26 de junho de 2013

Um país sem corrupção depende da honestidade do seu povo




É hora de rever os conceitos.

Tem gente se perdendo, perdendo a razão e a noção! Nem tudo é justificável quando se quer atingir um objetivo. Nem sempre acerta-se apenas aqueles que se tem intenção. Na maioria dos casos, muita gente que não tem nada com isso é afetada, sofrendo com os estilhaços da culpa. Culpa que é compartilhada, que não é de ninguém! E é isso que temos vivido ultimamente. E nessa guerra declarada e armada, sobra pra todo mundo. Quem tem culpa e quem não tem. Quem apoia e quem não apoia também. Tiramos um por 1.000 e colocamos todos no mesmo patamar de igualdade. Não vou nesse post entrar no mérito de quem está certo e quem não está. Acho que quando se trata de violência sempre se está errado. Mas hoje em dia, a maioria acha que vale tudo quando se trata de defender a sua razão, sua lógica, seu ponto de vista. Por isso, não tomarei partido de nenhum lado, mesmo que eu ache, que de nada importa lados opostos, agora. Todos querem os mesmos resultados, no final.

E, com os ânimos exaltados, os pulmões inflados de hinos e o coração cheio de esperança e revolta, clamamos por um país melhor. Mas, nessa reivindicação, não podemos devanear demais e perder os pés no chão. E principalmente, não deixar de levar a mão na cosciência. Fato é que a causa é boa, mas os rumos que a coisa vem tomando, não dá. Existem grupos de baderneiros que se aproveitam do movimento para vandalizar e praticar delitos. Sim, isso já foi comprovado! E no geral ajudou a tumultar ainda mais o que por sí só já era um grande tumulto, deixando recair a culpa em cima de pessoas que não são completamente idôneas, mas que o propósito de estar ali era totalmente contrário de luta e briga. A única batalha que se quer é conseguir ser ouvido e ter suas reivindicações (que não são poucas) ouvidas. Tem muita gente que acha justificável depredar o patrimônio público, já que a devastação maior é o que os governantes vem fazendo conosco há anos, nos privando de serviços de qualidade e nos obrigando a conviver com o menos do que o suficiente. Mas, êpa... peraí! Se estamos reivindicando melhorias, vamos lá estragar tudo? Se queremos um basta na corrupção, na injustiça, na impunidade, o que estamos fazendo se compara ao que eles fazem. Pode parecer mínimo numa escala onde pessoas morrem sem médico, não tem o que comer, onde morar e não sabem escrever seu próprios nome, mas numa visão geral, não é não. Pequenos atos tornam-se gigantescos. Quando a gente não dá um basta na coisa, ela só cresce. Queremos culpar o governo e descontamos em seus patrimônios. Ok! Legal! Mas há pessoas em torno desses patrimônios públicos que não tem porque pagar pelo que não fizeram  que estão do nosso lado. Só pra constar: comerciantes, lojistas e donos de pequenos empreendimentos locais e funcionários prejudicados tiram de seus serviços o salário para o sustento de suas famílias. A população está sendo prejudicada com todos esses acontecimentos. Está com medo! A cidade está tendo prejuízos incalculáveis! Está ficando destruída! Essas ações de saqueamento, depredação e violência gratuita ao comércio e à cidade está passando dos limites. Vamos perder a causa, porque estamos perdendo a razão! 

Aí, você que me lê deve pensar: Eu? Eu não! Não tô fazendo nada! Nem fui nessas passeatas, nem saí de casa. Como vou ser responsabilizado por coisas que não quebrei e gente que não machuquei. Eu te digo: nós sim, cara pálida! Desde o momento em que abrimos os braços para o movimento e concordamos que ele exista temos que estar sujeitos a qualquer tipo de coisa que dele possa surgir. E temos que arcar com essa responsabilidade! Simples assim. Eu também não! Não quebrei, nem feri, nem pichei, não incendiei, não provoquei e nem incitei nada. Mas não dá mais pra ficar de braços cruzados apontando o erro e o defeito do outro e se isentar da culpa de pelo menos não corrigir! Não adianta nos esquivarmos mais! Tudo bem, a gente não colocou a ideia na cabeça e nenhum objeto na mãos dessas pessoas e as obrigou a acabar com a cidade, não incentivamos e não concordamos. Mas o se calar, o se omitir quando necessário e o não fazer nada para corrigir é uma forma de apoio para que se continue. O governo pode cuidar da burocracia, leis, normas. Mas relativo a conduta da sociedade, somos nós que temos que fiscalizar e nos policiar. E cuidar para que não acabemos nos tornando o mesmo que aqueles que criticamos: oportunistas! Por diversas vezes falei de hipocrisia ao me referir aos vários atos inseridos no contexto que motivaram essas manifestações todas. Não pelo ato surgir em si, mas por nós apontarmos o dedo na cara de outros e esquecermos de olhar para nossos próprios umbigos. O fato é: vamos colocar a culpa em alguém. Desde que não seja na gente. Não vou entrar no mérito aqui do discurso da Dilma sobre o que é certo e errado. Todo mundo tem suas opiniões muito bem fundamentadas em ideologias mil. O debate rola solto nas mídias sociais, ninguém manipula ninguém, mais. Mas, contudo que vem acontecendo nos últimos tempos, fica só uma certeza pra mim, no governo e na sociedade: ninguém faz nada sozinho. Portanto, se existe culpa que não pague um culpado só! E isso serve para todos: políticos, mídia, sociedade. Perde-se tudo quando perde-se a razão! Que motivação é essa que nos faz aflorar nossa inconformidade para com o governo e não consertar o nosso jeito de ser.


Ou seja, queremos um mundo melhor, mas o que fazemos para tornar esse mundo pelo qual lutamos e pregamos que é horrível? Muito pouco, quase nada! Na verdade, somos o olho do furacão dos espertalhões. A maioria sempre quer se dar bem em cima da ingenuidade dos outros, às custas da boa vontade alheia. E se aproveitam na cara dua, sem a menor cerimônia. Tem gente que pode até não fazer nada, mas se também é beneficiado pelas ações ilegais, não adianta tentar se escusar. TODOS TÊM CULPA, DIRETA OU INDIRETAMENTE! E não é difícil pensar quais são essas "armações" quando olhamos para o nosso dia-a-dia. É tudo aquilo onde não somos honestos. Por menor que seja! É o suborno que propomos quando somos pegos por autoridades ou quando queremos conseguir algo, é quando furamos filas ou usamos as preferenciais sem ter direito, é quando fraudamos uma carteirinha de estudante para pagar meia-entrada, é quando recebemos o troco errado e ficamos calados, é quando jogamos lixo na rua, é quando não respeitamos as leis de trânsito e ajudamos a formar o caos das ruas, é quando a gente aplica o golpe famoso 171, é quando usamos as cadeiras especiais em transportes coletivos e fingimos dormir, é quando compramos no comércio ilegal produtos pirateados,  é quando queremos sempre que os nossos sejam privilegiados e estejam sempre em primeiro lugar, é quando achamos que nós temos mais direitos do que os outros ou quando nos apropriamos do que não temos direito, é quando compramos carteiras de motoristas, diplomas, vagas em cursos e faculdades, é quando temos conhecidos em vários lugares e eles "adiantam" o nosso lado, nos fazendo ter uma prioridade que não temos, é quando achamos uma carteira de dinheiro e devolvemos ao dono só com documentos, é quando criamos "gatos" e não tô falando dos bichanos e sim dos gatos Net, Luz, Telefone, Água às custas de outros e por aí vai uma lista sem fim. Você pode me dizer que não faz isso. Mas certamente conhece alguém que faz. Dos delitos mais graves aos mais leves. E o que você faz para tentar impedir isso: Nada? Então já é cúmplice. Desde o momento que nos omitimos e nos isentamos de fazer a coisa certa, já tornamos o problema nosso também porque deixamos de fazer a nossa parte. Nós podemos agir da melhor forma possível, de uma maneira inquestionável. Mas se somos coniventes com os que fazem, começamos a pecar e errar! Como podemos ousar cobrar um país justo, sem corrupção, sem roubos, sem impunidade se nós acabamos por nos tronar o reflexo dele?


Não é de hoje que o Brasil é tido como o país do jeitinho. Aqui arruma-se jeito pra tudo! Só que esse jeitinho é às margens da lei. Esse jeitinho não é correto. Esse jeitinho estimula desde cedo que as pessoas queiram se dar bem às custas de outras. E ser o espertinho é tornar-se tão pilantra quanto àqueles que nos lideram e que o povo grita nas ruas para que deixem as cadeiras do governo, pois não são dignos de ocupá-las se não são honestos. Mas como cobrar honestidade se nós mesmos não somos? Como cobrar que sejam confiáveis se nós não inspiramos confiança? Como cobrar valores se nós esquecemos dos nossos? Não temos moral para isso! Somos milhões/bilhões de brasileiros e seria muito injusto da minha parte classificar todos como corruptos ou corruptíveis, com certeza há aqueles que são acima de qualquer suspeita. Mas até que ponto, até quando não vão se deixar contaminar pelas laranjas podres. Até quando essas pessoas vão aceitar não viver às custas de um país irregular e não ser beneficiadas ou favorecidas pela desonestidade de terceiros? Não dá pra saber! A única coisa que eu sei é que se a gente não mudar nossa postura, de nada vai adiantar fazer a dança das cadeiras no Congresso Nacional! Vai trocar presidente, governador, prefeitos, senadores, deputados, vereadores, vai sair todo mundo e vir gente nova, que nós vamos eleger, acreditando que esses farão melhor por nós. Mas e nós? O que faremos melhor por nós mesmos? Que atitudes novas adotaremos para contribuir com essa nova cara do país que tanto queremos? 

É uma mudança radical essa que estou propondo! Assim como essa onde milhares de pessoas saem às ruas de várias capitais do país todos os dias durante quase 2 semanas. Afinal, desde o nascimento que é embutido na criança certas crenças e valores culturais, como esse nosso jeitinho brasileiro. a criança já cresce na manha, já sabe dos truques, já usa as artimanhas que aprendeu para levar a vida. Essa raiz do conceito de certo e errado está mais entranhado nas veias dos costumes e hábitos mais do que se possa imaginar. Essa conduta errônea levou anos até que se começasse a ser questionada. E não vai mudar da noite para o dia. Vai mudar aos pouquinhos, de acordo com que os novos conceitos forem sendo introduzidos na sociedade, no papel de cidadão, no compromisso com o país. Não vai ser nada fácil, mas se agente se propuser a tentar mudar, podemos fazer dar certo, como conseguimos o novo reajuste das passagens, como conseguimos que a PEC 37 seja anulada, e como vamos conseguir tantas outras coisas também. Uma nova reforma política e estrutural está sendo feita na sociedade, basta agora haver uma reforma interior. Mostrar ao mundo que se cobramos exemplos, é porque damos exemplos. É possível, basta querer!


Sejamos a mudança que queremos ver no mundo 

(Gandhi)






3 comentários:

Anônimo disse...

Porque sempre tem que sobrar para o povo os políticos por acaso são de outro Pais minha opinião quem esta no poder é quem governa ainda mais que nosso país ainda na maioria é pobre em vários sentidos por isso eu mudaria a opinião de muitos que se acham escritores inteligentes favorecendo os mais fortes entre aspas e diria Acho que ficaria melhor mudar essa frase "Um país sem corrupção depende da honestidade dos políticos "

Unknown disse...

Para mim o a punição é que é branda, o resto é história, arranca a mão de quem roba pra ti ver se não vai pensar duas vezes, gente ruim vai existir sempre, tudo passa por leis, e como o Brasil o país da impunidade, tu vai concientizar
Como

Unknown disse...

Aí tu vai concientizar o povo, isso é piada, tu cria teus filhos pra serem do bem, a gente procura passar o melhor, aí tu vê lei fraca justiça falha e esses políticos fazendo suas próprias leis, bota cadeia perpétua pra crime de colarinho que tu vai ver se não vão pensar duas vezes