29 de janeiro de 2014

"Ida com volta"





"A gente quer voar o mais alto que pode,
Se sentir o mais livre que conseguir,
Desbravar o mundo,
Conhecer gente,
Descobrir lugares.
Mas nada se compara,
Na hora da partida,
Onde deixamos muita coisa pra traz,
Saber que sempre haverá
Um lugar para onde voltar
Um lugar para chamar de lar"

Fê Miceli

27 de janeiro de 2014

Mais um ano se passou...


Hoje o dia nasceu lindo! Aquele sol alaranjado misturado com alguns raios rosados. Um dia perfeito para levantar com o pé direito, se encher de pensamentos bons e ir à luta. Um dia perfeito e inspirador para (re)começar. Mas eu só consigo enxergar tudo cinza. Sem graça, sem cor, sem vida. O coração está pesado. Tô com vontade de chorar. Pois hoje faz um ano sem você. Tem exatamente um ano que você abruptamente saiu de nossas vidas deixando um vazio inexplicável!  O tempo está passando tão velozmente, que eu nem me dei conta de que faz um ano que não nos ligamos. Faz um ano que não vamos à praia ou paramos para tomar um sorvete ou comer um pizza e colocar as fofocas e dia. Faz um  ano que não conversamos sobre sonhos e sobre decepções e sobre como é difícil aceitar as intempéries da vida. Faz um ano que não tomamos banho de chuva para lavar a alma. Faz um ano que não rimos por nada, de nós, de nossas próprias desgraças, da vida. Faz um ano que não nos falamos todos os dias e eu te pergunto se já tomou juízo. Faz um ano que não choramos no ombro uma da outra por tristeza, decepção, mágoa, saudade, medo e um pouco de tudo e reclamamos sem fim. Faz um ano que eu não passo mais os fins de semana na sua casa, conversando até tarde. Faz um ano que não jogamos sinuca, não dançamos um forró, não bebemos uma geladinha, não fazemos compras, não experimentamos cortes de cabelo, não saímos repentinamente só por estarmos entendiadas, não conhecemos lugares novos,  não desafiamos o nosso limite. Faz um ano que eu também  luto contra o tempo para não esquecer as mínimas coisas que vivemos e o seu jeito. O tempo pode ser generoso fazendo com que a dor diminua, dando mais lugar para uma gostosa saudade. O tempo ajuda a aceitar o que achamos que nunca vamos entender. O tempo traz respostas ou não! Ou nos obriga a seguimos sem uma explicação plausível para os acontecimentos. Então, nada mais nos restada do que nos conformamos e ponto!  E seguir, mesmo sem querer. Pois a vida nos empurra pra frente independente de vontade. E uma sucessão do novas pessoas e histórias se desenrola e somos envolvidos por um turbilhão de acontecimentos, querendo ou não. E o tempo passa. E nasce dia e morre dia, e passam-se meses e passam-se anos. E a única coisa que não passa em mim além da saudade infinita é o medo. Medo de te esquecer! De esquecer o som da sua voz, de esquecer o som da sua risada, de esquecer seus traços, de esquecer seu olhar, de esquecer o modo como você virada a cabeça e piscava os olhos toda vez que duvidava de uma "grande e definitiva" decisão minha rs, de esquecer o modo como penteava o cabelo ou como se apoiava em mim procurando segurança nessas porcarias de lugares esburacados e escuros. Tenho medo de esquecer que você me chamava de florzinha e de Fezinha. Tenho medo de esquecer o olhar de raio-x que tinha e que era capaz de ver o que de verdade tinha no meu interior. Tenho medo de esquecer que você me conhecia como a palma da sua mão. Tenho medo de esquecer como eu não precisava ser nada além de mim mesma com você. E ahhhh, como isso era bom! Dentro de mim sei que nunca vou ser capaz de esquecer. Mas tenho medo dessas minimidades acabarem se perdendo. Porque o tempo também pode ser cruel para quem não tem a memória tão boa quanto eu.E por falar em tempo, ganho ou perdido, depois de muita coisa vivida, decidiu que não perderia mais um minuto dele. Decidiu depois de muitas frustrações que queria viver o máximo que pudesse a cada dia como se não houvesse amanhã. Decidiu que não daria mais tempo para perder tempo.  Afinal, segundo a sua constatação você já tinha perdido tempo e gente demais. Já bastava viver com certas limitações e regras, não, você definitivamente não queria mais viver comedida dentro dos parâmetros certinhos. E você se jogou, e você riu e chorou, e você experimentou, e você simplesmente viveu. O que para uns parecia ser um exagero para você era necessidade, pois você  sentia a vida gritar por você. E você a desafiou, você se desafiou a ser mais. Mais do que esperavam de você. E eu tenho muito orgulho disso porque, apesar de ser muitas vezes por caminhos tortuosos e de maneira não tão adequada, você foi ser feliz, você foi viver! Aliás, você foi um exemplo vivo de que tamanho não era documento. Ah, não mesmo! Tudo em você era enorme, o coração, o bom senso, a inteligência, o conhecimento da vida, a compreensão, os conselhos, os abraços e a ternura com que era capaz de envolver nossa dor, nossa alma. Apesar da sua pouca altura, como você conseguia enxergar longe, pequena! Além do horizonte! E por falar em horizonte, lembro bem dos dias e noite que passávamos no chamado visual, ao lado de sua casa, olhando a paisagem e refletindo. Faz um ano que não volto lá e nem vou na sua casa, no seu quarto. Também não tenho muito contato com os amigos e a família maravilhosa que através de você eu pude conhecer e que tão bem me acolheu. Aliás, eu não vou a lugares onde íamos há muito tempo. Não é por maldade, mas por falta de coragem. Eu não quero voltar nesses lugares e tantos outros pelos quais passamos ou conversar com as pessoas que tantas vezes estivemos juntas nos divertindo para falar e lembrar da sua ausência. Você não merece isso e eu não quero isso! Quero em morte ter o seu melhor que com certeza eu tive em vida. Então, quero sempre associar tudo que faz parte da nossa história com muita alegria, co muita festa, com tudo de bom que você merece! E hoje, eu faço uma grande colcha de retalhos de nossa história. Tantos momentos, tantos lugares, tantas pessoas... você me proporcionou momentos incríveis. Momentos até que as palavras faltam para descrever.Momentos simples como ver o pôr-do-sol na praia, olhas as estrelas à noite, compartilhar o silêncio dos pensamentos,  sentir aquele bem estar e felicidade genuínos só por estarmos juntas, independente de qualquer outra coisa. Docinho, como você faz falta! E eu não acredito que tem um ano que  em muitos dias e momentos você habita meus pensamentos e meu coração e em minhas preces rezo para que não me deixe ficar triste e sim lembrar com saudade e alegria de nós. quem diria que amigas de trabalho e nem do mesmo setor éramos iríamos nos tornar amigas inseparáveis, irmãs. Porque é isso que eu sempre te considerarei, uma irmã, visto os inúmeros perrengues e  momentos difíceis onde não é qualquer pessoa que permanece ao nosso lado. Mas nós estávamos lá, firmes como rocha, sem arredar o pé, dispostas a fazer qualquer coisa pela outra e mesmo que nada pudéssemos fazer, ao  menos teríamos a cia uma da outra que acalmava e acalentava o coração. E nos doamos de verdade uma para a outra, sempre! Ainda é muito difícil pra mim falar de você sem doer,  sem chorar, sem faltar as palavras porque eu acho que por mais que eu diga nenhuma delas é exatamente digna de você. Então eu vou resumir: você é única e especial, pronto! E para você, se eu bem te conhecia, era tudo que você gostaria de ouvir e bastaria! Sei que por diversos momentos está comigo. Sei que todos os dias olha e ora por mim. Sei que a sua maneira sempre me manda um sinal de que caminho seguir. Sei que algum dia, nos encontraremos ainda porque a vida não acaba com a morte. Inicia-se uma imensa jornada em buscar de nós mesmos para então, quando enfim estivermos prontos e conscientes de nosso papel no mundo, voltarmos a nos encontrar com os entes queridos. De repente, as suas perguntas já tiveram respostas. Mas como nunca é demais falar, saiba que aqui embaixo, sua jornada não foi em vão. Você não apenas passou pela vida, pelas pessoas, pelos lugares. Você deixou sua marca lá. Uma marca que para todos nós que a conhecemos é difícil de apagar e nem o implacável tempo poderá fazer: o seu amor. Descanse em paz... Com amor eterno, Fezinha!



25 de janeiro de 2014

A grande conclusão:



"A gente tem é que se amar muito, se respeitar muito pra chegar para o outro e dizer: 
se é isso que você me oferece, agradeço, mas recuso. 
Não quero esse pouco. 
Não quero essas partes. 
Não quero a sua metade. 
Vem inteiro, completo. Ou não vem. 
Ou nem te apresenta. 
Ou pega teus brinquedos e sai logo daqui."

24 de janeiro de 2014

Reverência ao destino: nada é fácil, tudo é difícil!


E eu não me canso de admirá-lo porque ele consegue traduzir em palavras coisas simples, que muitas vezes pela turbulência de sentimentos, não conseguimos expressar: o textinho é grande, mas vale a pena!


Reverência ao destino

Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem sua opinião.
Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente queremos dizer, o quanto queremos dizer, antes que a pessoa se vá.

Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias.
Difícil é encontrar e refletir sobre os seus erros, ou tentar fazer diferente algo que já fez muito errado.

Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir.
Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso.
E com confiança no que diz.

Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar sobre esta situação.
Difícil é vivenciar esta situação e saber o que fazer ou ter coragem pra fazer.

Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo o deixa irritado.
Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece, te respeita e te entende.
E é assim que perdemos pessoas especiais.

Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar.
Difícil é mentir para o nosso coração.

Fácil é ver o que queremos enxergar.
Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto.
Admitir que nos deixamos levar, mais uma vez, isso é difícil.

Fácil é dizer "oi" ou "como vai?"
Difícil é dizer "adeus", principalmente quando somos culpados pela partida de alguém de nossas vidas...

Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados.
Difícil é sentir a energia que é transmitida.
Aquela que toma conta do corpo como uma corrente elétrica quando tocamos a pessoa certa.

Fácil é querer ser amado.
Difícil é amar completamente só.
Amar de verdade, sem ter medo de viver, sem ter medo do depois. Amar e se entregar, e aprender a dar valor somente a quem te ama.

Fácil é ouvir a música que toca.
Difícil é ouvir a sua consciência, acenando o tempo todo, mostrando nossas escolhas erradas.

Fácil é ditar regras.
Difícil é seguí-las.
Ter a noção exata de nossas próprias vidas, ao invés de ter noção das vidas dos outros.

Fácil é perguntar o que deseja saber.
Difícil é estar preparado para escutar esta resposta ou querer entender a resposta.

Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade.
Difícil é sorrir com vontade de chorar ou chorar de rir, de alegria.

Fácil é dar um beijo.
Difícil é entregar a alma, sinceramente, por inteiro.

Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida.
Difícil é entender que pouquíssimas delas vão te aceitar como você é e te fazer feliz por inteiro.

Fácil é ocupar um lugar na caderneta telefônica.
Difícil é ocupar o coração de alguém, saber que se é realmente amado.

Fácil é sonhar todas as noites.
Difícil é lutar por um sonho.

Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata.


Salve Carlos Drummond de Andrade



22 de janeiro de 2014

Meninos não sabem... homens sabem!




"Meninos não sabem ceder. Homens sabem negociar as condições. Meninos brincam com sentimentos. Homens demonstram o que estão sentindo. Meninos com medo não agem. Homens encaram seus medos. Meninos são irresponsáveis. Homens assumem o compromisso. Meninos brincam. Homens tomam atitudes. Meninos são egocêntricos. Homens fazem aquilo que é útil para os outros. Meninos não sabem o que querem da vida. Homens têm claros os seus objetivos. Meninos querem se divertir as suas custas. Um homem quer ser feliz com você. A diferença entre um homem e um menino não está na idade, muito menos na quantidade de barba na sua cara. Está na atitude e no modo de agir. Homens e meninos podem sim fazer a mesma coisa, porém, de formas diferentes. Meninos acreditam que podem conseguir tudo com dinheiro. “Um homem, mesmo com a carteira cheia, sabe que o que realmente importa é o que se tem na cabeça." 


(Clarissa Corrêa)



17 de janeiro de 2014

"Face to Face"





O mundo virtual é muito atrativo, concordo. E com toda a tecnologia de hoje que possibilita uma inclusão maior no mundo online ficamos conectados 24h por dia. Mas a questão é que mesmo tendo por objetivo disseminar um novo tipo de comunicação ilimitada global e uma ampla interação interpessoal, acabamos fechados em nossos mundinhos e com isso, criamos muros em vez de pontes. Passamos horas a fio conversando nos bate-papos da vida, mas cara a cara, parece que falta assunto! Conhecemos pessoas de outros países, mas não sabemos o nome do nosso vizinho (a não ser que ele esteja no face rs). Não nos damos mais ao trabalho de fazer uso de outros modos de comunicação como o telefone, por exemplo. Ou uma linda carta! Ou aquele encontro rápido! Muitas vezes perde-se um tempo enorme interagindo com a vida existente dentro dessa mídia do que com a vida real. Cada vez mais novos, os jovens que aderem a esse mundo muitas vezes não conhecem o que está além dele. Já presenciei uma mesa com uns 20 adolescentes e TODOS eles conversavam entre si, pelo Whatsapp ou por post no Facebook. A única frase que saía da boca era: "- comenta lá". Vejo que muita gente às vezes está mais interessado em expôr o que se está fazendo do que aproveitar de fato o que se está fazendo. Eu adoro sites de relacionamentos, e faço muitas dessas coisas que citei acima, mas a questão é que apesar disso, o melhor relacionamento, na minha concepção, ainda é o "face to face".


8 de janeiro de 2014

Um novo EU!



"Insanidade é continuar fazendo sempre as mesmas coisas e esperar resultados diferentes"


Albert Einstein

Ano novo, vida nova! Já diz o velho ditado! (Prova de que nem tudo é tãaaaaooo novo assim) Mas o que de fato é novo com a chegada de um novo ano? O que de fato muda na passagem de um ano para o outro? Nos enchemos de esperanças e expectativas de novas oportunidades, grandes acontecimentos, dias melhores. Temos a chance de colocar os planos antigos em prática como emagrecer, parar de fumar/beber, ter filhos, um novo emprego, arranjar um namorado(a) para os(as) solteiros(as) ou casar para os comprometidos, fazer a viagem dos sonhos, comprar a própria casa ou carro próprios. Até as coisas menos grandiosas como ler um livro, plantar uma árvore, ir a um museu, fazer um novo corte de cabelo, fazer um trajeto diferente a cada dia, sair mais, começar uma atividade física, se estressar menos, fazer uma poupança, rir mais, acordar cedo, se deixar levar pela vida e blá blá blá e a lista do "esse ano eu vou" só faz crescer. E temos 12 meses para tentar realizar boa parte daquilo que almejamos ter ou fazer. E quando simplesmente não conseguimos alcançar o objetivo, nos frustramos. E no dia 31 de um ano qualquer, lá estamos nós, novamente fazendo as mesmas promessas (alguns as mesmas simpatias) e esperando os mesmo resultados. Há alguns anos, mais precisamente há uns 3 anos eu não faço mais promessas de ano novo. Ou melhor, faço sim, apenas 1: prometo não prometer nada, apenas viver. E sinceramente? Foi a melhor promessa que já pude fazer a mim mesma em anos! Porque ao longo de infinitas decepções percebi que primeiro, muitos acontecimentos em nossas vidas independem de nossa vontade. Estamos no controle com o timão na mão até um determinado momento. Depois, cada um chame do que quiser, destino, falta de sorte, inveja, macumba, praga de alguém, olho grande... MAKTUB! Se estava escrito na nossa linha de vida ou não todos os acontecimentos bons e ruins já não sei, só sei que o sucesso e o fracasso não dependem apenas de nossas vontades. Segundo, ter intenção de algo já é um bom primeiro passo. Mas só intenção não faz nada. Atitudes mudam alguma coisa! E atitudes sérias! Você pode montar um excelente plano para alcançar uma meta, mas enquanto não arregaçar as mangas de fato, colocar a mão na massa, a coisa não vai fluir. E é justamente quando vamos "mãos à obra" que percebemos que existe um grau de dificuldade para cada objetivo a ser alcançado. E o fator que mais vai contar é determinação. Muitas vezes, diante de contratempos, dificuldades, empecilhos, abrimos mão, jogamos a toalha, nos damos por vencidos. Tá certo, sou obrigada a concordar que insistir demais em algo que não acontece não é persistência e determinação, é burrice. Existe um tempo limite, estipulado para cada um de até quando insistir naquilo. Porque se nos esforçamos e fizemos tudo certinho acontece aí o tal direcionamento de que falei antes, coisas que estão além de nosso controle e até entendimento do porquê resolvem ser assim e de fato, é melhor pensarmos que se não é para acontecer, é melhor deixar pra lá. Ai, vem um terceiro e importante ponto que é muito fácil de confundir e gera uma grande chateação acompanhado de uma culpa que criamos sobre não sermos bons o bastante, já que não conseguimos tal coisa. Existe uma grande diferença, quase um abismo entre desistir, fracassar e perder. 1) não podemos perder aquilo que nunca tivemos. 2) fracassar faz parte do processo de aprendizagem, mas isso não quer dizer que sejamos um derrotado. Apenas a primeira tentativa não teve sucesso, por isso, existem outras chances. 3) desistir não é igual a ser um covarde. Pelo menos não se a desistência não for antes de tentar. Muitas vezes, saber a hora de desistir é em si a grande sabedoria. Pois não é fácil abrir mão. Não é fácil reconhecer que não dá. Não é fácil ter que achar e trilhar um outro caminho. Mas às vezes é na desistência que estão nossos maiores ganhos, é aonde de fato, podemos nos perceber e nos entender. Desistir é ter a compreensão de que a nossa escolha nem sempre cabe para nós. É que nem uma roupa que amamos demais na vitrine, mas não tem o nosso nº. E então, ampliamos nosso horizonte e vamos em busca de novas terras. Simples assim! #sqn. Muita gente até ter esse entendimento, bate cabeça com frustração, decepção, raiva, tristeza, há até quem entre em depressão pois não consegue enxergar que em todos os processos, o aprendizado maior está na caminhada e não na chegada. E que o sucesso pode estar no meio do processo e não no resultado final. Ok, concordo que ninguém fica feliz por não chegar lá, por ter que mudar o foco, por ter que desistir de um sonho de repente de anos. Mas isso não é algo que simplesmente se faz. É um aprendizado que vem com o tempo. Principalmente com as quedas! Aquelas quedas que não sabemos nem onde nos apoiar para levantar e por onde começar novamente a caminhar... são esses grandes tombos ou rasteiras da vida ou de alguém que nos ensinam mais do que as fáceis vitórias sem grandes batalhas. Ai, depois desses três primeiros passos, a pessoa junta todos os sonhos e desejos não realizados e despacha para o mar que nem oferenda horrorizada e traumatizada pelo não sucesso de suas tentativas. Só que, tudo bem, esses três primeiros passos são importantes, mas há um outro que a grande maioria se esquece e passa a colocar a culpa pelo "insucesso" em Deus e no mundo. Se a gente já tentou várias e várias vezes e sempre dá errado, nunca lhe ocorreu que pode ser a forma como fazemos que não nos permite chegar lá e não as adversidades? De que adianta ser tudo novo se as nossas atitudes são velhas? E geralmente são atitudes à toa (nem sempre) e que podem fazer uma grande diferença. De que adianta querer mais paz se por um motivo besta qualquer perde-se as estribeiras? De que adianta desejar ter mais $$ se gasta-se em qualquer esquina? De que adianta desejar um amor (vale pra quem já tem) se não se faz a manutenção necessária para o relacionamento florescer? De que adianta desejar prosperidade se tem-se atitudes mesquinhas? De que adianta cobrar consideração, se não devolvemos com a mesma moeda? De que adianta querer emagrecer se final de semana sempre rolam as "gordices"? De que adianta querer um emprego novo ou uma promoção se o atual leva-se "nas coxas"? De que adianta desejar um mundo melhor, mais tolerante, mais feliz, mais humilde e mais um tanto de coisas se é o oposto disso todos os dias. O mundo acaba por ser um espelho de nossas atitudes. E ele devolve para nós tudo que mandamos para ele. Não podemos querer um tipo x de sinal se mandamos y. E há muito a se fazer, pode crer! Porque é fácil apontar o que se tem que mudar para as coisas começarem a dar certo. Mas quando a mudança inclui a nós mesmos, passa a não ser tão fácil assim. Na maioria das vezes, temos que ir contra hábitos e costumes, cujo o qual nem sabíamos que tínhamos. Outras vezes teremos um confronto com nossos valores, outros com nossa índole, outros com nossa criação, outros com nossos pontos de vistas e por aí vai, fazendo concessões, testando, mudando, inovando até encontrar um modo ao qual possamos nos adequar. Não é da noite pro dia que a coisa acontece, é aos pouquinhos, um tico a cada dia, um tico a cada nova situação que surgir, um tico a cada nova oportunidade de sermos e fazermos diferente. E então, aí sim, quando mudamos nossa postura e nosso olhar pela vida e por nós mesmos, podemos sim planejar e agir que vamos chegar lá. E se não chegarmos, saberemos que obtivemos em algum momento da jornada algum conhecimento ou algo satisfatório que fará com que não tenha sido em vão. Tudo vale a pena, só que a gente só dá visibilidade para o sucesso. E outra, temos que parar de cobrar e de esperar demais dos outros. Devemos fazer mais a nossa parte. O resto, se tiver que vir, naturalmente virá. Sejamos o melhor que pudermos ser. E que estejamos de acordo com a nossa postura e as nossas atitudes. Quando estamos bem conosco é mais certo algo bom nos acontecer! Queremos uma vida saudável, então mãos à obra; queremos um emprego novo, então mãos à obra; queremos uma bela viagem, então mãos à obra; queremos mais amor, união, fraternidade, cumplicidade, compreensão, amizade e etc, então mãos à obra; queremos qualquer coisa diferente, então mãos à obra. Mas vamos agir com consciência de que precisamos mudarmos em alguns aspectos para a coisa acontecer. Sair agindo de qualquer modo ou ficar de bico porque não aconteceu não trará nada para a sua vida. O ano novo de fato só será diferente se você se dispuser a ser diferente. Pois oportunidades de acontecimentos acontecem a toda hora... 


Então é isso, se de fato queremos ano novo, vida nova, temos que ter não somente novas ideias e planos e objetivos, novas atitudes e novas posturas são essenciais! Não é que vamos fazer toda a diferença, isso sim! Nós é que somos o maior fator determinante de nossas vidas!





"Podemos trocar de trabalho, parceiro ou religião. Mas até que nos transformemos internamente, atrairemos as mesmas pessoas e circunstâncias." 

Yehuda Berg



6 de janeiro de 2014

“Somos queijo gorgonzola” (Maitê Proença)



"Estamos envelhecendo, estamos envelhecendo, estamos envelhecendo, só ouço isto. No táxi, no trânsito, no banco, só me chamam de senhora. E as amigas falam “estamos envelhecendo”, como quem diz “estamos apodrecendo”. Não estou achando envelhecer esse horror todo. Até agora. Mas a pressão é grande. Então, outro dia, divertidamente, fiz uma analogia. O queijo Gorgonzola é um queijo que a maioria das pessoas que eu conheço gosta. Gosta na salada, no pão, com vinho tinto, vinho branco, é um queijo delicioso, de sabor e aroma peculiares, uma invenção italiana, tem status de iguaria com seu sabor sofisticadíssimo, incomparável, vende aos quilos nos supermercados do Leblon, é caro e é podre. É um queijo contaminado por fungos, só fica bom depois que mofa. É um queijo podre de chique. Para ficar gostoso tem que estar no ponto certo da deterioração da matéria. O que me possibilita afirmar que não é pelo fato de estar envelhecendo ou apodrecendo ou mofando que devo ser desvalorizada. Saibam: vou envelhecer até o ponto certo, como o Gorgonzola. Se Deus quiser, morrerei no ponto G da deterioração da matéria. Estou me tornando uma iguaria. Com vinho tinto sou deliciosa. Aos 50 sou uma mulher para paladares sofisticados. Não sou mais um queijo Minas Frescal, não sou mais uma Ricota, não sou um queijo amarelo qualquer para um lanche sem compromisso. Não sou para qualquer um, nem para qualquer um dou bola, agora tenho status, sou um queijo Gorgonzola".



3 de janeiro de 2014

Chove e não molha...


Hoje eu resolvi sair de casa usando um guarda-chuva em pleno sol. Lá longe no céu se formavam algumas nuvenzinhas cinzas, coisa pouca, nada ameaçadoras, mas mesmo assim preferi não arriscar: já estou cansada desse teu chove e não molha. Você parece uma goteira de ar-condicionado, daquelas que a gente encontra no meio da rua e só percebe que encontrou quando sente um pingo gelado na cabeça: puff. Uma gota gelada no couro cabeludo, um pingo escroto no meio das costas, você leva um susto, disfarça pra ninguém perceber e continua o trajeto, não sem acrescentar uma bufada a mais no seu dia. Mas hoje não, hoje eu comprei um guarda-chuva e vou abri-lo assim que você ameaçar começar a pingar. Eu já não aguento mais você, que me atrapalha feito chuva-de-manga em cidadezinha do interior, fazendo todo mundo correr pra debaixo dos toldos, se abarrotar dentro das lotéricas e bancos, se estabanar, e depois de cinco minutos perceber que aquilo tudo só serviu pra abafar o clima (dentro e fora dos estabelecimentos) e que o úmido do asfalto já até evaporou. Assim é você, chega marcando estações e quando percebo já estou encalorada, misturando água e suor com a sua presença, que no fundo nunca mudou de verdade o rumo dos meus dias, mas causou um certo rebuliço. Quando percebo alguém me diz "lá vem a chuva!" e cá estou eu de novo suando as mãos com a sua presença forte e fraca. Casamento de viúva. Quando percebo estou com a minha mais bonita capa de chuva, esperando você escorregar feito chuva molhada pertiiinho do meu corpo mas não me molhar. Grande coisa uma capa de chuva, se ela me protege da chuva de fora, mas me molha do suor de dentro e é aí que entra o pior: você me molhando, mas não me chovendo. Já cansei dessa brincadeira de adulto saindo na chuva, se escondendo no toldo, na capa de chuva. Eu quero agora ser Gene Kely e, singin' in the rain, dançar nas suas gotas. Mas não dá. Eu já estou irritada com esse seu pingo gelado de ar, essa sua chuvinha fraca de manga, essas gotículas que enchem meu cabelo de frizz e me fazem suar em vão. Eu não. Eu quero é me molhar. Mas enquanto não dá, abro meu guarda-chuva, até lá, se você cair, a única coisa que vai poder lamber são os meus pés.

Fê Miceli