31 de agosto de 2018




O texto de hoje não é sobre "quando tudo não é o bastante". Mas, quando sentei para escrever, olhei o calendário e percebi que já estamos a pouco mais da metade do ano. E passou voando. Parei pra pensar no que tinha feito nos últimos seis meses  imediatamente lembrei de um texto que li no Facebook sobre desejos e necessidades. Não sei se a autoria é real, se Marco Aurélio Lobo existe e é um psicanalista lá de Anápolis, mas cada vez mais vejo que, como ele disse "supervalorizamos nossas necessidades e desrespeitamos nossos desejos". E isso mata! Mata nossa alegria de viver, os sorrisos, as gargalhadas, a espontaneidade. Dizima os nossos sonhos, silencia nossa voz, apaga o nosso brilho, devasta a nossa alma e destroça o que há de mais sagrado em nós: a força da vida.

Os desejos a que me refiro não são materiais. Não estou falando de bens de consumo. Estou falando dos desejos da alma. De amores, de paixões, de amizades, de realizações, de vida. De tudo aquilo que nos faz sentir vivos, que faz o coração vibrar. Porque não faz sentido ter amigos que não são amigos, só pra fingir que não está só. Manter relacionamentos, , de qualquer tipo, por comodismo, porque "precisa" ter alguém, porque esperam que você tenha alguém. Porque você precisa estar com alguém. 

Não dá pra passar a vida trabalhando com o que não quer, fazer todos os dias o que não te faz feliz e contar os segundos para que chegue o final de semana para que você possa, enfim, respirar. Todo mundo precisa trabalhar e os boletos não param de chegar, eu sei. Mas se você não esta onde deseja, não se conforme, faça o que é preciso fazer para, lá na frente, poder fazer o que você realmente quer fazer. 

A vida é uma só. Viva. Mas viva primeiro por você. Você não precisa seguir script, não precisa fazer o que os outros querem e esperam para ser aceito. Assim como não precisa matar os seus desejos e sufocar quem você é e o que você quer para ser aprovada. E não deveria, definitivamente,  sacrificar a si mesmo apenas pra manter o que acha que precisa, mas que não te faz feliz. Não é sobre ter tudo o que a gente quer. É sobre não ter nada do que a gente deseja. É sobre abafar cada sonho, cada querer, cada vontade com uma suposta necessidade, tentar agradar a gregos e troianos, ter aparentemente, tudo, e ser imensamente infeliz. Porque ter tudo não é o bastante, nunca foi. Mas, olhar para dentro, dar ouvidos aos anseios de sua alma, não ceder aos desejos e expectativas alheias, tomar as rédeas da sua vida e vivê-la a sua maneira pode ser um caminho. Um caminho para si mesmo, pra vida que, aí dentro, você deseja ter. Pra pessoa que você deseja ser. Ainda dá tempo, você só precisa não se contentar em apenas existir e começar a, realmente, viver. Portanto, o meu conselho, se é que posso dar, é um só: olhe pra dentro e responda, do fundo do coração, se essa é a vida que você realmente queria ter. E se não for comece a, de um jeito ou de outro, recalcular a rota,que é o mínimo que você pode fazer pela pessoa mais importante da sua vida, você mesmo! 

Mas não pense que estou dizendo que viver os próprios sonhos é fácil. Ao contrário, é muito, muito difícil. E o preço que se paga por isso é bem alto, e essa é uma coisa que conheço bem de perto. Muitos de nós são viciados em reconhecimento, além de acomodados e vaidosos demais para meter as caras no desconhecido e encarar uma mudança. E é por isso que a maioria deixa seus sonhos  escorrerem pelo ralo e continuam a viver uma vida mais ou menos. porque sim, na maioria dos casos as pessoas vão achar que você enlouqueceu e vão tentar te parar de qualquer jeito... mas sabe de uma coisa? O que os outros vão pensar só diz respeito a eles, e a opinião de ninguém vai preencher o buraco que fica aqui dentro. Não é sua obrigação agradar a outro ou fazer alguém feliz, sobretudo com suas escolhas, que dizem respeito sobre a sua vida. A sua obrigação é, primeiro, com você. E isso não é, nem de longe, egoísmo, é bom senso mesmo. 

Portanto, se ocupe em se fazer feliz, em se agradar, em ser honesta com você mesmo, com suas vontades, sua vida. Se ocupe em viver pra você e não em ser boazinha com os outros. Isso torna tudo mais fácil e infinitamente mais simples.