22 de junho de 2013

Relatos de uma protestante...






Chega uma hora que nem se tem o que falar mais. Porque chega um momento que não se sabe e não se tem o certo e o errado. Ficam apenas várias opiniões, pontos de vistas e condutas a serem avaliadas. Durante todos esses dias de protestos me pronunciei em cima de fatos não vividos. Então daí você analisar de fora uma situação como um todo é bem mais fácil. Mas ontem, eu fazia parte daquele nº que eu nem sei de quanto, que foi às ruas mais uma vez protestar e pedir um país melhor. Mostrar que uma vez que o grito saiu da garganta, não mais será abafado. Um evento de fato lindo e como também já falei, as pessoas foram muito pacíficas, repudiando qualquer ato de violência e com um espírito grande de paz e justiça. Só quando cheguei em casa fui me inteirar da situação que estava acontecendo, pois foi muito distante de onde eu estava. Apesar de ver alguns resquícios de fumaça e escutarmos ao longe alguns barulhos, aonde eu estava a passeata continuava a seguir tranquila e as pessoas mobilizadas pelas causas políticas e sociais. Mas foi lamentável as cenas que vi e fiquei me perguntando se era no mesmo lugar que eu tinha acabado de estar, minutos antes. O cenário era de destruição, tudo devastado, incêndio, confrontos. Mais uma vez pessoas e patrimônios foram lesados. Mais uma vez, apesar do papel lindo que todos nós desempenhamos durante horas de passeata, o foco é a violência, confusão e vandalismo. Indiscutível a ação truculenta e muitas vezes covarde da polícia. Mas também não pode ser aceitável por exemplo que muitos comerciantes locais sejam atingidos pelas fagulhas das brigas e da violência sem controle. Que tenham seus bens avariados. Que tenham seus negócios destruídos. Que fique um rastro de destruição da cidade em patrimônios que são nossos, que nós utilizamos como o Sambódromo, o Terreirão. Como eu disse lá em cima, não tem, a essa altura, como dizer quem está certo e quem está errado. Quem começa e quem finaliza. Só dá pra dizer que assim não dá pra continuar. O intuito dessa mobilização toda é construir uma nova sociedade. Só que tem-se destruído mais que construído. É recriminável a ação despreparada da nossa polícia, mas também é recriminada essas ações (não em legítima defesa) que tem o intuito de apenas "revolucionar a todo custo". Tem três coisas que não se pode ser perdida na história: bom senso, respeito e responsabilidade. Não dá para chamar as pessoas pras ruas nessa praça de guerra. Não dá pra no dia seguinte ficar um rastro de devastação e prejuízo pra quem não tem nada com isso e que muitos estão do nosso lado. E quem sai perdendo nessa história toda somos nós, os protestantes sérios, porque as pessoas lesadas que até então estavam do nosso lado, vão começar a se voltar contra nós. Nem vão querer saber se apenas foi uma resposta a quem nos atacou. Eles simplesmente não vão apoiar mais. E a cada manifestação a cidade "perder" uma parte sua porque ficou destruída, a sociedade também vai acabar se voltando contra o ato que tem o intuito de melhorar as coisas. A gente quer ganhar aliados e não inimigos. E outra, não se pode, infelizmente, julgar todos por "uns". Estava na Central do Brasil quando começou a criar uma confusão (causada pelo que ainda não se sabe, especula-se que moradores de ruas estavam querendo roubar as pessoas), mas os policiais que estavam lá foram eficientes e sensatos. Fizeram uma rápida ação a fim de resguardar a população que estava lá naquele momento formando um cordão de isolamento, bloqueando a passagem do metrô onde ninguém entrava e saía. Mas nenhuma arma foi puxada, nenhuma violência foi feita, nenhum golpe deferido. Nada! Para esses policiais, homens e mulheres, aplausos. Eles souberem se colocar da melhor maneira possível na hora, acalmando a população. Mas tem aqueles que não sabem. Como em todo lugar: há os bons e ou maus. Há quem sabe fazer certo e quem sabe fazer errado. Não dá pra dizer que todos são iguais. Às vezes, alguns policiais que são hostilizados e atacados igualmente como atacam, estão ali pela primeira vez, não costumam agir assim, não são "laranjas podres". Assim como quem está nos protestos, tem sempre uma galera que age errado e uma galera que age certo. Tanto que os próprios manifestantes, os certos, tentam a todo momento coibir esses grupos errados e suas ações. E eu vi isso lá. Uma grupo grande da manifestação impedir que outro tentasse invadir a prefeitura. Porque, apesar de se ter razões para querer quebrar o mundo,dependendo da ação, perde-se a razão e é isso que a maioria não quer. Querem apoio! Porque já não interessa quem começou e sim como vai acabar e a maioria não quer mais quebra-quebra, feridos e violência. É isso... tem gente do bem e gente do maus nos dois lados. Atitudes que se aprovam e atitudes que se reprovam dos dois lados. Os dois lados tem e não tem razão! Os dois lados lutam por suas causas, certas ou erradas. Muito triste, pois iss, essas manifestações, essas passeatas, tudo isso foi um grande avanço para uma sociedade passiva por muito tempo que resolveu colocar sua indignação pra fora e ganhou visibilidade e apoio por isso. Independente de quem está certo ou não, não podemos é perder essa força e nos perdemos dos nossos propósitos iniciais!

Então é isso... rs. "Bora" pra próxima... a gente ainda tem muito chão pela frente!



Nenhum comentário: