22 de abril de 2015

Eu não consigo explicar, mas eu sinto. E como sinto essa dor que só eu sinto!


 "Mais vale um ciclo de amizade reduzido e verdadeiro do que grandes números de aparência."



Não é o tempo, nem a distância ou as atribulações e problemáticas da vida que afastam as pessoas. É o sentimento que não é forte como se pensava ser. E de pouquinho em pouquinho, vai se perdendo. A cada dia aumenta uma barreira que a gente nem sabe de onde surgiu. E tudo vira empecilho em vez de solução. E a gente nem reconhece mais o outro e nem se reconhece no olhar do outro. Algumas coisas independe de nossa vontade. E a gente é obrigado a se adaptar na marra. Mas sabe o que mais dói mesmo? É saber que só a gente se importa e se consome com isso tudo que acontece!

Não é a primeira vez e infelizmente também não será a última que eu venho aqui neste cantinho desabafar sobre as grandes decepções da vida, e que não são poucas. Mas tenho vindo vezes demais reclamar sobre a falta de consideração alheia de amigos que eu considero pra caramba, de anos, e que da noite pro dia passaram a não me incluir mais em suas vidas e sem nenhuma explicação para isso. Não fui deletada de todo, mas é nítido o não fazer mais questão, não só da minha presença junto, em eventos, no dia a dia, mas não fazer questão de esconder ou ao menos disfarçar que não fazem mais questão. E eu, me pego, mais uma de mil, vez aqui me consumindo porque eu parece que só eu sinto esse afastamento, falta de me sentir inclusa, pertencer, de fazerem questão de mim, e de uma história de anos que da noite para o dia não só mudou da água pro vinho, como muita coisa deixou de ser. Não se tem mais a importância nas mínimas coisas, já não se procura mais se ficarmos dias sem nos falarmos, já não participo mais das novidades e acontecimentos na vida, já não sou mais essencial. E só eu que fui a última a ver isso e admitir pra mim mesma que só eu faço questão e continuo ali, insistindo numa coisa que já não é mais há muito tempo, sozinha.



"Porque às vezes o amigo é só você!"



E eu me magoo, eu me chateio, eu fico triste, mas no fim das contas passo por cima em prol de um sentimento, mesmo que seja apenas eu que sinta. E quando enfim, recebo alguma atenção ou fagulha de carinho, eu simplesmente acabo por esquecer o que ontem tanto me feriu. Porém, tantas vezes esse processo se repetiu que eu simplesmente estou cansando. Principalmente destas pessoas nem sequer darem conta das atitudes delas. E olha que eu sou tão transparente que é impossível não perceber na minha cara, nas minhas falas, no meu jeito que algo está errado. Qualquer um perceberia. Mas óbvio, qualquer um que olhasse verdadeiramente pra mim, preocupado comigo. E dói, não vou mentir. Dói por muita coisa, coisas essas que talvez eu nem saiba explicar. Talvez eu ainda esteja vivendo e sofrendo pelo passado. O levei para o presente e o projetei no futuro e não vi que em algum dado momento da vida a coisa toda simplesmente não é mais como sempre foi. E já foram tantas vezes que eu me chateei com esse assunto e no fim das contas passou, no fim das contas eu achei que era impressão minha, no fim das contas eu achei que eu estava fazendo tempestade em copo d'água e entendendo tudo errado. Mas no fim das contas, desta vez, não quer passar! E no fim das contas, só pra variar, desta vez, eu não quero abrir mão do que eu tô sentindo pelo bem estar geral da nação. Para não me indispor, para não falar e chatear o outro, para não causar uma situação desnecessária, para não correr o risco do outro se decepcionar comigo pelas minhas atitudes por uma séria de fatores que eu sempre tive medo, principalmente desagradar e ser excluída. Por isso, por vezes e muitas vezes me calei, mesmo querendo falar. 

Com o tempo, o passar da vida e o viver das situações, algum tempo de terapia também ajudou na afirmação do meu eu. E desde essa mudança, confesso, não consigo mais guardar. Hoje em dia é vital para mim que eu exponha meus sentimentos. Senão, aquele nó na garganta e aquele peso no coração acabam por virar uma enxaqueca daquelas. Pois sou daquelas de martelar na mente o assunto o dia todo, fico ruminando o acontecido e o que eu devo fazer. E percebo que tudo que eu fazia antes já não consigo mais fazer. Hoje em dia eu tenho uma grande necessidade de me abrir. Mas cadê que os amigos do peito, de fé, irmãos camarada ligam pra isso? O que importa é estar sempre tudo muito bem. Ou então, estou cobrando e eles detestam cobranças. Certa vez eu li em algum lugar "não adianta explicar para quem está determinado a não entender" e "se você não entende o meu silêncio, tão pouco irá entender minhas razões explicadas". Achei simplesmente fenomenal! E é tudo o que eu venho fazendo... tentando explicar pra quem não está nem aí e me calando pra ver se sentem a minha falta e novamente, tão nem aí.


"Nem sempre as palavras conseguem traduzir o que sente o coração..." 


Mas aí vem aquela de estar cobrando. Não, eu não estou cobrando nada! Até porque ninguém é obrigado. A nada! Nem eu!  Estou apenas expondo meus sentimentos para pessoas que julguei se importarem comigo e com uma suposta amizade. E que quando uma das partes se sente incomodada com alguma coisa, a outra iria entender. Mesmo que não concordasse. Mas esse canal de liberdade de expressão e de poder se abrir sobre tudo e todos, agora também parece ter acabado. Eu não me sinto mais à vontade e sinceramente, nem sei como chegar e começar a conversa, simplesmente algo se quebrou e aquela compreensão acolhedora, aquela falta de julgamento e censura acho que não existem mais. E receio arrumar um outro problema maior com isso do que tentar resolver os que já tenho. Eu não sei mais como agir. Eu não sei mais como me portar. Desconheço completamente quem ontem eu julgava conhecer melhor do que a mim mesmo. 

E eu entendo que eu não posso cobrar nada. E nem esperar. Não posso exigir que se importem comigo, não posso exigir que haja reciprocidade de sentimento e ações, não posso exigir lealdade, não posso exigir saudade, não posso exigir minha presença em suas vidas, não posso exigir continuar sendo importante, amada e essencial, não posso exigir que me procurem quando apertar a saudade ou sintam minha falta em minha ausência, não posso exigir que os mínimos gestos tão significantes para mim continuem a ser feitos, simplesmente eu não posso exigir nada. Não posso esperar mais do que as pessoas possam dar. E não posso criar grandes expectativas em cima delas também. Mas eu na minha ingenuidade, com amigos quase irmãos, por mais que eu não possa esperar e nem exigir nada, ainda assim eu contava apenas com a consideração. Por mim, por uma amizade, por uma história, por tantos momentos juntos, por tanta coisa vivida. A gente sempre ouve dizer que não devemos fazer nada pelos outros pensando em ter em troca o mesmo pra gente. De fato, quando eu faço, faço de coração, porque quero e porque sim. Mas todo mundo espera ao menos um pingo de consideração. É do ser humano!


"Tenho meus defeitos, erros e falhas. Mas nunca me acusem de não ser de verdade!"


Eu tenho um monte de erros, sou humana. Mas se erro, peço desculpas. Me retrato! Cuido pra não fazer de novo. Me importo em não fazer com o outro aquilo que não gostaria que fizesse comigo. E me importo em manter perto de mim as pessoas que amo. Sei que mesmo mais uma vez passando por isso, não vai diminuir meu sentimento. Mas agora estou aprendendo a fazer o que fazem comigo. É difícil, mas tenho que tentar. E principalmente dar valor a quem me dá. tem um tanto de gente legal aí no mundo e que se importa e faz questão de mim. E eu aqui correndo atrás e sofrendo de quem não está nem aí. Tudo bem, ninguém vira amigo do peito da noite pro dia. Mas assim como os laços de amizade e afinidade podem se estreitar entre as pessoas, há também vários tipos de amizades e de amigos e que não deixam de ser mais ou menos pela sua classificação. 

Infelizmente a vida ao longo se sua trajetória mostra quem sempre vai estar, quem veio pra ficar, quem está só de passagem e quem nunca. E como eu já disse lá em cima não me resta outra alternativa a não ser aceitar. Dói, dói muito. E não é uma dor de decepção. É uma dor de falta mesmo. Como se me faltasse um pedaço, um dedo, algo assim. E não, não aconteceu nada do tipo ser usada, ter falsidade, intriga, inveja ou essas coisas que logo todo mundo pensa quando se fala em decepção de amizade. Simplesmente, acho que a roupa 36 ficou apertada demais para caber no manequim 40. A vida aproxima e afasta pessoas a todo o tempo. E numa destas fases, pode ser que alguns tenham se reaproximado mais do que se reaproximaram de mim. E somam compatibilidades, gostos, estilo de vida e de repente, dentro disso tudo, eu não me encaixo mais. Pode ser que eu ainda seja relevante e importante para eles. Pode ser que de fato a agitação do dia a dia e as atribulações da vida façam com que o tempo para procurar e dizer ao menos um oi fique escasso. Pode ser que seja apenas o jeito de cada um se portar, mas que não tenha a ver com o que sentem por mim. Mas, vai saber? 


"Não conte quantos amigos você tem e sim com quantos pode contar"
 


A gente só pode lidar com aquilo que vê. E no momento o que eu vejo é isso, um tipo de descaso mascarado de falta de tempo, mas que no fim das contas a gente sabe que se está a fim, sempre dá se um jeito. Pois todos tem tempo pra tudo entre si. Todos fazem questão de diariamente marcarem presença na vida uns dos outros. Todos fazem fazem um monte de coisas entre si, inclusive virar um grupo fechado e esfregar na minha cara que ali não é mais o meu lugar. E no mais, eu também tenho problemas, compromissos e responsabilidades e que nunca me impediram de estar ali procurando, querendo participar da vida, me importando, deixando claro que os amigos sempre são prioridade pra mim. 

As coisas podem mudar. É o normal da vida. Uma hora eu me acostumo e consigo seguir em frente e lidar com essa nova realidade existente, de ontem fazer parte e hoje não mais. Só por favor, se eu tiver credibilidade para pedir alguma coisa ainda, só não me tratem como se nada tivesse acontecido, como se tudo continuasse a ser como sempre, aparentemente, se no fundo, nada mais é igual. Não subestimem a minha capacidade de ler nas entrelinhas e de entender o recado mesmo quando esse não é escrito. Sejam simplesmente honestos comigo e deixem bem claro, a partir de agora, qual é o meu lugar. Fica mais fácil até pra mim me posicionar e tomar novos rumos rumos para a minha vida e abrir portas para novas pessoas entrarem. Elas nunca ocuparão o lugar de vocês e nunca serão tudo o que vocês sempre foram pra mim. Mas podem ser apenas amigos que não incluem e excluem alguém de suas vidas a partir de suas vontades. E de repente não vão me desrespeitar achando que eu não mereço nenhuma simples satisfação pelo corte abrupto de uma relação. E eu rezo para que isso nunca aconteça com nenhum de vocês pois quem mais sofre é quem sente e neste caso, sou apenas eu.


"Decepção não mata, ensina a viver..."



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