19 de junho de 2013

Protestar certo, pelas coisas certas, do modo certo para conseguir o que é certo... é tão difícil assim?


Já começo avisando que é uma visão e opinião pessoal. Não estou atacando ninguém que pense o contrário! Acho que dentro do meu espaço, tenho o direito de colocar o que eu bem entender. Já que em redes sociais, mesmo na nossa página, na maioria das vezes somos censurados por milhões de pessoas que nos atropelam com seus comentários agressivos, como se fosse algum crime a gente falar o que pensa, independente se outros irão concordar ou não. Aliás, todas essas manifestações são por liberdade de que mesmo? Ah, de expressão! Havia me esquecido! Já que os mesmo que saem gritando, com cartazes nas mãos, caras pintadas e hinos de liberdade sobre justiça e igualdade (ou àqueles que apoiam o movimento) agem como ditadores muitas vezes, sem nem perceber. Dito isso, "bora" para o que de fato tenho a dizer:

Em primeiro lugar quero deixar bem claro: NÃO SOU CONTRA AS MANIFESTAÇÕES E PROTESTOS! Também acho que já estava mais do que na hora do povo se mobilizar e gritar em uma só voz reivindicações de seus direitos e reclamar do que acha injusto. Ficar sentado com a bunda no sofá de casa reclamando não vai mudar nada. Deixar que outros façam para você para ser beneficiado é ser tão "espertalhão" quanto àqueles que reclama que ocupam os cargos mais altos do país. O que eu não concordo é que essa insatisfação em forma de protestos e manifestações virem atos de vandalismo, de arruaça e de desordem pública. Depredação como autoafirmação de opinião é nota 0. Não é saindo por aí quebrando, sujando, estragando os patrimônios públicos "nossos" que vamos conseguir o que queremos: chamar a atenção e sermos ouvidos. Já temos muito pouco para acabar com esse pouco que nos resta. Estamos sendo, desse jeito, mais estúpidos do que àqueles que atacam para coibir e colocar a ordem. Não é utopia pensar que violência gera violência. É a verdade! E é isso que temos visto quando os noticiários bombam dizendo que a cidade virou uma "praça de guerra", que o caos tomou conta da situação. Os policiais não estão agindo certo em suas atitudes e ações para conter a massa. Mas será que os manifestantes também estão agindo da forma que deveria? É simples, não é parar o protesto, é mudar a maneira como a coisa tem sido feita. Até porque já viu que não se vai chegar a lugar nenhum assim! E o que vamos conseguir com isso? Pessoas feridas, lesadas permanentemente como a repórter que ficou cega exercendo o seu trabalho, pessoas presas e nada mais! Não adianta reclamar da violência da polícia brasileira, que aliás não é nenhuma novidade para nós que adoramos quando ela é assim quando o fato nos beneficia. os manifestantes também estão sendo violentos. E não é só em resposta as ações truculentas da polícia não. Em seus atos em si. E quero também que entendam: não é porque eu e muita gente não estamos lá dando a cara pra bater e enfrentando a situação que não apoiamos as causas. Apoiamos sim! Desde que sejam feitas de forma pacífica, organizada e inteligente. Senão, vamos apenas desperdiçar uma chance de fazer alguma coisa mudar, de ao menos tentar.

Ponto dois: depois de uns dois dias de protesto é que, ao menos eu, consegui saber que a causa primária não eram os 0,20 a mais do aumento da passagem dos ônibus, como acredito, achava a maioria das pessoas pelo que foi retratado. Porque, se fosse por isso, eu mesma achei um absurdo uma confusão desmedida por causa de um aumento mínimo de preço. Deve-se reivindicar sim, já que há aumento de passagem, esperamos que melhore a qualidade do serviço, aumento o n° de ônibus nas ruas, melhore a qualificação dos motoristas e cobradores e etc. Mesmo assim, não devemos ignorar que a passagem unificada beneficiou muita gente acabando com a diferença de tarifas entre ônibus com ar-condicionado e sem. Tudo bem, um benefício muito pequeno em vistas dos malefícios que temos, mas já é alguma coisa. Mas, como eu estava dizendo, depois é que as pessoas começaram a se informar que era uma manifestação contra mais um aumento em vista de nenhuma condição, qualidade e melhoria de vários serviços públicos. O estopim foi o aumento das passagem, mas a ferida é muito mais funda. Usou-se um motivo para argumentar por vários. Só que faltou, na comunicação da mídia e dos próprios manifestantes, esclarecer isso para a população. E mais um adendo: por que ninguém está indo perguntar às empresas de ônibus o que elas acham disso tudo? Até agora, no meio desse caos que se iniciou justamente com a insatisfação pelo aumento das passagens, ainda não vi a fuça de nenhum representante, dono de empresa, motorista, cobrador, já que esse aumento vai beneficiar a eles também (o aumento de 0,20 no nosso bolso vai ser o aumento do salário deles que trabalham mais de 12h por dia muitas vezes). Quando há greves de ônibus na cidade porque eles, os rodoviários reivindicam melhores condições de salário, de trabalho e segurança, ficamos praticamente "ilhados" sem ter como se locomover. Aí a gente só falta querer matar a classe. Devíamos ouvir o lado deles também. Não custaria nada! Porque, se tem alguém aí que vai sair perdendo com essa história toda, continuo achando que são eles, os servidores do transporte público.

Ponto três: me pergunto, assim como muita gente: por que só agora estourou essa revolta toda? Visto que as insatisfação socais são muitas e estão entaladas na garganta faz tempo. Houve muitos outros momentos na história da sociedade onde coube e seria relevante os protestos, mas o povo se calou! Acho que pra muita gente, ainda fica um ponto de interrogação. Será que outros temas não eram tão importantes assim que não conseguiram mobilizar a sociedade? Me pergunto porque não saíram às ruas na época do Mensalão? Por que não sair às ruas quando os estrondosos escândalos políticos de suborno, propina, extorsão, paraísos fiscais, desvio de dinheiro público, superfaturamento de orçamentos, impostos e juros altíssimos? Por que não se protesta pela lei da ficha limpa? E assim sucessivamente na luta contra violência à animais, idosos, mulheres, crianças e homofobia. A violência social que tem matado mais que em uma guerra declarada. Perde-se filhos, pais, familiares e amigos todos os dias! Essa guerra entre traficantes/polícia/milícia que nos assombra dia e noite, limita nosso direito de ir e vir, nos sujeita a ver impunes muitas vezes aqueles que dilaceram nossas vidas. Por que não sair às ruas para uma justiça mais eficiente e menos corrupta. Por que não revindicar novas e melhores leis? Por que não colocar a boca no trombone e gritar por programas sociais eficientes e não um sistema de assistencialismo de "bolsa tudo"que faz com as pessoas pensem em como se fazer do benefício e fiquem cada vez mais acomodas a viver às custas de nossos impostos? Por que não sair à ruas para reivindicar sobre a falta de médicos e profissionais nos hospitais e a precariedade dos mesmo, assim como a superlotação, falta de leitos? Ou talvez, por melhores condições de trabalho e de salário para esses profissionais que rebolam tendo que utilizar o pouco recurso que tem para salvar vidas, em excessivas horas de plantão, vários empregos. Se fossem bem subsidiados, quem sabe pudessem desprender uma maior e melhor atenção à nós! Assim como nossos professores públicos que todos os dias reinventam a arte de lecionar com recursos limitados e motivações 0 e mesmo assim, ainda estão ali. O ensino é ruim e deixa a desejar? Sim e muito! Mas imagine um motorista de político ganhar 10x mais o salário de um professor que tem a obrigação de formar uma sociedade? Cadê que vai-se às ruas para que haja uma valorização desses profissionais? A falta de vagas em creches que impossibilita muitas mães de trabalhar. A lei de cotas em universidades, que além de manipuladora é uma questão de preconceito também. Vamos gritar contra esse tipo de agressão! E a repressão que os moradores sofrem quando perdem suas casas, terrenos e bens para as obras das Trans da vida? Cadê a revolta contra isso? Saúde e educação são os ícones do carro-chefe da insatisfação, mas a infraestrutura da cidade não fica atrás. Queremos serviços públicos de qualidade, manutenção adequada para a cidade. Queremos ruas iluminadas, pavimentadas e limpas. Queremos boa sinalização. Queremos serviço de água decente. Queremos saneamento básico. Queremos menos poluição e lixo. Queremos moradias adequadas e de qualidade para todos. Por que não protestar pelas vítimas das chuvas na Serra que até agora estão à merce de promessas do Governo para novas casas, para retomar suas vidas, para ter uma nova perspectiva? Queremos também acessibilidade à cultura. Queremos as mesmas oportunidades e privilégios para as diferentes classes sociais. Queremos um tratamento de igual para igual. Queremos políticas públicas eficientes. Queremos serviços públicos de qualidade. Queremos um país com uma educação sustentável também! Por que não se vai às ruas para pedir a cada vez que um ato desse nos afronta e que ficamos indignados de tanta repulsa? Simples: porque o que desagrada a uns, agrada a alguns. Há uma cultura de dois pesos e duas medidas. E os benefícios de que se vale a população não são iguais. Por isso, enquanto uma parcela urra, grita e berra a outra se faz de morta, com olhos, boca e ouvidos serrados. Infelizmente, concluí que vivemos numa sociedade de interesses. Só que não são só os interesses políticos que regem o comando do país, é o interesse pessoal quando escolhe-se a causa pela qual vai lutar, se ela beneficia a si próprio ou não, se ela é de interesse pessoal ou não. Caso seja, outros que façam o estardalhaço. Os incomodados que se virem, pra lá. É bem assim mesmo que a coisa acontece. Por isso, não temos força, porque somos um país desunido em nossas batalhas, onde não ganhamos a guerra porque luta-se não por igualdade, mas por particularidades, por interesses não comuns e visões diferentes para cada um. Se a situação nos favorece, não somos contra. Só passamos a não concordar quando ela não nos serve mais.

Uma pausa para uma pequena reflexão onde vou colocar apenas um caso como exemplo, mas poderia ser qualquer outra situação: a policia agora é violenta, porque usa de armas não letais e truculência contra os manifestantes e à mídia. Mas a mesma polícia não é truculenta aos olhos de alguns ou muitos quando invade às comunidades, atirando a ermo, a fim de matar criminosos que vem aqui no asfalto atacar a nossa vida e nos fazer reféns de suas leis e ordens próprias. Quantas pessoas já não aplaudiram Tropa de Elite e saem por aí repetindo o bordão do Cap. Nascimento que bandido bom é bandido morto? Muitos, aposto! Eu sou uma! Mas, por que? Porque quando queremos que a justiça seja feita para nós, não importa as circunstâncias? Há pessoas de caráter e inocentes que vivem nas favelas também, assim como há pessoas de boa índole, de caráter e com boa intenção nas manifestações. A ação da polícia foi a mesma. O que mudou foi a nossa visão de quando ser certo e quando ser errado! Aí, os fins justificam os meios. E é daí que vou para o meu ponto quatro: hipocrisia!

Já que o protesto tá em alta, vou deixar aqui o meu: abaixo a hipocrisia! Que é o que o povo brasileiro tem de sobra. Tem-se o que merece! Se o povo quer mudanças, comece por mudar a si mesmo. Seja a mudança que você quer ver no mundo! Não adiantar ser o "faça o que eu digo mas não faça o que eu faço!". Há condutas e atitudes de sobra pra se corrigir em cada cidadão, mas é mais fácil apontar o dedo para o outro e acusar suas faltas e falhas e condenar seu comportamento do olhar para o próprio umbigo e se autocensurar. Uma grande mudança parte de uma pequena ação. E se você, eu, todos nós queremos mudar alguma coisa, comecemos por nós mesmos! E esse foi o ponto de partida para a minha indignação com os protestos que acontecem próximos aos estádios onde acontece os jogos da Copa das Confederações. Agora o cunho do protesto mudou. Não protesta-se mais por mais um aumento e sim porque o povo urra de necessidades e gasta-se milhões em obras esportivas quanto nos falta tanta coisa. É isso ou eu me equivoquei? Bom, pelo que entendi, acho que é isso! Momento desabafo: vão pro cacete! Não pelo protesto! Mas pela hipocrisia, mais uma vez! Isso é lá hora de protestar? Não! A hora já passou. Foi lá atrás, há 4 anos quando o país foi se candidatar para ser sede de eventos esportivo importantes e que implicava em grandes obras que afetariam a todos nós. Mas aí, cadê o povo indo às ruas para protestar contra? Para gritar que o Rio e o Brasil como um todo não tinha a menor condição de ter eventos desse cunho e desse porte! Eu sempre fui contra! Tem lugares que o dinheiro nunca chegou. Somos necessitados de saúde, educação, segurança, transporte público, saneamento básico. As vítimas da chuva na região serrana ainda estão sem casa para morar enquanto se preciso for, gasta-se de novo todo o valor para construir novos estádios e complexos esportivos. Quando chegou o resultado e o Brasil seria a capital da Copa e das Olimpíadas a galera do oba oba, da festa, da cerveja gelada, do samba e do futebol comemorou à rodo. Agora quer protestar? E outra, ficou mal pacas. Já somos tachados lá fora como um país de merda, com gente metida a esperta sem a menos índole, não somos evoluídos nem como potência e nem como seres humanos. Não precisamos de mais um rótulo de país sem patriotismo. Concordo que em nada temos de orgulho para levantar a bandeira verde e amarela. Mas a roupa suja se lava em casa. Teve tempo de sobra para esse tipo de reação e de protesto, mas não vejo pessoas na Explanada dos Ministérios há 4 anos fazendo isso! E outra, não estou eximindo a Dilma pela culpa por suas ações ou falta delas em sua gestão e no seu governo. Mas e corja que veio antes dela, do Sérgio Cabral, do Eduardo Paes e nada fizeram? Aliás, fizeram sim MERDA TAMBÉM! Mas só quem está na gestão atual que leva a culpa. E mais, se a pessoa discorda tanto das ações a ponto. Ê povo contraditório: não concorda mas está dentro de um evento que abomina???? Estranho!

Mas o que tem sido feito ninguém vê. É pouco, é mínimo, mas é o que temos. Mas o povo só reclama.  Não entendam mal. Não estou do lado deles (políticos e governantes) e nem acho que eles fizeram tudo que deveriam e poderiam ser feito. Mas, mesmo com toda a minha indignação, com toda a minha revolta, com todos o meu inconformismo não posso deixar de ver o mínimo que foi feito à passos lentos de formiga. E esses passos têm defeitos. E nessa caminhada tem muitos buracos. E é nisso que temos que bater. Queria obras, melhorias, taí, a cidade cheia delas. Aí, reclama que é um caos e atrapalha a vida. Mas nada se transforma sozinho sem fazer um pouco de bagunça. E mais, as pessoas querem as coisas instantâneas, pra ontem. E a cidade ficou largada por muitos anos e de repente, bum, todos ascronstruções, obras, reparos e consertos foram feitos todos de uma só vez. Com todos os defeitos que possa ter, Paes foi um dos únicos que olhou pra Z. Norte e viu que ela faz parte do Rio, fora Z.Sul e Barra. Sei porque moro lá. Tivemos melhorias para lugares largados há anos. Estamos tendo acesso a mais cultura e lazer. É um sucesso? Não. Mas estão tentando! Já é um começo! Ele é perfeito? Não. Nenhum vai ser. Ele não vai ser falho? Não. Ele vai resolver todos os problemas da noite para o dia? Não. Mas ele ao menos fez alguma coisa. O povo não queria melhorias e reformas? Então, algumas vieram com obras. Daí, o prefeito é um filho da puta porque resolveu fazer obra na cidade, em dia de semana, para tumultuar o trânsito, para complicar a vida dos trabalhadores, esses mesmos que reclamavam que não existiam melhorias. Não podemos ser tão inflexíveis assim. O que tem sido feito não vai tapar o buraco do que não foi feito, até hoje. O mínimo que nos foi dado não vai ser a esmola dada aos pobres. Vamos e temos que cobrar mais. Ainda há muito a se fazer. Saúde e Educação foram tópicos largados por anos e anos e precisa de muito planejamento para fazer a coisa funcionar. As pessoas reclamam das UPAs, que é lento o atendimento, que faltam médicos, que isso e aquilo. OK! E antes de existirem as UPAs? Era alguma maravilha o atendimento público no país? NÃO! Com a chegada da UPA a coisa desafogou para os hospitais. Melhorou? Um pouco! Tá bom? Não... tá longe de ser. Mas os planos de saúde estão uma maravilha também, né? nem tem gente indo parar no Ministério Público para ter atendimento sob ordem judicial em planos de saúde. Tá tudo um caos. O público e o particular. E outra, existem mais gente quase que hospital no pais. Essas pessoas "dão cria" que nem coelho. Nunca vai ser o suficiente. Para melhorar a saúde, deveria existir, na minha opinião conscientização , programas de incentivo com relação ao controle de natalidade, mas essa palavra "consciência é coisa que muitos não tem. É mais fácil viver do nosso programa de assistencialismo de bolsas e depois cobrar e reclamar. Os corredores expressos estão aí, hoje muita gente adora a ideia e diz que realmente funciona, que diminuiu o tempo de trajeto, mas quando foram implantados foi um Deus nos acuda. Haja paciência para tanta reclamação. "Tá uma bagunça..." era só o que sabiam dizer nas ruas. Mas se parassem um pouco para se informar no lugar de reclamar teriam entendido todo o sistema de funcionamento, tinham cartazes, panfletos, jornais e toda a mídia informando. Mas ouvir funk e pagode alto no ônibus sabia fazer, mas prestar atenção na nova sinalização não. A mesma coisa é a Transcarioca, Transoeste, Trans sei lá o que. Gente, uma obra mega como essa ia ser feita sem nenhum perturbação? Imaginem quando foi feita a Ponte Rio-Niterói? Mas imaginem a vida hoje sem ela? Mesmo engarrafada, caótica e superlotada. É a mesma coisa. Sabe, tem coisas que as pessoas parecem vitrolas com disco arranhando, que saem repetindo as coisas, dizendo ser liberdade de expressão, retaliam a opinião contrária mas não pára para pensar em seus próprios questionamentos. E aí, quer ficar colocando defeito no mínimo que conseguiu se fazer diante do nada que tinham antes. Pra mim o que pesa mais não é que não tem ou não tá bom, o ponto é que não é suficiente. E nem sei quando vai ser. Somos carentes de muita coisa. E o mínimo que é feito nem sei se não é reconhecido por alguns, mas não dá vazão. E aí, não aparece. O que temos que cobrar são com relação os gastos, as prestações de contas, ao superfaturamento, as licitações forjadas, as verbas aumentadas, tudo isso! Mas não podemos dizer que NADA foi feito. As UPPs são perfeitas? Não! Mas hoje, há muito mais acesso nas comunidades para que se faça serviços sociais do que antes. Para alguns moradores em nada mudou. Mas para outros foi um grande passo rumo a uma grande melhoria. O problema é que tudo tem que ter um começo e as pessoas já querem o resultado final. Muita coisa é implantada experimentalmente, para ver se funciona, se rola, se tá ok. Daí, as mudanças e reformulações são feitas. Sérgio Cabral começou ao menos a se envolver num problema largado e enraizado há anos: as favelas do Rio. Não se faz um omelete sem quebrar alguns ovos e obviamente algumas questões e algumas coisas acabaram saindo perdendo, se deram mal. Mas é a tal questão de um mal menor para um bem maior. O problema mor: a polícia. Pra mim a PM corrupta, autoritária e vergonhosa tinha que acabar. Bato nessa tecla há anos. resolveria o problema? Não. Mas seria um grande passo, visto que a maioria dos problemas provém dela. Não é a única política corrupta e que quer se beneficiar, não é a única célula ruim. Há policiais ruins em vários departamentos, assim como há profissionais ruins em qualquer cunho. Mas isso não pode dominar o sistema. Em vez de exterminar o problema da violência e tentar erradicar ao máximo os crimes, a PM ajuda a aumentar esse índice. E ainda, grande parte da polícia corrupta ainda forma uma facção criminosa para concorrer com os bandidos. Aí já é demais! Até pra o mais crente dos crentes. Quando você vê um policial você não sabe se pede ajuda, se corre, não sabe se confia, se desconfia, não sabe se vai ser extorquido, se vão pedir suborno, se vai ser coagido. Literalmente, estamos nas mãos deles. E cadê o povo para protestar contra essa autoridade, esse sistema arbitrário que está tomando conta da sociedade através do medo e não do respeito. Vamos lutar contra isso! Vamos tentar chamar mais a atenção para esse problema que acho que é mais grave do que algumas coisas que estão sendo super elevadas ou sendo reivindicadas tardiamente. P

Mas, voltando a me ater ao assunto original, além de contraditório o povo enfurecido agora ficou descontrolado junto com a polícia violenta e sem preparo e paciência para cenas de enfrentamento: famílias inteiras, crianças, idosos estavam indo assistir ao jogo de inauguração do Maracanã quando deram por sí estavam no meio do confronto com bombas de gás de pimenta, bombas de efeito moral, balas de borracha. Imagine o nervosismo? Desnecessário! tem gente que não está no meio da manifestação mas não está contra e acabou enredada no meio da violência. Não se esqueçam que apesar da indignação pelo dinheiro público mal gasto ou pelo superfaturamento ou por gastos indevidos ou pelo que seja, o evento ainda é algo que reúne famílias e estas mesmas não devem ser colocadas em risco. Estavam ali para se divertir e não para participar de confronto nenhum. Protestem e manifestem à vontade, mas não envolvam quem não tem nada a ver com isso. Isso já está fora de controle e tomou uma proporção impossível de reverter.

Tá tudo errado. Tem muita coisa funcionando mal ou não funcionando. Tem pingos nos "is" aos montes para serem colocados. Mas tudo à seu tempo. Não vai se consertar o mundo em uma semana que tem séculos de podridão. Passeatas, protestos e manifestações vão nos levar a algum lugar sim. Mas a forma mais certa de mudança ainda é o voto. Esse mesmo, que muitos brasileiros fazem chacota dele, desperdiçando-o muitas vezes. É lá na urna, que todas as reivindicações, que todos os problemas devem ser pesados, que todas as indignações devem ser reavaliadas. Até mesmo aqueles que votam em branco porque dizem que não há candidato que preste ou que valha o seu voto. Votando em branco da-se voto para a maioria e quando a maioria colocar alguém sentado nos mais altos cargos do país, não me venha você, que votou em branco reclamar. O voto é um dos nossos poucos exercícios de cidadão que podemos exercer livremente. É mais que um ato de cidadania. É a nossa vez. Lutamos tanto para conquistar esse direito. Vamos fazer valer! E gente, atentem para uma coisa: independente de quem esteja no poder, mudar uma cidade caótica como a nossa nem em 10 anos de mandato daria para fazer todas as melhorias e acertos necessários para uma boa infraestrutura e qualidade de vida melhor para todos. Anos e anos se passaram e pouco se fez pela cidade. Então, porque quem está no cargo atualmente tem que pagar por uma má gestão anterior. Se tem que enumerar culpados, então que se comece lá de mil novecentos e bolinha. O país ideal, a cidade ideal, onde se possa viver com dignidade, com oportunidade para todos, tendo a igualdade como jargão ainda está sendo construído. Mas se você apenas quer fazer barulho e nada vai fazer para participar de alguma tentativa de mudança então você, tem todo o meu desprezo e descrédito! É preciso mais do que ações para mudar uma sociedade. Para ela ser melhor, é preciso mudar a mentalidade dela. E nisso, a nossa é neandertal, caminhando a passos lentos e pequenos, tateando no escuro. Como vamos dar credibilidade para alguém que pega o seu maior poder como cidadão e joga no lixo? Tá igual aos candidatos que pregam que vão fazer e acontecer pela cidade e a sujam e poluem de todas as formas mais que qualquer cidadão. Um sujeito desse merece votos? Que venham mais quatro anos, independente com quem for e quem estiver lá em cima, faça o que de melhor possa fazer, o que é possível fazer. E nós, cada vez mais ativos, conscientes e com voz forte possamos fazer a nossa parte que é cobrar o que nos foi prometido e tentar consertar o que achar que é errado. Não temos que nos acomodar, temos que aprender e saber como ganhar asas. E não ficar na aba do voto dos outros e ainda criticando o voto alheio como adoramos fazer hoje! E comecemos por dar exemplos de cidadania para cobrar uma cidade melhor. A pessoa pra cobrar, primeiro tem que saber fazer.

Levemos a mão na consciência um pouco para que as palavras proferidas daqui por diante sejam palavras com força de sabedoria. temos um poder muito maior do que julgamos, basta saber usá-lo! 





PS: esse texto foi escrito antes da manifestação organizada de segunda-feira, onde ainda tinha-se informações truncadas e dissonantes. Na verdade, alguns trechos foram inseridos em cima da ótica atual dos acontecimentos. Outros continuaram verdadeiramente quando foram escritos, há um bom tempo, quando se começou a falar, pensar e agir mais, politicamente. Confesso que, depois de conseguir me inteirar melhor porque os meios de comunicação  até mesmos os próprios manifestantes demoraram a se fazer entender em suas intenções, mudei um pouco a minha visão sobre a real proposta apresentada. E se eu tinha alguma resistência à determinadas ações e visões, com o decorrer dos acontecimentos ou elas mudaram ou elas sumiram. Sim, algumas permanecem, certas convicções não consigo mudar. Mesmo assim, não deixo de reconhecer a grandiosidade e importância do evento e continua a dar o meu apoio, desde que esse seja feito de forma pacífica, inteligente e sábia. Que não se comprometa pessoas e lugares se o propósito não é esse, se o feeling da coisa é pedir que se tenha respeito pela nação brasileira e que se construa um país melhor para se viver. No próximo post, vocês poderão ver algumas novas visões adquiridas depois de um melhor conhecimento da causa.

Obrigada,

Fernanda!

Um comentário:

Cris Medeiros disse...

Só tenho a dizer que estou orgulhosa de ser brasileira nessa momento. Espero sinceramente que com o tempo o movimento não se esvazie, mas crie uma forma mais organizada e continua. Desse jeito poderemos mudar nosso país.

Beijocas