1 de junho de 2015

O prazer da pura e simples contestação!


Gilberto Braga deu uma entrevista falando sobre a baixa audiência de Babilônia, que tem sido muito criticada pela construção de seus padrões morais, éticos perante a sociedade. Fechando a entrevista, ele solta a frase "o Brasil encaretou". 

Fiquei um tempo refletindo sobre o real significado da palavra e seu efeito num contexto maior. O Brasil não encaretou! Quem é careta, é careta sempre. Ontem, hoje e amanhã. Religioso também. E moralista idem. Portanto, as pessoas que tem algum motivo para discordarem da "modernidade" dos mundo atual, dos seus valores deturpados, invertidos, inconcebíveis ão de fazer em qualquer tempo ou circunstância. Estamos mais críticos? Também não. Estamos mais contestadores!

Quando percebeu-se que passamos de espectadores passivos para ativos, com força de voz em nossas opiniões, capaz de mudar tudo, começamos a usar esse privilégio ao nosso favor esse privilégio mais do que o necessário. Hoje em dia contesta-se tudo. E através das redes sociais, em sua grande maioria, as opiniões públicas ganham força e voz. Mas não que elas não tenham existido antes. Sempre existiram. Mas agora estão mais endurecidas. E inflexíveis!

Criou-se uma necessidade de explicar-se tudo! Criou-se uma necessidade de ter em tudo algo de real! Pelo amor... é cansativo demais, tudo isso! E todas as opiniões sobre algo são a verdade absoluta. E com que finalidade além de querer provar que está certo a torto e à direito? Muitas vezes, nenhum! Por puro prazer, só.

Quantas vezes antes víamos um filme e simplesmente curtíamos o filme? Muitas! Mas hoje, há uma necessidade de criticar tudo que é visto num filme que já, de antemão, mostra que é de ficção. Assim como nas telenovelas, que é dramaturgia e obra de ficção, é entretenimento, não é jornalismo para estar casado com a veracidade de fatos 25h por dia. Hoje em dia a gente lê um livro, ouve uma música, vê um filme, assiste uma peça já com o intuito de ao término delas (quando terminam), vá lá nas redes socais destilar as inúmeras críticas. Mas, e a viagem proporcionada por tudo isso que antes existia? Morreu?

Antigamente a gente falava mais que algo era legal quando realmente era e a gente gostava do que hoje que necessita-se de um bilhão de explicações de porque gosta e porque não gosta, algo que, muitas vezes nem tem explicação. A gente gosta porque tem alguma interação, ligação, reconhecimento de igualdade, nos toca, nos reconhecemos naquilo, nos desperta uma sensação boa e mais "n" coisas ou simplesmente, gostamos. E da mesma forma não gostamos. 

Legal que a gente passe a ser mais crítico. Legal que a gente saiba que tem cabeça, que conseguimos articular e colocar opiniões. Mas precisa mesmo ser sobre tudo e à ferro e fogo?

Às vezes eu acho que perdemos algo em essência ao tentarmos ser doutores em sabedoria da vida ou apenas espírito de porco. Perdemos a viagem. Esquecemos de nos divertir. Esquecemos de reconhecer o que realmente importa. Se é ganhar seguidores e likes pelo que a gente pensa ou deixa de pensar ou ir viver. É quase isso!

Vamos nos permitir!!!!! 

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