Esta semana iniciei uma nova leitura! Adoro ler, qualquer tipo de gênero. Além de trazer conhecimento sobre os assuntos e ampliar o vocabulário, a leitura propicia uma viagem para o imaginário e reflexão sobre os mais variados tópicos. Desta vez, o livro escolhido foi um que havia dado de presente para a minha mãe em alguma data comemorativa. Lembro-me dela ter dito que havia gostado e se surpreendido pelo talento da escritora, já que como atriz, não deixava dúvidas quanto a sua competência. Porém, acho que nossa escritora não só se achou com as palavras como desvendou um mundo que, para a maioria de nós "não famosos" acha que não existe. A responsável por esta informação ter sido "revelada" é a atriz Maitê Proença. Atriz com prêmio na TV, no cinema e no teatro, que em 2003 iniciou a publicação de suas crônicas na revista Época e em 2005, publicou este livro "Entre Ossos e a escrita" . Em 2006, estreou o programa Saia Justa, no GNT no qual faz parte até hoje. Acredito que não seja uma exceção no dia-a-dia dos artistas altos e baixos, mas sim para o conhecimento de nós telespectadores. Pude observar o por trás das câmeras, o making off da vida da celebridade. Nas páginas do livro da vida, descobri com a Maitê que os artistas também vivem as mais variadas circunstâncias igualmente a nós: choram, comentem gafes, tem problemas, frustrações, decepções, crises de relacionamento e familiar, têm saudades, medo do abandono, sofrem de amor e suas vidas não são perfeitas como muitos fazem questão que a gente acredite que seja. E mais, descobri que apesar das mulheres ocuparem cada vez mais espaço no mercado de trabalho e competirem de igual com os homens não só em salários mais em cargos não desfez a sensibilidade e as mazelas do mundo feminino. Nem a obrigatoriedade de estar sempre em forma com o corpo ditado pelos padrões da moda, nem a tal independência feminista com relação aos relacionamentos amorosos com os homens. Resumindo o coração das mulheres não enrijeceu! E nem as expectativas mudaram ou deixaram de existir. O que pude concluir é que a pesar da carreira bem sucedida e de ser bem resolvida com ela mesma quantos as questões do corpo, sexual, familiar existe uma Maitê que sente falta de um homem que cuide dela, de alguém que dite as regras. Assim como nós, não consegue superar o fim de um relacionamento e este, por consistir em amar "seu homem" (como ela mesma diz) tanto, não consegue se desvencilhar: e vai e volta e volta e vai. E nesta roda doida da vida, ela surta, tem dias de raiva, de saudade, de amor, de recuperação, de entrega, de vazio. Maitê abriu a porta para uma questão em debate hà milênios: mulheres bem resolvidas com a vida e com elas mesmas não sentem solidão? Realmente são autossuficientes? Ou tudo é só aparência? Assim como ela, eu começo a achar que tudo não passa de uma regra imposta para o comportamento das mulheres modernas. E nele, as feministas gostariam de acabar com todos os resquícios de fragilidade, dependência e necessidade que exista tanto de um amor, como da aprovação comportamental ou fisicamente. Mas e aquelas que não querem abolir isto de suas vidas? E aquelas que apesar de toda a realização profissional e pessoal mesmo assim ainda quer alguém para cuidar delas, dizer que gosta, escolher o jantar, dar palpite na roupa. Toda mulher por mais independente que seja gosta de saber que existe alguém que se importa, que sente ciúmes, que briga, pode até ter um certo comportamento machista, mesmo assim há quem goste. Depois deste livro, me senti mais à vontade com as minhas não aceitações e questões pessoais. Se nem os artistas vivem a vida de conto de fadas que interpretam, nós os espectadores temos o direito de errar, fazer besteira, voltar atrás, se descabelar e rir. Afinal, o que é a vida sem estes momentos de loucura e insanidade? E a vida, é comum a todos nós!
Como diz nosso sábio Chico Buarque numa estrofe de uma de suas famosas canções: "será que é uma estrela? Será que é mentira? Será que é comédia? Será que é divina a vida de atriz?". Será????
Até...
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