30 de março de 2012

Aprendendo a arte da separação!



Outro dia, estava vendo uma entrevista do ator Alexandre Nero, o Baltazar de Fina Estampa, na Marília Gabriela, no GNT e ele disse coisas bem interessantes para parar e refletir. Em uma de suas perguntas, a apresentadora perguntou se ele ainda estava casado e ele respondeu que não mais. Aproveitando a deixa para se aprofundar no assunto, Marília perguntou se tinha sido de comum acordo e como tinha sido para ele. A resposta foi muito interessante. Não vou reproduzir com fidelidade, confesso. Mas, em suma, é mais ou menos isso que ele respondeu: "Sim, foi de comum acordo! Não houve um grande motivo para o término. Acontece que as pessoas mudam. Nem eu e nem ela somos hoje quem éramos na época em que nos casamentos. Adquirimos outros objetivos, outros pensamentos e outros sentimentos com relação à vida, à nós mesmos e ao outro. Mas, nem por isso deixou de ser menos doloroso. Ninguém se separa da noite para o dia. Quando um casamento acaba, ele começa a acabar há meses. Porém, todos os dias é uma nova tentativa de fazer dar certo, acontecer de novo. Mas, infelizmente, nem com toda a boa vontade do mundo, isso é possível, às vezes. E, quando se tem filhos a situação é mais delicada. Vai protocolando para depois de aniversários, datas comemorativas, feriados, na tentativa de amenizar a situação. Mesmo, sendo consensual, é um luto que se veste. Você se prepara para 1.000.000 de coisas na vida. Para conhecer alguém, para namorar, para noivar, para casar e para dividir a vida com alguém. Mas, ninguém se prepara para se separar. É uma parte de si que você perde, que deixa para trás, junto com o dia-a-dia, com uma rotina, com coisas que até pouco tempo faziam parte de você, que você fazia e que passa a não fazer mais. Mesmo sabendo que a saída para salvar nem que seja o respeito e a amizade entre duas pessoas seja o divórcio, você não deixa de sofrer e de passar pelo processo do desapego e da cicatrização..."



Gente, achei lindo! Simplesmente perfeito! Nem tenho muito mais a acrescentar à respeito. É exatamente isso. Hoje, organizando o meu casamento, percebo que há uma crescente gama de casais indo rumo ao matrimônio. E, para isso, existe curso de noivos, milhões de toques e conselhos dos casados, dos pais, dos juntados, dos amigos e etc. Mas, na hora da separação, não há um preparo para isso. Sendo numa boa ou numa pior, sofre-se do mesmo jeito. Mas, não há curso que prepare para a separação. Que te indique um caminho que cause menor sofrimento. Que te mostre suas novas possibilidades, que te ajude a superar. Que te ensine a viver em sua nova condição. Muitas vezes, essas e outras respostas você tem que encontrar sozinho! Com sua dor. Meio perdido pelo caminho, tateando no escuro. Tá certo, você aprende, você supera, você segue em frente, com marcas ou sem. Mas, para juntar-se existe ensinamentos, "hora certa", conselhos. Mas, e para separar? Sim, não existe receita certa! Nem para juntar, nem para separar, nem para a felicidade, nem para ficar rico. Mas, alguém concorda que há sempre mais incentivo para unir do que para separar? rs.

E eu vi isso nos outros relacionamentos passados que tive, independente de terem sido bem sucedidos ou não. Inevitavelmente, vai haver sofrimento. Luto, perda, tristeza e um processo de recuperação. Por melhor que sejam as palavras, "o momento", a delicadeza com que é tratado o assunto, não torna mais fácil a aceitação ou a passagem pela situação. Se é você quem desgostou, sofrerá o outro. Se é o outro que desgostou, você sofrerá. Mesmo que seja de comum acordo, os dois sofrerão. Haverá uma perda, até certo ponto de uma identidade. Você aprende, no curso de noivos, que fulano pertence a sicrano e vice e versa. Não com a conotação de posse, mas sim de fazer parte. Você adquire gestos, gostos e hábitos através da rotina, da convivência. E quando você se separa, é como procurar pelo seu próprio eu de novo! Sem as manias, sem as coisas que você adquiriu e que pertencem ao aoutro. Fora tudo que você já se acostumou e que virou parte da sua vida. Mesmo que sejam coisas que você não gosta como a tolha molhada em cima da cama, a tampa do vaso levantada, os sapatos espalhados pela casa, a briga pelo controle remoto, a reclamação quando você pede para ver a novela na hora do jogo, a paciência de esperar aquele que demora mais se arrumar. Você terá que aprender a conviver sem tudo que foi adquirido no dia-a-dia e que acabou se acostumando a ter. E isso tudo, causa um certo sofrimento. Mesmo que não tenha volta na escolha e que seja inevitável. É processo pelo qual a pessoa passa e por mais ajuda que se tenha, nunca é o suficiente para amenizar, abrandar. E eu, particularmente acho que é melhor sofrer tudo de uma vez, mesmo que isso leve anos, do que ficar tendo recaídas por sufocar sentimentos, fingir que tá bem, que já passou e até mesmo que tá "em outra". Chore 1 noite, 1 dia, 1 mês, 1 ano. Mas, quando se levantar, levante-se de vez. Recupere sua vida, a autoestima, o controle da situação e bola pra frente. Não se apresse, pois na vida, há um tempo para tudo. E cada um sabe o seu tempo...




Não sei se falei muita besteira... rs. Só sei que fiquei com isso que ele falou na cabeça. Não, não tô pensando em separação, haha. Mas, todo o discurso não deixa de ser uma verdade, não é? Boa colocação!


Beijos e um excelente fds!

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