10 de setembro de 2013

Desconstruindo pontes





Sabe aquela pessoa que constrói muros em vez de pontes, como diz o ditado? Acho que todo mundo conhece ao menos uma pessoa assim. Aquela pessoa que vive arrumando desculpas para se isolar cada vez mais no seu mundo e se agarrar à suas esquisitices e manias e neuras. Aquela pessoa que vive criando motivos para desentendimentos. Aquela pessoa que vive reclamando das atitudes dos outros para consigo mas não muda às suas para com os outros. Aquela pessoa que já nasceu desconfiada por natureza, vive com o pé atrás com tudo mundo e com isso não se mostra e a gente nunca sabe em que terreno está pisando. Aquela pessoa que vê em cada situação o mínimo detalhe para reclamar. Aquela pessoa que não é agradável por natureza e nem faz questão de ser simpática sob a desculpa de que quem quiser tem que gostar dela do jeito que é, mas na verdade age assim por má vontade. Sabe aquela pessoa que você olha e vem escrito com um letreiro imenso na testa MANTENHA DISTÂNCIA mas você sabe-se lá porque resolve ignorar? Pois bem! Eis que eu tenho uma criatura dessas na minha vida. E o que mais me incomoda é que não é qualquer pessoa que eu possa simplesmente me afastar, ignorar ou deletar. Esse ser é de total relevância em minha vida por conta de outras pessoas queridas próximas a mim e por isso não consigo 'me livrar'. Não que eu faça questão de ter contato e de conviver, mas não tenho como. 

A pessoa por si só já tem um pensamento negativo. Aliás, joga um balde de água fria nas situações antes delas acontecerem. E depois, quando as coisas 'dão ruim' fica dizendo que vai oras e pedir a Deus. Pra quê? Pra ser uma pessoa melhor? Não! Porque a pessoa ainda por cima se sente boa o bastante, se acha boa demais para muita gente e não entende porque é que muitas vezes, as pessoas se afastam dela, se ela sempre tem as melhoras intenções? Tem mesmo? Jura? Cara, eu juro que não tenho paciência mais não!

Agora o que mais me tira do sério, e olha que é difícil de saber qual dessas coisas todas é pior, é quando a pessoa começa a colocar palavras na minha boca ou modificar a versão original contada por mim seja lá sobre o que for. Ela pega o que ela entendeu e nem se dá ao trabalho de perguntar se é isso mesmo, fica puta com o que ela entendeu errado e sai por aí espalhando o que ela acha que foi o que eu disse. Resultado, dali há pouco, tem um monte de gente me censurando, me criticando, falando de mim porque simplesmente a pessoa resolveu sair por aí repetindo mentiras, mas que contadas várias vezes e de maneira convincente, com ela se fazendo de vítima sempre lógico, vira verdade absoluta. Não foram poucas as vezes que por causa desse péssimo hábito conseguiu promover brigas homéricas ou entre nós ou entre eu e terceiros. E, como sempre, nem preciso dizer mas digo assim mesmo que pela maneira 'coitadinha' de contar eu sempre era tida como a errada. Por ter falado o que eu nunca falei e por estar tentando me defender das calúnias. E a pessoa, que armou tudo, lá, sem sem afetada, opinando sobre os desentendimentos alheios. Cara, que raiva! Eu já passei por poucas e boas com isso. Hoje em dia, não caio mais não. Por isso, não é de se estranhar que uma pessoa dessas cada hora esteja brigada com alguém, cada hora tem alguém que agiu errado com ela, cada hora tem um desentendimento que ela não sabe o porquê. Só assim, ela já conseguiu afastar meio mundo! Por que, quem quer conviver com alguém assim? E como se não bastasse, quando você confronta com as invenções e criações dela sobre o que eu disse, ela ainda vem dizer que eu tô maluca, que entendi errado, que não foi nada daquilo, que estou de bobeira e ela não tem problema com ninguém, ela nem sabe porque as pessoas arrumam tanta confusão com ela se ela não dá motivo pra isso. Ou seja, mais uma vez a errada sou eu. E quem toma mais uma vez? Isso aí... eu o/ !!!!!!!!!!!!!

Fora isso, é uma pessoa completamente alienada e alheia ao que acontece fora do seu mundo e de seus interesses. Não sabe e não quer saber! Taxativa assim! Não faz questão de estar presente e participar de comemorações e festividades. Aliás, detesta festas. Não gosta de sair de casa. E por diversas vezes, já disse que não gosta de se 'misturar'. Bom, eu entendi isso, ou melhor, achei por bem entender assim, que não gosta de interagir com pessoas de fora do seu convívio, que conheça. Por isso, quando acontece de ter grupos diferentes de pessoas num mesmo lugar, a pessoa senta a bunda na cadeira, coloca com super bonder e não arreda o pé de lá até a hora de ir embora e que por sinal, não demora muito a chegar. E a desculpa quando não comparece há alguns eventos é - 'não fui convidado'! Como assim? Não seria óbvio que em muitas comemorações esteja incluído já que é parente de primeiro grau da família? Mas prefere fazer a linha 'me excluíram, tadinha de mim'. Sério: é de dar raiva!

No começo né, desavisada, ficava sem jeito e não queria arrumar problemas, abaixei a cabeça. Muitas e muitas vezes, E ainda tinha que voltar atrás na minha razão e pedir desculpas quando a certa era eu, porque senão, a pessoa ficava ofendida! Mas depois de um tempo, percebendo o jogo sujo que ela faz com isso, passei a não ligar mais e chutei o balde. O que, ficar agradando pra quê? Se a pessoa não faz a mínima questão de fazer o mesmo por você? Chega de ser uma via de mão única, só vai, vai, vai e nunca volta. Chega de não ganhar consideração. Chega de ser colocada para ser mau interpretada de propósito. Chega de me sujeitar a me sentir mal e culpada por certas situações se não fui eu quem criou! CHEGA!

Libertei-me! E hoje, claro que ela não pára de aprontar e cada hora é uma novidade, mas já sinto, depois da raiva, pena sabia? Pena porque no fundo é uma pessoa sozinha. No fundo deve sentir um vazio enorme diante desse muro e obstáculos que construiu. De que adianta estar cerca de gente se nenhuma verdadeiramente faz questão de estar junto? Fica porque não tem jeito! Apesar de saber que cavou a própria cova, sinto pena porque enquanto os outros que ela criticou e maldisse estão vivendo felizes ela está lá aparentando muito satisfeita com a vida quando na verdade tudo que ela menos está é isso, satisfeita! Nem com a vida, nem com ela. Mas é aquela pessoa que a gente diz que não dá o braço a torcer, não vai admitir nunca, por orgulho! Vai manter sua posição, mesmo se dando conta de que é errada até o fim. Gente, dar um passo atrás não é se diminuir. Reconhecer um erro não é se humilhar. Pedir desculpas não é vergonha. E logo ela, posuda de toda humilde... em suas atitudes calculistas não há humildade alguma. E assim como eu cansei, outros vão cansar, muitos já cansaram e resultado: cada vez mais uma pessoa sozinha e que no fundo, não pode contar com ninguém? O que leva alguém a criar desafetos pela vida à fora? Muitos pode de fato não ter sido culpa dela. Ela também, embora eu não acredite muito, merece o benefício da dúvida. Ela pode agir hoje em dia assim como uma defesa por já ter sido muito atingida e machucada, ter se decepcionado e não acreditar mais nas pessoas. Mas agindo dessa forma ela não está sendo melhor do que quem fez a ela alguma coisa, algum dia e se é que fez. Está sendo igual! Só usa a desculpa de que agora está fazendo com os outros o mesmo que fizeram com ela por não ter coragem de assumir o que verdadeiramente sente, pensa e quer fazer. 

Ao menos comigo o papel de vítima não cola mais. E se essa pessoa hoje se encontra que nem um náufrago no meio do oceano, por mais pena que eu possa ter, não consigo deixar de sentir uma pontinha de satisfação. Tanto fez, tanto fez que levou! Sempre há mil maneiras de fazer as coisas e sempre há uma escolha de quem quer ser. Se a pessoa escolhe o caminho errado e a pessoa errada, fazer o que? Se escolhe duas vezes o mesmo caminho, então está fadado ao isolamento sentimental, social e emocional. É uma prisão sem grades, construída por ela mesma. Com a obrigação de ser perfeita, certa e incontestável! Se nem Jesus Cristo foi... Não se tem prazer em ficar ao lado de alguém que só fica falando dos outros, reclamando, comparando, comentando... O tempo que se perde com isso era tempo de investir nela mesma como pessoa, fazer algo de bom pra si, ocupar mais tempo com a sua vida. Mas cadê que vai perder a chance depois de dizer que fez muito pelos outros e ninguém deu valor, ninguém reconhece? Difícil manter ao lado uma pessoa que não gosta de nada, nada está bom o suficiente, nada agrada... Não deixa de ser uma situação triste, mas se eu não esquecer que ela criou essas situações e as usa para manipular as pessoas, não fico mais triste!

E é até difícil ajudar uma criatura dessas porque ela acha que não precisa de ajuda porque ela está bem! Então tá, né? O primeiro passo para ajudar alguém é esse alguém reconhecer que precisa de ajuda e querer de fato ajuda. Enquanto ela não se convencer disso e enquanto não acordar que ela é a responsável por afastar as pessoas da vida dela e não outras coisas ou pessoas ela não vai estar pronta para receber ajuda e enxergar os pontos necessários a serem trabalhados para que ela 'melhore'. Infelizmente, em alguns casos confiança demais e autossuficiência elevada prejudicam! Ainda mais se acrescidas com uma dose de orgulho e uma pitada de ressentimento. Sim, porque no fundo, acredito eu, que a causa dessa pessoa que hoje ela se tornou é muita amargura, rancor, arrependimentos por algumas escolhas. E quem nunca? Quem não tem uma bagagem de vida que não queria? Muito difícil encontrar alguém 1000% satisfeito, realizado e de bem consigo mesmo, onde tudo saiu como nos conformes e não precisa mudar nem uma virgula de lugar. O triste fim dela eu, você e muita gente já sabe qual é. E não vai ser praga do destino ou peça de Deus. Ela está trilhando esse caminho. Escolhendo afastar o mundo e enaltecer a ela mesma. Escolhendo viver num mundo de razões e certezas do que num mundo de verdade onde as pessoas tem defeitos e a vida erra, não é perfeita. O problemas é que os que se consideram perfeitos têm medo, de expôr suas imperfeições e serem alvos de críticas e de juntar a tudo e todos que foram alvo de sua língua durante toda a vida. A igualdade fere mais que diferença. É muito mais difícil lidar com um semelhante simplesmente porque ele é como um espelho: bate e volta.








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