25 de dezembro de 2011

Datas comemorativas escondem as verdades



Datas comemorativas escondem as verdades! Datas comemorativas dissimulam a sinceridade! Não, não é pensamento, é fato! Quem é de fora da família e vê uma foto de natal, ano novo, páscoa, festa junina, e sei lá mais o que, só vê a beleza exterior da foto: taças brindando à saúde, à nós, à família, risos, abraços, beijinhos, mas no íntimo ninguém de fato está sentindo isso. É puro teatro.

Tenho uma amiga na net, blogueira, que vira e mexe comenta em seus posts o quanto acha falso essa felicidade exageradamente, demasiada nos álbuns de redes sociais. As pessoas quase colocam plaquinhas em pisca-pisca para mostrar a aparente felicidade, união, cumplicidade, quando na verdade existe em escala bem menor do que a mostrada nas fotos ou nem existe. E eu não entendo essa necessidade que certas pessoas têm de aparentar ser. Não, me recuso a fazer parte dessa hipocrisia! Sou autêntica, verdadeira e minha essência transparente não me permite mentir. Mesmo que eu cabule algumas palavras, meu olhar, meus gestos, meu sorriso vão exteriorizar o que de fato estou sentindo.

Não é novidade para ninguém que minha avó faleceu há 2 anos e eu ainda estou aprendendo a lidar com essa perda, dia após dia. E sim, mesmo que eu goste muito de natal ou já tenha gostado mais e me esforçe para continuar mantendo o tradicional natal em família, às vezes é muito penoso. Só que ninguém dá valor a isso! Olho em volta e o que eu vejo é que apenas eu, minha mãe e meu marido sentimos essa falta, achamos um grande sacrifício muita coisa, mas decidimos continuar em prol da família. Mas, que família é essa que não apoia? Na hora da ceia e da entrega de presentes estão todos lindos, maravilhosos e presentes. Mas, na hora de organizar, fazer tudo, se cansar é obrigação só de alguns? Nananinanão! Não mesmo!

Já foi tempo que eu me calaria em minhas inconformidades para não magoar outras pessoas e continuar me magoando. Ou, para não causar um mal estar em prol de um bem maior, mas que só alguns fazem questão de manter esse bem maior. Cara, não entendo porque não falar a verdade! Ninguém vai ficar chateado com o outro se ele chegar e disser que não está a fim de natal, de confraternização em família, que isso tudo é uma baboseira, ou que não tem mais sentindo. Ou, que simplesmente sempre fez por uma questão de obrigação e respeito aos mais velhos e que agora não se têm mais. É mais honesto. É mais bonito. Pega bem e não fica bonito só na foto não! Os laços são solidificados através de honestidade e não de dissimulação.

Sei que pela minha franqueza, meu desabafo e até minha ignorância nas palavras levadas por um turbilhão de emoção, de chateação, de tristeza, de raiva posso ter magoado algumas pessoas e contribuído para minguar o natal que sempre existiu. Só que não me senti no direito de me obrigar a aceitar uma situação que muito mais gente estava inconformada, reclamava comigo e ninguém fazia nada. Não sou ouvido de terapeuta. Por que que eu podia conviver com as minhas mazelas e os outros serem poupados? Acabei descarregando tudo, no calor da emoção o que gerou uma discussão horrível. A causa disso tudo: a falta de um pequeno gesto. Pode ser mínimo visto aos olhos nús de terceiros, mas, para mim, foi o pequeno gesto que fazia toda a diferença. O fato de alguém mostrar preocupação, oferecer ajuda, se colocar à disposição mostra que sim, ele está ali de fato junto contigo. Que se solidariza. Isso sim é comunhão. Mas, é muito fácil alguém dizer: "pode contar comigo!", mas ser a gente sempre a ficar solicitando, quase que implorando a ajuda prometida anteriormente.

E dessa vez, foi tudo! Foram minhas inconformidades, minhas mágoas, minhas não aceitações, minhas tristezas, minhas raivas, tudo... de uma só vez, sem intervalo para respirar, vomitado aos berros. Foi um chororô daqui, dali, acolá. Mas, eu simplesmente, não me controlei mais! Cheguei no meu limite. Não gosto de ficar reclamando por trás das pessoas. Gosto de resolver tudo na conversa, pôr as cartas na mesa, preto no branco, como se diz. Mas, eis que me deparo com um problema tamanho EXG. Algumas pessoas são falsas. O que é diferente de alguém que erra tentando fazer o certo. Essa pessoa faz o errado, torce para que dê errado, cria uma confusão dos diabos, faz intriga, fofoca, joga um contra o outro e depois tira o corpo fora da história. E a desculpa quando se chega junto para conversar é sempre a mesma: desculpa, foi um mal entendido. Eu só quis ajudar!... Já dizia minha querida vozinha: muito ajuda quem não atrapalha! Pois é... Quer aparecer põe uma melancia no pescoço. Se quer ter créditos, faça mor merecer! Mas, faça às claras, não jogando sujo! E fica um empurra daqui, dali, não quer falar porque outros vão se aborrecer, porque vai criar confusão, porque aí não vai ter mais confraternização. E de que adianta tapinha nas costas, beijinhos de feliz natal se no íntimo estamos todos mal com uma determinada situação? Ou inconformados com algo que aconteceu? Melhor na honestidade de uma briga, ficar cada um do seu lado. Eu acho mais digno. Só que infelizmente, nem todo mundo pensa assim. Algumas pessoas preferem manter as aparências, custe o que custar... ok, opção de cada um. Mas, não me peçam para agir assim também. É que nem amigo-oculto que você tira a pessoa com quem você não tem afinidade, não vai muito com a cara, mal convive ou o santo não bate mesmo, tem milhões de problemas de convivência, mas na hora do discurso, as palavras de praxe como "legal", "divertido", "eu gosto muito" são as mais usadas. Não há situação mais "saia justa" do que essa. Porque ou a pessoa não sabe o que falar, nem da pessoa que ela tirou e nem que desculpa dar para não brincar. Ou então, ela tem que se juntar ao time dos hipócritas e dissimulados. Complicado...

Enfim, mesmo depois de muito tumulto, o natal continuou existindo. Me disponibilizei a não participar, já que aquela altura do campeonato não tinha mais o menor clima e parecia que tudo dava errado, mesmo fazendo todos os preparativos com a melhor das intenções, preferia ter ficado na minha. Mesmo assim, houve o natal. E duvido muito que as coisas não melhorem daqui pra frente. Tudo bem que algumas pessoas ainda vão ficar um pouco magoadas com o que ouviram e eu admito sim, que muito provavelmente eu não falei da maneira mais bonita, mais certinha. Porém, vão parar mais daqui pra frente para pensarem em suas ações. Para pesarem o que andam fazendo e falando por aí. E se querem de fato manter os laços afetivos e familiares, todos juntos vamos arrumar um jeito de fazer acontecer. Quando se quer muito uma coisa, sempre se dá um jeito dela acontecer. Se ela não acontecer é porque não querem tanto assim, ou algumas pessoas não julgam necessário serem verdadeiras e autênticas. E principalmente bancar suas opiniões sem ser através de desculpas. E se elas não querem assim, não sou eu quem vai fazer questão...

Por fim, dá pra ver que meu natal foi um horror! Não de todo! Mas, passou bem longe das mensagens de amor, paz, união, prosperidade e etc, etc, etc... Deu pra salvar alguma coisa... E de repente dessa coisa que deu pra salvar constrói-se algo novo, mais sólido e menos fake!



Enfim... que o ano-novo seja bem melhor!

2 comentários:

Cris Medeiros disse...

Olha, Fê, toda família tem problemas,isso é fato. Mas umas com certeza tem mais desentendimento e divergências do outras, isso também é fato.

Sempre que reclamo da minha nenhuma relação com minha família, de como tudo foi difícil e de como me cansei e virei realmente as costas porque não aguentava mais ser maltratada, sempre tem um para dizer que toda família tem problema. Mas eu sei e conheço famílias unidas, que um torce pelo outro, se ajudam mutuamente, tem o sentido de família dentro de deles, existe união.

Então só posso torcer para que suas divergências sejam sanadas, de um jeito pacífico, ou não. Mas que seja o melhor pra vc.

Beijocas

Talita Barroco disse...

Nossa amiga!
Quem sabe o estrago de hoje melhorará o Natal e a conduta das pessoas amanhã. Acredite nisso!
Ou simplesmente faça um Natal apenas com quem merece. Como na moda, às vezes menos é mais. Quem sabe passar um Natal a três (Vc, Mami e Junior) seria mais tranquilo e divertido.
Bjs