29 de setembro de 2012

Correndo pra vida...



Ela abriu os olhos de manhã, olhou para o relógio tentando se achar no tempo, ainda era muito cedo. Deitou e pensou: "que bom, hoje posso dormir até mais tarde!". Mas, nem sempre o que a gente quer o corpo consegue entender. Rolou para um lado, para o outro, ajeitou o travesseiro e deu mais uma cochiladinha. Não demorou muito, abriu os olhos novamente e olhou para o relógio achando que já tinha se passado um bom tempo. 10 min. Inacreditável! O único dia em que ela poderia dormir até mais tarde, resolve ser atacada pela insônia, a falta de sono matinal que acaba tomando conta do corpo acostumado com horários regulares. Foi ao banheiro e sentiu o friozinho da manhã ainda bem forte. Pensou em voltar para a cama, se enfiar debaixo das cobertas e assistir televisão como num sossegado sábado que não tinha há muito tempo. Sem ter nada para pensar, sem ter nada para fazer a não ser o compromisso com ela mesma de relaxar ao máximo sua mente e seu corpo.

Mas o diacho da inquietude tomava conta do corpo dela também. Como se não bastasse perder o sono, não sentia mais vontade nenhuma de permanecer enroladinha na sua cama quentinha e aconchegante. "Pombas, pensou ela, o que será que acontece?"

Levantou-se e abriu a porta do quarto que dava para a varanda. A serração matutina ainda pairava no ar e dez cm ela esfregasse as mãos umas nas outras levando ao rosto, na tentativa de proteger o nariz do frio. Abraçou-se e apertou ainda mais o casaco contra o corpo e se debruçou na bancada. Poucas pessoas andavam pelas ruas, algumas com jornal debaixo do braço, outras com sacolas de pão e mercado, outras com criança, outras com cachorro e a maioria com tudo junto. Olhou para o aglomerados de apartamentos no prédio à sua frente e constatou poucas janelas abertas, lu acesa e sinal de vida acordada na terra. Pensou em voz alta: 'também, quem é louco que perde uma oportunidade dessas num dia como o de hoje?" O sol começava a dar sinal de vida, meio tímido, meio sonolento, mas indicava que iria dar as caras. Espreguiçou-se, alongou-se como de costume e entrou para o quarto tentando organizar o pensamento lento pela hora para o que iria fazer em seguida.

Lavou o rosto com a água gelada, cortante! Escovou os dente. penteou e prendeu os cabelos cuidadosamente, conferindo o comprimento e satisfeita com a praticidade dele adquirida depois de alguns tratamentos. retornou ao quarto, olhou a cama por fazer e a deixou lá assim. Fazer cama não era seu forte, e nunca seria Gostava da ideia dela estar pronta para quando ela tivesse vontade e tempo de deitar. Pegou qualquer roupa no armário sem questionar combinação entre elas se dirigiu ao restante da casa.

Andou, rodou, admirou. Aproveitou aquele silêncio da manhã que não iria durar muito para imaginar como os cômodos ficariam depois de decorados. A casa estava terminando de ser construída, junto com um casamento, junto com sonhos e expectativas. Não via a hora de ver tudo pronto, arrumado, do jeitinho que imaginou, embora soubesse que demoraria um pouco para terminar a tal da decoração. Tudo ao seu tempo repetia ela para si mesma em pensamento, mas desejando que fosse ao contrário e que pudesse realizar tudo na maior rapidez, como a sede de agora que ela continha. Ficou vagando pela casa como se estivesse num território desconhecido e perdida. De repente, ela já não sabia mais o que fazer... Uma sensação tomava conta dela, uma ânsia, uma necessidade de inovar, de fazer alguma coisa, pra ontem, já! Mas não sabia ao certo o que. Tinha em sim um sentimento de que uma boa etapa de objetivos tinha sido concluída com sucesso, além de muito esforço e sacrifício.Mas tinha vontade de mais... Orgulhou-se da sua jornada quando olhava para trás e sentia-se num momento satisfeita consigo mesma. Realizada em partes. Algumas coisas ela ainda gostaria de melhorar, modificar, Mas, quem não quer, não é? Ninguém está 100% satisfeitos com as coisas que tem, com o que é, com o que faz. E essa necessidades de mudanças, de novas metas é que nos motiva. Imagina se nos contentássemos a cada fase concluída e não tivéssemos mais expectativas? Mas, agora que passara a turbulência de preparativos e organização do casamento e a pior parte da obra da casa, sentia uma vazio como se tivesse ficado órfã. Precisava de outra coisa para colocar no lugar e ocupar seu tempo. Algo que fosse mais que uma ocupação, que tivesse um significado de importância maior do que apenas passar o tempo. E isso tudo ela pesou de pé, no meio de uma sala semi vazia. Voltando de seu devaneio, avaliou melhor sua roupa e concluiu que não dava para sair assim, rs... Voltou ao quarto, trocou de roupa, pegou seu cel e fone de ouvido e resolveu ir dar uma volta para exercitar o físico e dar asas à sua mente. Gostava de pensar embalada por canções. Voava, imaginava, pensava e achava soluções para seus problemas. Ou se permitia surtar e fazer coisas inimagináveis, sabendo que estava segura presa dentro da sua imaginação com trilha sonora seleta. Corria para a vida, corria pro mundo, corria de braços abertos para novas oportunidades que almejava ter. Corria e abria a mente e o coração na procura de encontrar novos objetivos na vida, traçar novas metas. Corria para fujir da mesmice, do sedentarismo, da conformidade e do que não podia ser mudado. Corria para entrar em uma nova vida e sair da parte da sua que não a agradava muito... Entre passadas rápidas e lentas, parando um pouco para pegar fôlego, foi sumindo entre a neblina que ainda não tinha dissipado e um raio de sol ou outro que cortava a fumaça... sem hora para voltar, sem obrigações e cumprir, apenas deixou a música, seus pés e sua vontade a levarem... Sentiu-se liberta e poderosa, realizada e feliz!


28 de setembro de 2012

Tem que ser você


"Um dia seus pés vão me levar
Onde as minhas mãos não podem chegar
Me leva onde você for
Estarei muito só sem o seu amor
Agora é a hora de dizer
Que hoje eu te amo
Não vou negar
Que outra pessoa não servirá
Tem que ser você
Sem por que, sem pra que
Tem que ser você
Sem ser necessário entender"


27 de setembro de 2012

Preste atenção...



“No final, não são os anos de sua vida que contam, mas a vida nos seus anos. ” 

(Abraham Lincoln).



25 de setembro de 2012

No amor, na guerra e na relação de pais e filhos vale tudo!


"Crianças começam amando os pais. Ao crescerem, julgam-os. E às vezes os perdoam".

Oscar Wilde



Nas minhas zapeadas pela net, lendo aqui e acolá, me deparei com essa frase que muito me tocou, pela verdade contida nela. Não é uma regra, mas é o que acontece de fato muitas vezes. Acho que nem mesmo as relações amorosas são tão complexas e intensas do que relação de pais e filhos. Como eu já havia dito anteriormente, criar filhos não tem receita e os pais têm que confiar no seu instinto. Muitas vezes vão errar, mas no intuito de acertar. Na hora e no momento é a decisão certa, mesmo que o método não seja o mais adequado. E é o natural da vida, erros e acertos. Mas isso é coisa que os filhos são vão saber compreender no auge de suas maturidades e os pais são vão saber reconhecer depois dos filhos criados. 

Às vezes, até chegar esse momento e essa conclusão muita água passa por debaixo da ponte. Relações conflituosas, de abuso de autoridade, desrespeito, incompreensão, falta de aceitação. É muito tenso. Principalmente quando cada qual tem sua razão, seus princípios, seus valores e tentam defender com unhas e dentes. São insolúveis, não recuam um dedo quando querem convencer, ficam cegos como donos da verdade. Tanto pais como filhos. A facilidade é que na infância os pais são vistos como estrelas guias, como os únicos em quem confiamos, os únicos que sabem de fato o que é certo. São nosso alicerce, nosso porto-seguro, nosso espelho, nossa primeira identidade enquanto pessoas.

Mas com o passar do tempo, na adolescência, entramos em conflito muitas vezes com nossos pais porque recebemos informações de todos os cantos que nos cercam, e não somente deles. Temos várias influências, algumas boas, outras ruins, umas certas, outras erradas. O fato é que os pais se ressentem de não serem mais os maiorais. E temem pelas escolhas dos filhos, que julgam despreparados para as armadilhas e provações da vida, não estando seguros e não acreditando na educação que deram a eles ao longo dos anos, nos ensinamentos e na capacidade de escolhas e discernimento. É compreensível o medo dos pais, mas não é aceitável impor o que eles acham certos à nós, filhos, que já temos capacidade de pensar, compreender, gostar, aceitar e até mesmo quebrar a cara, errar. Já temos a personalidade formada. Muita coisa nos foi passada em casa, no ceio da família, mas as demais, vem das mídias, dos amigos, da escola e do mundo, da vida. Da troca e da relação com outras pessoas. Nessa fase, tirando quando há extrapolações, é aceitável esse embate onde cada lado quer impor seu ponto de vista e o que é melhor. Sendo que alguns pais passam do limite tolerável de respeitar as convicções, crenças, pensamentos e sentimentos dos filhos. Passam por cima de tudo, ignoram totalmente, ficam cegos de certezas e valores e se esquecem que embora sejam filhos, não são eles. Dai a revolta, as brigas sem volta, laços cortados, relações que não fluem. Todo mundo já ouviu um colega dizer que não tem um bom relacionamento com o pai ou mãe. Ou porque são exagerados, super protetores e mandões, ditam verdades. Outros porque são displicentes, não dão atenção o suficiente, tem comportamento que os filhos reprovam e na maioria das vezes cobram coisas que não fazem. E mais uma vez hoje, com meus 29 anos, prestes a ser mãe a qualquer momento, ainda sim digo que nunca nem pais nem filhos vão corresponder 100% as expectativas geradas em torno de atitudes, de afeto, de ensinamentos. Algumas vezes esses erros tornam-se marcas para o resto da vida, que viram mágoas e que viram grandes muros em vez de pontes.


Por isso, na maturidade, às vezes é difícil esquecer ou tentar entender coisas que foram ditas e feitas lá atrás, mesmo que sem o intuito. Agora, não cabe mais ao filhos provarem que são competentes e podem controlar e decidir suas próprias vidas. Cabe aos pais esperar por uma absolvição, uma compreensão, uma esperança que depois da chegada dos netos, as ações sejam melhores entendidas, de mãe para mãe, de pai para pai. Quantas vezes ouvimos ao longo da vida:"quando você for mãe, você vai ver, vai fazer a mesmo coisa, vai ser exatamente assim!". Muitas vezes o excesso de cuidados e de zelo se repete, alguns vícios de criação e educação também, pois as pessoas acabam repetindo o que vivenciam. Mas não é uma regra. Podem ser completamente mais mente aberta, ter diálogo mais fácil, serem mais maleáveis, fáceis de serem dissuadidos. Eu, particularmente acho que existe sempre um meio termo dentro de cada um. Como um parâmetro. Que exemplos devo seguir e os que devo ignorar. Seria fácil se todos fossem bem resolvidos assim, mas tem gente que não é. Reprovam sua criação, mas acabam criando os filhos da mesma maneira. Outros, surpreendem. Porque na verdade, a gente nunca sabe o que vai acontecer, o que é o certo. O que é certo pra mim pode não ser para outros. A escola, lugar onde dá-se a segunda educação da criança e o contatos com outras culturas e realidades diferentes é um ótimo lugar para isso. As próprias mães no portão da escola reprovam e aprovam atitudes umas das outras como se cada uma fosse a dona da verdade. Opa, olha o bom senso, minha gente! Nem sempre o que funciona na minha casa vai funcionar na casa do meu vizinho e vice e versa. E nem a grama dele é mais verde do que a minha, como os filhos em idade um pouquinho mais avançada adoram achar. Que os pais dos coleguinhas são o máximos e os dele um saco. Lá pode tudo e na em casa não pode nada. Lá os pais são passivos e conversam e na sua casa são só ordens. Mas você não vive na casa do fulaninho a semana toda 24h por dia. Pode ser que lá aconteçam as mesmas coisas que na sua casa. A diferença pode ser a forma de cobrar, de impor, de colocar as coisas.

Sei lá, falo, falo, falo e sempre tenho a certeza que ainda há muito assunto, muitos ramos dentro de um mesmo assunto para serem abordado sobre esse tema. Poderia escrever páginas e mais páginas. mas a conclusão, para não me estender mais é que a frase tem grande impacto porque a sociedade supervaloriza o reconhecimento aos pais. Mas se esquecem que sendo eles humanos e falhos, podem ser reprovados pelos filhos. O que seria normal. Mas em uma sociedade engessada por padrões, com moldes de família e cercada de falso moralismo não poderíamos esperar mais nada do que achar essa frase a mais descabida possível. Hoje em dia, ainda bem que essa 'realidade' vem mudando um pouco, já que a faixa etária entre pais e filhos estão mais próximas. Se é certo ou errado ter filhos cedo demais não vem ao caso, mas as mentes se parecem e caminham juntas acompanhando a evolução do mundo, da tecnologia, de pensamento, de atitudes e fica mais fácil o diálogo, mais leve a relação. O que também não é uma regra, visto que na minha casa várias gerações da família se entrosavam super bem e não existia esse conflito de gerações. Aprendemos a conviver com a constante transformação do mundo e conservar o passado. Não é tarefa fácil, mas com pouco de esforço é possível!

Cada filho que nasce é uma página em branco a ser escrita. Pode ser o 10° de uma família, mas nenhum é igual ao outro. Cada um vai ser único em sua maneira de pensar, de se comportar, de agir no mundo, de deixar sua marca, a sua personalidade. Cabe aos pais educar mas também respeitar. Saber dar espaço para  o filho, sem ser invasivo, autoritário. Cabe aos filhos ter limites com os pais também. Não confundir amizade com autoridade! Por mais amigos que sejam ainda são pais e devemos obediência sim, satisfação sim, pelo menos enquanto vivermos às custas dele. E cabe às famílias, de um modo geral, estimular mais o diálogo, a paciência, a educação baseada em exemplos e não meras palavras. O mais certo é que cria-se os filhos para o mundo e não para os pais. Eles vão passar por mil provações. Estejam ao lado, mas não andem com as pernas deles e nem façam por eles o que eles tem que aprender a fazer, que é se virar. A maior prova de amor é mostrar aos filhos que estarão sempre ali caso eles fracassem, tenham medo, dúvidas. Mas estimule-os a crescerem com as próprias convicções e tombos. Sejam os pais que vocês gostariam de ser ou ter e não os pais que seus pais foram, ou os pais que dizem que 'tem que ser'. Ser pai e mãe não é ter que provar que é suficiente, que é bom, que é certo, que dá conta, que é perfeito, que é maravilhoso, que é sábio... nada disso. Ser pai é mãe é amar, ser presente, zelar, cuidar, educar, apoiar na medida certa. Sem exageros! Sem faltas! É um dos únicos papéis na vida que não pode-se dar o luxo de errar, voltar e tentar de novo. É fazer da melhor maneira possível, acreditando em si e na sua capacidade. Porque a maioria das coisas que vai acontecer com os filhos, não depende da criação dos pais, ou independem da vontade deles. Eles fizeram a iniciação dos filhos no mundo, mas o terminar da história deles, eles é que vão escrever! Então relaxe... não encare como uma árdua tarefa, de uma responsabilidade com o peso do mundo. A relação de cumplicidade, de harmonia trata de ajeitar as coisas e de fazer com que os filhos de um modo ou de outro sempre queiram os pais por perto, fazendo-os participar sempre de suas vidas. 

Volto a dizer: é a relação mais tensa, conflituosa, intensa e misteriosa do mundo. Mas é inexplicável mesmo assim o amor de pais e filhos. Admirável como apesar de tudo, há reconhecimento, admiração e agradecimento e amor. É uma relação mágica, que ninguém explica ou entende com a perfeição que ela merece. Ela apenas... é!




Lembre-se amor

"Eu não posso me esquecer de lembrá-la,
de que se lembre de não esquecer 
que eu me lembro de que não a esqueci!"






Obrigada Ju por me dizer isso todos os dias! ♥

24 de setembro de 2012

Ah, o amor...



 O amor contagia, o amor envolve, cresce a cada sorriso dado, ele surge a distâncias, ele move montes, faz transbordar todos os sentimentos juntos é uma sensação quase indescritível para alguns, para mim o amor é sempre o mais longe onde podemos chegar, independentemente de quem seja, de que cor seja, isso não é nada em comparação com o verdadeiro sentido da palavra amar. 

Ps: é o melhor da vida quando verdadeiro. 



21 de setembro de 2012

O peso da responsabilidade!



À noite, na falta de bons programas para assistir, fico vendo o canal Discovery Home & Health. Neles são retratados programas baseados em fatos reais, no cotidiano das pessoas, de famílias. É abordado frequentemente a questão do relacionamento, do bem estar e saúde. São assuntos aparentemente distintos, a única conexão que vejo entre eles é o peso da responsabilidade de fazer direito. Não se permitir errar, ser perfeito. Grande parte dos problemas expostos nesses programas, principalmente os de relacionamento é a grande dificuldade de enfrentar problemas ou momentos difíceis. E não se trata de boa vontade ou não enxergar aonde está o problema. Quer dizer, algumas vezes até é, mas na maioria é falta de despreparo mesmo, emocional. Falta de organização pessoal. Falta de racionalidade para enxergar prioridades. Falta de foco para persistir em alguma coisa ou bom senso para desistir ou mudar o rumo das coisas. O que acontece é que ninguém está totalmente preparado para enfrentar os desafios da vida. Ninguém está totalmente certo do que vem pela frente. Não existe uma escola ou ninguém que nos ensine a fórmula para fazer dar certo. Na prática, a coisa dobra de proporção do que na teoria e ninguém nos diz o quanto isso é difícil, o como é complicado lidar com certas coisas e situações e, principalmente, o quanto é difícil abrir mão de algumas coisas, principalmente de nós em prol do outro.

Para exemplificar, um caso típico de uma família tradicional com filhos e alguns problemas estruturais. Um culpa o outro, culpa os filhos, culpa o tempo, o dinheiro, a vida, os problemas que nunca deixam de acontecer, o trabalho... mas o fato é que essas pessoas não se prepararam para enfrentar algumas etapas na vida. Simplesmente, porque não há uma preparação específica. Mães e pais se penitenciam quase que diariamente com a obrigação de acertar na educação e criação dos filhos. Na percepção do que é melhor, o que funciona e a responsabilidade de guiar e construir valores em um ser. Aliado a isso, ainda vem os demais da vida que não se pode deixar para trás: trabalho, serviço da casa, a rotina, o tempo que é corrido, família, amigos, compromissos sociais, saúde. Administrar tudo junto não é moleza e principalmente não é qualquer um que tira de letra. A maioria apanha para aprender! Casais sem filhos também podem passar por essa situação. Casamento é muito diferente de namoro, é uma união de noite e dia, onde temos que aprender a abrir mão e ceder, aceitar e entender, que não dá pra ficar brigando toda hora e que os defeitos tomam proporções bem maiores e alguns já não são tão fofos assim quando temos que lidar de perto e diariamente. É um aprendizado constante e muitos casais se sentem cansados, sentem um peso nos ombros com a obrigação de fazer dar certo e não ter a responsabilidade caso não dê. Não existem regras onde cada caso é um caso. Cada família verá que funciona adotar certas técnicas de educação e outras não. Certos casais vão conseguir se encontrar mais fácil na convivência e intimidade e outros não.

Na verdade não é complicado, mas as pessoas não estão preparadas para passar por processos em busca de um resultado final. Elas já querem o final feliz, sem trabalho. Nem em contos de fadas, né? Vários filmes retratam esse cotidiano e o que me vem a cabeça agora é "Marley e eu". Onde, em determinado momento do casamento, tendo que conciliar a maternidade/paternidade (indesejada) com a profissão, com o cuidar da casa e mais com as frustrações de mudanças de rumo da vida fazem o casal surtar. A cena é até um pouco cômica, porque a culpa vai parar totalmente no cachorro. Ou seja, o casal fez todas as escolhas erradas e a culpa sobra para o cachorro que latiu na hora errada, acordou o bebê que começou a chorar e que já estressou ainda mais a mãe estressada que estava cansada e sem dormir, tinha que cuidar dos outros filhos, trabalhar e gerenciar o lar. Já recebia o marido cansado das mesmas reclamações, frustrado sem o emprego ideal, sem perspectivas e que desconta na 1ª pessoa que vê na frente sua raiva: a mulher ou os filhos. A carga emocional era tanta que a relação do casal começou a ficar abalada à beira da separação. Num momento onde precisavam de união, a desunião e a procura em quem jogar a culpa era tudo que restava. Ninguém quer se responsabilizar pelas decisões, pelos atos, pelo errado. O que todo mundo quer é jogar nas costas do outro a responsabilidade de nos fazer felizes, pois caso isso não aconteça, já sabemos aonde jogar a culpa.

Gente, o princípio fundamental é: ser sincero com você, com sua vida e com suas vontades. Se nós não nos realizarmos, não haverá acontecimentos que nos satisfaçam. E insatisfeitos, não conseguiremos ter leveza e sentir prazer na vida que estamos tendo. Se o casal ou a mulher não quer filhos, então conversem sobre isso e se previnam. Casem os objetivos. Porque uma gravidez indesejada só vai piorar a situação com pais despreparados. Se um casal não tem certeza se quer ficar junto de fato, não espere casar ou juntar as escovas para concluir que não era bem isso que queria. Se você tem um sonho e acredita nele, lute e vá até o final ates de abrir mão e passar para uma próxima etapa na sua vida para não se frustrar. Se você quer curtir a vida e não cuidar de uma casa, família, espere o seu tempo. Pois acredite, as preferências, os gostos, as certezas e as vontades mudam de acordo com o passar dos anos e com as situações vividas. Ninguém é obrigado a assumir uma situação e levá-la como se fosse um fardo. Preparado ninguém nunca está. A questão é que a grande maioria se vê enredado numa situação que não queria e obrigado a se virar nela, sem querer. Ai, a dificuldade das coisas triplica.

Nas madrugas da vida, fico nessa reflexão. O medo de arriscar e incerteza todo mundo tem, seja para começar um namoro, morar debaixo do mesmo teto, resolver ter filhos, morar sozinho, mudar de cidade, arrumar um novo emprego... sempre tem uma situação nova que nos deixa com a pulga atrás da orelha. A chave é, se queremos entrar de cabeça em alguma dessas situações  ou outras vamos nos esforçar para achar o caminho do sucesso. Agora quando é contra a nossa vontade a negativa vai ser eterna. Muita gente se deixar levar sem bater o pé firme em seus propósitos e depois, dependendo das escolhas, não tem volta.

É... crescer dá muito trabalho. Não se tem certeza de nada, não se tem manual, não se tem garantia, não se tem a fórmula certa. É tentar, é arriscar. É tirar suas próprias conclusões do que funciona ou não. Mas sem neuroses. Não se obrigue acertar sempre. Errar é permitido. Não adianta surtar quando a coisa fica feia. Isso não vai resolver o problema e você ainda vai ter outro: o que você mesmo está criando com as suas atitudes. Hoje em dia eu vejo muita gente desistir muito fácil, cansar muito fácil, virar as costas muito fácil. São tantas as opções de vida e caminhos a seguir que a pessoa fica pulando de galho em galho que nem macaco e nunca consegue se conhecer o suficiente para acertar nas suas decisões. Óbvio que ninguém é obrigado a persistir num erro ou continuar insatisfeito, seja com emprego, casamento, família, amigos, com uma vida que não planejou. Ou até planejou mas não saiu como o esperado. Mas antes de sair por aí enfiando ainda mais os pés pelas mãos, se permita se conhecer, se permita se entender. Errar é permitido, voltar atrás também. Só não dá pra fazer disso um hábito e com isso não chegar a lugar nenhum! A única coisa que a vida te obriga é a se posicionar. Agora como se posicionar, cabe a você.

Pense em tudo isso como se fosse uma dieta. Aquela bendita que você nunca consegue levar até o final e vive burlando com lanchinhos na madrugada, saindo do regime no final de semana e prometendo compensar de segunda a sexta. O único prejudicado somos nós mesmos, que cada vez mais, com essas atitudes, nos distanciamos do nosso objetivo. O boicote vai cair na nossa própria conta. E não adianta colocar a culpa na sua melhor amiga que sabia que você estava de dieta e te chamou para um barzinho cheio de petiscos e bebidas ou no seu namorado que te presenteou com uma caixa de bombons. Ou no chefe que te encheu de trabalho e você teve que comer um fast food. Sem esforço e força de vontade não vamos a lugar nenhum. A tentação pode estar na nossa frente, mas ninguém nos obrigou a esquecer nossos princípios e comer. Nós tomamos essa decisão! Então, se em vez de perder quilos, ganhar mais, vamos nos responsabilizar por isso. Algumas pessoas comem muito e nunca engordam, outras comem pouco e engordam horrores. Assim é a vida, generosa com uns e impiedosa com outros. Algumas pessoas saberão se virar com facilidade, outras nadam em círculos dentro de uma piscina a vida toda. Mas, independente das atitudes e decisões tomadas, os únicos responsáveis pelas nossas vidas, somos nós!



O verdadeiro desapego

"E depois de um tempo eu entendi que esquecer não significava ignorar uma chamada no telefone. Nem evitar reencontros casuais. Eu descobri que quando você esquece, atende o telefone e sua voz não falha. Que reencontros casuais não fazem mais as pernas tremerem. Eu descobri que o lado mais triste do amor é não sentir mais nada..."



18 de setembro de 2012



Domingo, eu e a turma do sapateado resolvemos assistir ao espetáculo do Steven Harper, o mestre dos mestres. Tive a grande oportunidade de ser aluna dele por uns meses na Débora Colker quando trabalhava na Glória. E foi com ele que aprendi a verdadeira técnica do sapateado. A primeira lição que ele nos deu foi: "o som vem dos pés, mas é o corpo quem dança". A 1ª impressão é uma frase estranha, mas na prática acabamos contatando exatamente isso. A maioria dos sapateadores apenas repete movimentos e emite sons dos pés, mas se esquecem de dançar. Ficam parecendo marionetes ou bonecos de Olinda. Sapateado é irreverente, descontraído, livre de regras e normas a não ser, fazer barulho - no bom sentido!

Lá, os bailarinos tiravam até som do silêncio. Som das vontades próprias. E muda de ritmo e muda o batuque e muda a pisada. Tudo muda o tempo todo e nos faz crer que é possível, nas mínimas do dia-a-dia, sapatear. Todos os espectadores saíram de lá com a impressão que sapatear é fácil e acredito que muito se matriculariam na primeira academia que visse pela frente. Mas sapatear não é fácil. É uma arte. Exige muita técnica, coordenação e ritmo. Além disso exige preparo físico para executar sequências lindas porém trabalhosas. Tem que ser preciso. Uma batida fora de hora pode estragar todo o grupo. Tem que ser dançado, como já falei anteriormente. Só que a preocupação com o pé é tanta que quem paga é o resto do corpo. Tem que ser vivido, pois é uma dança mista mas livre. A musicalidade vem da alma. Sinta o sapateado como nos grande musicais da Broadway. Dance na chuva, no quarto, na rua. Acorde dançando, durma dançando, viva dançando; pois é vital existir dança nas veias e nos pés como se não houvesse amanhã. Ficamos boquiabertos do início ao fim até porque o grupo é de tirar o fôlego. As mais difíceis sequências eram executadas por eles e tidas por nós como as mais fáceis do mundo. Incansavelmente, de diversas formas, ouvia-se som dos pés e do corpo. O corpo até parecia exausto, mas a alma, leve e soberana. Alguns instrumentos musicais e objetos ajudavam a compor a cena e a dar um up a mais. Passavam a contracenar com os bailarinos até se tornarem um só. 

Vimos vários passos dados em aula e como devem ser realizados de fato. Alguns nos eram muito familiares. Outros não tínhamos tanta intimidade assim, rs. Saímos de lá encantados e com vontade de fazer mais. Sou suspeita, porque o sapateado é a dança onde eu mais me encontro, é a que eu mais gosto, a que eu mais tenho facilidade de dançar por poder compor meu próprio personagem. Tenho liberdade para criar movimentos de corpo. Tenho liberdade para me expressar.

Fui pra casa mais leve e sapeando pelas ruas, lógico. Meu consolo é que não fui a única! kkkkkkkkk...
Sapateado contagia e a loucura também



13 de setembro de 2012

Tudo que eu quero...


"Uns querem um final feliz. 

Eu só quero a parte do feliz, do final eu não quero nem saber."



AMIGAS: essencial na vida!

Porque com vcs tudo fica mais divertido, mais leve, fácil de suportar!
Porque sem vcs o dia fica chato, cinza e sem brilho
Porque com vcs a gente ri da própria desgraça
Porque sem vcs tudo é uma desgraça!
Porque com vcs a gente sempre acredita que dará certo
Porque sem vcs a gente duvida, sempre!
Porque com vcs a gente sabe que pode cair e terá ajuda para levantar
Porque sem vcs a queda é certa e a cicatrização nunca virá!
Porque com vcs a vida é uma festa
Porque sem vcs a vida é uma merda!
Porque com vcs a gente dança o tempo tudo
Porque sem vcs não há música imaginária
Porque com vcs a gente fala merda o tempo todo
Porque sem vcs os outros falam merda o tempo todo!
Porque com vcs somos quem queremos ser
Porque sem vcs, somos julgados, analisados e mal-interpretadas!
Porque com vcs tudo é possível
Porque sem vcs tudo é impossível!

Porque tantos porquês?
Porque agora que me acostumei com vcs em minha vida, não sei mais como ela era sem esses lindos sorriso, abraços confortantes e olhares de cumplicidade!

Amo muito!



11 de setembro de 2012

08/09/2012: Enfim... nós!


E 3 anos se passaram que a gente se conheceu, dois anos de idealização do casamento, 1 ano e meio de mão na massa para esse grande dia acontecer... E, quando finalmente ele chega, depois da agitação e da correria dos preparativos, fica um grande vazio, rs. Parece que fiquei sem um objetivo, rs. Passou muito rápido! E nem de longe ele é do jeito que imaginamos... é melhor! Tudo que idealizamos como um dia seria, acontece de maneira tão repentina, nem dá tempo de assimilar às vezes. Literalmente, é o momento. 1 segundo errado e já era. O que passamos meses esperando acontecer, aconteceu ou não aconteceu e já foi! rs.

Bom, grande parte do que eu gostaria que acontecesse, de fato aconteceu! Alguma coisa do que ensaiamos para acontecer não aconteceu. Fica um tempo aquele gostinho de frustração e a procura em quem ou onde colocar a culpa. Mas não adianta... já foi! E, passada a rápida e desastrosa cerimônia (acho que só eu achei nessa proporção, poque tirando a língua do padre muita gente gostou até do beijo esquecido) era hora de se concentrar na festa! E lá, foi tudo perfeito!

Não estava tão esfuziante como imaginei, mas não menos feliz ou deixando de curtir e aproveitar a noite. Na verdade, não sabia que ser noiva no seu próprio casamento era difícil, rs. Somos o centro das atenções, e querendo ou não, por mais delegadas que sejam as funções, todos se reportam à nós. Além de todas as atenções se concentrarem na gente! A gente acha que consegue se safar fácil e se virar numa boa, mas nem sempre depende apenas da nossa boa vontade. Fui agarrada, beijada e abraçada mais que celebridade. Não posso reclamar que não tive meus 15 min de fama na vida hahahaha... É uma coisa de louco! Todo mundo que sempre te viu age como se não te visse há 10 anos. A felicidade da galera é tanta que chega a sufocar. Muitas vezes fui impedida de chegar ao meu trajeto ou fazer o que ia fazer para conversar, tirar fotos (mais), receber votos de felicidades 1000 e 1.000.000 de elogios(a parte boa). Você pode estar acabada que ninguém terá coragem de chegar para a noiva na festa de seu casamento e dizer isso, rs. No creio que tenha sido totalmente o meu caso, hahaha. Só em partes! As pessoas e tocam como se para comprovar que você é de verdade! Passam a mão no vestido para sentir que é real, rs. A magia da noite é apenas por conta do clima e da emoção. Não sou um conto de fadas e nem sai de um!

De princesa mesmo só o meu dia, onde todas as atenções foram voltadas para mim na hora da arrumação. Cabelo, maquiagem unhas, tudo tinha que estar impecável. E a impressão que eu tinha era que caso não gostasse de algo, faríamos tudo de novo! Fui clicada, filmada de vários ângulos como pop star em ensaio para uma revista! Meu momento estrela foi melhor do que imaginei!

Dancei, ri, bebi, comi (+ ou -), fotografei, dancei, sentei, fiquei descalça, conversei coisas que nem me lembro, revi gente que há tempos não via, dancei de novo. Abracei, beijei, sorri, bebi mais um pouco. Sorri de novo e de novo e de novo! E dancei até meus pés doerem e meu joelho pedirem arrego! Aproveitei e curti como nunca. Do MEU jeito e não do jeito que as pessoas acham que deve ser uma noite bem aproveitada. Cada tem seu modelo de diversão. Diversão naquela noite para mim foi apenas me sentir querida e com boas energias envolta por amigos e familiares que me queriam bem. Diversão para mim foi a cerimônia ter se realizado. A festa estar acontecendo, e ver as pessoas se divertirem. Diversão foi ter no peito a sensação de missão cumprida, mesmo querendo voltar no tempo e consertar algumas coisitas que não dependeram de mim. Mas enfim...

Entrei na igreja de cabeça erguida e não chorei quando achei que me debulharia em lágrimas. É tenso todo mundo te olhando, te fotografando, te analisando, rs. Mais tenso ainda quando você percebe que um deslize é o bastante para estragar o roteiro,rs. Mas, acho que no geral, os convidados gostaram do que viram e muito mais do que x ou y ser perfeito e concorrer a capa da revista noivas é terem a noção de que estão participando de um momento especial. Independente de certo ou errado, tradicional ou não, agradando ou não, para o casal é único.Estava calma e fui cama até o fim! Mas a emoção de olhar nos olhos, de sentir no ambiente o clima, de estar passando por uma situação que não mais imaginaremos como vai ser... não dá pra descrever. Eu mesma me assustei com a minha reação. Me emocionei (sem chorar) com tudo que acontecia ao meu redor. Não imaginava que pudesse sentir esse turbilhão de sentimentos depois de já experimentar a degustação da vida de casada. Não há expectativas, não há mais surpresas, não há mais o não saber o que vai acontecer ou como vai ser. Mesmo assim, o gosto é diferente! Na prática, nada mudou! Mas a sensação de estar formalmente casada é bom demais! É como se fosse a comprovação do nosso amor e da nossa união! Coisa já sabida por nós e pelos demais! Mas agora é de papel passado. Ganha mais credibilidade, sei lá! Algo do gênero.

Ainda estou assimilando a noite e me adaptando com os sentimentos que ela me proporcionou. Não quero voltar no tempo, repetir e fazer diferente ou igual. Quero de fato ficar com tudo que aconteceu! Hoje não há mais planos, virou lembrança, fotos, recordações. Ainda vai ser lembrado por um tempo e depois muita coisa vai se perder, ser esquecida, largada de mão. Acho que a única coisa que vai permanecer é a emoção que eu lembrar desse dia.

E agora sim, oficialmente: Sr. e Sra. Ju e Fê (pois não troquei o nome, hahaha)




6 de setembro de 2012

Montando casa!



Montar a própria casa tem um gostinho completamente diferente! Já dizia o velho ditado:"quem casa quer casa!". E é verdade! A parte da obra não é muito boa não, rs. Mesmo eu que adoro uma obra e adoro trabalhar com obra. Fazer obra morando na casa é muito complicado, pois qualquer coisinha vira um caos! Confesso que nem sempre levei numa boa a bagunça e a sujeira. tem horas que vai irritando pois você se sente uma intrusa perdida em seu próprio ambiente, mas o resultado final compensa.

Confesso que a minha casinha superou minhas expectativas. Achei que fosse ficar boa, mas não tão boa quanto está de fato. É muito gostoso você imaginar e escolher cada cantinho da casa de acordo com seu gosto, como você quer, sem ninguém para se meter a não ser o marido, quando se mete, rs. Nem sempre a tarefa é fácil. Às vezes é meio complicadinho conciliar seus gostos com o que você imagina. na prática, nem sempre o resultado é o que se espera. ter que imaginar como vai ficar sem ter uma noção certa disso é arriscar, mas tem horas que dá certo. 

Gosto muito de misturar tendências e usar aspectos diferentes em ambientes diferentes. para não parecer que é uma coisa só a casa toda, rs. Não sei se os decoradores e arquitetos aprovariam minha obra prima, hahaha, mas o fato é que eu acredito que o lar tem que ser aconchegante para quem vive lá. além de funcional. Não adianta você ter um monte de objetos de decoração se no fim você sofre de falta de espaço para uma recepção com os amigos. Ou usar as cores e móveis da moda e parecer que aquele cantinho é emprestado para você. revistas, dicas e afins estão aí para dar um toque, uma ideia a quem não sabe ao certo como fazer, para conhecer novas técnicas do meio, mas não quer dizer que tem que ser seguindo à risca. A casa tem que ter a cara e o gosto dos donos. Para enfatizar aquela velha frase também: "ah, nada como chegar em casa!". É assim ao menos que eu penso. A casinha pode ser simples, caquética e pra lá de desatualizada de tendências, mas é sua!

E essa certeza que tona gostoso a escolha dos móveis, pisos, luminárias, artigos de decoração, cores, pisos, formas e afins. Primeiro, porque está tudo o olho da cara e não dá pra ficar trocando as coisas como quem troca de roupa. Segundo, é gostoso imaginar a partir das nossas escolhas, como o ambiente vai ficar. Terceiro, tentar entrelaçar gostos. Por exemplo, ele gosta de assistir tv no quarto e ela de ler. Então, que tal arrumar um cantinho da leitura com uma poltrona no quarto à parte da tv? Imaginar o que dá pra fazer e criar em um ambiente. São milhões de possibilidades! E como eu já havia dito antes: tem que ser funcional. Por exemplo, muita gente achou que meu armário mega estava over demais. Mas, para nós, o casal que temos muita coisa à guardar e não queríamos deixar trecos à mostra, funcionou, foi prático e necessário. O que não quer dizer que para outros casais a predileção seria por um armário grande, um piso frio ou um sofá colorido. Ou ao contrário, fazer uma casa prática demais se você se sente mais à vontade com seus enfeites e mimos. Ou montar uma casa pensando apenas em um lado do casal e esquecer do outro! 

Outro ponto importante: não perder o foco e pensar nas prioridades! o mercado da construção civil, decoração e móveis vem se renovando e se reinventando a cada ano. E fica mais difícil com o passar do tempo não ficar na dúvida na hora de escolher diante de tanta coisa legal, original e bonita. Mas isso é um risco a cair no pecado. Principalmente quando é a primeira casa do casal. tendemos a querer comprar tudo de uma vez. A ânsia por deixar tudo pronto, ajeitadinho e novinho é muita. Mas, tem coisas que dá pra esperar e comprar depois, outras são urgentes e imprescindíveis! Eletrodomésticos e móveis são os pecados mais comuns, rs. Experiência própria!

Uma das decisões mais importantes, mais do que a disposição de móveis e a partir dai, portas, janelas, colunas e tal são as cores do ambiente. Não só porque elas vão reger a decoração, mas como ficar atento a certas cores adequadas aos ambientes. Também por experiência própria, pintei uma parde de azul no quarto (cor que eu mais gosto, na onda da moda de uma parede destacada do restante), e que com o passar do tempo, ela foi cansando! Além de ter escolhido uma cor forte que impossibilitava certos tipos de misturas com colchas e cortinas. Dessa  vez, resolvi optar por cores mais neutras e que eu pudesse ousar na decoração. Além de não cansar a vista e o gosto com mais facilidade, rs. sim, fiz algumas inovações ( o que pode ser para uns e não ser para outros), mas aonde resolvi ousar, sei que não terei problemas de enjoar por serem cômodos menos usados "entre aspas". 

O ponto de partida da obra é estabelecer um orçamento x, mesmo sabendo que ele pode virar y. Pois a estimativa inicial nunca termina a mesma. primeira pelos imprevistos, depois por algumas ideias que surgem no caminho. Mas, ter um valor para pesquisar e orçar em cima é fundamental. Pode parecer besteira, mas se economizar 1,00 em tomadas, no final de sua casa tem 30 tomadas, terá 30,00 para investir em outra coisa da obra. Não é mesquinharia, mas tem acessórios que fogem da realidade, rs. O preço é exorbitante em comparação a um similar, porém de qualidade que vai proporcionar o mesmo visual; a variação de preços em casas de material é muito grande, assim como todo o resto. Em 1m² pode-se ter até 5 preços diferentes para o mesmo produto. É ter calma nessa hora, paciência e espantar a preguiça porque bater pernas é fundamental!

Enfim, vivendo e aprendendo. Cada obra é uma obra e tem um gosto diferente para seus usuários. Para nós é a realização de um objetivo. a prova realizada de um sonho, de um desejo. Foi cansativo conviver com a obra e desgastante pensar e trabalhar nela. O passo a passo, esmiuçar as prioridades... Mas quando se vê o resultado final. As paredes ganhando cores, o ambiente vida. O que era poeira e sujeira móveis. É uma história que começa a ser escrita entre 4 paredes! Um dia não ter nada e dali a outros ter sua casinha tanto idealizada, sonhada, desejada não preço. Para todo o resto, existe Visa, Mastercard e empréstimos bancários. Mas lembre-se, apesar dos deslumbres e da vontade, use com moderação, rs.




4 de setembro de 2012

Ne Me Quitte Pas



Ne Me Quitte Pas


Fui convidada pela minha amada professora de dança Madelon a integrar uma turma que não é a minha para dar "volume" a coreografia! No meio de uma coreo, surgiu uma outra e acabamos indo parar nela também. Logo de cara a música me encantou, além de ser em francês (língua que amadoro), ainda foi tema de uma minissérie que eu gostei muito "Presença de Anita". 

A música em si já é uma inspiração para a coreo vir de dentro d'alma. É sofrida, é introspectiva, é reflexiva. Sobretudo é uma música que inspira e incentiva uma última atitude. Tudo em prol do seu grande amor. Amor esse que está longe de ser aquele idealizado, perfeito, tranquilo, aquele amor que nos serve, que nos cabe, que acalenta, que nos basta. Esse amor que canta a música é aquele amor desesperado, desmedido, que vai corroendo, aquele amor desesperador como que sem ele não pudéssemos viver. É aquele tipo de amor que nunca nos basta e com o qual nunca estamos seguras. Amor que arde que nem fogo nunca é confiável. Não começa bem e tá longe de terminar bem. O que não nos dá sossego não pode ser do bem...

O refrão da música vislumbra-se o desespero total: aquela hora que você tenta suas últimas cartadas na esperança de conseguir demovê-lo da decisão de terminar, de partir, de sair da sua vida e do alcance de suas mãos. Eis que percebe que não tendo sucesso, grita, implora, se arrasta no chão por ele, que bate a porta nas costas dele e na sua cara e nem sequer olha pra trás pra ver como você ficou ferida!

É aquele amor unilateral. Que só tá bom pra um, mas o outro aceita porque não vive sem. É um amor de subserviência onde um está sempre submisso ao outro independente da sua vontade. Onde reina o medo de perder, o medo de sofrer, o medo de desgostar do outro, o medo de não saber viver sem, o medo até de ser quem a gente é para não desagradar.

Já vivi um amor assim. Faz um tempo. Não tanto tempo assim, mas o considerável para ser esquecido por um amor completo, verdadeiro, de certezas e de paz. Não é que o antigo não fosse amor e nem que o de agora não seja. São tipos de amores diferentes. Um era o amor da necessidade, e o outro é um amor que se basta! Só que o primeiro é um tipo de amor destrutivo, o outro é construtivo. Quando o inevitável enfim se deu e o término chegou, pedi o chão, o ar e a dor emocional tornava-se física. Era quase insuportável viver. Dias, semanas, meses, jogada na cama, na vida, achando que nada mais valia a pena e que não voltaria a ser feliz novamente, tão pouco com outro senão fosse ele.  Fui aquela típica mulher sem amor próprio, corri atrás, me humilhei e me sujeitei que ele pisasse novamente e me fizesse de gato e sapato de novo. E mesmo com todo esse cenário catastrófico eu não conseguia me desvencilhar desse sentimento que me arruinava. 

Pior erro dos erros: tentar curar um amor inacabado com outro amor. Ou achando que o outro, o novo, é amor. Se ainda amamos o velho, mesmo que não valha a pena, nunca vamos estar livres ou ao menos nos sentir livre para tentar de novo. Vai haver negativas, comparações, não vamos nos doar de todo. Vai ser mais uma pessoa magoada e em vão. Vamos nos sentir culpadas por dilacerar mais um coração que só veio com boas intenções, como se já não bastasse o nosso esmigalhado. Ele tem que acabar sozinho, tem que morrer de morte morrida e não matada. Um dia, simplesmente nos damos conta de que ele passou, que a gente pensa no amanhã sozinha ou com outros e que acima de tudo percebe que aguenta a dor e a decepção de uma grande desilusão amorosa. E a vida ganha cores, amores e sabores...

Lembro perfeitamente a sensação de vazio, a sensação de ser um nada e mesmo assim, ainda assim, querer ser usada. Safada e sem vergonha isso é o que nos define. Quer dizer a quem se presta a isso e eu me incluí na história. Dá vontade de arrancar a cabeça fora, porque é uma fixação de pensamento que nem dormindo não pensamos. E saímos na rua a espera de um acaso do destino de dar de frente com ele. E ao mesmo tempo medo, e se ele estiver acompanhando? Teremos que comprovar que fomos trocadas? Que tudo que nos foi dito era mentira? Fomos usadas? Pra onde foi todo aquele amor, cadê aquela pessoas amável, adorável que fazia planos, que tinha 1000 apelidos pra nós, que nos ligava, que nos deixava recados fofos? Nunca existiu? Queremos que ele pague, queremos que ele morra, queremos vingança... mentira! Não queremos nada. Na verdade, queremos sim: ele de volta!

Dor, dor, dor...
Não me deixe, não me deixe, não me deixe berra a música no auge do desespero de alguém.  E meu coração pulsa mais forte só de lembrar da sensação que um dia eu senti. Sensação de perda, sensação de rejeição; começamos a não nos achar boas o bastante para alguém que se sente superior sem ser. Que esconde atrás de seus gestos impiedosos uma pessoa frágil e carente.

Sinto em cada nota como se fosse ontem e fecho os olhos dançando nas memórias de uma relação instável, martirizaste, degradante. Danço na tentativa de me libertar de uma relação de dependência emocional nada sadia. Onde um joga no outros suas frustrações e deposita não só toda a expectativa mas a obrigação de nos fazer felizes, quando nem nós nos fazemos.

Consegui me livrar e aprender com esse amor doído. E agora, cara de dor só mesmo na interpretação da música. Mas confesso que é impossível não se deixar levar por 1 minuto pelas lembranças verídicas traduzidas em versos, notas e acordes. Sinto em meus ombros, pés e pernas o peso do "Ne Me Quitte Pas ", mas eu, justamente eu, logo eu, e por minha causa, deixo-o partir sem arrependimentos, sem mágoas, sem raiva e sem nada. Do nada veio e ao nada retorna. Apenas uma foto, uma música e uma vaga lembrança e nada mais...

Fernanda Miceli

2 de setembro de 2012

A maior certeza!




Sempre fui dessa teoria... por tudo que vivi e pelo que ainda vivo a cada dia. Conviver é uma arte e como todas, a gente aprender a ver por detrás do que aparenta...