9 de setembro de 2010

Perdão: a nobreza da alma!


“Me perdoa! Eu errei... desculpas”. Aparentemente, uma frase á toa que nem sempre é tão fácil de dizer. Na hora que ele tem que ser dita, às vezes engasga-se, dá um nó na garganta e a gente acaba engolindo a seco o que deveríamos colocar para fora.

Existe também uma preparação para se chegar a esta resolução. Não adianta estar com os nervos à flor da pele, com os sentimentos confusos e se deixando levar ainda pelo calor da emoção dos fatos ocorridos. Tem que ter um tempo para digerir a situação e se encontrar com seus sentimentos. Como diz o escritor Augusto Cury, “há um tempo para tudo na vida”.

Como toda história tem dois lados, não é fácil de uma hora para outra a gente abrir mão de nossas verdades, de nossas emoções, nossas certezas e convicções dos fatos que nos cercam. Mas temos que tem bom senso para saber também quando nos desapegarmos, a hora X para resolver tal problema e não ficar prolongando ele de maneira penosa, desgastante e chata não só pra quem vive a situação, mas para todos que nela estão envolvidos. Uma coisa é a gente se sentir em nossa razão ou direito de estarmos magoados e de agirmos de determinada forma, outra é persistir numa situação por teimosia, orgulho ou preconceito. Aí, não dá. O espírito tem que evoluir.

Tá certo... não posso dizer que perdoei alguém que me magoou muito de peito aberto pura e simplesmente. Em alguns casos não há o entendimento necessário e nem o “selar a paz” que tanto desejamos. Mas passar por cima por mim mesma já é o suficiente. Dependendo do perdão, faz bem pra alma pra gente continuar prosseguindo na vida, sem nos sentirmos presos há mágoas passadas. Mas há outros tipos de perdão que são ligados a incompreensão daqueles que nos cercam. Às vezes somos magoados pelo simples fato de terceiros não aceitarem ou a gente ou nossas decisões. E aí, na discórdia, cada um para o seu lado. E este perdão está mais ligado para tranquilizar o ambiente e a convivência.

De qualquer maneira, conhecer seus limites, avaliar a situação, ponderar as atitudes e no momento considerado certo por nós, se dar a chance de perdoar algo ou alguém é fantástico. Enobrece a alma, esquenta o coração, exercita os bons sentimentos e enfatiza os valores que possuímos aqui dentro. Não podemos ser tão intransigentes assim. Se na vida tudo muda, até o curso do rio, que horas corre mais agitado, horas mais calmo, por que nós seres humanos passíveis de erros, teríamos que nos manter convictos com relação às nossas decisões? Tem horas que temos que avaliar até que ponto vale a pena levar uma situação extremada a fundo? Tem momentos que outras situações são mais necessárias que se faça deixar em 2° plano algum mal estar ou confusão mal resolvida! E não é sinal de fraqueza e sim de crescimento espiritual e também de uma conduta, uma postura correta. Super elevar uma situação não vai levar ninguém a lugar algum!

Confesso, nem sempre foi fácil perdoar, como não era moleza esquecer e virar a página. Mas muito pior arrastar este martírio e persistir na situação. Quando não dá, não dá. E aí, cada um sabe aonde vai dar o buraco que cavou. Mas se há uma chance, por que não?

Enfim... aprendo cada vez mais comigo mesma a nunca dizer nunca! Aprendo a me dar uma chance, porém me respeitando e aos meus limites, meus sentimentos. Não aceito que passem por cima de mim, mas estou disposta a recomeçar se a pessoa reconhecer seus erros ou ao menos deixar pra lá, como se costuma dizer por ai. Então, tudo zerado no Maracanã da vida, bola pra frente que atrás vem gente!



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