29 de setembro de 2009

Viver a vida!!!

Confesso: sou noveleira! E não sinto vergonha nenhuma em dizer isto. Muitas vezes vou contra a opinião pública, quando todos estão saturados ou falando mal de uma determinada novela e seu respectivo autor eu, do meu lado observador e tentando arrancar algo de bom do programa.

Assim foi com a última novela, Caminho das Índias, de Glória Peres. Em meio a uma enxurrada de críticas aos núcleos indianos e o comportamento das famílias brasileiras, aproveitei para tirar da história toda, além da grande lição de que sempre podemos recomeçar um grande amor e construí-lo com bases sólidas como foi o de Maya e Raj, como para me inteirar e absorver alguns conhecimentos dados sobre a cultura indiana. Claro, há sempre a parte da ficção, e não podemos esquecer que novela é entretenimento, diversão, apesar de prestar alguns tipos de serviços de cidadania e social a nós abordando e esclarecendo alguns temas tratados por nós com certo preconceito, derivados da falta de conhecimento, descaso e até mesmo falta de comprometimento social. Mas a informação está ali, embutida, basta saber identificar. E, pude perceber o quanto as famílias indianas são rigorosas quanto as suas tradições, chegando a passar por cima dos próprios sentimentos em prol dos valores de casta e dos costumes religiosos. Pudemos ter acesso há um pouquinho da cultura, das vestimentas, das músicas, da dança, das falas e que mesmo não sendo uma aula completa, nos dá certa noção do que se passa longe dos nossos olhos.

No final das contas, todas as novelas possuem as histórias de sempre de mocinho e bandido, triângulo amoroso, pessoas mau-caráter endinheiradas achando que podem tudo e suas maldades infinitas, violências, crianças sofrendo sem mãe ou pai, segredos de família e tal... E ninguém deixa de assistir por isto.

Agora, começou uma novela do meu autor preferido, Manoel Carlos. Além das belíssimas imagens que ele me proporciona do meu Rio, pelo qual sou apaixonada, suas histórias geralmente são simples, do cotidiano, que podem acontecer com qualquer pessoa. Tornando fácil a identificação com os personagens. Torna a novela mais prazerosa de assistir. A trilha sonora é espetacular. Além de resgatar antigos sucessos musicais e dar uma cara novas a eles, sempre surge bem boa na roda, que ainda vai dar o que falar. Tem aquele típico clima de bossa nova, coisa que amo pouco! E os títulos? Sempre sugestivos! Este, por exemplo: Viver a vida... de alguma forma me inspira, me motiva, me impulsiona a ir em frente... viver a minha vida!

Bom, não garanto ser assídua em tempo integral porque dentro de 8,9 meses no máximos as novelas chegam ao final, seus desfechos são esquecidos para dar lugar a nova atração e a nossa vida tem que seguir. Portanto à outras questões que por vezes, tenho que colocar como prioridade. Porém, no que depender de mim, serei uma das telespectadoras que mais babarão nos capítulos, nas músicas e nos personagem, que aliás, já tenho o meu preferido. E, não é a Helena de sempre, rs. Apesar de achar que o autor fez uma boa escolha quanto a atriz e mostrar que o mundo da moda está apostando cada vez mais na beleza negra brasileira. Mas sim no ator jovem, cujo nome agora me fugiu da memória, que fez a minissérie Maysa, e agora atua fazendo papel de irmãos gêmeos, opostos um do outro! Acredito que vai render boas cenas emocionantes e engraçadas pra gente.

Bom, para quem vai embarcar comigo nessa, boas cenas dos próximos capítulos!!!!

Beijos

14 de setembro de 2009

Leitura para que te quero...

Domingo último fui à Bienal com minha família, como sempre faço. Apesar de alguns considerarem um programa de “índio”, pois anda, anda e anda no meio de uma tonelada de livros, apenas, eu, me sinto como pinto no lixo! Além de aproveitar para saber dos lançamentos e novidades literárias, a feira é uma ótima oportunidade para se conhecer novas livrarias, dar uma renovada na lista de aperfeiçoamento profissional em termos de leitura e, não deixa de ser um passeio de entretenimento, cultura e lazer para se fazer junto à família e amigos.

Mas, para tal, como todo grande evento, tem que ter paciência. Depois de enfrentar a fila do estacionamento e disputar uma vaguinha, ainda tem a fila para comprar os ingressos e, mais ou menos a fila indiana em que andamos lá dentro nos pavilhões. Se por acaso há um interesse por algum livro e a livraria onde o tal está localizado é uma das consideradas “famosas”, prepare-se: mais fila, para chegar ao estande dele, consultar o preço e pagar. Uma verdadeira odisseia! Mas levando em consideração que este sofrimento só acontece de dois em dois anos, até que vale a pena enfrentar a confusão, rs.

O dia que eu fui foi privilegiado. Lá estavam autografando Ziraldo, Thalita Rebouças e Maurício de Souza, que, diga-se de passagem, foi meu cartunista predileto da infância à adolescência. Não perdia uma edição de lançamento de seus gibis nas bancas. Infelizmente, a fila estava imensa e o preço auto demais para os meus padrões. Saí sem autógrafo, mas com uma mísera foto no cel. Apenas para constar, rsrs. Outras atrações interessantes agitaram a feira. Uma exposição, uma floresta de livros e um estande de sebo.

Só acho que o que deveria ser um evento para estimular a leitura em crianças e jovens e ser um incentivo a cultura literária no país, acaba se tornando, como sempre um evento empreendedor de seus patrocinadores e realizadores tornando o custo do mesmo exorbitante. Pelo menos, para valorizar em alguma coisa o pobre professor que já ganha mal pacas, não paga e estudante de rede pública/estadual paga meia. Mas os demais que não tem isenção são obrigados a desembolsar a bagatela de R$ 12. Já houve mais promoções de livros infantis e universitários nas feiras. Hoje em dia, se reparar bem, eles estão custando em média o preço normal das livrarias fora do evento. A minha sorte é que professor tem desconto, e mesmo assim, não é lá estas coisas mais. Já foi de até 50, 30% Hoje, a maioria só dá 10%. E, para completar o tour de um evento destes, se gasta, no mínimo umas 4 horas lá dentro, andando, tirando as horas que se perde comprando. Como sempre, bate a fominha, a sede e tal e o preço das bebidas e comidas é de doer o coração. Se for com uma família de no mínimo 4 pessoas, não gasta menos do que 50,00 em um lanchinho bem basiquinho (aquele que apenas engana o estômago).
Bom, tirando isto, todo ano eu vou. Mas confesso que se o preço continuar a subir e o conteúdo do evento continuar a cair pensarei duas vezes se daqui há 2 anos estarei lá novamente. Uma pena! Pois é uma ótima oportunidade não só para amantes de leitura e livros mas para quem não tem muito intimidade com a arte e gostaria de conhecer alguns grandes autores e suas obras de perto. Participar das palestras e ciclo de leituras. A saída seria realizar este evento com mais frequência para que de repente não ficasse tão disputado e nem super lotado! E que mais crianças da rede pública de ensino pudessem comparecer, pois o nº de alunos é limitado por escola. Não proporcionando assim a chance de pessoas carentes conhecer uma parte a mais do que elas têm direito.

Bom, à noite, cansada, com os pés doendo, mas com algumas comprinhas na mão, apesar dos pesares, fiquei feliz com o passeio. De qualquer modo, sempre compensa, né?

11 de setembro de 2009

Tempo de aprender...

Hoje pela manhã, como de habitual, fui dar uma passada pelo meu Orkut, para responder os recados e deixar meus parabéns para os aniversariantes do dia, que infelizmente, não poderia dar de outra maneira. E, indo na página de um amigo querido, me deparei com a seguinte frase: “estou aprendendo a sorrir um pouquinho a cada dia. E você?” Pelo resto do dia a danada da frase não me saiu da cabeça. Parecem aquelas palavras ditas em dado momento de nossa vida que fazem toda a diferença. São tudo de que precisamos ouvir para que o quebra-cabeça se encaixe, para que as nossas ideias passem a fazer sentido.


Fui me dando conta de que, muitas vezes quero resultados imediatos, respostas prontas, que as situações sigam perfeitas até nas suas imperfeições e, na verdade o gostoso e apreciar o aprendizado. Como um passe de mágica começou a rodar um filme na minha mente de minha vida. Dos momentos importantes, divertidos, agradáveis, das pessoas que fazem parte dela, dos lugares que estive, de quem conheci nesta jornada louca e me dei conta de que o necessário para a felicidade estava comigo o tempo todo: eu!


Sei que sou ansiosa e às vezes (não, muitas vezes) quero um ano dentro de um mês. Anseio viver vários dias dentro de apenas um, e acabo atropelando o curso natural das coisas, que nem sempre é acelerado e, consequentemente, não aproveitando o que me proporciona de leveza, de curtição, de essência da pessoa ou do momento.


Óbvio que eu não acho que sei tudo. Ainda tenho muito a caminhar! E como... Mas quando penso que o meu aprendizado daqui por diante deverá ser complexo, nem sei explicar porque, talvez pela idade, pelo acúmulo de experiências, me deparo tendo que aprender uma coisa simples, boba, igual a uma criança. E junto a isto, experimentar sensações! Me reajustar, me perceber e renovar a mim mesma. Tarefa nada fácil! Depois que você aprende e se acostuma a agir e fazer de determinada forma é difícil voltar e fazer diferente. É como se depois de aprender a andar, ter que voltar e aprender a andar novamente. Lógico que na vida, nas situações cotidianas, onde temos que recomeçar, não agimos nesta proporção. Mas é uma superação aprender a viver cada dia como se fosse o último, aproveitando o máximo dele, mas sem perder o tempo do próprio dia, das pessoas, dos momentos e, principalmente o seu.


Bom, só sei que, para o meu desânimo momentâneo – coisa que algumas vezes me abate – parece que a frase serviu como antídoto. Me fez respirar mais fundo e expandir meu olhar sobre mim mesma e minha vida. E, sobre este meu amigo, não me resta dúvidas de que ele além de inteligente, é bom percebedor, (se existir esta palavra ,viu como não sabemos tudo? rs) das mazelas da vida de todos nós. E, para fechar dizendo que não só entendi o recado dele como aprendo a sorrir e a perceber coisas novas a cada dia, vai aí mais uma boa tirada dele, que, por motivos mil, acabou virando minha frase de cabeceira do MSN: “A única coisa que realmente importa neste vida, é o que somos”.

Você não acha??? RS

Beijos e bom fim de semana!!!

8 de setembro de 2009

Amar é libertar!!!!

Peço licença a minha pessoa divertida, animada, cheia de disposição e que quer enfrentar os obstáculos e viver a vida para entrar num momento introspectivo. Minha cabeça anda cheia de dúvidas, questionamentos estes que eu até sei que existe um porque, aliás, vários, mas não justificativa plausível no momento para que elas surjam desta forma tão intensa.


Engraçado, quando tudo parece que vai caminhando muitíssimo bem na nossa vida, muito obrigado, diga-se de passagem, do jeito que queremos algo acontece e nos desvirtua do caminho original. Às vezes, os novos ventos são bem vindos, e o novo rumo acaba sendo o que a gente queria, na verdade. Mas, por que será que mesmo assim não nos damos por satisfeitos?

Gostaria de conseguir esquecer o medo e a incerteza do amanhã e apenas viver, um dia de cada vez ou segundo por segundo. Gostaria de confiar mais no sentimento e não querer me preocupar tanto com a razão. Gostaria de acreditar mais no que é exposto para mim e não me deixar levar tanto pelas aparências ou “o que eu acho que é”, ou “o que eu acredito que seja”, ou “o que eu tenho certeza que é ou não é”, mas na verdade de certeza eu não tenho nada.

Engraçado como tem horas na vida que somos tão decididos e convictos de nós e dos outros e já em dado momento, não somos mais aquela determinação e muito mal entendemos o que acontece aqui dentro com a gente. O que pensamos então parece não fazer o menor sentido. Acredito que seja medo. Quem passou uma decepção, desilusão, sofreu demais tem medo de se entregar, de repetir o erro, de não enxergar de repente o que está diante dos seus olhos e a dúvida do “...será?” consume!

Me pergunto de que adiantam os anos, que acreditamos que sejam acúmulo de experiência, se na hora que precisamos buscar nas pastinhas da vivência, parece que elas estão vazias e não nos auxiliam muito no momento atual? Enfim... Depois de tantos dias de sol, chove. Depois de tantos momentos de diversão, quero silêncio. Depois de me ver sempre rodeada de gente, me sinto sozinha. Estou invadida pelos meus pensamentos reflexivos sobre mim mesma. Na verdade querendo antecipar respostas que ou vêm com o tempo, ou alguma já sei, e para a maioria, nem sei se saberei.

Nas minhas andanças pela net, na busca por textos expressivos nas horas ociosas, encontrei um, no blog de uma amiga minha que posto aqui por ele simplesmente conseguir traduzir o que as minhas palavras não conseguiram expressar. Minha mente travou e minha boca selou por algum tempo. Mas achei algo que fizesse traduzir o que está aqui dentro caladinho e que eu não sabia como fazer sair... aí vai! Mais uma vez, parabéns amiga! Não só pelas palavras brilhantes, mas por captar a essência humana.


"Por que achamos tão natural e aceitável que o amor venha sempre com tanto apego, a ponto de dizermos: “Você é o meu oxigênio.” ou “Não vivo sem você.”? Por que essa condição de amar está tão atrelada a liberdade do outro e até mesmo a nossa própria liberdade? Não, não acredito no amor como sinônimo disfarçado de apego que por sua vez está difarçado de carência, medo e insegurança, essa carência eterna que carregamos com a gente desde o momento que saímos da barriguinha de nossas mamães tão escuro, quentinho e gentil… e nos deparamos com esse selva de pedra aqui fora. Sei que é normal projetar no outro tudo aquilo que não temos ou até temos um potencial para ter, mas já que encontramos alguém que possui, então fica mais fácil… Eu acredito sim no amor que ver a pessoa amada com um planeta e não como o centro do universo, um planeta dentro no meu universo repleto de outros planetas… Eu gosto é de ver meu homem feliz, dentro de ser habitat masculino enrolado na bandeira do Flamengo assistindo o futebol com os amigos no bar, ou no bloco das piranhas no carnaval, sem mim. Enquanto isso estarei fazendo programas bem mulherzinhas com minhas amigas, como tomar um refri com as amigas, visitar sex shops e ir ao salão de beleza, ou irei tirar o dia para ir a cinemas e assistir 3 filmes diferentes no mesmo dia. Ah não! Não dá pra ficar grudada numa pessoa ou perdendo tempo se corroendo de ciúmes por alguém quando a tantas outras coisas mais importantes e graves no mundo, a tantas outras coisas divertidas e interessantes que podemos fazer sem o amor de nossas vidas. Controlar é perder. Querer controlar a pessoa amada e querer colocar todo o oceano numa xícara. Impossível!!! O que tiver que acontecer vai acontecer, o que ele/ela tiver que fazer vai fazer. Quer você queira/controle ou não. O apego é a fonte de todos os nossos problemas. Uma vez que a impermanência para nós é sinônimo de angústia, agarramo-nos desesperadamente às coisas, mesmo que todas elas mudem. Vivemos com pavor de soltar, com pavor do próprio viver, já que aprender a viver é aprender a soltar. E essa é a tragédia e a ironia da nossa luta".

Vanessa Mello

4 de setembro de 2009

Realidade cortante

Fomos tomados pelo descaso! Estamos padecendo da doença chamada indiferença! Andamos pelas ruas com medo, sim, mas com olhar de “tanto fez como tanto faz... não importa mais”. Triste!

Dei-me conta disto não foi hoje. Na verdade, já tem um bom tempo que venho refletindo que viemos banalizando os sentimentos e as ações que nos cercam diariamente. Acostumamo-nos a tal ponto com estes acontecimentos “nada normais, porém corriqueiros” que não nos impressionamos mais. Esta semana passei de ônibus por alguns lugares onde me deparei com estas cenas cruas aos olhos e me comovi. Por um todo.

Recentemente, vi na TV um comercial que me sensibilizou profundamente. Pais andam com os filhos pelas ruas da cidade e apenas as crianças, com seus olhares puros e verdadeiros conseguem perceber o que está diante de nossos olhos: a pobreza, a miséria, a fome, a violência, a degradação dos seres humanos à mercê de uma sociedade que se tornou exploratória e aproveitadora dos mais fracos. Os adultos, já treinados para manterem o afastamento das mentiras e caos do mundo, entram na bolha a tal ponto que não enxergam mais.

Claro, não vou levantar a bandeira de “só amor no coração” como muitas ONG’s fazem, apesar de saber que a intenção delas é boa, e de acreditar pessoalmente na recuperação e prosperação do indivíduo. Mas nem todos são dignos de ajuda, infelizmente! Nem todas as crianças são coitadinhas, exploradas por seus pais nos sinais de trânsito da cidade, passando fome, sofrendo abusos à noite, maus-tratos em casa, quando resolvem voltar para lá e as demais consequências de se viver na rua e em condições precárias. Há aqueles que preferem este modo de vida, sim! Que rejeitam os lares provisórios, os abrigos. Quando oferecemos comida, só querem dinheiro e não tentam uma maneira honesta para sair destas condições, preferem as mais fáceis, os assaltos, pequenos delitos, causar arruaças e confusões nas ruas para causar pânico e medo nas pessoas. Demonstrando que viver sem regras, livremente ao modo que quer é o que há!

Embora aconteça a recusa por uma boa parte dos moradores de rua, não podemos deixar que isto endureça nosso coração e principalmente nossos valores para que possamos cobrar uma medida das autoridades responsáveis. Andar com medo não dá mais! E fingir que não existe o problema, também não é a solução! O silêncio é a pior arma que podíamos portar. Pelo menos, reivindicar o que nos incomoda, já estaremos dando o primeiro passo. Pode não ser o suficiente, mas quem disse que a decisão da queda do Muro de Berlim foi tomada em um dia? E a própria derrubada não foi feita em 1hora. Mas tudo partiu de iniciativas.

Não sei se ando em um momento que não consigo me conformar com as coisas que me cercam, ou se sempre fui assim. Só sei que no dia em que eu parar de me importar comigo, com as pessoas e com o mundo em que vivo, tornando as questões sociais e globais pessoais também, prefiro morrer de vez do que manter a aparência de “It’s ok”

Beijossss!!!