19 de julho de 2011

"... ê saudade, que bate no meu coração..."

Esses dias vi um filme, uma comédia brasileira muito legalzinha e que me fez recordar de bons e velhos tempos, tempos esses que éramos felizes e não sabíamos, literalmente. No auge dos 18, 21 anos a gente acha que nossos mini problemas existenciais são um buraco na camada de ozônio e julgamos que, mais velhos e mais maduros, as coisas passem a melhorar. Mas, não sabíamos que quanto mais velho mais problemas. Ou melhor, mais preocupações, mais responsabilidades, mais cobranças e tudo em triplo, quádruplo, etc.

O filme conta a história de 3 amigas que frustradas com suas vidas e decepcionadas com o mundo, resolvem partir numa viagem para se divertir e colocar em prática mudanças que julgam necessárias. No meio do caminho, uma 4ª amiga se junta ao grupo, que cega como quem não quer nada, também com suas neuras e questionamentos, se identifica e faz parte! Coincidência? A arte imita a vida?rs. Só que, na flor da idade não saber o que quer ser na vida, se preocupar com o que acham as pessoas à nosso respeito, se decepcionar amorosamente e ir em busca das suas verdades e identidade é a coisa mais comum e banal de acontecer. É nada, praticamente, se comparado ao que nos acontece mais velhos. Se preocupar com maridos, talvez filhos, casa, emprego, família e tudo isso atrelado a bem estar, estabilidade, satisfação, felicidade, equilíbrio e sobretudo harmonia. Organizar todo esse quebra-cabeça sem ficar maluca ou surtar de vez, rs.

Então, ali, assistindo ao filme, fiz um regresso no tempo e um filme particular passou na minha mente. Onde eu e minhas 4 amigas inseparáveis tivemos nossas fases e que achávamos que era o fim do mundo: uma paixão não correspondida, uma night frustrada, uma roupa que não caía bem, a barriguinha ou gordurinha que cismávamos que tínhamos, uma insatisfação física, o que fazer na próxima semana, qual a boa com a galera, quais eram as impressões que tinham de nós e quais eram as nossas impressões sobre um mundo totalmente novo que se abria diante de nossos olhos.

Não estou aqui dizendo que éramos fúteis, bobas e sem noção, rs. Apenas avaliando que as preocupações que rondavam as nossas cabeças eram brandas e literalmente, a gente fazia tempestade em copo d'água muitas vezes, rs. O bom de ter vivido essa fase é que amadurecemos. Crescemos e enxergamos o mundo, as pessoas e até nós mesmos como somos de verdade. Não ilusoriamente. Aproveitamos até o bagaço todas as festas, nights, micaretas, viagens, eventos, compras, dúvidas, lanchinhos, filminhos, questionamentos, nós mesmos e nossos momentos dormindo uma na casa da outra, fazendo "clube do edredom", momentos de desabafos, experimentando, aprendendo, vivendo.

Hoje olho lá atrás e me bate uma saudade!!! Do que foi vivido, mas sem querer viver novamente. De quem éramos, mas sem querer ser quem eu fui. De uma proximidade e de uma felicidade despretensiosa, atitudes desprendidas, medos desmedidos jogados ao ar, sem lenço e sem documento. Sem hora, sem regra, sem necessidade. Coisas essas que nós nos impusemos, com o passar dos anos. Saudade gostosa de sentir, saber que eu vivi que fui muito feliz e que o passado é meu e ninguém pode me tirar! Eu ria sozinha do filme e também nas minhas lembranças de nossas gostosas confusões. A gente aprontava bastante. Traquinagem, malandragem, com e sem intenção. Queríamos causar! Queríamos ser notadas, Queríamos existir perante nossas vontades, saciar nossos desejos e desbravar o mundo com nosso espírito aventureiro. Queríamos viver... "e não ter a vergonha de ser feliz..."

Agregamos isso a faculdade, que ficou muito marcada em nossas vidas por nos proporcionar muitas experiências, conhecer muitas pessoas e aprender demais, não só nas salas de aula, mas as lições da vida. Mas, não foi a faculdade. Éramos jovens... Aniversário, fazemos todos os anos, mas 18 anos, cheia de sonhos, expectativas, objetivos de vida e incertezas do que virá por aí, uma vez só na vida. E essa fase dura até mais ou menos uns 23/24 anos. Fase de descobertas, de firmamento pessoal, profissional, financeira e social. E daí por diante, vem uma sequência de acontecimentos que derivam do que nós, começamos lá atrás, nos 18 aninhos.

Saudades... apenas saudades! E a certeza mais certa de que cultivei amizades, pessoas e momentos eternos! Que serão sempre lembrados e guardados com muito carinho, na memória e no coração!!!


PS: pra minhas amigas lindas, "momentos que são meus e que não abro mão"


                                                

"Ê saudade, que bate no meu coração..."
A gente não é o que conseguimos na vida; a gente é o que deixamos na vida!

2 comentários:

Talita Barroco disse...

Muita saudade dessa época mesmo... tudo era muito divertido ou uma catsstrofe.rsrs
Sinto saudade dessa época porque fazíamos tudo juntas, nos víamos todos os dias... que fase boa!!!

Obrigada por fazerem meus dias mais felizes ontem, hoje e sempre.

Bjs

Cris Medeiros disse...

Sua história me fez lembrar lá por volta de 2002, que eu tinha 3 amigas do trabalho muito legais, e a gente fazia tudo juntas. Fora que nos reuniamos na casa de uma delas uma vez por semana e era bom demais. Duas delas mudaram de cidade e outra se casou... Uma pena, sinto muita saudade dessa época.

Beijocas