melhores. O caráter da gente se define principalmente
em sermos quem somos, e não sermos levados pelo que o outro é ou faz
contra gente.
Eu já me afastei de muitas pessoas queridas por mim, que chamei de
amigos, que carreguei no colo em dias difíceis, que estendi a mão
quando a deles fraquejaram, que emprestei meu ombro pra chorarem, que
chamei de irmão, que dificilmente pra eles eu dizia não. Eu já me
distanciei de pessoas que eu jamais imaginei que um dia iriam me trair
ou decepcionar, eu me desapeguei e nunca mais voltei a confiar.
Algumas delas sabiam o quanto significavam pra mim, outras nem imaginavam
a intensidade do meu gostar. O que quero dizer é que às vezes
nos entregamos tanto a um sentimento que deixamos de lado o nosso
coração, queremos tanto cuidar do outro que esquecemos de cuidar da
gente, confiamos tanto nos tapinhas que recebemos e ignoramos o fato de
que o ser humano é falho, e que muitas vezes tropeçam em suas fraquezas
por não saber discernir o verdadeiro sentido de um afeto sincero.
A vida um dia exigiu de mim crescimento, maturidade e amor próprio
quando ela percebeu que eu arriscava demais meu coração naquilo que
provavelmente me oprimia. Deixei muita coisa para trás e caminhei de um
jeito novo, diferente, e sem me sentir tão obrigada a tantas coisas que
não me valia coisa nenhuma. Ás vezes precisamos fazer algumas renuncias, deixarmos de lado certas situações e certas pessoas também, não
por nos sentirmos "super demais", mas pra nos cuidarmos e fortalecermos
o nosso coração sem nos ferirmos tanto sem razão. Não, não é tarefa fácil. Mas a prática leva a perfeição. Ajuda ainda mais quando nos damos conta que só existe uma pessoa que faz questão de alguma coisa, nós mesmos. Os outros não estão nem aí pra nós. Às vezes precisamos
apenas nos afastar pra colocarmos o pensamento no lugar e a alma pra
descansar. Eu decidi amar a Deus em primeiro lugar, em segundo a me
priorizar, em terceiro para depois do outro eu cuidar.
Você sabe que precisa tomar uma atitude e que te fará bem sair do lugar.
Na teoria tudo é lindo e dinâmico, na prática o desespero bate e o medo
acorda. É natural. Mudança tem disso. Desperta na gente uma série de
receios porque mexer em time que está ganhando é arriscado e permanecer
na mesmice é sabotar toda e qualquer possibilidade de conquista.
Estacionar na vida é perigoso. Ser adepto da rotina também. Acomoda
demais e te torna mais resistente a novos saltos, porque abandonar
a zona de conforto envolve uma disposição que nem sempre temos em mãos.
Queremos garantias concretas que denunciem que todos os esforços serão
válidos e eficazes no fim do percurso e (in)felizmente não temos.
Precisar lutar com as próprias limitações faz com que o amadurecimento
floresça. Você sabe aonde quer chegar, sabe o quanto que pode caminhar e
se decidir ficar por aí mesmo está ciente das oportunidades que está
abrindo mão. Você escolheu não seguir adiante porque está satisfeito com
as coisas que conquistou, não tem ambição de ir além, de se redescobrir
e redecorar. O morno não te assusta. Não te atrapalha. É dolorido
mudar. Desacostumar dos caminhos que já estão gastos. O novo apavora
mesmo, porque não vem com guia explicativo e não traz sinal claro de
felicidade forjada. Pense nisso como uma folha de papel em branco que
lhe é entregue com uma caixa de lápis de cor: você pode ou não mudar o
rumo da sua história; pode ou não se colorir em outras paisagens, em
outros sonhos e em outras aventuras. É você quem direciona a sua bússola
e organiza a viagem. Só não se cobre demais e não espere soluções
imediatas. As transações acontecem no seu fluxo natural, e :são
determinadas pela nossa disposição em vivê-las. Se não quiser mudar, não
mude. Mas também não lamente pelas experiências que vai deixar de
experimentar. Você só cresce de verdade quando desprende dos moldes
gastos.
Sim, a vida dói. Passar por ela também dói. Sonhos se desfazem, pessoas
se desencontram, relacionamentos não dão certo, prazos são curtos demais
para a demanda de trabalho. Existe trânsito, barulho, gente correndo de
um lado pro outro, filas intermináveis nos supermercados, nos bancos,
no açougue, para pegar o trem e o metrô. Existe também falta de
educação, de bom senso, de paciência, de tolerância. Existe desamor,
desafeto, descrença. Existe. Existe um mundo a parte de desgostos,
lamentações e frustrações. Mas também existe esperança dentro de cada
sorriso. Existem recomeços espalhados em cada término. Por trás de todos
os tropeços, há também inúmeras chances de se refazer. Diante dos
tumultos, sonhos ganham vida nova. Embora hajam tempestades e furacões
devastando nossos desejos há também flores esparramadas em nosso
caminhar que nos lembram continuamente que tudo pode ser diferente se a
vontade de colocar a mão na massa for maior que o comodismo de quem
espera a vida acontecer sem maiores esforços. A vida dói justamente para
nos obrigar a andar. Para que nós não sejamos conformados com aquilo
que nos faz mal por pura preguiça de voltar atrás e começar do zero. É
preciso arriscar, se desafiar continuamente na busca daquilo que nos faz
ser melhores. A vida dói para que o futuro seja um infinito de tudo que
fomos capazes de buscar. Mas o que dói mais é só a gente ficar se consumindo por outros que não estão nem aí pra gente...
Nenhum comentário:
Postar um comentário