2 de março de 2010

De qualquer jeito, parabéns Rio!


Ontem, 1° de Março, comemorou-se o aniversário da Cidade Maravilhosa. 445 anos de Fundação da Cidade do Rio de Janeiro. Apesar da chuva forte, o carioca não desanimou para curtir os shows de homenagem que aconteceram em vários pontos da cidade. Um bolo de 10m foi cortado no centro da cidade, próximo à Catedral que também deu suas bênçãos ao Rio, pelas mãos do Arcebispo Dom João, através da imagem de São Sebastião, padroeiro da cidade. Era pra ser um dia especial, mas infelizmente, mas parecia um dia normal!

A maioria da população estava trabalhando e estudando, correndo atrás para fazer um futuro melhor. Já que, esperar pelos nossos governantes é como esperar nevar aqui na cidade! Enfim... Parecia ter dado a louca no tempo, que já não é mais o mesmo desde outros carnavais. E por falar nele, alegrou, brincou, aconteceu, mas deixou nosso pobre Rio um caos. As ruas sem estruturas para aguentar a rebordosa dos blocos viraram um misto de mar de gente com mar de ambulantes. E só mesmo uma galera com muita inspiração e vontade de “foliar”, tinha ânimo para disputar um lugarzinho “ao sol”. O dia-a-dia na cidade está cada vez mais estressante: o trânsito está de causar inveja à SP. Daqui a pouco, realmente vamos ter que fazer rodízio com as placas dos veículos. Às 10h da manhã, o trânsito parou na esquina da minha rua, na zona norte, com direção ao centro. 12h e a Avenida Brasil, principal via de acesso da cidade estava parada. Motivo: choveu! Nesta hora, os pivetes, meninos de rua, assaltantes entram em ação, mais do que o normal. Aproveitam que as pessoas estão engatadas no trânsito para praticar seus pequenos delitos. Normal, né? Somos cariocas... hehe! Devíamos estar acostumados com isto! A economia ta igual a um ioiô, sobe e desce; depois da crise econômica mundial, alguns setores da economia e de produção conseguiram se estabilizar, nem que fosse com a saída da redução da taxa de juros e do Ipi. Mesmo assim, nossos salários não aumentaram tanto quanto às contas de água, luz, telefone, alimentação, transportes, educação e lazer. No máximo o mínimo, que finalizou em 510,00 por mês. Saí a crise do dinheiro e entra a crise da saúde. Várias epidemias tomaram conta da cidade ano passado, a principal delas a gripe suína, conhecida como H1N1 tirou o sono de muita gente achando que estava infectada. No verão, volta a preocupação com a dengue. E diariamente, postos de saúde, hospitais públicos e UPA’s estão superlotados tentando atender uma população carente de planos de saúde com problemas que sobram, e ninguém consegue resolver.

Resumindo... a cidade mais conhecida do mundo não é lá um exemplo de bem estar, organização e qualidade de vida sustentável! Porém, por outro lado, apesar de tudo isto que nos cerca, e que não é pouco, vale a pena ressaltar, somos tomados por uma alegria contagiante e uma garra que muito provavelmente descendemos dos índios, rs! Quando precisamos vamos à luta, quando temos tudo para chorar rimos, temos esperança, confiamos ainda, nem sei ao certo porquê nem em quem... Em Deus, nos nossos filhos, na gente mesmo, em algo que nem ao certo sabemos explicar. E possuímos em nossa cidade um cenário que ajuda a qualquer um a manter o bom humor e não perder o pique da vida. Inspirador, relaxante, cativante, extasiaste, envolvente, acolhedor. E o jeito carioca de ser? Único! Somos reconhecidos em qualquer parte do mundo por sermos espontâneos, extrovertidos, possuirmos manhas e gingas, rsrs... coisa cultural que se arrasta pra vida!

Lado bom e ruim, assim como quase tudo a nossa volta, a cidade do Rio possui prós e contras. Mesmo assim, vale ressaltar, que apesar de apontar o negativo da coisa, tenho orgulho de ser carioca. Nem que seja por aquela porcentagem mínima do porque vale a pena ser. Então, parabéns Rio, eu gosto muito de você! Espero que não seja sempre assim como és hoje, mas que conserve esta capacidade de transformar os momentos em seu entorno, nas melhores coisas da vida!

Um comentário:

Cris Medeiros disse...

Eu sou carioca, moro no Rio desde que nasci, mas não nutro esse amor pela cidade! Acho uma cidade bonita, mas para passear, não pra viver nela, pra viver acho que viveria melhor em outras!

Beijocas