Ando sem paciência...
Para gente fútil, supérflua, presunçosa, mesquinha, metida a besta, amarga, mal-humorada, vazia, sem noção e coração.
Gente que é cheia de crítica, dono da verdade e da razão, moralista.
Gente que é pessimista, gente que é só negatividade e reclamação sobre os outros, sobre si, sobre a vida, o mundo e Deus.
Gente que repete o mesmo discurso pronto a torto e à direito mas no fundo não faz a mínima ideia de sua própria postura.
Gente que vive de ressentimentos, de passado amargurado, de rancor, de erros e falhas, de apontar o defeito dos outros, de recriminar as escolhas alheias.
Gente quem nunca consegue ver uma coisa boa na vida.
Gente que é tempestade em dia de sol.
Gente que é só desestímulo, desânimo, desencanto, desamor, descrença, discórdia, desesperança, desrespeito.
Ando sem paciência...
Para esse mundo deturpador, sem valores, formando uma sociedade sem caráter e indivíduos sem índole, frutos da falta de bons hábitos e costumes, bons sentimentos e ações.
Para esse mundo onde raça humana se denigre, que se acostuma com a barbárie, que enaltece a depravação, que se importa apenas com evolução tecnológica e financeira.
Para esse mundo que faz pré-conceitos ou julgamentos e adora estereotipar alheios.
Para esse mundo que faz guerra em nome da fé. E que mata em nome de Deus.
Para esse mundo que se importa mais com a aparência do que a essência.
Para esse mundo que o individualismo e o egoísmo reinam.
Para esse mundo de prioridades despriorizadas.
Para esse mundo surreal
Ando sem paciência...
Para a supervalorização do sem valor.
Para a crise existencial demasiada.
Para sermos melhores com os outros do que com nós mesmos.
Para a falta de atenção com as necessidades e carências humanas e globais.
Para a falta de importância de uma vida, de um coração, de um sorriso, de um olhar.
Para esse mundo sempre corrido, sem tempo e que enaltece o imediatismo.
Para uma total desconsideração mundial.
Para esse mundo cinza, introspectivo, de solidão e ansiedade,
Para os remédios que são cura e os sentimentos que são culpa.
Para esse mundo onde as pessoas vivem em seus próprios mundos dentro de bolhas
Para um afastamento do real e uma aproximação do virtual
Para um mundo onde curtidas nas redes sociais vale mais que de fato curtir.
Ando sem paciência... simples assim!
Pessoas e coisas assim estão me cansando. Nem quero mais gastar argumentos de convencimento ou apenas mostrar um novo olhar. Pois não adianta... Tenho medo de acabar me deixando sucumbir perante a inércia coletiva de se fazer algo à respeito. De mudar. Tô apavorada desse mal do século ser contagioso e um belo dia eu acordar assim: sem graça, sem cor, sem vida, sem amor, sem crença e ânimo, sem fé. E o que é pior, quanto mais queremos distância de algo, mais vemos que é grande o n° de coisas e pessoas assim que nos cercam. Que tentam nos intoxicar todos os dias com o seu cansaço de viver. O que dá sentido a vida não é a busca e sim o encontro. Se encontrar no mundo! Se encontrar dentro de você! Apaixone-se pela vida todos os dias, tenha fé, esperança e amor. Só quero viver a minha vida, dar o meu melhor, fazer a minha parte e seguir o caminho, dia após dia, confiando e esperando o que foi escrito e está guardado pra mim. As pessoas não sentem mais. Não tem mais ação ou reação diante dos acontecimentos. Não se impressionam, não se espantam, não se surpreendem, não sentem. As pessoas parecem que apenas sobrevivem, parecem que desistiram de si mesmos. Olham sem ver, escutam sem ouvir, falam sem dialogar. Ou quando não é assim, é fuzilamento de ruindade, de negatividade, de pessimismo, de reclamação, de cara amarrada, coração amargurado, olhar rancoroso, sorriso endurecido. Tá difícil. A vida não tá fácil pra ninguém. E a gente deixa ela mais insuportável ainda. Tô procurando fortalecer o meu eu interior para me blindar contra esses males da vida, do ser humano. Não quero me desgastar mais com o que não seja totalmente necessário. Não quero tirar do rosto meu sorriso e do meu coração sentimentos bons se não for por uma boa razão. Não quero mais! Se eu tô querendo fazer a diferença no mundo? Não! Mas se vier a calhar... Eu quero ser diferente pra mim. Pois às vezes, me olho no espelho e reconheço um misto de pessoas e situações que agem e regem sobre mim e me pego vivendo e sentindo consequências e não escolhas. Quem manda nesta porra aqui sou eu! Teremos dias de ventania, teremos dias sem sol, teremos dias de muita chuva e teremos dias parados, onde nada acontecem. Mesmo assim, sempre teremos como escolher o que fazer e ser de bom neste dia. Senão pelos outros, por nós. Aprendi que só posso fazer pelos outros também depois que antes, fizer primeiro por mim. Senão, que moral eu tenho? Não sejamos mais o "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço." Sejamos modelos de viver na simplicidade, cultivando a felicidade, insistindo em dar o melhor e fazer o melhor. Se não for para inspirar à ninguém, ao menos a nossa jornada pela vida será melhor. Não mais fácil. Apenas mais prazerosa...
Nenhum comentário:
Postar um comentário