17 de junho de 2014

Deixar pra lá... vale à pena? Até que ponto?


Algumas vezes, ou melhor, muitas vezes, ouvi essa frase na vida: "ah, pra que esquentar a cabeça??? Deixa pra lá!!!" e realmente, eu tentei seguir essa frase e fazer dela meu lema. Nunca fui muito fã de pessoas barraqueiras e que tomam satisfação à torto e à direito, que reclamam de tudo... Tem horas que a gente perde a cabeça de fato, com algo ou alguém, aí, sai de baixo porque ninguém nos segura. E acho que todos nós temos nossos momentos e quem está à nossa volta tem que respeitar, o que é diferente de concordar.

Posso não concordar, por exemplo, que ao contrário de mim, uma pessoa nada faça, nada diga, nada seja, diante de alguma coisa que esteja acontecendo com ela. Mas, respeito a decisão dela de nada fazer! Embora acredite que nem que seja vez ou outra a gente deva se impor perante os outros, perante a sociedade, as arbitrariedades e ao mundo, como um todo. Principalmente, se impor para nós mesmos, que acostumados com as nossas atitudes de sempre, começamos a nos julgar incapazes de agir diferente. Ou por medo de surpreender, magoar ou desapontar as pessoas que não estão acostumadas com esse nosso comportamento. Aí, vamos calando, vamos virando a cara, vamos nos reprimindo e nada fazemos com o inconformismo, com o inaceitável, com o que nos faz mal!

Num ponto eu concordo: se é para deixar para lá porque não liga não tá nem aí, não te incomoda de jeito nenhum, beleza! Realmente, a gente tem que virar a página e bola para frente. Mas, deixar pra lá por causa da opinião dos outros ou para apenas não incomodar alguém, mas continuar chateado ou incomodado com a situação, aí não. Aí, então, é a hora de colocar para fora, de extravasar. Dica da minha terapeuta, rs!

Mas, alto lá! Até na hora de se expressar, por mais raiva ou razão que se tenha, tem que ter limites. Uma palavra errada, uma frase de ofensa e um discursos mau elaborado e sua razão vai por água a baixo. Ou até a falta dela. Mas se a gente sabe falar, argumentar, reclamar o que é de nosso direito ou com o que não concordamos, podemos até não estarmos certos, mas alguém vai nos ouvir. Confesso que muitas vezes não ouvi a voz da razão e na hora de expressar meus sentimentos não fui muito feliz nas falas e nem na construção das frases, muito menos nas atitudes. Embora muitas vezes, estivesse realmente com vontade de xingar o infeliz ou pular no pescoço daquela "lá". Temos que ter é bom senso e calma, coisa difícil de manter quando o sangue está quente. Mas é preciso!

Mesmo assim, não abro mão do direito que temos de expressar, coisas boas e ruins. Se não estamos satisfeitos, se nos incomoda, então não deixamos pra lá. Se vamos ficar remoendo aquele assunto ou nos martirizando depois porque deveríamos ter feito ou acontecido, então não deixamos pra lá. Digo eu de passagem com uma situação revoltante com uma pessoa que considerava muito e fiquei muito chateada com algumas atitudes dela. Queria ter feito e acontecido, mas, fui ouvir o "deixa pra lá coletivo" e deu no que deu: sentimento reprimido! E tudo que temos que pedir das pessoas que estão ao nosso redor, é respeito. E não igualdade, de pensamento, de ações e de comportamento.

Puxando o link de um post de uma blogueira que li e gostei muito, Dama de Cinzas(http://confissoes-femininas.blogspot.com/), ela publicou certo dia o texto: para ser amigo tem que ser igual? Bom, não é difícil adivinhar que a maioria das respostas foi NÃO. E inclusive muitas pessoas disseram que são amigas de outras que nada tem haver com elas. Acredito, mas será que esse não é 100% verdade?

Sei que não é bonito admitir, mas muitas vezes queremos que alguém concorde com a gente. Ou, até mesmo que não nos contrariem. Que até digam que não fariam a mesma coisa, mas que a nossa atitude não foi errada! Não seria isso ou tô enganada? É feio, eu reconheço, mas somos humanos, e imperfeitos! Não tô dizendo que discordo que para ser amigo de alguém temos que ser a xerox dessa pessoa. Acho até que a diferença faz surgir e nutre o respeito e a compreensão ao que é diferente de nós. Mas a maioria das amizades não quer ser julgada. Não quer ser analisada. Quer ser apoiada! Exceto quando um ser entra num devaneio louco e que aí alguém tem que puxar o pé dele e situá-lo da vida. Nesse caso, seria até um favor! Fora isso, queremos ser reconhecidos por nossos atos, independente se vc, ele(a) ou nós concordamos ou não. Temos apenas o dever de respeitar. E se formos contestados, respeitarmos as opiniões contrárias às nossas. Pois se é isso que queremos, temos que agir - aqui sim - igual!

Nossos questionamentos podem ser os mais bobos do tipo, um tratamento que julguemos não adequando, uma interpretação errada, uma conclusão precipitada de um problema, uma situação mau resolvida e ir até os mais graves que envolvem emprego, dinheiro, família. O que importa de fato é: se não gostou, fale! Fale de maneira educada, mostrando o porque não está satisfeita com a pessoa ou situação, mas fale. Senão, você ao invés de 1 terá 2 problemas: o de não falar exatamente o que vc queria e de criar mais um problema com aquela pessoa. Em vez de melhorar a situação, vc só vai piorar. Veja de fato se e importante questionar ou se a pessoa ou situação são dignas de "deixar pra lá", se for, deixe. Também não vamos sair por aí criando caso à toa. Mas se não for o caso, veja qual a melhor forma que vc pode proceder. E lembre-se: é para melhorar as coisas, não piorar. Então, se não for ajudar em nada, mantenha-se calado, que vc ganha mais. Não melhora em nada... mas tb não piora as coisas para vc... Literalmente, "DEIXA PRA LÁ..."




Um comentário:

Cris Medeiros disse...

Obrigada pela citação, linda!

Olha, eu opto por conversar tudo com quem eu gosto, conversar inclusive o que ficou mal explicado, o que foi dito e ofendeu. Mas nem todo mundo quer ter essa conversa, nem todo mundo está aberto para reconhecer que pegou pesado. Então é uma situação complicada.

Acho que por conta disso sou seletiva demais com minhas amizades, as que tenho realmente posso conversar tudo, e posso me dar o direito de ser diferente delas e dou o mesmo direito.

Beijocas