11 de novembro de 2010

"A morte não é nada..."

Pois é, depois de séculos de omissão, estou de volta! Eu acho. Muita coisa aconteceu em minha vida e uma delas foi o adoecimento e a perda da minha vózinha querida. O que, obviamente, mexeu muito comigo. Ela se foi tem 3 dias mas parece uma eternidade para a saudade. Para a lembrança, é como se ela nunca tivesse deixado de estar aqui. E para a dor que causava vê-la sofrer em cima de uma cama e padecer um pouquinho a cada dia, tenho alívio de saber que ela descansou, em fim, na santa paz da Deus, nos braços do Senhor. O fato é que desde o início da doença ate o término dela que culminou com o término da vida de minha vó, meus dias se resumiam a cuidar dela ou a me revezar cuidando dela com minha mãe, cunhada, madrinha e todos da minha casa. Infelizmente, todo este esforço foi em vão e dia 8/11/2010, às 18:22, por falência múltiplas dos órgãos, o câncer em seu fígado que se alastrou por todo seu corpo frágil e amarelado a esta altura ganhou a briga que ela travava com a vida. E, para deixá-la ir, como se deve, me proponho a voltar a minha vida, a ocupar meu tempo, meus dias com a minha rotina cotidiana.

Na falta de palavras para descrever o sentimento que borbulha dentro da gente após uma perda, encontrei este texto que possui uma mensagem de conforto. Conforto este que nem sempre sentimos, embora saibamos que a pessoa que se foi algumas vezes, esteja melhor assim, longe do que perto e sofrendo. A aceitação demora a chegar e tem horas que percebemos que só o tempo dará jeito... Este texto me lembrou a minha avó em sua essência, pois se ela pudesse tecer algumas palavras com sabedoria agora para nós, que aqui ficamos com uma saudade e dor imensas, seria assim:




A MORTE NÃO É NADA

“ Eu apenas passei para o outro lado do caminho

Eu sou eu, vocês são vocês,

O que eu era para vocês, continuarei sendo.

Dêem-me o nome que sempre me deram,

Falem comigo como sempre fizeram.

Vocês continuam vivendo no mundo das criaturas,

Eu estou vivendo no mundo do criador.

Não utilizem um tom solene ou triste,

Continuem a rir daquilo que nos fazia rir juntos,

Rezem, sorriam, pensem em mim.

Rezem por mim.

Que meu nome seja pronunciado como sempre foi,

Sem ênfase de nenhum tipo,

Sem nenhum traço de sombra ou tristeza.

A vida significa tudo que ela sempre significou,

O fio não foi cortado.

Por que eu estaria fora dos seus pensamentos?

Agora que estou apenas fora de suas vidas?

Eu não estou longe,

Apenas estou

Do outro lado do caminho...

Vocês que aí ficaram

Sigam em frente,

A vida continua linda e bela

Como sempre foi”



Santo Agostinho




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