12 de janeiro de 2017

CARPE DIEM




Viver um dia de cada vez: eis um grande desafio!

Observando as pessoas que me cercam e principalmente baseada em minhas experiências, percebo que viver um dia de cada vez, sem tantos planos concretos, com maior intensidade, menos coisas e estar rodeada de pessoas simples, tem sido uma boa maneira de buscar a felicidade, tanto na vida pessoal quanto na social e profissional.

No auge dos meus trinta e três anos (grande coisa!) me deparo com algumas reflexões:

* Definitivamente, não se pode agradar a todos e sua vida não pode parar por conta disso. As decisões da vida precisam partir preliminarmente do coração, passando pelo crivo da razão, sem você necessariamente estagnar por medo diante de uma possibilidade.

* Gente do bem e de bom coração retarda os julgamentos e críticas e geralmente se relaciona com pessoas que agem de forma semelhante. Ou seja: menos dedos apontados e mais mãos estendidas é uma boa forma de atrair o mesmo.

* Humildade ainda é a mais recente forma de amor. Se você for humilde em alguns momentos e em outros se coloca de maneira prepotente, pare tudo e se analise: há muito complexo de inferioridade que precisa ser trabalhado aí. As armadilhas do ego são atrativas; é preciso ter um bom nível de autoconhecimento para não cair nelas, nem perder as boas pessoas que cruzam seu caminho. A boa notícia: você geralmente sente quando está sendo prepotente. Repare no olhar que as pessoas direcionam a você enquanto você está falando (ou se exibindo).

* Você não precisa provar nada a ninguém. Você não precisa mostrar que sabe, que podes, que tem, que faz, que fez, como faz, como fez, que isso, que aquilo. Isso é uma grande perda de tempo. Seja você, aja com segurança e isso bastará. Ser é melhor que ter e agir ainda é melhor que falar. Quem muito mostra, pouco tem. Quem muito fala, pouco faz.

* Caráter é uma espécie de diamante bruto que precisa ser lapidado. Ter caráter e ser íntegro é tarefa para qualquer pessoa que estiver disposta a ser melhor. Caráter tem relação com hábito: se você não praticar as ações que compõem o bom caráter, você jamais o terá. Sobre as pequenas ações, essas estruturam um padrão de comportamento que permite que as pessoas se aproximem ou não em você. Geralmente são elas – as pequenas atitudes - que fazem a diferença. A verdade é que atualmente, um bom caráter é uma virtude dificílima de encontrar nas pessoas. No mundo de hoje, caráter funciona como uma moeda de troca.

* Mais vale um abraço em silencio do que um “eu te amo” gritado aos quatro cantos.

* Não tenha medo de se assumir como é.

* Comer, dormir, dançar, sorrir e amar é vida!

* Amor próprio continua sendo a mais autentica forma de amar. Quem vive a sua vida é você. Ouça o que sua família e amigos têm a dizer, mas no final, saiba que as decisões são suas e as consequências delas, também. Não terceirize a responsabilidade da sua felicidade e das suas escolhas.

* Está complicado, difícil? Pense no quanto você é responsável pela desordem da qual se queixa. Quer resultados diferentes? Então pare de fazer as mesmas coisas!

Enfim, viver tem disso: não há garantias de nada nesta vida. A nada! Feliz de quem é maduro o suficiente para saber lidar com essa realidade, mantendo o equilíbrio nas escolhas e lucidez nas consequências.

Completando o pensamento inicial (Carpe Diem), finalizo essa reflexão acreditando que o futuro pertence aqueles que vivem bem o presente: um dia de cada vez, um passo é um problema por vez, vivendo intensamente e planejando o que for possível. Se a vida não está acontecendo exatamente do jeito que você planejou, não adianta dar murro em ponta de faca. Talvez seja hora de se acalmar e deixar a própria vida respirar um pouco. Nós abafamos muito a vida, com nossas ansiedades, necessidades e imediatismos.

Até mesmo ela - a própria vida - precisa de um tempo da gente. Demos, então, esse espaço. Porque a única coisa que a vida quer da gente é espaço. Um espaço para que as coisas aconteçam não apenas do jeito que planejamos, mas, sobretudo, da forma que realmente merecemos.

Então pare, simplesmente, de reclamar, de buscar o impossível, de exigir perfeição (de si e dos outros), de querer encontrar lógica para tudo, de contabilizar pós e contras, de tirar conclusões precipitadas, de tentar manter a vida sob rígido controle. Simplesmente viva e deixe a vida ser a vida!


Fê Miceli