Tem um trecho de uma música da Canto Dos
Malditos Na Terra Do Nunca que diz: “Eu quero descansar no teu peito o
cansaço dessa vida e o peso de ter que ser alguém.”E não é isso que
todos procuramos em um relacionamento? Além, é claro, de buscarmos
alguém que seja nosso parceiro para enfrentar as durezas do dia a dia,
que seja cúmplice e felicidade dobrada nos momentos de alegria, não
estamos, na maioria das vezes, sedentos por uma fonte de acalento; por
um peito que seja abrigo para o extravaso das dores que já não couberem
no nosso?
Não é que a gente vá criar
uma espécie de dependência e fazer do outro nossa única fonte de
felicidade e calmaria: é preciso que saibamos que estas vêm, antes de
tudo, de nós mesmos. Aqueles que caminham ao nosso lado assistem,
auxiliam, bagunçam, potencializam, mas ninguém além de nós mesmos
deveria ser o protagonista da nossa própria felicidade.
Porém,
todos precisamos, em algum momento, de um lugar pra descansar. Todos
precisamos de alguém que nos ajude a organizar mentalmente os pedacinhos
dos nossos sonhos quando eles forem, mais uma vez, triturados pelo
mundo. Todos precisamos de alguém que assuma o controle enquanto
estivermos ocupados descobrindo como recuperar o nosso. Todos precisamos
de uma presença que, ainda que silenciosa, nos distraia e alivie um
pouco do sufoco que é ser alguém.
Somos
todos cansados, macerados, sobrecarregados e precisamos, vez ou outra,
abandonar a postura – e a certa frieza – que adotamos para sobreviver e
fazer alguém cúmplice das nossas fraquezas. A gente para de se esforçar e
deixa todo o cansaço da mesmice, a revolta com as injustiças, as
saudades colecionadas e sufocadas, o medo do fracasso e o peso das
responsabilidades vir à tona para depois seguir em frente, mais leves ou
não, mas com a sanidade preservada pela vasão daquilo que nos afoga aos
poucos.
Eu vejo muitas queixas hoje nos relacionamentos que falta mais compreensão do que o romantismo, por exemplo. Antigamente era quase que uma regra home ser romântico e quando não era a queixa certamente era essa: falta de romantismo esfria a relação, acaba o relacionamento e etc. Hoje, as mulheres logicamente gostam de homens românticos, quem não gosta?! Mas o que elas querem mesmo é compreensão, apoio, incentivo. Alguém que diga: "vai amor, eu seguro as pontas aqui!". Sejam lá que pontas forem essas. E isso hoje em dia vem conquistando bem mais que chocolates, rosas, jantar à luz de velas e viagens românticas. Isso tudo é muito bom, não podemos negar. Mas é no dia a dia, quando o bicho pega que vemos na sutileza das palavras, o carinho num beijo, a compreensão num olhar, um afago de incentivo é que realmente nos sentimos amadas, protegidas, entendidas, acolhidas e perfeitas!
Eu vejo muitas queixas hoje nos relacionamentos que falta mais compreensão do que o romantismo, por exemplo. Antigamente era quase que uma regra home ser romântico e quando não era a queixa certamente era essa: falta de romantismo esfria a relação, acaba o relacionamento e etc. Hoje, as mulheres logicamente gostam de homens românticos, quem não gosta?! Mas o que elas querem mesmo é compreensão, apoio, incentivo. Alguém que diga: "vai amor, eu seguro as pontas aqui!". Sejam lá que pontas forem essas. E isso hoje em dia vem conquistando bem mais que chocolates, rosas, jantar à luz de velas e viagens românticas. Isso tudo é muito bom, não podemos negar. Mas é no dia a dia, quando o bicho pega que vemos na sutileza das palavras, o carinho num beijo, a compreensão num olhar, um afago de incentivo é que realmente nos sentimos amadas, protegidas, entendidas, acolhidas e perfeitas!
Em um mundo que
constantemente nos exaure das mais diversas formas, felizes daqueles
capazes de manter cumplicidade e devoção suficientes para se fazerem
fonte de abrigo e serenidade um do outro; felizes daqueles que
encontraram seu descanso.
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