De uns dias pra cá, tenho tido vontade de mudar de vida. Não, calma! Não é bem uma síndrome de Raul Cadore da novela das oito e jogar tudo para o alto, assumir uma nova identidade e descartar o antigo como se nada fosse. Apenas vontade de ter ao menos por um tempinho, uma rotina diferente, experimentar algo novo. Sempre me considerei uma pessoa muito urbana: gostando de tumulto, barulho, acontecimentos a toda hora em todo lugar... Agilidade que tenho habitualmente e que nem me dou conta. Sem falar que, nunca parei para cogitar a vida sem os avanços tecnológicos e domésticos que nos auxiliam tão bem. Com tudo isto, fiquei aprisionada em um pensamento de "gente da cidade grande" de que a vida assim é maravilhosa, nosso mundo é perfeito e melhor. Prova do nosso equívoco são nossos males: depressão, stress, ansiedade e as síndromes da vida (a mais conhecida e temida é a do pânico). Vê se as pessoas das cidades pequenas sabem lá o que são tantos problemas de saúde? E caso saibam é um ou outro, não tudo junto, como já vi muita gente ter! Ando querendo desligar o celular, serenar em um cantinho, sem correria e tendo mais a natureza ao meu redor. Nada de carros frenéticos, gente gritando, horário para tudo, assaltos, tumulto, medo e uma constante pressão de metas e produtividade. Com o passar do tempo e tornando-se habitual, nem percebo todo essa confusão que me cerca. Tô cansada, quero relaxar, e me vêm a mente aquela frase: "...eu quero uma casa no campo...". Pois bem, é mais ou menos por aí! Tudo bem que eu sou mais chegada a praia, mas agora, meu desejo é campo! Gostaria de ir para alguma cidadezinha do interior, estado do Rio mesmo e desfrutar da calmaria, do bom entrosamento com os moradores locais, que em muitos casos são poucos e quase todos se conhecem. Usufruir do ar fresco, de comidinhas caseiras, violão, fogueira e... acreditem: andar à cavalo. Admito que esta última ideia me empolga mas não me encoraja muito. Acho cavalos, depois dos cachorros que eu amo, o segundo animal de estimação mais leal ao dono que existe. E quando penso neles, imagino que em cima de suas celas exista uma sensação de liberdade e desprendimento que não se pode encontrar em outro lugar. Pelo menos ali, se não temos certeza, fica a sensação de que obtemos o controle. Obviamente, com as rédeas na mão (do cavalo) podemos administrar para onde ir. Mas o sentimento é de posse de nossas próprias vidas. Porém, o medo de ter caído de dois cavalos na infância ainda me deixa receosa. Tudo bem, o 1° tombo nem foi tão feio assim, feio é a reputação que foi de um poney, nem cavalo era. O segundo foi pior, não tão mais perigoso porque fui caindo em efeito slow, rs... Desde que vi o filme "Encantador de Cavalos" o desejo me consumiu mais. Falta Coragem! Enfim, voltando ao assunto principal, gostaria de passar uma temporada assim, renovando forças na "vida inventada" pra quando cair de volta na "minha vida real". Não é que a vida das pessoas de cidade pequena seja mais fácil, menos preocupante ou cheia de regalias naturais, o que basta para ser feliz. Não! Mas existe uma "coisica de nada" neles, que faz toda a diferença aqui, para nós: simplicidade! São felizes na simplicidade que tem. E, ouso até a dizer que, sem terapeutas, analistas e psicanalistas para canalizar os problemas acham soluções imediatas (nem sempre práticas) e amadurecem com mais sabedoria. Aprofundando um pouco mais, em teoria própria tirada sabe-se lá de onde, acredito que "falem" mais com Deus. Contudo, ando cansada da minha vida com muita gente, atividades, hora pra tudo, obrigatoriedade de estar sempre em eventos, festas, nights; quando na verdade, só quero um tempo para mim, comigo mesma. Não é reclusão, nem vontade de ficar isolada e sim desacelerar. Aproveitar as minuciosas sensações e momentos únicos que a vida pode me proporcionar. Que no vai e vem das horas, no tumulto diário, não percebo nada e nem ninguém.
Me despeço do post mas a imagem que ainda fica é a minha em paz em cima de uma cavalinho bem calmo em um pasto verde sem fim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário