O dia das mães se aproxima e com ele nosso sentimentalismo aflora e sem perceber aderimos a todos os textos e ações clichês desta data. E aproveitamos para falar sobre a gratidão por tudo que nos foi feito e continua fazendo. Sobre o amor incondicional por toda a vida. Pela maneira louca como algumas agem em suas preocupações excessivas, mas que sempre acabamos entendendo e desculpando e mais tarde achando graça. E blá blá blá.
E todo mundo sabe que a sua mãe é a melhor mãe do mundo. E todo mundo sabe reconhecer sua mãe com defeitos e qualidades, erros e acertos. Aquela que nos diz que quando formos mães, entenderemos. Rs. E o pior é que eu desconfio que sim!
Mas eu, até hoje, nunca tinha lido um texto como esse. De filho(a) pra mãe, libertando-a da condição de livrá-lo das coisas ruins do mundo. Absolvendo-a da culpa de todo e qualquer coisa que possa eventualmente vir a acontecer com ele(a). Conscientizando-a de que cresceram não só por fora, como por dentro também. e que agora, não é quer que não se queira mais colo, cuidados e preocupação. Se quer sim e acho que sempre vai se querer! Mas com outro cunho agora, depois de filhos(as) crescidos.
Missão quase impossível fazer mãe não exercer papel de mãe em tempo integral. Mas, de repente, quem sabe um dia, elas aprendam e consigam enxergar que a gente aguenta mais do que elas acham que a gente aguenta. E que aprendemos direitinho os ensinamentos delas desde cedinho, em sua barriga, em seu colo, encostadinhos em seu peito. E que elas podem confiar na gente como a gente aprendeu a confiar em si mesmo como elas nos ensinaram.
Mães, não ficou faltando nada, vocês foram e sempre vão ser tudo o que seus filhos sempre precisaram que você fosse!
Um lindo texto que eu me deparei essa manhã e que me tocou tanto que achei mais que justo vir aqui compartilhar com vocês. Porque todos temos "essa mãe". E todos somos "esse(a) filho(a)".
"Mãe, senta aqui, me ouve um pouco...
Tá na hora de você dar uma sossegada.
Mãe, pára um pouco. Dois minutinhos só. Sei que a ideia de
parar não existe para você, mas eu tô pedindo. Baixa a frequência, senta
no sofá, alguém cuida de todo o resto, vai por mim.
Eu sei que não importa quantos anos passem, você tem a eterna
sensação de que é responsável por tudo. Pela sua vida, pela minha, pela
dos que nos cercam, pelo seu trabalho, pelo meu trabalho, por tudo-
inclusive o que está absolutamente fora do seu alcance.
Sei que não adianta eu te dizer que sou adulto, sei que você nunca vai aceitar a ideia de que já não está mais no comando.
Pois é, mãe. Mas o fato é que me flagrei adulto. Não só por causa do
trabalho, das responsabilidades e cobranças. Me percebi adulto num certo
dia perdido no passado. Dia em que engoli o choro para que você não
visse. O dia em que disse em que estava tudo bem quando o peito estava
cheio de fantasmas. O dia em que esperei você virar as costas para poder
desmoronar.
Por quê? Porque eu sabia que, de um jeito ou de outro, as coisas se
ajeitariam. E não ia ser através das suas mãos. Então, por que te
preocupar? Por que te angustiar mais do que você já se angustia por
conta própria?
Mãe, eu parei de depender da sua barriga, parei de depender do seu
peito, parei de depender das mamadeiras quentinhas, parei de depender da
ajuda no banho, parei de depender da sua carona.
Mas você nunca parou de se preocupar. Talvez se preocupe ainda mais agora, porque sabe que o voo é cada vez mais alto.
Você se lembra das centenas de vezes em que eu gritei “EU QUERO A
MINHA MÃE!” quando era criança? Na verdade eu não queria. Eu precisava.
Precisava do seu colo, do seu beijo na testa, do seu cafuné, do seu
cheiro. Precisava, porque sem você não havia chão.
Hoje eu não preciso, mãe. Você já me ensinou a amarrar os sapatos,
andar olhando pra frente, levantar das quedas, limpar as lágrimas, rir
de mim mesmo e seguir em frente. Mais do que me ensinar, você foi o
exemplo vivo disso.
Sério mãe, o mundo gira sem que você o empurre. E eu me viro sem que
você perca o sono. Porque chegamos num ponto da vida em que eu perco o
sono ao te ver sem dormir. Essa dinâmica já não faz mais sentido.
O famoso “eu quero a minha mãe!” é agora. Agora eu quero você. Mas
quero você tranquila, ouvindo minhas histórias, mexendo no meu cabelo,
rindo comigo, opinando, discordando. Não de peito apertado. Não
suspirando pelos cantos achando que eu não vou encontrar o caminho
certo. Eu vou. Você me deu o melhor mapa.
Aceite meu presente desse ano: uma relação de amor e de parceria, não
mais de dependência, nem prática, nem emocional. Tanto minha quanto
sua.
Meu presente, na verdade, é quase um pedido. Essa noite, mãe, deite a
cabeça no travesseiro sabendo que está tudo bem. Que mesmo quando minha
vida estiver dura, você não precisa ficar com os olhos arregalados,
olhando para o teto buscando saída. Isso é comigo.
Você construiu uma pessoa com o que havia de melhor em você. Deu o
que tinha e o que não tinha para me fazer feliz e sólido. E eu estou
aqui, consciente da minha sorte e da minha força.
Olhe por mim, peça por mim, orgulhe-se de mim. Deixe-me ser de novo a
luz dos seus olhos, como fui quando era um bebê sorridente. Não me
iludo, achando que você vai parar de se preocupar. Sei que é impossível.
Mas deixe-me hoje ser eu quem te abraça e te diz baixinho: está tudo
certo.
♥ Com um beijo de feliz dia das mães às mães de sangue, mães de
coração, mães que estão do outro lado das nuvens (mas sempre por perto), pais que também são mães, às tantas madrastas que são o avesso
dos contos de fadas, e a todas as pessoas que cuidam e amam pessoinhas que decidiram abraçar
como suas."
Ruth Manus
Blogs Estadão
Nenhum comentário:
Postar um comentário