25 de maio de 2010

o preconceito mora ao lado, mais perto do que você imagina!

Não, não estou com mania de perseguição! Sei que há alguns dias escrevi um post falando sobre minha insatisfação com a atual forma física da minha pessoa, rs. Mas agora, isto nada tem haver com aquele texto. Não deixa de ter um link, mas a ideia surgiu de outros assuntos. Foi assim: não sei se já cheguei a comentar, mas estou investindo na área de segurança do trabalho! Cansei de dar murro em ponta de faca e ficar tentando cavar uma oportunidade no meio de comunicação. Se não dá, tenho que rumar para outra área onde eu possa me capacitar, especializar e que tenha espaço no mercado. Então, fui investir em uma área que está crescendo, que aprendi a me interessar por conta do meu antigo trabalho. E no curso, não só aprendemos e debatemos assuntos relacionados a segurança do trabalhador em seu ambiente de trabalho, seu bem estar, sua saúde no trabalho e do trabalho, mas passamos por vários temas polêmicos de situações que possivelmente podemos vir a nos deparar no cotidiano do nosso trabalho. Temas até tabus para a sociedade e que teremos que ter jogo de cintura para lidar com a situação. Por isto a importância de um conhecimento mais aprofundado no assunto.

Bom, partindo desta premissa, esta semana na aula de saúde ocupacional, discutimos e assistimos vídeos sobre temas ligados à diabetes, hipertensão, DST e homossexualismo. Como de praxe, colocamos, nós alunos, nossa experiências profissionais e particulares na mesa para que possamos fazer uma troca e saber mais do assunto. E, com todos estes ciclos de palestras, pude perceber que não há preconceito somente com quem possui algum tipo de doença, cor, religião, condição social e tipo físico. O preconceito está em toda a parte. Se você tem estudo, se você vai para os lugares conhecidos, se você tem carro, a maneira como se veste, como conversa, com quem anda, onde mora e a lista extensa segue sem que a gente perceba. E me dei conta de que, a partir disto, cada um de nós é preconceituoso com alguma coisa. Por mais que digamos que somos livres de preconceito. Porque preconceito com os outros é fácil de aceitar e pregar que é bobagem, que a pessoa não sabe o que diz, que é injusto. Mas quando parte de nós, sempre é justificável! Por exemplo: podemos achar que um homem apesar da sua instrução, do seu nível cultural e social por possuir crenças e valores éticos é uma excelente pessoa. Mas vai este homem ousar namorar a filha de pais que deram de tudo para ela e que neste patamar de conhecimentos está bem acima dele? Aí, o homem maravilhoso já não é tão bom assim! Assim como o funcionário exemplar que nunca falta, chega sempre na hora, faz todas as tarefas. Dependendo do local onde resida já levanta dúvidas do patrão se realmente tem caráter.

A partir daí, é fato que somos o que comemos, vestimos, falamos, como nos locomovemos, os lugares que andamos e as companhias. O mundo olha mais para o ter do que para o ser. E nisto passamos a ser rotulados. Daí, os grupos de colégio que tem apelidos e que muitos acham graça: as patricinhas, os nerds, os atletas, os bad boys, os faltosos, os que não querem nada, os gls e por aí vai.... E uma vez rotulado de algo é muito difícil dissolver a ideia daquilo e passar outra imagem, por mais qualidades e coisas boas que se possa ter.

O engraçado da história é que, quem mais condena o preconceito gera preconceito de todas as formas. As instituições religiosas são a maior prova disto! Elas pregam o que é errado e o que você nunca deve fazer. Mas não é um aconselhamento. É uma doutrina. Criam fiéis preconceituosos e burros, incapazes de discordar de idéias e opiniões erradas. E desta forma disseminam um modo de pensar único, dito como certo, incontestável. E frases como dar aos pobres quem tem mais, amar o próximo como a ti mesmo, não cobiçar, não desejar, não ter inveja e não matar ficam apenas remetidas à páginas do livro sagrado. Na prática, nada disto vale de verdade!

Eu, pessoalmente me recordo de ter sofrido preconceito quando estudava na escola que minha mãe era diretora. Então eu tirava boas notas porque os professores queriam agradá-la e não porque eu me esforçava e estudava. Sempre fui péssima em matemática e ser filha da diretora nunca ma ajudou a conseguir um A. Mas os alunos pensavam. Já fui tachada de patricinha, por gente que nem me conhecia direito, apenas porque eu fazia faculdade e saia para um monte de lugares. Nem se importavam em conhecer o meu lado simples, que na verdade era o que eu achava e acho graça da vida. Já sofri preconceito de filhinha mimada porque minha mãe se preocupava comigo e de todas as formas que ela podia, cuidava de mim. Já sofri preconceito de ser chamada de preguiçosa no serviço quando na verdade eu queria era arrumar um jeito de cavar uma demissão e nunca escondi isto de ninguém. E não sei mais o que pensam de mim por aí. Não meus amigos, minha família ou quem tem contato permanente comigo e que sabem quem sou de verdade! Mas aqueles que só olham por fora e julgam por algumas ações.

Já tive preconceito também e hoje me envergonho muito de algumas opiniões e idéias que passaram pela minha cabeça. As pessoas são mais do que na verdade se mostram. São além de apenas comportamento. Nem sempre eles vão ser o reflexo total da essência de um ser. Com este pensamento, tento me manter isenta e me limpar das impurezas que a sociedade implanta na gente sem que a gente perceba. Vou tentar olhar mais para mim para desta forma poder enxergar melhor o outro que está à minha frente. Mas, pelo visto, ver as coisas boas das pessoas não é mais uma qualidade. É coisa de pessoa boba demais, né?!

Um comentário:

Cris Medeiros disse...

Eu já fiz muitos posts sobre isso! E vou continuar fazendo, porque uma das bandeiras que levanto é ser contra a discriminação de qualquer tipo!

Preconceito todos nós temos, o que fazemos com ele é que dita a diferença. Não devemos alimentá-lo, nos orgulhar-mos dele, mas sim tentarmos dissípá-lo a cada dia!

Beijocas